sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Lula pergunta a Moro: "prestei depoimento a um juiz imparcial?"

Política

Operação Lava Jato

Lula pergunta a Moro: "prestei depoimento a um juiz imparcial?"

por Redação — publicado 13/09/2017 17h53, última modificação 14/09/2017 00h35
O ex-presidente foi interrogado pelo juiz responsável pela Lava Jato em Curitiba nesta quarta-feira 13
O ex-presidente Lula
O ex-presidente Lula prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro por cerca de duas horas em Curitiba




Em suas declarações finais a Sérgio Moro em depoimento prestado nesta quarta-feira 13, Lula afirmou que o Ministério Público "está refém da imprensa" e questionou o juiz responsável pela Lava Jato em Curitiba sobre sua isenção. "Vou chegar em casa amanhã e vou almoçar com oito netos, e uma bisneta de seis meses. Eu posso olhar na cara dos meus filhos e dizer que eu vim a Curitiba prestar depoimento a um juiz imparcial?"
Moro respondeu afirmativamente."Não cabe ao senhor fazer esse tipo de questionamento, mas de todo modo, sim." Lula disse então que não foi esse "o procedimento na outra ação". Moro negou-se a responder sobre o outro caso, relacionado ao tríplex no Guarujá, que resultou na condenação do petista a nove anos e meio de prisão.
Em pouco mais de 2 horas de pronunciamento, o ex-presidente prestou esclarecimentos sobre a acusação de ter recebido propina da Odebrecht na forma de um terreno em São Bernardo, onde seria erguida a sede do Instituto Lula, e de uma cobertura vizinha à atual residência do ex-presidente.
Em sua fala final, Lula também criticou Antonio Palocci e sugeriu que seu depoimento prestado na semana passada, no qual falou em "pacto de sangue" do ex-presidente com a Odebrecht, é uma tentativa do ex-ministro de repassar sua responsabilidade à frente por seus ilícitos.
"Vi o depoimento do Palocci, muita gente achou que eu ia chegar aqui com muita raiva do Palocci. Ele está preso há mais de um ano, tem o direito de querer ser livre, de ficar com pouco do dinheiro que ele ganhou fazendo palestra. Se você não quer assumir responsabilidade pelos fatos ilícitos que você fez, não jogue em cima dos outros", disse Lula a Moro.
Lula criticou ainda a atuação do Ministério Público nas ações relativas ao ex-presidente. "Pouca gente respeita o Ministério Público como eu. Vocês enveredaram por um caminho e estão com dificuldade de sair. Querem encontrar alguém para me criminalizar. Em todas ações, o objetivo é esse. "
Lula contou então que uma "pessoa" fez um depoimento à polícia federal e foi alvo de 28 perguntas, sendo 26 delas relacionadas ao ex-presidente. Moro perguntou qual seria a pessoa. Lula afirmou que não diria o nome "porque não é delator".
No início de suas declarações finais, Lula chegou a repreender Moro por ter utilizado a expressão "denegrir" durante a audiência. "O movimento negro não gosta."
Confira a íntegra do depoimento:

O que é ser coxinha?


"Quando estou entre meus amigos eu costumo relatar uma historieta acerca da gênese da expressão "coxinha". Hoje, depois que um amigo me pediu para contá-la novamente, eu achei que seria uma boa hora para registrá-la por aqui para que todos vcs pudessem conhecê-la.

O nome/ termo "Coxinha" veio de uma gíria já existente há décadas na cidade de São Paulo e que antes designava apenas um xingamento direcionado aos policiais. “Encarregados de fazer a ronda, eles se alimentavam de coxinha em bares e lanchonetes – e, em troca, garantiam a segurança local." Prestavam, em meio ao seu turno de serviço público,  um bico de segurança momentânea a certos comerciantes que lhes ofereciam como pagamento apenas migalhas (coxinha e café coado). 

Esses policiais costumavam e ainda costumam espantar das portas das padarias e similares os pivetes e os jovens moradores das comunidade locais. Eles costumavam e costumam espantar/afastar jovens que muitas vezes cresceram juntamente com seus irmãos e que por vezes frequentaram ou frequentam as mesmas escolas que eles frequentaram. Ou seja, são todos conhecidos, têm o mesmo berço econômico e social.

Tais jovens, ao serem "afastados/espantados" para longe dos estabelecimentos comerciais guardados pelos policiais ficavam furiosos e gritavam para os tais policiais: "seu coxinha, vc sabe que eu não sou bandido. Vc me conhece. Vc está defendendo esse cara em troca de uma mísera coxinha. Coxinha, coxinha!" Ou seja, o coxinha, naquele contexto, era um Xingamento dirigido a um policial que se escondia de sua própria condição (pobre, favelado e sem estirpe, mas que enganado por seu uniforme, pensava ser igual ou próximo ao rico comerciante e o avesso dos jovens pobres que ele espantava do local). 

A expressão coxinha passou então a ser sinônimo daquele que defende um status quo ao qual ele não pertence. Ele defende os ricos, pensa ser rico, mas na verdade é um objeto a serviço dos ricos. Um instrumento para subjugar os seus iguais. O coxinha nunca terá o poder de um Aécio, dos Marinho ou de qualquer outro milionário ou mero empresário, mas ao defendê-los,  o coxinha julga ser igual a eles. 

Esses milionários não reconhecem o coxinha como seu par em igualdade, mas sim como um instrumento barato que defende e garante que ele (milionário) sempre tenha mais e mais. 

O coxinha (na acepção primeira) é o policial que faz segurança na frente das padarias: defende o rico comerciante, acha q é amigo do dono da padaria, mas no fundo é apenas um instrumento barato. Esse policial vira as costas para os seus iguais, impede-os de esmolar por ali, usa da força para tira-los do campo do rico comerciante. Mas, caso uma desventura aconteça e esse policial venha a perder o seu emprego, esse rico comerciante não lhe garantirá direitos, nem comida e nem apoio. De modo oposto, os seus iguais, a sua comunidade, certamente lhe oferecerão o apoio necessário e até farão alguma rifa para ajudar sua família a não passar fome.

É isso: o coxinha é aquele que luta por alguém que nunca, jamais irá garantir-lhe os direitos de que ele precisa. O coxinha é o enganado. O termo se generalizou e passou a descrever o cara que pensa que um governante rico e poderoso irá construir melhorias para os trabalhadores, quando na verdade esses trabalhadores receberão desse tipo de governante apenas migalhas. 

O coxinha pensa que é classe dominante. Ele se uniformiza à classe dominante: usa camisa polo de marca, já foi aos states, comprou casa e SUV financiados, critica as cotas e os nordestinos, fala mal do SUS e da ignorância da faxineira. O coxinha é o policial uniformizado na porta da padaria que pensa ser diferente dos jovens da comunidade. O coxinha é o cara que põe gel no cabelo e sai por aí esnobando o seu brega Rolex e pensa ser igual ao CEO da multinacional. Ambos enganados, ambos coitados, ambos à mercê da fuga de suas origens.

Essa é a história da gênese da expressão coxinha e que eu desencravei há alguns anos em uma das tantas pesquisas que fiz por São Paulo. 

Coxinhas são aqueles que viverão ao sabor das migalhas frias acompanhadas de café coado. A eles restará sempre e tão somente a azia e a má digestão, pois quem se iguala ao diferente recebe o que esse diferente acha que ele merece: coxinhas frias e nunca uma CLT."

Texto de Márcia Tigani

Quem é Sérgio Moro?

✔Anulou todas as sentenças do caso Banestado, que desviou mais de 500 bilhões; apenas tucanos envolvidos.

✔Anulou as perguntas de Cunha a Temer, dizendo que ele estava constrangendo o presidente.

✔Tinha todas as provas contra Andrea Neves, irmã de Aécio, desde 2015 e não a prendeu ou sequer pediu investigação; ela foi presa pelo STF.

✔Absolveu a mulher de Eduardo Cunha ignorando contas na Suíça e parecer do MP suíço dizendo que ela é quem as operava.

✔Absolveu a mulher de Cabral, mesmo ela comprovadamente sendo líder de um esquema que comprava juízes e promotores e tendo mansões e mais de 11 milhões em joias.

✔Quase 4 anos de Lava Jato, nunca prendeu, indiciou ou condenou nenhum tucano.

✔Ignorou vídeo de ex-presidente do PSDB, Aécio pedindo 10 milhões em propinas e o absolveu por "falta de provas".

✔Diminui em 90% a pena de bandidos que delatarem Lula, como Léo Pinheiro, Roberto Duque, etc. Mas só se delatar Lula.

✔Soltou Alberto Yousseff 2 (duas) vezes e diminuiu sua pena no caso Banestado de 121 anos para apenas 1 ano...

Este é Sergio Moro. ;)

(Orlando Castor)

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PGR atribui a Moreira Franco crime que Palocci atribuiu a Dilma

PGR atribui a Moreira Franco crime que Palocci atribuiu a Dilma

arosavo
Ricardo Mendonça, no Valor, registra uma contradição que mostra como, no depoimento de Antonio Palocci a Sérgio Moro, no afã de “agradar”,ele atribuiu a Dilma Rousseff um crime que na delação de Lúcio Funaro fica claramente descrito como tendo sido praticado por Moreira Franco, versão que a Procuradoria Geral da República acatou e subscreveu:
 Na denúncia contra o presidente Michel Temer, a Procuradoria-Geral da República sustenta que o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) favoreceu a Odebrecht na concessão do aeroporto do Galeão, no Rio. Em troca, ele teria recebido R$ 4 milhões da empreiteira, valor que, segundo o documento, foi entregue ao também ministro Eliseu Padilha (Casa Civil)”
Adiante, Ricardo ressalta que “falando sobre a mesma rodada de concessão a Sergio Moro, Palocci não mencionou Moreira Franco. Mas falou em favorecimento à Odebrecht e atribuiu a corrupção a Dilma”.
Quando Moro pediu ao ex-ministro um exemplo de episódio de corrupção no governo,  Palocci disse que “a Odebrecht desejava muito, nas concessões de aeroportos, ter um aeroporto de porte sob seu comando na medida em que o governo privatizou os aeroportos”. Como primeira rodada de concessões, que tratava dos aeroportos de Guarulhos, de Campinas e de Brasília, não ganhou,  “entrou com um recurso contra o consórcio vencedor de Campinas (Triunfo e UTC) e pediu a ele que intercedesse para mudar o resultado, o que não foi aceito”.
É a partir desse momento que Palocci envolve Dilma: “Eu fui à presidente Dilma e ela disse que eles deveriam ficar calmos, que numa próxima licitação ela cuidaria desse assunto. Aí eles retiraram o recurso que eles tinham na Anac e foram beneficiados na licitação do Galeão, no Rio de Janeiro. Como foram beneficiados? Houve uma cláusula nessa licitação que impedia o vencedor da licitação de Cumbica de participar do aeroporto do Galeão”, afirmou.
O repórter conta que, na delação, Funaro relata que os executivos da Odebrecht é que  “foram recebidos por Moreira Franco, na época ministro da Aviação Civil, para tratar desses assuntos”.
E obtiveram sucesso nas reivindicações. As cláusulas do edital foram mantidas. A Odebrecht disputou e conquistou a concessão do Galeão.
E que Moreira, segundo o delator, contrariando o que afirmou Palocci, “que teria pedido e recebido R$ 4 milhões da Odebrecht” que, segundo a PGR, teriam sido recebidos  por Eliseu Padilha.
O “pulo do gato”, malandro, da Lava jato é que, como Palocci é réu no processo – como era Léo Pinheiro no caso do triplex – e, por isso, pode mentir sem consequências jurídicas. Tecnicamente o que diz deveria valer muito pouco ou nada, se desacompanhado de provas.
Provas, como se sabe, são aquelas coisas do direito do passado, que os acusadores deveriam produzir mas que, agora, no direito morano (não confunda com o romano) devem ser apresentadas pelo acusado.

Um blog de judeus brasileiros pela descolonização da Palestina




Um blog de judeus brasileiros pela descolonização da Palestina

judaismo_nao_sionismo
judaismo_nao_sionismo

"Quebrando Muros" pretende ser um espaço virtual de discussões e reflexões sobre a realidade da questão Palestina/Israel

O Brasil e, principalmente, a comunidade judaica brasileira, parecem ter ficado parados no tempo na luta por liberdade e justiça em Palestina/Israel. Enquanto surgem novos movimentos e ideias em diversos locais do mundo, a discussão no país está trancada em velhos paradigmas, como o de “paz por terra” que guia o malfadado processo de paz desde os anos 1990. Acreditamos que, no ano em que a ‘provisória’ ocupação israelense dos Territórios Palestinos completa 50 anos, já passou da hora de buscarmos novas bases para encerrar com justiça e dignidade o conflito pelo território palestino.
O blog “Quebrando Muros” pretende ser um espaço de discussões e reflexões sobre os acontecimentos em Palestina e Israel que fujam da normalização da opressão na região. Nós somos judeus brasileiros não sionistas engajados na luta por justiça e liberdade em Palestina/Israel, defensores do fim da colonização da Palestina e do fim da estrutura racista do Estado de Israel.
Apoiamos o movimento por Boicote, Desinvestimentos e Sanções (BDS) a Israel como uma forma legítima de luta internacional pelo fim da opressão na região, assim como somos solidários aos ativistas palestinos, judeus e de outras etnias e nacionalidades que cotidianamente engajam-se pelos direitos dos palestinos. Integramos ainda a Sedq – Rede Global Judaica por Justiça, que congrega judeus militantes de diversas nacionalidades, como egípcios, marroquinos, sul-africanos, britânicos, franceses, norte-americanos, argentinos, australianos, palestinos e israelenses.
Nós entendemos que falta espaço para essa visão aqui no Brasil e pretendemos trazer discussões que julgamos importantes para melhor compreender o assunto. Além de abrir espaço para vozes e narrativas normalmente marginalizadas no debate sobre Palestina/Israel, pretendemos aqui traçar importantes paralelos entre as opressões e lutas na região, no Brasil e em outras partes do mundo.
Não existirá assunto proibido aqui. Abordaremos desde questões cotidianas da realidade Palestina, passando por temas da sociedade israelense e da comunidade judaica brasileira, até a grande política local e global que cerca os rumos do impasse político na região.
Sabemos que este debate suscita muitas emoções, às vezes violentas (infelizmente, já fomos alvos algumas vezes), em especial dentro da comunidade judaica. Esperamos que neste blog consigamos acolher novas e diferentes perspectivas, abrindo espaço para questionamentos e, quem sabe, podendo servir de canal de transformação individual e coletivo.
Nós estaremos sempre disponíveis para aqueles que quiserem conversar virtualmente ou pessoalmente sobre o assunto, que busque referências ou que apenas queira trocar uma ideia.
Iara Haasz
Sou brasileira e israelense, nasci lá e com cinco anos vim para o Brasil. Cresci na Chazit Hanoar, Movimento Juvenil Judaico Sionista, e depois de muitos questionamentos e estudo passei a apoiar luta Palestina por direitos e liberdade.
Bruno Huberman
Sou um judeu brasileiro e militante da causa palestina. Jornalista e pesquisador pela PUC-SP, investigo as políticas de colonização e controle social na Palestina e no Brasil.
(O blog não reflete a opinião das pessoas retratadas na foto acima).

Fonte: Operamundi