quinta-feira, 28 de abril de 2016

Como age o STF diante de um crime



Como age o STF diante de um crime

FERNANDO BRITO

Há um grupo de homens e mulheres que não pode ser excluído do enojado julgamento que se faz, hoje, daquele espetáculo de imundície cívica que se viu na noite de domingo na Câmara dos Deputados.

Nenhum deles se alterou, ninguém invocou Deus, ninguém chamou o nome dos netinhos e dos filhinhos.

Mas o Supremo Tribunal Federal – com as ressalvas honrosas a seu presidente Ricardo Lewandowski e de Marco Aurélio Mello – agiu com idêntico cinismo.

Disse ao país que a votação na Câmara não deveria ser submetida a controles de legalidade ou constitucionalidade porque era, apenas, um pedido de admissão que, em si, não provoca qualquer consequência.

Não, excelências?

Que planeta habitam os senhores ministros?

Há um crime sendo executado e vou narrar, passo a passo, a atitude dos senhores.

Um homem, homem que está como réu diante dos senhores, pega uma arma e a municia.

Os senhores dizem que não há problema, ele tem o porte devido e não há condenação formal sobre ele, embora existam todas as evidências de crime e o país inteiro ouça-o  prometer um assassinato.

Este homem aponta a arma para uma mulher.

De novo, dizem os senhores, não há o que fazer, pois ele é livre para apontar a mão a quem quer que seja, de vez que não constitui crime aponta-la, ainda que armada, em qualquer direção e não se pode supor que o gesto vá significar um assassinato.

Decidem assim, mesmo diante de muitos que gritam: “ele vai matá-la, o covarde vai matá-la”.

Então, excelências, o criminoso puxa o cão do revólver e novamente os senhores dizem que é seu direito, porque não se trata senão de um gesto mecânico, impessoal, e a Constituição diz que ninguém será impedido de fazer algo senão pela lei e não há lei que impeça engatilhar um revólver.

Como vossas excelências (em minúsculas, como os senhores merecem) permitiram, a ousadia do bandido vai ao máximo e ele dispara.

Bem, foi só um disparo e disparo não é crime. Neste microssegundo dos dias que vivemos pode-se dizer que não há lesão alguma. A bala ainda caminha no ar,é cedo para dizer se atingirá mortalmente seu alvo. Quem sabe ele se abaixará, fugirá da trajetória assassina, quem sabe? Cedo para dizer, não é, senhores?

E é assim que estamos, senhores juízes. Já todos sabem onde a bala chegará, já são só centímetros a separá-la do coração de uma mulher que, se erros pode ter, criminosa não é como é seu algoz.

Mas, tecnicamente, nada aconteceu, senão um estrondo e o cheiro fétido da pólvora se espalhando no ar.

Quem sabe a bala vá andar lentamente, como nos truques do Matrix, e a futura vítima escape? Ela ainda olha para os senhores, a dor pressentida em seus olhos, ainda lhes espera um gesto milagroso e o milagre seria apenas que cumprissem seu dever.

Ah, é de lembrar um antecedente, que todos os senhores conhecem de fato e ainda não pode subir ao exame de vossas excelências, ocupados que estavam discutindo os pleitos salariais dos procuradores dos municípios.

É que aquela senhora, percebendo as intenções iminentes de seu futuro assassino, tomou nas mãos um colete que poderia protegê-la, defendê-la.

Veloz como um raio, um dos senhores, o de caratonha mais beiçuda e feroz, veio e impediu-a de vesti-lo. “Pera lá”, disse ele, “pode haver um desvio de finalidade neste colete”, precisamos revirá-lo, ver sua nota fiscal, prazo de validade, registros, selos, taxas e emolumentos. Enquanto isso, está proibida de vesti-lo.

Há um mês, excelências.

A bala atingiu seu alvo, penetrou-lhe o peito, aos gritos de Deus, de “Felipe, Aline, Antenor, meu filhinhos e meus netinhos”.

E os senhores a dizer: não, não há crime, a vitima está de pé, seu coração ainda bate, o que houve é apenas a admissibilidade de sua morte, o que só os médicos do Senado poderão atestar, isso depois de levá-la para a UTI e ao coma induzido de 180 dias, com confortável leito no Alvorada.

É assim que contarei ao meu filho pequeno como agiu a Suprema Corte de meu país.

Ele vai achar que os senhores são idiotas e que são tão responsáveis pelo crime quanto a mão canalha que tomou, armou e disparou a arma com a sua omissão.

Eu, infelizmente, terei que concordar com o julgamento de uma criança que, com seus 11 anos, parece saber melhor do que os senhores que quando um gesto intenta um crime, criminoso o gesto é.

Deu-me asco ver as togas. como anteontem vi a bandeira tão querida e respeitada, a servir como manto de canalhas, ouvindo os gritos: “pela devida vênia, pela lei 1.059, pela alínea C do artigo 1212111 do Regimento da Câmara, eu voto simmmmmm!”.

Golpista tucano presta contas nos EUA



Golpista tucano presta contas nos EUA

A degradante atuação do Congresso brasileiro ao aplicar um golpe em nome da República dos Corruptos, liderada por Eduardo Cunha, teve grande repercussão internacional.

Segundo The Intercept, o site mantido pelo jornalista GlenGreenwald a partir do Rio de Janeiro, a oposição despachou para os Estados Unidos o senador Aloysio Nunes, que se encontrará com integrantes do poderoso Comitê das Relações Exteriores do Senado, com o subsecretário de Estado Thomas Shannon e com um grupo de lobistas ligados à ex-secretária de Estado Madeleine Albright, diplomata influente desde o governo Reagan e que representa dinheiro grosso nos Estados Unidos.

Greenwald não lembra o fato de que a ex-embaixadora dos Estados Unidos no Paraguai, que assistiu ao golpe suave contra Fernando Lugo lá, foi transferida em seguida para o Brasil.

Trata-se de uma viagem, a de Aloysio Nunes, no mínimo curiosa, já que Dilma Rousseff continua no poder no Planalto e o Brasil mantém relações diplomáticas normalizadas com os Estados Unidos, enquanto o senador tucano está prestes a se engajar na batalha do impeachment no Senado, em um papel central.

Texto do Intercept:

Muitos na esquerda brasileira acreditam que os EUA estão planejando ativamente a instabilidade atual no país com o propósito de se livrar de um partido de esquerda que se apoiou fortemente no comércio com a China, e colocar no lugar dele um governo mais favorável aos EUA que nunca poderia ganhar uma eleição por conta própria.

Embora não tenha surgido nenhuma evidência que comprove essa teoria, uma viagem aos EUA, pouco divulgada, de um dos principais líderes da oposição brasileira deve provavelmente alimentar essas preocupações. Hoje — o dia seguinte à votação do impeachment — o Senador Aloysio Nunes do PSDB estará em Washington para participar de três dias de reuniões com várias autoridades norte-americanas, além de lobistas e pessoas influentes próximas a Clinton e outras lideranças políticas.

O Senador Aloysio Nunes vai se reunir com o presidente e um membro do Comitê de Relações Internacionais do Senado, Bob Corker (republicano, do estado do Tennessee) e Ben Cardin (democrata, do estado de Maryland), e com o Subsecretário de Estado e ex-Embaixador no Brasil, Thomas Shannon, além de comparecer a um almoço promovido pela empresa lobista de Washington, Albright StonebridgeGroup, comandada pela ex-Secretária de Estado de Clinton, Madeleine Albright e pelo ex-Secretário de Comércio de Bush e ex-diretor-executivo da empresa Kellogg, Carlos Gutierrez.

A Embaixada Brasileira em Washington e o gabinete do Senador Aloysio Nunes disseram ao The Intercept que não tinham maiores informações a respeito do almoço de terça-feira. Por email, o Albright StonebridgeGroup afirmou que o evento não tem importância midiática, que é voltado “à comunidade política e de negócios de Washington”, e que não revelariam uma lista de presentes ou assuntos discutidos.

Aloysio Nunes é uma figura da oposição extremamente importante — e reveladora — para viajar aos EUA para esses encontros de alto escalão. Ele concorreu à vice-presidência em 2014 na chapa do PSDB que perdeu para Dilma e agora passa a ser, claramente, uma das figuras-chave de oposição que lideram a luta do impeachment contra Dilma no Senado.

Como presidente da Comissão de Relações e Defesa Nacional do Senado, Aloysio Nunes defendeu repetidas vezes que o Brasil se aproxime de uma aliança com os EUA e o Reino Unido.
Aloysio Nunes foi fortemente apontado em denúncias de corrupção; em setembro. Um juiz ordenou uma investigação criminal após um informante, um executivo de uma empresa de construção, declarar a investigadores ter oferecido R$ 500.000 para financiar sua campanha — R$ 300.000 enviados legalmente e mais R$ 200.000 em propinas ilícitas de caixa dois — para ganhar contratos com a Petrobras. E essa não é a primeira acusação do tipo contra ele.

A viagem de Aloysio Nunes a Washington foi divulgada como ordem do próprio Michel Temer, que está agindo como se já governasse o Brasil. Temer está furioso com o que ele considera uma mudança radical e altamente desfavorável na narrativa internacional, que tem retratado o impeachment como uma tentativa ilegal e antidemocrática da oposição, liderada por ele, para ganhar o poder de forma ilegítima.

O pretenso presidente enviou Aloysio Nunes a Washington, segundo a Folha, para lançar uma “contraofensiva de relações públicas” e combater o aumento do sentimento anti-impeachment ao redor do mundo, o qual Temer afirma estar “desmoralizando as instituições brasileiras”. Demonstrando preocupação sobre a crescente percepção da tentativa da oposição brasileira de destituir Dilma Rousseff, Aloysio Nunes disse, em Washington, “vamos explicar que o Brasil não é uma república de bananas”. Um representante de Temer afirmou que essa percepção “contamina a imagem do Brasil no exterior”.

“É uma viagem de relações públicas”, afirma Maurício Santoro, professor de ciências políticas da UFRJ, em entrevista ao The Intercept. “O desafio mais importante que Aloysio Nunes enfrenta não é o governo americano, mas a opinião pública dos EUA. É aí que a oposição está perdendo a batalha”.

Não há dúvida de que a opinião internacional se voltou contra o movimento dos partidos de oposição favoráveis ao impeachment no Brasil. Onde, apenas um mês atrás, os veículos de comunicação da mídia internacional descreviam os protestos contra o governo nas ruas de forma gloriosa, os mesmos veículos agora destacam diariamente o fato de que os motivos legais para o impeachment são, no melhor dos casos, duvidosos, e que os líderes do impeachment estão bem mais envolvidos com a corrupção do que Dilma.

Michel Temer, em particular, estava abertamente preocupado e furioso com a denúncia do impeachment pela Organização de Estados Americanos, apoiada pelos Estados Unidos, cujo secretário-geral, Luis Almagro, disse que estava “preocupado com a credibilidade de alguns daqueles que julgarão e decidirão o processo” contra Dilma. “Não há nenhum fundamento para avançar em um processo de impeachment contra Dilma, definitivamente não”.

O chefe da União das Nações Sul-Americanas, Ernesto Samper, da mesma forma, disse que o impeachment é “um motivo de séria preocupação para a segurança jurídica do Brasil e da região”.

A viagem para Washington dessa figura principal da oposição, envolvida em corrupção, um dia após a Câmara ter votado pelo impeachment de Dilma, levantará, no mínimo, dúvidas sobre a postura dos Estados Unidos em relação à remoção da presidente. Certamente, irá alimentar preocupações na esquerda brasileira sobre o papel dos Estados Unidos na instabilidade em seu país. E isso revela muito sobre as dinâmicas não debatidas que comandam o impeachment, incluindo o desejo de aproximar o Brasil dos EUA e torná-lo mais flexível diante dos interesses das empresas internacionais e de medidas de austeridade, em detrimento da agenda política que eleitores brasileiros abraçaram durante quatro eleições seguidas.

ATUALIZAÇÃO: Antes desta publicação, o gabinete do Sen. Nunes informou ao The Intercept que não tinha mais informações sobre a viagem dele a Washington, além do que estava escrito no comunicado de imprensa, que data de 15 de abril. Subsequente à publicação, o gabinete do Senador nos indicou informação publicada no Painel do Leitor (Folha de S. Paulo, 17.04.2016) onde Nunes afirma - ao contrário da reportagem do jornal - que a ligação do vice-presidente Temer não foi o motivo para sua viagem a Washington.

A Anistia Internacional Brasil se posiciona pelo fortalecimento da jovem democracia brasileira

 Foto: Agência Brasil
Anistia Internacional

 
 
Caro Glauco,
Domingo (17), o Congresso Nacional deu início ao processo de impedimento da Presidenta Dilma Rousseff.
Na votação, lamentavelmente ganharam destaque nas falas dos deputados as ameaças de retrocessos aos ‪direitos humanos‬, a partir do elogio a torturadores e a crimes cometidos no período militar; menção constante a preceitos religiosos, apesar do Estado laico previsto na Constituição Federal; e interesses individuais dos votantes em detrimento do coletivo.

A Anistia Internacional Brasil se posiciona pelo fortalecimento da jovem democracia brasileira, de modo a resguardar os direitos humanos já conquistados e a necessidade de sua promoção pelas autoridades que representam a população no parlamento.


No mesmo domingo completaram 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores rurais sem terra foram assassinados pela polícia durante uma caminhada na curva do S, a caminho de Belém, no Pará.

Para marcar essa data, nos juntamos ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e ao fotógrafo J.R. Ripper, que detém um dos maiores acervos fotográficos sobre defensores de direitos humanos no Brasil, e montamos a exposição “Eldorado dos Carajás: 20 anos de impunidade”.

Nestes vinte anos, mais 271 trabalhadores rurais e lideranças foram assassinados somente no estado do Pará.

Ao longo destes anos, a Anistia documentou e analisou as violações de direitos humanos cometidas no massacre, monitorou o andamento do processo judicial e demandou justiça no julgamento dos responsáveis. As autópsias revelaram que 10 dos 19 mortos foram executados, inclusive à queima roupa, e outros foram mutilados até a morte com suas próprias ferramentas de trabalho.

Essas fortes imagens mostram a dor do massacre, mas também retratam a força da resistência, da solidariedade e da esperança. Esperamos que elas nos estimulem a não mais aceitar a impunidade para os crimes cometidos contra defensores de direitos humanos.

Abraço,

Atila Roque
Diretor Executivo
Anistia Internacional Brasil

Movimento contra Dilma Rousseff 'é perversamente sexista', diz 'New York Magazine'


Movimento contra Dilma Rousseff 'é perversamente sexista', diz 'New York Magazine'

'Não há duvidas de que processo de impeachment vem de longo histórico de tratamento misógino' contra a presidente, afirma revista norte-americana
Um artigo publicado na última sexta-feira (22/04) no site The Cut, pertencente à revista norte-americana New York, afirmou que a campanha a favor do impeachment da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, “é perversamente sexista”.
Roberto Stuckert Filho/PR

Em março deste ano, a ONU Mulheres Brasil criticou "violência política de ordem sexista" contra a presidente Dilma Rousseff
“Não há duvidas de que o processo de impeachment vem de um histórico mais longo de tratamento misógino contra [Dilma] Rousseff”, diz o artigo, intitulado “A campanha pelo impeachment da presidente do Brasil é perversamente sexista”. Entre os exemplos citados pelo autor Marc Hertzman estão o mote pró-impeachment “tchau, querida”, o adesivo de carro que representa Dilma com as pernas abertas e as críticas à imagem da presidente, que é “contrastada com as também sexistas representações da ‘típica’ mulher brasileira voluptuosa e sexual”.
O artigo aponta ainda que os dois antecessores mais recentes de Dilma na Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, receberam acusações similares às que motivam o processo de impeachment contra a atual presidente, porém nunca tiveram um processo de impeachment aceito pelo Congresso.
 

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O artigo do The Cut ressalta que o vice-presidente brasileiro, Michel Temer, que seria alçado à presidência caso o impeachment de Dilma seja aprovado, foi citado diversas vezes em delações de acusados na Operação Lava Jato, que investiga pagamento de propinas e desvio de verbas públicas da Petrobras. "Pelo menos por ora, ele parece destinado a substituí-la, o que seria o cúmulo de um caso sexista de 'dois pesos, duas medidas'", escreve Hertzman.
“Como nos EUA, o tratamento dado à mulher mais proeminente da política do país é amplamente em razão do sexismo”, diz o artigo. No mês passado, a ONU Mulheres Brasil condenou por meio de um comunicado a “violência política de ordem sexista“ contra a presidente Dilma.
“O espetáculo de uma turba política formada quase inteiramente por homens brancos gritando na Câmara dos Deputados, cartazes levantados, rostos avermelhados e vozes roucas pode se tornar a imagem que irá perdurar sobre o atual momento político do Brasil”, afirma o artigo no último parágrafo.

Desvincular benefícios do mínimo é um crime



Desvincular benefícios do mínimo é um crime

O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, reagiu com indignação à notícia de aliados do vice-presidente Michel Temer na investida golpista: vão insistir na proposta de desvincular benefícios – incluindo os da Previdência – dos reajustes concedidos ao salário mínimo. Para Rossetto, tal desvinculação, que está na plataforma de um eventual governo Temer/Cunha, é "um crime".

"Essa proposta é um crime contra 22 milhões de aposentados urbanos e rurais que conquistaram dignidade a partir dessa vinculação", disse Rossetto, em nota divulgada por sua assessoria.

Segundo o texto do Ministério, "a vinculação dos pagamentos previdenciários ao reajuste do salário mínimo é um dos grandes responsáveis pela retirada de famílias da linha pobreza".

No documento do PMDB, Ponte para o Futuro, que norteará uma eventual gestão do PMDB - caso o impeachment seja levado adiante -, está escrito que "outro elemento para o novo orçamento tem que ser o fim de todas as indexações, seja para salários, benefícios previdenciários e tudo o mais. A cada ano o Congresso, na votação do orçamento, decidirá, em conjunto com o Executivo, os reajustes que serão concedidos".

Notícias veiculadas na mídia nos últimos dias confirmam que o grupo ligado a Temer está disposto a encampar a impopular medida, como uma forma de evitar, ao menos em um primeiro momento, a elevação de impostos. O resultado seria a possibilidade de aposentados e pensionistas, por exemplo, não terem seus benefícios reajustados e passarem a receber menos que o piso nacional, valor já considerado baixo.

Também há a intenção de Temer e seus aliados de acabar com vinculações constitucionais, como percentuais mínimos obrigatórios a serem investidos em saúde e educação. As medidas são apontadas como gestos de Temer aos empresários e aos mercados, mas que trariam prejuízos aos trabalhadores. Isso porque afetariam seu poder aquisitivo e colocariam em risco o financiamento de áreas essenciais para esta parcela da população.