terça-feira, 13 de novembro de 2018

Obscurantismo extremo de empresários paulistas que apoiam o INSPER

13 DE NOVEMBRO DE 2018, 22H20

Insper está ameaçado de perder apoio de empresários se Haddad voltar a lecionar

Candidato à presidência pela coligação “O Povo Feliz de Novo” está licenciado da Universidade de São Paulo em função da campanha eleitoral, mas seu retorno está previsto para 2019
Foto: Reprodução/YouTube
O setor de Educação no Brasil está sofrendo sérios riscos. Além do projeto “Escola Sem Partiudo” e da possbilidade de que professores sejam filmados pelos própros alunos, ideia estimulada por Jair Bolsonaro, agora mais uma grave ameaça atinge a àrea.
Empresários que apoiam o Insper, instituição sem fins lucrativos que se dedica ao ensino e à pesquisa, ameaçam simplesmente abandonar projetos e o programa de bolsas de estudos, caso Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e candidato à presidência pela coligação “O Povo Feliz de Novo” (PT/PCdoB/PRS) seja reintegrado ao quadro de professores.
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A chantagem é uma tentativa de impedir que Haddad retome sua atividade profissional. Ele está licenciado da Universidade de São Paulo (USP), pois solicitou afastamento por um período de 90 dias, em função da campanha eleitoral.
Seu retorno está previsto para 2019. Fernando Haddad leciona nas disciplinas de administração e gestão pública.

Reitora da PUC-SP a Juca kfouri: ”Escola sem partido, no fundo, é de um só partido”; veja a entrevista agora

Reitora da PUC-SP a Juca kfouri: ”Escola sem partido, no fundo, é de um só partido”; veja a entrevista agora
RBA
POLÍTICA

Reitora da PUC-SP a Juca kfouri: ”Escola sem partido, no fundo, é de um só partido”; veja a entrevista agora


13/11/2018 - 22h03

‘Escola sem partido, no fundo, é de um só partido’, diz reitora da PUC-SP
Maria Amalia fala sobre relação entre universidade e sociedade, a ira da elite com o acesso dos pobres ao ensino superior e a desconstrução da lei da mordaça. No “Entre Vistas”, 22h, na TVT
São Paulo – “Reitora, a PUC é uma universidade com ou sem partido?”, pergunta o jornalista Juca Kfouri ao abrir o programa Entre Vistas, que vai ao ar na noite desta terça-feira (13). A psicóloga Maria Amalia Pie Abib Andery, desde 2016 reitora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), vai igualmente direto ao ponto: “É uma universidade de muitos partidos. A reitora tem o seu, os pró-reitores têm os seus, os estudantes têm seus vários, os professores têm seus muitos, e a universidade, desde de que a discussão seja democrática e que os direitos fundamentais sejam respeitados, está aberta a todos os partidos”.
Assim começa o Entre Vistas que vai ao ar pela TVT, a partir das 22h. Para Maria Amalia, a expressão “Escola sem Partido” com a qual setores da classe política tentam impor uma visão estreita do mundo da educação não se encaixa em nenhuma realidade educacional.
“Eu diria que até hoje nunca houve uma escola sem partido. E nunca houve qualquer discussão séria, racional, que defendesse que alguma escola, em algum momento da história da humanidade, desde quando há a educação formal, tenha se considerado sem partido”, afirma.A reitora lembra lembra que o Brasil não tinha nenhuma universidade até o início do século 20. “E por que não havia? Porque os portugueses proibiram universidade no Brasil”, explica, em que pese os portugueses serem os fundadores da Universidade de Coimbra, uma das mais antigas do mundo, criada em 1290.
“No começo da República, entrou-se numa enorme discussão de como deveria ser a universidade brasileira. Ou seja, ainda que a universidade se apresente como neutra, quem governa sempre soube que nenhuma escola jamais será neutra. Ela pode ser democrática, mas neutra não será nunca”, enfatiza.
A polêmica entorno do projeto Escola sem Partido – que setores especializados na ciência educacional classificam de “pedagogia da mordaça” – surge de uma narrativa fabricada por interesses econômicos e ideológicos que movem alguns partidos políticos e meios de comunicação. “Escola sem partido, no fundo, é de um partido”, define Maria Amalia.
No caso da PUC-SP, a reitora afirma que a instituição está “vacinada” por causa de sua longa tradição democrática, que permite o debate plural em sala de aula. “A universidade é uma das mais importantes instituições do mundo contemporâneo ao produzir conhecimento, ideias e a cidadania”, define.
A tradição democrática que deveria pautar qualquer ambiente universitário, porém, está sendo posta em xeque com a eleição de Jair Bolsonaro, um presidente de extrema-direita abertamente à favor da ditadura, e com o crescimento de bancadas igualmente conservadoras no Congresso Nacional e nos estados.
Maria Amalia enfatiza a importância de a sociedade resistir a qualquer arroubo autoritário. “Estamos prontos para brigar, para ser o lugar da resistência, mas ainda mais, para ser o lugar da produção de ideias para o Brasil. Temos de nos preparar para construir novas perspectivas, produzir ideias novas, mais do que somente resistir”, afirma.
Universidade e sociedade
O papel das universidades numa sociedade se torna um dos fios condutores da entrevista. Inclusive o ambiente em que se confrontam a produção de conhecimento como direito universal da coletividade com interesses do mercado privado de ensino no Brasil, com instituições sendo criadas mais para atender a objetivos de grupos econômicos do que propriamente educacionais.
A elitização do ensino superior do país, como observa a reitora, sempre foi projeto da elite para “manter a desigualdade”, apenas recentemente contestado. “Até os anos de 1950, era só homem branco (na universidade). Depois entraram as mulheres. E no governo Lula, os negros, pobres e a periferia. Não há discussão. Os números estão aí. Então, ao mesmo tempo em que a universidade é o espaço da construção das ideias, era também um ‘bastião’ das elites”, explica.
Na visão da psicóloga, a entrada de uma parcela importante da população, que antes jamais teve acesso ao ensino superior, afetou, inclusive, a organização dos estudantes, antes restrita aos centros acadêmicos e agora convivendo com coletivos. E afetou ainda, para melhor, as relações professor-aluno e aluno-aluno.
“Vamos falar claramente: as elites foram contra as cotas. E todas as estatísticas mostram que as cotas são um sucesso. Todos os estudantes que entram pelas cotas têm desempenho igual ou melhor”, enfatiza Maria Amalia.
Os desafios do ensino superior no século 21, a forma de ensinar, as mudanças comportamentais dos jovens, e quais os cursos devem ser criados pensando no futuro próximo, são outros temas abordados no Entre Vistas. “Nós ainda olhamos para o nosso aluno como se ele fosse dos anos 1970. Essa tarefa é nossa. Não adianta a gente achar que ele vai ler a obra completa do Freud. Ele vai chegar lá, mas de outro jeito.”
A crise do financiamento da educação no Brasil também é discutida. “Não há Estado moderno que não tenha universidades como instituições fortes, com liberdade para pensar e produzir”, afirma Maria Amalia.
Questionada sobre como imagina que será a relação das universidades com o governo de Bolsonaro, a reitora da PUC-SP não acredita que as ameaças venham por meio “da cavalaria”, mas sim pelos recursos financeiros. “O grande estrangulamento será pela via do financiamento”, projeta.
O Entre Vistas desta terça-feira tem ainda a participação do teólogo, cientista social e professor Fernando Altemeyer, e a também teóloga e professora Lídia Maria de Lima.

Futuro Governo TSE aponta inconsistências nas contas de Bolsonaro

Política

Futuro Governo

TSE aponta inconsistências nas contas de Bolsonaro

por Deutsche Welle — publicado 13/11/2018 10h10
Técnicos mostram 17 indícios de irregularidades na prestação de contas da campanha, como o recebimento de doações de fontes vedadas
Evaristo Sa/AFP
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Bolsonaro não prestou informações sobre serviços contábeis e nem sobre os advogados que atuaram na campanha
Os técnicos da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encontraram 17 indícios de irregularidades na prestação de contas da campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O relatório da análise preliminar foi enviado nesta segunda-feira 12 ao ministro Luís Roberto Barroso, relator das contas.
A campanha de Bolsonaro entregou na semana passada ao TSE a prestação de contas, na qual afirma que foram arrecadados 4.377.640,36 reais e gastos 2.812.442,38 reais. No parecer, os técnicos apontam, entre outros, inconsistências entre os dados informados, recebimento de doações de fontes vedadas e descumprimentos de prazos.
Os especialistas pedem que Barroso dê um prazo de três dias para a equipe do presidente eleito enviar os documentos e esclarecimentos sobre os indícios de irregularidades e inconsistências.
"Ao efetuar o exame das manifestações e da documentação entregues pelo candidato, em atendimento à legislação eleitoral, foram observadas inconsistências ou registros na prestação de contas, relatados a seguir, para os quais se solicitam esclarecimentos e encaminhamento de documentação comprobatória", diz o parecer.
Os técnicos afirmam que Bolsonaro não prestou informações sobre serviços contábeis e nem sobre os advogados que atuaram na campanha.
Além disso, a agência AM4 Brasil Inteligência Digital – a empresa que mais forneceu serviços à campanha do capitão reformado e que estaria envolvida no esquema de disparos em massa de mensagens contrárias ao PT no WhatsApp, a fim de beneficiar a candidatura de Bolsonaro – não tinha autorização da Justiça Eleitoral para realizar arrecadações de doações pela internet.
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Witzel nomeia sócio como futuro secretário no governo do RJ

Witzel nomeia sócio como futuro secretário no governo do RJ

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O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), anunciou nesta terça-feira (13) sete futuros secretários de sua gestão. Entre eles está o advogado Lucas Tristão, 31, seu sócio num escritório de advocacia no Espírito Santo, que assumirá a pasta de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego e Renda.
Witzel se tornou sócio de Tristão durante a campanha eleitoral. No mesmo período, o advogado passou a defender uma fornecedora de mão de obra terceirizada, a Atrio Rio, ligada a empresário citado em delação sobre corrupção no TCE (Tribunal de Contas do Estado).
O governador eleito apontou as “luvas” pela entrada no escritório, pagas pelo novo parceiro, como parte da origem dos R$ 215 mil que o ex-juiz doou para a própria campanha. À Justiça Eleitoral antes da campanha, ele havia declarado não ter dinheiro na conta bancária.
“Wilson Witzel presta consultoria jurídica e recebeu, além de honorários, luvas para ingressar em dois escritórios de advocacia, um no Rio de Janeiro e outro no Espírito Santo”, informou a assessoria do então candidato sobre a origem dos recursos doados.
O advogado é ex-aluno de Witzel, segundo informou a assessoria de imprensa do governador eleito. Segundo o currículo divulgado, Tristão “é tributarista, especialista em recuperação de empresas e administração de passivo fiscal”.
Até 2016, a única ação de Tristão no TJ fluminense referia-se a dívidas de IPTU do próprio Witzel, datadas de 2008. Na Justiça Federal do Rio de Janeiro, atuava apenas em ações em cidades do Sul Fluminense.
Há dois anos, assumiu dois processos. No ano seguinte, quando já circulava no meio político ao lado do ex-juiz, assumiu duas causas tributárias contra o estado. Em agosto deste ano, durante o processo eleitoral, se tornou advogado da Atrio Rio, numa ação em que contesta licitação da Secretaria Estadual de Educação.
A Atrio Rio é uma das firmas ligadas à família do empresário Mário Peixoto, citado em delação premiada sobre propina no TCE (Tribunal de Contas do Estado). Ele foi apontado pelo ex-presidente do tribunal Jonas Lopes como um dos responsáveis por pagar uma mesada de R$ 200 mil aos conselheiros da corte entre 2012 e 2013.
A firma está em nome de duas outras empresas, sendo uma delas de propriedade de filhos de Mário Peixoto. Ela recebeu desde 2007 cerca de R$ 450 milhões por serviços como limpeza, terceirização de mão de obras, entre outros serviços. Atualmente, tem contratos ativos com o Detran, Polícia Militar, Universidade da Zona Oeste e Cedae.
Outro oficializado é o coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, 48, atual coordenador das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), como secretário da Polícia Militar. Witzel vai abolir a pasta da Segurança, elevar as polícias ao status de secretaria e coordenar o setor diretamente com os responsáveis de cada uma.
O secretário de Polícia Civil será Marcus Vinicius Braga, que teve passagens por delegacias especializadas, como a Coordenadoria de Operações Especiais (CORE) e as delegacias de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), de Combate às Drogas e de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA).
Os demais secretários serão o empresário José Luís Cardoso Zamith (Governança), coronel Roberto Robadey Jr. (Defesa Civil), delegado da Polícia Federal Bernardo Cunha Barbosa (Controladoria-Geral do Estado) e o procurador Marcelo Lopes da Silva como titular da PGE (Procuradoria Geral do Estado).
A assessoria de imprensa de Witzel afirma que Tristão é “um profissional com preparo técnico para ocupar a nova Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego e Renda”.
A respeito do governador eleito, a assessoria informa que ele “vai se desvincular dos escritórios e de todas as suas funções profissionais até a data de sua titulação, como determina a legislação”. E que “o mesmo será exigido de todos os seus secretários até as suas respectivas nomeações” para o governo.
Da FSP

PETROBRÁS JÁ PERDEU R$ 59 BILHÕES DESDE QUE BOLSONARO FOI ELEITO