sábado, 2 de novembro de 2013

Ainda sobre o PROPINODUTO

Indignação chega ao Congresso e De Grandis será alvo de processo

1/11/2013 16:19
Por Redação, com RBA - de São Paulo


Berzoini desconfia que De Grandis tenta proteger integrantes do PSDB no processo de corrupção do Metrô
Berzoini desconfia que De Grandis tenta proteger integrantes do PSDB no processo de corrupção do Metrô
Os deputados federais do PT Renato Simões, Ricardo Berzoini (ambos de São Paulo), Edson Santos (RJ) e José Guimarães (CE) planejam ingressar com uma queixa no Conselho Nacional do Ministério Público, na próxima segunda-feira, contra o procurador da República em São Paulo Rodrigo De Grandis. Segundo Simões, o procurador foi negligente com investigação do esquema milionário de propina que envolve a empresa Alstom. Em 2011, autoridades suíças pediram a investigação ao Ministério Público brasileiro sobre quatro agentes públicos do governo de Sâo Paulo de receberem propina daquela empresa para facilitar o fechamento de contratos para fornecimento de trens e serviços de manutenção ao Metrô e à CPTM.
Mas nenhuma investigação foi feita – De Grandis alegou que o pedido foi arquivado em pasta errada e, por isso, esquecido.
– A representação quer a apuração dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa, de engavetamento da denúncia, e quer evidentemente a punição eventual do responsável, além da necessidade de recuperarmos tempo perdido para que o esquema de propina e de corrupções seja desmontado e punido – disse o deputado à rádio paulista Brasil Atual.
Para ele, o arquivamento do caso é escandaloso, já que a investigação está relacionada a todo um esquema envolvendo autoridades do governo do Estado de São Paulo.
– Estamos notificando o fato de que o procurador negligenciou de suas funções e explicou de forma bastante ‘esfarrapada’ esse ato. A gravidade é que não é uma pessoa física, mas um conjunto de operações criminosas da Alstom, envolvendo funcionários e autoridades do governo do estado de São Paulo, envolvendo milhões de reais – afirmou.
Sobre o “esquecimento” de De Grandis, o deputado estadual do PT paulista, Antônio Mentor, afirma que o fato reforça a suspeita de alguns parlamentares.
– Isso se soma a uma série de outras dúvidas que levantamos relativas à atuação do Ministério Público no Brasil, tanto o estadual como o federal. Sempre passou a ideia de que haveria um bloqueio, uma proteção, a certa parte dos políticos brasileiros. Este fato vem confirmar a nossa suspeita – disse.
O caso de corrupção
O Ministério Público da Suíça comunicou na semana passada que decidiu arquivar investigações sobre pagamentos de propina a agentes públicos do governo de São Paulo pagos pela Alstom para influir nos resultados de licitações para obras e serviços no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
A razão alegada para o fim das investigações foi a falta de cooperação por parte do Ministério Público Federal brasileiro, que não atendeu o pedido para investigar a movimentação financeira dos consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos, suspeitos de intermediar as propinas pagas pela Alstom, e do ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni, que teria recebido US$ 836 mil (equivalentes a R$ 1,84 milhão) da Alstom na Suíça. Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira teriam sido os responsáveis pelos repasses a Zaniboni.



Extraído do Correio do Brasil






Energia das ondas será captada pela estatal Furnas

Energia das ondas será captada por usina de Furnas em alto-mar

1/11/2013 15:12
Por Redação do ARN - do Rio de Janeiro


A estatal Furnas começou o projeto de uma usina, chamada de conversor offshore e inédita no país
A estatal Furnas começou o projeto de uma usina, chamada de conversor offshore e inédita no país
A estatal Furnas começou o projeto de uma usina, chamada de conversor offshore e inédita no país, para a geração de energia a partir do aproveitamento das ondas em alto-mar. “A ideia, que já está sendo conversada com a Marinha do Brasil, é a unidade que vai ser  desenvolvida ao final do projeto atender ao Farol da Ilha Rasa e às cerca de 200 casas existentes no local”, disse nessa à Agência Brasil o gerente da área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Furnas, Renato Norbert. Em uma segunda etapa, a usina flutuante deve gerar energia às plataformas do pré-sal.
A pesquisa é desenvolvida em parceria com o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e com a empresa Seahorse Wave Energia de Ondas.
Já foi iniciada a construção do protótipo, em pequena escala, que vai ser testado no tanque de ondas da Coppe. Os testes deverão se estender por seis a oito meses, informou Norbert.  Após os aperfeiçoamentos que forem introduzidos no projeto, os técnicos se dedicarão à construção da unidade que será instalada na Ilha Rasa. A expectativa de Norbert é que o projeto esteja em condições de operar no final de 2015 ou, “eventualmente”, até o primeiro trimestre de 2016.
Em seguida, Furnas pretende partir para um segundo projeto que visa a explorar outra possibilidade coberta pela patente da Coppe e da Seahorse, que é tornar a unidade de geração de energia flutuante para servir às plataformas do pré-sal que estão muito afastadas da costa, onde a profundidade é elevada.
Norbert destacou que, atualmente, para plataformas de petróleo que operam próximo da costa, a distâncias inferiores a 100 metros, Furnas vai estudar a possibilidade de serem atendidas por usinas que são fixadas no fundo do oceano. Para profundidades mais altas, a solução mais econômica prevista é a instalação de unidades de geração de energia flutuantes.
A usina que será construída inicialmente terá capacidade de 100 quilowatts (kW) de energia, suficiente para abastecer 800 pessoas. “Mas a gente pretende, se tudo der certo, desenvolver outras unidades que vão atender a ilhas próximas da costa e plataformas de petróleo perto da costa”.
A partir de acordo que será firmado com a Marinha, o gerente de Furnas disse que pretende-se atender a navios que estejam ancorados  a pouca distância da costa, à espera para entrar em algum porto no país. “Eventualmente, no futuro, os portos vão poder ter unidades dessas para abastecer os navios, que vão economizar diesel, combustível, enquanto estiverem parados, tornando o custo de espera no porto mais baixo, o que é bom para o próprio porto”.
A energia gerada pelas ondas em alto-mar é totalmente limpa e o funcionamento da usina, bem simples, afiançou Norbert. “A própria manutenção vai ter um custo baixo”. Segundo o gerente de Furnas, a construção da unidade é mais barata do que qualquer outra solução que se proponha. “É muito mais barato do que uma usina de geração eólica da mesma capacidade, por exemplo”, salientou. Sobretudo para ilhas, que não têm grande extensão, ele indicou que “é uma solução excelente”.
A Coppe, em conjunto com a empresa Tractebel Energia, já desenvolve a primeira usina de ondas da América Latina, que utiliza o movimento das ondas para produzir energia elétrica. A usina está situada no Porto do Pecém (CE). Renato Norbert observou, porém, que essa unidade se diferencia do projeto de Furnas porque  é fixada no porto (onshore), e não prevê a geração de energia nearshore (próximo da costa), ou totalmente offshore, isto é, em alto-mar, como sugerem as unidades futuras de geração flutuantes de Furnas.
O investimento total da estatal, englobando todas as etapas de desenvolvimento do projeto, incluindo gastos com homens/hora e diárias de viagens, é cerca de R$ 8,2 milhões.



Extraído do Correio do Brasil




Muito preocupante!

Banco do Brasil e Petrobras: qual a próxima?

1/11/2013 14:45
Por Paulo Kliass - de Paris


O governo conseguiu a incrível façanha de implementar duas importantes e polêmicas decisões em matéria de política econômica
O governo conseguiu a incrível façanha de implementar duas importantes e polêmicas decisões em matéria de política econômica
O governo conseguiu a incrível façanha de implementar duas importantes e polêmicas decisões em matéria de política econômica em uma única semana. Para quem considerava que não havia muita movimentação da equipe da Presidenta em matéria de economia, as novidades surpreenderam. O problema, no entanto, é que os principais beneficiários de tais medidas foram os representantes do financismo e os setores dos conglomerados das petrolíferas internacionais. Os anúncios se converteram em frustração para todos aqueles que se identificam com um projeto de País que signifique, entre tantos outros aspectos, a conquista de maior autonomia e soberania face às forças econômicas do mundo globalizado.
Na segunda-feira, dia 21 de outubro, o governo insistiu em manter a realização do leilão para decidir a respeito de qual seria o consórcio vencedor para explorar o Campo de Libra – primeira área a se tornar operacional no mundo sub-oceânico, ainda pouco conhecido, do Pré Sal. Apenas quatro dias depois, na sexta-feira dia 25, o Diário Oficial da União trazia a publicação de um Decreto Presidencial, por meio do qual são alterados os limites de participação de capital estrangeiro na composição acionária do Banco do Brasil (BB). Duas medidas que apontam para um conservadorismo preocupante.
Entrega de Libra e mais estrangeiros no BB
A recusa do governo em adiar a data do leilão só contribuiu para aumentar as dúvidas a respeito das reais motivações que estariam por trás da insistência e da pressa em abrir a exploração do maior campo de petróleo brasileiro ao capital internacional. Afinal, a grande maioria dos especialistas e técnicos da área da energia e do petróleo opôs algum tipo de restrição à adoção de tal estratégia. A lista de argumentos contrários à abertura da exploração de Libra é extensa, incluindo razões que vão desde elementos de segurança nacional até a simples sugestão de um pouco mais cautela e prudência no tratamento de tema tão espinhoso. Passando, é claro, por minuciosos estudos demonstrando que a Petrobras teria todas as condições de promover – sem precisar das empresas estrangeiras – a exploração do campo.
Já no caso da participação externa no BB, não houve debate prévio de nenhuma natureza. A sociedade brasileira foi pega de absoluta surpresa, com os termos do texto assinado pela Presidenta. É bem verdade que não foi a primeira vez que uma medida dessas foi anunciada por um governo que deveria passar longe de tal tipo de proposição. Em 2006, Lula foi convencido a publicar um decreto aumentando o limite da presença de capital estrangeiro no BB de 5,6% para 12,5%. Alguns anos depois, em 2009, novamente o então Presidente assina outro documento oficial e eleva esse teto para 20%. E agora Dilma dá continuidade a essa trajetória de benesses concedidas ao financismo internacional e estabelece o novo limite em 30% da composição acionária do banco.
Petrobras e a partilha desnecessária
Na tentativa de convencimento a favor de sua proposta, o governo buscou a comparação com o modelo anterior das parcerias para o petróleo, vigente à época de FHC. Ora, é verdade que o modelo de partilha é bem mais interessante para os interesses nacionais do que o anterior, o de simples concessão. Porém, o fato é que para o caso concreto, desse campo em especial, não haveria nem mesmo a necessidade de compartilhar. Libra já havia sido bastante bem mapeado pela Petrobras e a própria empresa foi exitosa nos poços que perfurou, tendo encontrado o óleo tão desejado. Assim, os procedimentos de exploração comercial praticamente não apresentavam riscos – o principal elemento a justificar uma parceria de partilha com outras empresas.
Por outro lado, às vezes era esgrimida a eventual dificuldade da Petrobras em custear ela mesma as necessidades de investimento para a exploração do campo. Mas atuais e ex-dirigentes da empresa apontavam a fragilidade do argumento, uma vez que tais despesas – significativas, é verdade – seriam realizadas de acordo com um cronograma de médio prazo e não haveria urgência urgentíssima para essa operação. Tanto que, logo após a divulgação dos resultados do leilão, as notícias oficiais falavam do horizonte de 2020 para as primeiras jorradas de óleo economicamente eficientes.
Não obstante todas essas ponderações, a data e as condições foram mantidas, apesar de contar apenas com um consórcio inscrito. O chamado “leilão do eu sozinho” não apresentou, por óbvio, nenhuma concorrência e a única proposta apresentada foi vitoriosa. Com isso, o governo brasileiro terminou por entregar 60% da exploração para grupos estrangeiros: i) 20% para a holandesa Shell; ii) 20% para a francesa Total; e iii) 20% divididos igualmente entre 2 estatais chinesas. Com isso a Petrobras ficou apenas com 40% do empreendimento. Não há razão econômica ou energética que justifique tal atitude. O contrato prevê a possibilidade de exploração dos poços encontrados por 35 anos, que apresenta um potencial de 8 a 12 bilhões de barris de petróleo e de 120 bilhões de m3 de gás.
Petrobras e BB: os interesses do financismo
A mudança no limite de participação de capital estrangeiro no BB guarda alguma similaridade com a postura no caso de Libra. Trata-se de uma liberalidade de mão única, sem exigência de nenhuma contrapartida. O governo brasileiro anuncia – em alto e bom tom – que passa a se interessar pelo compartilhamento do capital acionário de uma de suas principais empresas de economia mista com sócios internacionais, em um patamar mais alto do que os atuais 20%. Ora, é mais do que sabido que o sistema financeiro é um setor bastante sensível da engrenagem econômica, uma área estratégica para qualquer projeto de desenvolvimento nacional. Oferecer mais essa alternativa de investimento ao capital globalizado não proporciona nenhum vantagem ao País chamado Brasil, que não seja a falsa ilusão criada por alguns de seus governantes. Os responsáveis por nossa política econômica dificilmente passarão a ser considerados como adeptos do “bom-mocismo” aos olhos dos representantes da banca internacional.
A única explicação que resta para se tentar compreender a aceitação do leilão do Campo de Libra é a visão estreita do curto prazo, a lógica pequena de fechar as contas no final do mês. O governo se sente pressionado pelo financismo a cumprir a meta de superávit primário para 2013 e parece estar com algumas dificuldades de cumprir o que se propôs. Mas não sentido em se sentir obrigado a promover o desvio de tal volume de recursos das áreas sócias do orçamento público para a esfera puramente financeira. Como um dos dispositivos da oferta pública da ANP é o pagamento antecipado de um valor equivalente a R$ 15 bilhões pelo consórcio vencedor, esse recurso deve entrar no caixa do Tesouro Nacional ainda em 2013. O detalhe que ninguém do governo deseja comentar é que a própria Petrobras deverá pagar sua cota parte, arcando com 40% desse total. Ou seja, R$ 6 bilhões que entram por um lado para as contas do Ministério da Fazenda, estão saindo do próprio bolso do setor público federal. Assim, um saldo líquido de apenas R$ 9 bilhões parece muito pouco para tamanha bondade oferecida às empresas estrangeiras, que se vêem no direito de explorarem nosso petróleo, de forma bastante segura, por mais de 3 décadas.
A ampliação da presença do capital internacional no BB deve trazer consequências também para a dinâmica dos mercados que giram em torno das Bolsas de Valores. O peso dessa importante instituição financeira do governo federal na cotação dos índices e do movimento financeiro não pode ser negligenciado. Isso implica em muitas possibilidades de valorização ou desvalorização patrimonial, ao sabor da evolução das conjunturas e das apostas especulativas. As experiências recentes com o esfarelamento das empresas de Eike Batista, além de outros naufrágios verificados pelo mundo afora, deveriam servir como alerta e precaução para esse tipo de deslumbramento com o mundo frágil e efêmero do financismo.
Os riscos da abertura descontrolada ao capital internacional
Ao longo dos últimos anos o Brasil tem apresentado problemas graves de maior exposição de suas contas externas. O desempenho ainda positivo no mero saldo da Balança Comercial (exportações menos importações de bens) não pode servir como fator de ilusão a respeito das dificuldades no conjunto do Balanço de Pagamentos. Isso porque, quando são computadas as entradas e saídas de recursos externos relativos aos serviços e ao universo financeiro a situação, se revela mais grave. Nesse caso, por exemplo, houve um déficit de US$ 76 bilhões em 2012 no total da conta Rendas e Serviços. E ainda corremos o risco de fechar um valor negativo de US$ 90 bi no final desse ano. A fragilidade começa a se expressar de forma mais aguda ainda quando são verificadas as movimentações envolvendo apenas as contas de Rendas, pois ali estão registrados o resultado dos valores líquidos entre os recursos que entram no país e os que são enviados ao exterior sob a forma de juros e lucros. Em 2012 o saldo foi negativo em US$ 35 bi e agora devemos fechar dezembro com algo próximo a US$ 40 bi.
Como se vê, não é esse o melhor momento para se estimular a probabilidade de maiores riscos de perturbação no setor externo, como ocorre com a remessa dos lucros auferidos por empresas estrangeiras operando ou transacionando por aqui. Espera-se que os equívocos do BB e da Petrobras sejam o encerramento de um breve ciclo a ser esquecido e não o início de uma tendência prejudicial aos interesses brasileiros.
Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal e doutor em Economia pela Universidade de Paris 




Extraído do Correio do Brasil