sábado, 10 de setembro de 2016

Lula tem que ser culpado


Lula tem que ser culpado
Emir Sader

Mesmo sem nenhuma prova de enriquecimento pessoal, mesmo sem nenhuma prova de ter se valido de vantagens pessoais no seu cargo de presidente da República, mesmo tendo voltado a viver no mesmo apartamento do qual saiu para ser o presidente de mais sucesso e prestígio no Brasil e do Brasil no mundo – mesmo com tudo isso, Lula tem que ser acusado, processado, considerado culpado e condenado.

Se não acontecer isso, com a ação discriminatória do Judiciário, da Polícia Federal, da mídia, do Congresso, não será possível dizer que todos os políticos são imorais, que todo líder popular conquista o apoio popular na base de fraudes. Não será possível justificar que se instale no Brasil um governo de corruptos, de ladrões, de golpistas, sem apoio popular, como se o país estivesse condenado a ser manipulado por essa corja de mafiosos.

Se Lula for candidato de novo e o povo reconhecer, uma vez mais, nele, sua liderança, não será possível dizer que o contato com o Estado corrompe a todos, que os governos servem para enriquecer aos políticos e mais ainda aos milionários, mas que é possível promover os direitos de todos, incluindo também os mais pobres na esfera dos direitos essenciais garantidos pelo Estado.

Se Lula não for condenado, mesmo com provas forjadas, com juízes que representam os piores interesses da elite brasileira responsável por manter o país no Mapa da Fome, então se provará que um presidente pode atender os interesses de todos, que não é necessário governar para os ricos e contra os pobres. Fica comprovado que o Brasil não precisa se submeter aos desígnios do mercado, do capital especulativo e do FMI. Que pode e deve retomar o desenvolvimento econômico com distribuição de renda, modelo escolhido pelo povo em eleições diretas quatro vezes consecutivas.

Se Lula não se enriqueceu como presidente, se não traiu os interesses do povo, se é o único político que mantém imenso apoio popular e a confiança do povo, com mais razão precisa ser condenado, porque essa imagem é insuportável para as elites tradicionais brasileiras. Porque estas precisam recuperar o controle do Estado e voltar a governar para elas mesmas e contra os direitos conquistados pelo povo neste século.

Para impedir que de novo um governo democrático, popular, soberano, se instale no Brasil, é preciso tirar Lula da vida política, não importa da forma que seja. Não adianta forjar rejeições dele em pesquisas fajutas. Acreditassem nas pesquisas que forjam, não necessitariam tirá-lo da vida política. Bastaria derrotá-lo em disputa democrática, pelo voto popular. Não haveria pior derrota para o Lula e maior vitória para a direita.

Mas a direita sabe que, como perdeu com Serra duas vezes, com Alckmin, com Aécio, com Marina, perderão de novo, com qualquer um deles ou com outro engendro. Por isso precisam forjar uma condenação ao Lula. Para isso contam com o STF, com Janot, com Moro e com todos os que se dispõem a passar à história como serviçais das minorias dominantes, do que de pior o país já produziu e que precisa das atitudes subservientes desses seus comparsas, para voltar a submeter o Brasil aos interesses do 1% dominante, que só pôde voltar ao governo por um golpe, promovido e acobertado por facção autoritária das classes dominantes.

Um fantasma percorre as mentes dessas elites dominantes, dos seus políticos, dos donos da mídia, dos juízes, dos policiais – o fantasma do Lula, que é preciso condenar, diante da impossibilidade de destruir, se a democracia for reinstaurada no Brasil.


Orquestra filarmônica de jovens, cujos instrumentos são reciclados do lixo

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As manifestações contra Temer

As manifestações contra Temer

Sebastião Costa*


A essas alturas do campeonato, com o golpe pra lá de consolidado, uma manifestação com 100 mil pessoas, vamos convir, é um baita evento. Até se quis contestar os números dos organizadores, mas como a Folha e a PM paulista só calculam passeatas contra o PT, vão ter que engolir um movimento, que pelas previsões dos entendidos está só começando.

O raciocínio é que, quando as maldades trabalhistas, previdenciárias e sociais do golpista Temer começarem a invadir lares e bolsos dos brasileiros, há uma forte expectativa de que o movimento que pede o 'Fora Temer!' e grita por ‘Diretas Já!’ deva crescer com toda força.

Ponha nessa balança também a ilegitimidade de um governo sem voto, sem carisma e sem discurso, rodeado de traidores e repleto de corruptos e vamos ter querosene pra muita passeata.

Outro combustível bem mais potente que vai lotar muitas ruas pelo país afora, está configurada na pesquisa que pergunta se os brasileiros querem ‘Diretas Já!’, realizada pelo portal e-Cidadania do Senado Federal: Até o início da noite do domingo 4/9, o placar a favor de eleições dava uma goleada de 146.912 a 12.340. Nada menos do que 92% dos brasileiros querem o 'Fora Temer!' com eleições diretas para presidente ainda esse ano. Pela grandiosidade dos números, dá pra arriscar que até os paneleiros surfaram nessa onda.

Corte, para falar que a manifestação do domingo em São Paulo caminhava em plena harmonia, quando foi interrompida pela brutalidade da PM de Alckmin que prendeu, mesmo antes de iniciar o movimento, 26 jovens sem a mais remota justificativa e seguiu reprimindo com a violência dos cassetetes (um jornalista da BBC Brasil foi agredido), balas de borrachas (um jornalista do jornal El País e o ex-ministro Roberto Amaral foram atingidos) e gás lacrimogênio.

Até a imprensa internacional, com destaques no jornal americano Washington Post e o espanhol El País, denunciou a truculência da PM paulista contra um 'movimento pacífico'.

Na contramão da racionalidade, o editorial da Folha de São Paulo - o mais tucano de toda a imprensa nativa, passou ao largo da força e importância do protesto e foi fincar suas críticas na baderna reinante da manifestação. Achou pouco e ainda exigiu mais repressão aos 'grupelhos extremistas' e 'fanáticos da violência' Ele falava de meia dúzia de black blocs infiltrada no movimento, sem qualquer conexão com a essência do protesto e muito menos com a filosofia da Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, organizadores do evento.

O editorial tira ainda o pé da história, quando alerta para os riscos desses 'grupelhos fanáticos' tomarem conta do poder e faz referências ao Brasil de 64 e à Alemanha nazista de Hitler.

Na amnésia, acredito, deliberada, o editorialista 'esquece' que badernas que geram medo só servem à direita golpista. O incêndio do Reichstag, por exemplo, foi o estopim que detonou as ações de Hitler rumo ao Estado de exceção.

Já aqui em terras de Santa Cruz, as turbulências de 64 serviram de pretexto para udenistas e militares jogarem nosso país na longa escuridão de 21 anos de ditadura.

Por falar em udenista, tem um bocado deles aboletado nos poleiros do governo golpista de Temer. Aliás, a Folha deveria ter mais respeito com os baderneiros, porque na história do Brasil onde teve golpe, quem sempre estiveram por lá foram as digitais udenistas.

* Médico pneumologista



Os desafios do golpe continuado

Roberto Amaral
O golpe de Estado que confiscou o mandato da presidente Dilma Rousseff e feriu de morte a soberania do voto, pedra angular da democracia representativa, não se consumou no dia 31 de agosto, quando o Senado Federal, prostrando-se de cócoras para ficar no mesmo nível da Câmara dos Deputados do dia 17 de abril, votou o impedimento. A arquitetura do processo golpista remonta ao final das eleições de 2014, quando o PSDB primeiro tenta eivar de fraude o processo eleitoral, e em seguida, interpõe recurso junto ao TSE visando à cassação da chapa Dilma-Temer, o que, não sabiam os tucanos naquele então, poderá brevemente lhes trazer sérias dores de cabeça. Outra peça dessa articulação golpista, que não foi obra dos céus nem produto do acaso, foi a eleição de Eduardo Cunha (o líder efetivo do PMDB) e, na sequência, a utilização da Câmara dos Deputados como instrumento de desestabilização do governo. O presidente defenestrado da Câmara, líder do baixo clero e de seus pleitos nada republicanos, não tinha estatura para ser sujeito nesse projeto, não contasse, como efetivamente contou, com o apoio do PMDB e nele do seu presidente Michel Temer, além dos partidos que se coligaram na oposição (PSDB, DEM, PSB, PPS, PP etc.). Financiando a uns e a outros, e muitas vezes investindo diretamente, atuaram as grandes corporações, como a FIESP – o grande clube dos sonegadores de impostos – e a mídia, monopolizada política e ideologicamente: os grandes jornais se reproduzem nos jornais de província, e o telespectador assiste à rede Globo mesmo quando sintoniza a Bandeirantes ou a Record ou o SBT, ou essa ou aquela emissora. A conspiração (que sempre contou com agentes dentro do próprio governo) sai da escuridão quando o vice perjuro deixa à mostra suas garras ao pretextar motivos para abandonar a coordenação política do governo e ingressar, a partir daí abertamente, na conjuração. Registre-se: a liderança do golpe é assumida à luz do dia pelo ex-coordenador político do governo, vice-presidente da República e beneficiário direto do impeachment.
O primeiro grande lance, porém, é desferido pelo STF, quando o ministro Gilmar Mendes (sempre ele) concede liminar nos autos de mandado de segurança virtualmente proibindo – um escândalo no presidencialismo – a presidente da República de nomear o ministro chefe de sua Casa Civil.
Minoritária no Congresso, acossada por um STF partidarizado, sabotada internamente sua administração, a presidente Dilma tinha a governança seguidamente ferida. Com esse pano de fundo caminhava na Câmara o pedido de impeachment. A longa tramitação nas duas Casas, e, afinal, o decreto cassatório no Senado Federal, tanto quanto a campanha de imprensa e as mobilizações de rua, são peças de um processo único e ainda não concluído, pois seu objetivo de longo prazo é um governo antipopular e antinacional, no qual será possível reprimir a emergência político-social das massas. O ponto de partida é o ‘ajuste’ imposto pela banca internacional e operado pelo banqueiro goiano Henrique Meirelles, com o apoio da Avenida Paulista.
Os golpistas, tendo claro o objetivo final, adotaram uma metodologia de implantação gradual, e não recuarão até terem completado a implantação do novo regime. Não se deve, portanto, tê-lo (o golpe), hoje, como obra finda e acabada. Trata-se de golpe de implantação peça a peça; trata-se de ‘golpe continuado’ em operação contínua. Noutras palavras, muitas operações ainda estão por surpreender os que não acompanham o processo histórico.
A burocrática presença do ministro Ricardo Lewandosky na presidência da sessão do Senado, e a liturgia barroca do ‘julgamento’ de cartas marcadas, tinham por objetivo simplesmente passar para a opinião pública nacos de formalismo legal, encobrindo uma pantomima desde a origem, carente de legitimidade. Nem a liturgia era séria, nem os senadores são julgadores (de ‘juízes’ foram chamados pelo presidente do STF) no sentido estrito do vocábulo, nem o STF é isento, como não se cansa de demonstrar o inefável ministro Gilmar Mendes.
O formalismo vazio e a pompa démodé foram levados com extremo rigor, mas em vão, pois o país sabe que a confirmação pelo Senado do impeachment anunciado com tanta antecedência (e carente de requisito indispensável em tal processo, que é a evidência de crime de responsabilidade, como exige a Constituição) consiste num golpe de Estado, atípico, vestibular da regressão social que pede o Estado policial.
As recentes manifestações populares, a começar pela massiva concentração de São Paulo no domingo 4 de setembro, antecipando as vaias ao presidente de fato na Parada de 7 de Setembro, em Brasília, e na abertura das Paraolimpíadas no Maracanã, revelam que a população brasileira não apenas está convencida de que Dilma Rousseff foi vitima de um golpe de Estado, como o repele da forma a mais profunda e significativa. E rejeita o governo de seu beneficiário.

‘Diretas, já!’
O ‘Fora, Temer’ percorre hoje o país como verdadeiro rastilho de pólvora e brevemente o ‘Diretas-já’ de 2016 poderá transformar-se numa reivindicação popular de consequências imprevisíveis.
Esse sentimento foi renovado, ainda no 7 de setembro, no tradicional ‘Grito dos Excluídos’, transformado em ação contra Temer, com mobilizações populares, movimentações de massa que se repetiram em quase todas as capitais do país. E em todas elas, destacou-se um público majoritariamente jovem, aguerrido, generoso, que, encontrando o caminho das ruas, dele não deverá afastar-se, tão cedo, e muito menos de mãos vazias.
Nos seus primeiros momentos pós-impeachment, Michel Temer era um presidente sem liderança e desabonado de voto popular. Hoje, ainda mais impopular, é um dirigente rejeitado, e assim, incapaz de realizar o governo para cuja implantação o golpe foi dado. As medidas que lhe cobram como pagamento pelo passe aumentarão esse fosso e essa rejeição, impondo-lhe a opção pelo Estado policial – de que foi significativa, para quem quiser ver, a repressão brutal da polícia de Geraldo Alckmin à manifestação ordeira e pacífica do domingo paulistano.
A direita brasileira não tem, jamais teve, compromissos com a democracia, que muitas vezes reivindica para poder destruí-la, como fez com o golpe de 1964. Da mesma forma, essa direita jamais teve compromissos com a legalidade – basta lembrar 1954, 1955, 1961 e 1964 – ou com a ordem constitucional. Tampouco tem compromisso com o processo eleitoral, que nega, quando não atende aos seus interesses, como quando tentou impedir a posse de Juscelino Kubitscheck e agora, quando rasga os mais de 54 milhões de votos dados a Dilma Rousseff. A trajetória da direita, no Brasil, em toda a nossa História, mas particularmente na República, está vinculada a regimes de exceção e a golpes de Estado, e este em implantação é apenas mais um, como a ‘ditadura constitucional’ que necessariamente implantará para poder cumprir com seus objetivos.
A direita de hoje é a direita de ontem e agirá como sempre agiu. Estamos apenas no começo do drama.
Mas, ensina a terceira lei de Newton (do movimento) que “a toda ação corresponde uma ação contrária da mesma intensidade”. Ou seja, não há uma força isolada, mas sempre uma interação. Assim na Física como na vida social. A ação reacionária, com suas ameaças, trouxe o povo de volta às ruas e o reconciliou com as lideranças de esquerda, e, como se cumprisse um ofício pedagógico, está ensinando que a ação é possível e necessária.
Não nos esqueçamos, porém, de que a ação, a descoberta da possiblidade da ação, não é tudo, embora importe em grande avanço. Ela cobra um salto de qualidade, que se chama Organização.
Ademais, como se cumprisse um ofício pedagógico, está ensinando que a ação não só é possível como é necessária. A experiência do movimento social traz à tona, mais uma vez, o imperativo da unidade e da política de frente conduzindo a ação. Está, pois, colocada para as forças populares, para as forças sindicais, para os assalariados de um modo geral e para a juventude – que retoma seu papel de sujeito – a grande oportunidade da inadiável revisão de procedimentos e de práticas, sem prejuízo da intervenção imediata. A crise de hoje questiona a primazia do eleitoralismo sobre o processo revolucionário, e questiona o pragmatismo como a melhor via de construção partidária.
Quando nossos partidos farão a necessária autocrítica?
Os partidos da esquerda organizada – que recém perderam o papel de condutores do processo – têm, agora, a oportunidade do reencontro com as grandes massas. O contraponto à ofensiva da direita pode ser o grande instrumento de politização das massas e de retomada, pela esquerda, dos princípios da democracia plena.

Fonte: Blog do Roberto Amaral 10/09/2016

Hugo Motta, líder do Centrão, tem mãe presa e avó afastada da Prefeitura de Patos

Hugo Motta, líder do Centrão, tem mãe presa e avó afastada da Prefeitura de Patos




O deputado Hugo Motta brilhou na “Era Cunha”. Presidente da CPI da Petrobras, era um dos mais ativos acusadores de Dilma Rousseff. Na votação do impeachment falou em “reconstrução do Brasil”.

Hoje, o deputado está mostrando que tem a quem puxar. A Justiça afastou sua avó, Chica Motta, da Prefeitura de Patos, terceira maior cidade da Paraíba, e prendeu a mãe do deputado, Ilana Motta, ambas acusadas de corrupção  no uso das verbas de transporte escolar, da saúde e outros programas sociais. Em cana foi também o marido de Ilana, Renê Trigueiro Maroca, prefeito de São José de Espinharas. E o prefeito da cidade de Emas, José William, ex-marido de uma irmã de Hugo Motta, também entrou em cana. 

Não se pode dizer que os Motta não sejam gente “de famíglia”, não é?

A propósito, Hugo Motta esteve muito cotado para o Ministério de Temer.

Iria se sentir em casa.


Fora Temer!

http://www.patrialatina.com.br/video-maravilha-duvivier-e-o-fora-temer/

Vinte senadores golpistas estão na Lava-Jato

Postado em 03/09/2016 6:55

Vinte senadores golpistas estão na Lava-Jato

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aecioderrotado03
Por Altamiro Borges
E ainda tem “midiota” – a pobre figura manipulada cotidianamente pela imprensa – que acredita que o impeachment da presidenta Dilma, aprovado no tribunal de exceção do Senado neste fatídico 31 de agosto de 2016, foi desfechado para salvar o Brasil da corrupção. Haja inocência, burrice ou cinismo! O Jornal do Brasil desta quinta-feira (1) traz um levantamento que mostra que 20 dos 61 senadores que votaram no golpe já foram citados na midiática Operação Lava-Jato, que apura a roubalheira na Petrobras. Outros senadores metidos a éticos estão envolvidos em outros crimes. Vale conferir a lista dos falsos moralista:
1- Acir Gurgacz (PDT-RO) – É réu em ação penal por falsificação de documentos, “lavagem” ou ocultação de bens e crimes de estelionato, obtenção de financiamento mediante fraude e aplicação de recursos oriundos de financiamento de instituição financeira para finalidades diferentes do que previa o contrato ou lei correspondente. O processo corre sob em segredo de Justiça.
2- Aécio Neves (PSDB-MG) – O senador tucano é investigado nos inquéritos 4246 e 4244 pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O presidente do PSDB é acusar de receber vantagens ilícitas de empresa contratada pela estatal Furnas Centrais Elétricas. Segundo a denúncia da PGR, recursos irregularmente desviados de Furnas recebiam verniz legal por intermédio de pessoas jurídicas ligadas à irmã do senador tucano. Além disso, ainda de acordo com a acusação, o dinheiro era destinado a contas no exterior, por meio de doleiros, o que configura evasão de divisas. Seu nome faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
3- Aloysio Nunes (PSDB-SP) – O senador é investigado por caixa-dois em inquérito cujo número não é divulgado na página do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação foi aberta com base em depoimentos de delação premiada do presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, investigado na Operação Lava Jato. Inicialmente, o pedido foi encaminhado ao ministro Teori Zavascki, relator dos inquéritos da Lava Jato no STF.
4- Ataídes Oliveira (PSDB-TO) – Nas eleições de 2010, a construtora que pertence ao senador realizou doação acima do limite permitido para a campanha do ex-governador Siqueira Campos (PSDB). O parlamentar foi condenado em primeira e segunda instâncias e recorre no TSE, onde conseguiu efeito suspensivo em ação cautelar.
5- Benedito de Lira (PP-AL) – É alvo de inquéritos abertos com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investigam esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.
6- Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) – Teve o mandato de governador cassado em ação de investigação judicial por abusos de poder econômico e político, captação ilícita de sufrágio e conduta vedada a agente público. Foi também condenado a pagamento de multa. Recorreu, mas decisão foi mantida. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
7- Ciro Nogueira (PP-PI) – Responde ao Inquérito 3989, da Operação Lava Jato, pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa citou Ciro como responsável pela indicação da distribuição dos repasses a políticos do PP após a morte do ex-deputado José Janene. O senador ainda responde ao Inquérito 3910 por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e tráfico de influência. Nesse caso, Ciro e sua esposa, a deputada Iracema Portella (PP-PI), são suspeitos de usar notas frias no aluguel de veículos de uma locadora pertencente a um deputado estadual, de quem o casal é amigo. O senador afirma que “confia no trabalho da Justiça e que a verdade prevalecerá após a conclusão das investigações”.
8- Edison Lobão (PMDB-MA) – O Tribunal detectou irregularidades na aplicação dos recursos de um convênio entre o estado do Maranhão e a União, que visava melhorar condições de assistência básica de saúde na região. Parte dos recursos foi utilizada para pagar exame, consulta e tratamento médico domiciliar do senador, então governador do estado. O ex-ministro de Minas e Energia é investigado nos inquéritos 3986, 3977 e 3989, todos da Lava Jato. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que mandou entregar R$ 2 milhões à ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney para campanha de 2010, a pedido de Lobão. De acordo com o ex-diretor, o dinheiro foi entregue pelo doleiro Alberto Youssef.
9- Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) – Ex-ministro da Integração Nacional, o senador é investigado pela Operação Lava Jato no Inquérito 4005 pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que Fernando pediu ao doleiro Alberto Youssef R$ 20 milhões para a campanha ao governo de Eduardo Campos (PSB), em 2010. Ele também é investigado nos inquéritos 3958, 4064 e 4139 por crimes contra a Lei de Licitações, peculato (desviar ou apropriar-se de recursos públicos), corrupção passiva, crimes de responsabilidade e lavagem de dinheiro. “O parlamentar prestará as informações devidas quando for convocado”, responderam seus assessores.
10- Fernando Collor (PRTB-AL) – Foi alvo de inúmeras denúncias de corrupção durante sua inteira carreira política. Único presidente da história do Brasil a sofrer um processo de impeachment, em 1992. Teve indeferido o registro de candidatura a prefeito de São Paulo nas eleições de 2000. Seu nome também aparece na Lava Jato.
11- Flexa Ribeiro (PSDB-PA) – É alvo de inquérito que apura a prática de crimes contra a administração pública. De acordo com a acusação, o parlamentar participou de esquema de fraude em contratos entre o Governo do Estado do Pará e empresas para realização de obras, construção e serviços de engenharia, que desviou dinheiro público a fim de financiar campanhas eleitorais.
12- Gladson Cameli (PP-AC) – É alvo de inquérito aberto com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investiga esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.
13- Jader Barbalho (PMDB-PA) – Em 2001, Jader renunciou ao mandato de senador após ser acusado de desviar recursos do Banco do Estado do Pará (Banpará), da Sudam e do Ministério da Reforma Agrária. Chegou a ser preso por 16 horas pela Polícia Federal sob a suspeita de integrar quadrilha acusada de desviar mais de R$ 1 bilhão desses órgãos. Por isso, desde 2004 foi réu na Ação Penal 374 por emprego irregular de verbas públicas. Complementaram a investigação as ações penais 398, 397, 498 e 653 por peculato e crimes contra o sistema financeiro. No fim do ano passado, Jader entrou na mira da Operação Lava Jato. O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró – preso desde janeiro de 2015 – afirmou em delação premiada que pagou propina de US$ 6 milhões aos senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA), ambos do PMDB, em 2006. A suspeita resultou na abertura de um inquérito contra o ex-governador paraense.
14- José Agripino (DEM-RN) – Responde em inquérito aberto pelo STF para apurar o recebimento de propina da empreiteira OAS nas obras de construção do estádio Arena das Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo de 2014. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
15- Marta Suplicy (PMDB-SP) – Em uma delação premiada, alguns executivos da empresa investigada Odebrecht, informaram que Marta Suplicy teria recebido cerca de R$ 500 mil para a sua campanha pelo senado, em 2010, provenientes de um caixa dois. Na época, concorria pelo PT, sigla a qual deixou o ano passado, após afirmar que não conseguiria conviver com tantas corrupções. Ela então passou a assumir a legenda do PMDB, filiando-se ao partido.
16- Paulo Bauer (PSDB-SC) – Foi mantida a condenação por improbidade administrativa de ressarcimento de despesas efetuadas com verbas públicas em decorrência de gastos realizados com campanha publicitária contratada pela Secretaria Estadual da Educação, quando era o secretário responsável, a qual atribuíram escopo de promoção pessoal do administrador público.
17- Renan Calheiros (PMDB-AL) – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acumula 11 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de dinheiro público e falsidade ideológica. Destes, nove são relacionados ao esquema de corrupção apurado pela Lava Jato e um decorre da Operação Zelotes, que investiga fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Em recente delação premiada, o lobista Fernando Baiano, operador do PMDB no esquema roubo da Petrobras, e o ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró, acusaram Renan de ter recebido mais de US$ 6 milhões em propina por um contrato de afretamento do navio-sonda. O senador ainda é suspeito de ter recebido R$ 2 milhões do doleiro Alberto Youssef para evitar a instalação da CPI da Petrobras.
18- Romário (PSB-RJ) – O senador é investigado nos inquéritos 4303 por crimes contra o meio ambiente e 4271 por difamação e injúria. Com base em mensagens no celular do empreiteiro Marcelo Odebrecht, a Procuradoria-Geral da República enviou petição ao Supremo para abrir inquérito contra o senador, suspeito de receber caixa dois de campanha na eleição de 2014. De acordo com as investigações, o ex-jogador é suspeito de receber R$ 100 mil da empreiteira Odebrecht, após a eleição vitoriosa para o Senado, em 2014.
19- Romero Jucá (PMDB-RR) – O senador é alvo de quatro investigações. No Inquérito 3989, da Lava Jato, Jucá responde pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva. Ele também é investigado nos inquéritos 3297, 2116, 2963 por crimes eleitorais, de responsabilidade e contra a ordem tributária, apropriação indébita previdenciária e falsidade ideológica. Um dos procedimentos diz respeito à origem e ao destino de R$ 100 mil jogados para fora de um carro por um de seus auxiliares momentos antes de ser abordado pela polícia. O ato ocorreu durante a campanha eleitoral de 2010. O assessor disse que o dinheiro seria usado na campanha de Romero Jucá.
20- Valdir Raupp (PMDB-RO) – É réu no processo que tramita há mais tempo no Supremo, entre aqueles que envolvem parlamentares. O ex-governador de Rondônia é réu na Ação Penal 358, por peculato, desde 2003. Raupp é acusado de liderar um esquema que, segundo a denúncia, desviou R$ 10 milhões do governo estadual para grupos de comunicação em troca de apoio político. O senador é réu em outras duas ações penais (383 e 577) por crimes eleitorais e contra o sistema financeiro nacional. É investigado pela Lava Jato nos inquéritos 3982 e 3989, por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva. Ele ainda é alvo do Inquérito 4129 por peculato e formação de quadrilha.
O caso do “evangélico” Magno Malta
Está lista talvez explique porque o senador Romero Jucá, o “homem-forte” do usurpador Michel Temer, tenha confessado no áudio vazado de uma conversa com Sérgio Machado, ex-parlamentar do PSDB e do PMDB e ex-diretor da Transpetro, que era preciso acelerar o impeachment da presidenta Dilma para “estancar a ferida” das investigações da Lava-Jato. Ou seja, o “golpe dos corruptos” teria como objetivo principal proteger os bandidos que agora tomaram de assalto o Palácio do Planalto. Mas a lista do JB traz apenas uma parte dos moralistas sem moral – os citados na Lava-Jato. Outros estão envolvidos em outros casos escabrosos de desvio de dinheiro público.
Um caso emblemático é o do senador Magno Malta (PR-ES), que se diz evangélico, mas adora disseminar ódio e preconceito. Na votação desta quarta-feira no tribunal de exceção do Senado, ele insinuou que a presidenta Dilma Rousseff é mentirosa. “Quem mentiu no processo eleitoral? Foi a senhora ou seus marqueteiros?”, provocou. Os fascistas que militam nas redes sociais foram ao orgasmo, elogiando sua postura arrogante. Mas o falso moralista poderia aproveitar seu momento de glória para responder as novas acusações que surgiram sobre sua atuação “política” – e já são muitas no seu currículo. Em meados de agosto, a Folha publicou uma denúncia que até hoje está sem resposta. Vale conferir:
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E-mails indicam repasse de R$ 100 mil a senador Magno Malta
Por Reynaldo Turollo Jr.
Trocas de e-mail entre dirigentes de uma das maiores fabricantes de móveis de cozinha do país trazem indícios de repasse não declarado de R$ 100 mil para o senador Magno Malta (PR-ES). Os e-mails, obtidos pela Folha, são de 8 de setembro de 2014.
Outras mensagens entre funcionários e a direção da Cozinhas Itatiaia indicam que Malta viajou no avião particular da empresa em 2012 e 2013.
Malta, da bancada evangélica no Senado, nega ter recebido dinheiro da Itatiaia e afirma que voou no avião da firma para fazer palestras.
Os e-mails são conversas das quais participam o presidente da Itatiaia, Victor Penna Costa, o filho dele, Daniel Costa –que era gerente financeiro à época– e o então assessor da firma Hugo Gabrich.
Em um deles, o presidente da empresa diz que precisa pagar R$ 400 mil para “consultoria” de Gabrich. O assessor responde: “Estou entregando a NF [nota fiscal] que cobre o montante de R$ 500 mil conforme orientação do dr. Victor. Impostos serão incluídos na NF, totalizando R$ 575 mil.”
Na nota emitida pela Vix Consulting, de Gabrich, a contratante é a Itatiaia. O acerto mostra que a contratante pagou os R$ 75 mil de impostos para a Vix –o que sugere que a nota foi encomendada.
Na sequência dos e-mails, Costa manda o filho depositar para a Vix Consulting somente R$ 475 mil. “Os outros 100.000 são para compensar a retirada em dinheiro de R$ 100.000 do Malta. Não sei como foi contabilizado [a saída desse valor da empresa]”, escreve o presidente da firma.
O filho dele, então, pergunta: “Quem realizou o pagamento do Malta? Existe NF, foi declarado a doação?”.
Victor encerra: “Não existe NF, não declaramos. Está em aberto, talvez como adiantamento para mim. Veja com Lailton [tesoureiro da empresa]. Favor apagar todos os e-mails sobre este assunto”.
Procurado, Gabrich afirmou que sua empresa fez nota fria para justificar pagamentos não declarados da Itatiaia.
O destino do restante do valor da nota (R$ 400 mil) não aparece na troca de e-mails.
A pedido da reportagem, as origens das mensagens foram analisadas pelo perito em ciências forenses Reginaldo Tirotti. O especialista atestou a autenticidade delas, identificando a sequência de códigos gerados pelos remetentes das mensagens.
A Itatiaia foi fundada em 1964 e tem duas fábricas, em Ubá (MG) e em Sooretama (ES).
Em outro e-mail, de 8 de julho de 2014, um ano após a Itatiaia inaugurar a unidade capixaba, que recebeu incentivos fiscais, Gabrich descreve a Victor Costa o cenário político no Espírito Santo.
Menciona candidatos “viáveis” ao governo, fala de Malta, que “fechou aliança com o governador Casagrande”, da mulher dele, Lauriete, que “não disputará a reeleição para deputada federal”, e do “nosso deputado estadual, o Marcelo Santos – PMDB”.
“Não tenho dinheiro para todos”, responde o presidente da Itatiaia. “Não posso dar mais para deputado estadual que para senador.”
Gabrich diz: “O Magno não é candidato agora a nada.”
A Folha obteve também uma troca de mensagens entre Gabrich e Malta, que usa seu e-mail pessoal. Gabrich fala dos R$ 100 mil da Itatiaia e o senador responde: “Amigo não tenho conhecimento de nada dessas coisas.. Mas dia 16 estarei de volta a Brasília [sic]”.
O ex-assessor da Itatiaia envia, então, cópia de conversas da direção da empresa que citam o político, que rebate: “Somos amigo Hugo.. Sempre fomos. Dia 16 te espero para o almoço no gabinete kkkk a rabada lembra?? [sic]”.
JATINHO
Outros e-mails mostram que o senador usou avião particular da Itatiaia ao menos duas vezes: em 20 de julho de 2012, de Vitória a Aracaju (SE), e em 28 de fevereiro de 2013, no trajeto Brasília-São Paulo.
Em 22 de fevereiro daquele ano, uma secretária da Itatiaia agenda um voo para Costa, Gabrich e o senador. Em 28 de fevereiro, Malta vai com Gabrich ao BNDES –a reunião não constou da agenda oficial, informou o banco.
Sobre a viagem a Aracaju, há um e-mail enviado ao presidente da Itatiaia pelo então diretor Beto Rigoni, que relata problemas no trajeto.
“Eram 7 pessoas quando só cabem 4 no avião. O Yunes [piloto] tinha duas opções: dar duas viagens ou colocava todos dentro na aeronave. Como o senador pressionou ele bastante, ele […] seguiu para Aracaju em 8 pessoas dentro do avião (além da insegurança, fizeram uma ‘festa no ar’).”
“Nós precisamos começar a cortá-lo. Os acionistas também não querem tanta proximidade”, responde Costa.
OUTRO LADO
Em nota, o senador Magno Malta negou ter recebido dinheiro da Cozinhas Itatiaia.
“O senador, que vive grande exposição em virtude do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff, responde com transparência e com a consciência de não ter cometido nenhum crime.”
Os voos no jatinho, “que não são nenhuma ilegalidade”, foram para palestras sobre “o combate à pedofilia, a redução da maioridade penal e a luta contra a legalização do uso da maconha”.
A reunião no BNDES com funcionário da Itatiaia e o ex-diretor do banco Guilherme de Lacerda foi para atrair empregos para seu Estado, afirmou o senador.
Victor Costa, presidente da Itatiaia, disse que Malta não foi beneficiado. “O senador não recebeu esse dinheiro. Esse dinheiro está parado comigo, declarado”, afirmou, em nota à Folha.
Sobre os voos, Costa disse que emprestava o avião da empresa para o senador “poder fazer alguns trabalhos para a igreja”. “Época em que eu me tornei crente”, afirmou.
***
Mensagens sugerem fraude em leilão trabalhista
Mensagens de dirigentes da Itatiaia dão indícios de que o presidente da empresa, Victor Penna Costa, fraudou a arrematação de um terreno em Belo Horizonte lesando trabalhadores que cobravam dívidas trabalhistas de uma outra empresa.
Costa, por meio de seu ex-assessor, Hugo Gabrich, arrematou a área de 12.369 metros quadrados, em 2010, pelo valor mínimo estipulado pela Justiça, R$ 1,56 milhão.
O terreno pertencia à SIT Engenharia S.A., uma das empresas que construíram Brasília, e foi a leilão por causa de ação trabalhista. Seu valor de mercado era R$ 25 milhões.
Em e-mail de 2013, quase três anos após o leilão, o dono da SIT, Luiz Lima Lobato, escreve ao presidente da Itatiaia cobrando quantia que ambos teriam acertado por fora do leilão. Com isso, Lobato embolsaria os valores, em vez de pagar trabalhadores.
Lobato anexa ao e-mail cópia de um acordo de gaveta que previa que Costa lhe pagaria por fora quase R$ 3,9 milhões. Também se queixa que Costa arrematou o imóvel por preço abaixo do que tinham combinado –deveria ter sido R$ 2,6 milhões, diz. Ex-trabalhadores da SIT estão sem receber até hoje.
A Folha teve acesso a supostos pagamentos desse acordo: um e-mail, de 2012, em que Costa autoriza transferência de R$ 300 mil a uma conta de Lobato; e a cópia de um cheque da Itatiaia, de R$ 300 mil, em nome de Lobato.
Costa ganhou o leilão com o lance mínimo porque não houve outros interessados. A área estava hipotecada, o que pode tê-los afastado. Após o leilão, cancelou-se a hipoteca.
A arrematação é questionada na Justiça do Trabalho. A causa que o levou a leilão é fruto de ação trabalhista contra a SIT, mas outro credor mais antigo diz que tinha preferência na arrematação.
O caso está no Tribunal Superior do Trabalho, que marcou julgamento para quarta (17). Gabrich, hoje ex-assessor de Costa, peticionou ao ministro do TST Caputo Bastos avisando sobre a fraude.
Em 7 de março deste ano, Costa escreveu a seu ex-assessor: “Ganhei no TST rsrsrs já acostumei com a situação”. O despacho favorável ao qual ele se referia, porém, só foi publicado três dias depois, em 10 de março.
OUTRO LADO
Questionado sobre o e-mail ao presidente da Itatiaia, o empresário Luiz Lobato reconheceu o texto. Mas disse que não se lembra de ter recebido por fora porque o caso já tem seis anos.
Victor Costa negou que tenha havido fraude. Afirmou que seu ex-assessor, Hugo Gabrich, tentou fazer um acordo com Lobato, na realidade, para extorqui-lo. “Esse dinheiro [parcelas extraoficiais] não chegaria ao Luiz [Lobato]”, disse. “O ‘acordo’ não passa de um papel mal escrito e sem reconhecimento de firmas visando criar situações para me extorquir.”
O cheque de R$ 300 mil destinado a Lobato, segundo Costa, foi para a “compra dos entulhos, sucatas que estavam no lote”.
Acionado na sexta (12), o TST informou que analisará o processo para se manifestar.

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares

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O projeto liberal, o Brasil e a América Latina (I).
(Ernesto Germano Parés)
Hoje, dia 11 de setembro, certamente nossa mídia estará – mais uma vez – bajulando os patrões do Norte e fazendo matérias especiais sobre as Torres Gêmeas e o “sofrimento” do povo estadunidense. Claro que com novos apelos sentimentais, mas nunca mostrando a contestação feita por engenheiros e técnicos que afirmam que a queda não se deu pelo choque dos aviões. Mas isso é outra história.
Aqui nos cabe fazer uma análise dos recentes acontecimentos no Brasil, tentar aprofundar um debate sobre o golpe que foi aplicado e que já mostra seus efeitos com os recentes anúncios das reformas que serão feitas pelo governo marionete, todas atendendo aos mais “puros” desejos liberais e contra os trabalhadores.
Mas, como dizíamos, 11 de setembro é uma data a ser por nós lembrada. Em 1973, no Chile, um governo eleito pelo povo e que implementava uma política de afastamento do poder de Washington e buscava um projeto político/econômico independente foi derrubado pela força, em um dos golpes mais violentos na América Latina. E devemos lembrar que, no mesmo ano, já havia acontecido outro golpe. Em junho, o governo democrático do Uruguai, liderado pela Frente Ampla, cai diante de um golpe militar. Em setembro uma ação militar cerca o presidente Salvador Allende no Palácio de Governo e o leva ao suicídio.
Para quem já esqueceu, o golpe no Chile abriu as portas para o “laboratório neoliberal” em nossa região. Foi o primeiro país a aplicar os conceitos de Hayek, Mises, Friedman e outros! Anos mais tarde, depois de muito sacrifício do povo chileno, o modelo foi aplicado na Europa (Margaret Thatcher, na Inglaterra, e Helmut Kohl, na Alemanha) e nos EUA (Ronald Reagan), mas sem necessidade de golpes sangrentos como os que por aqui aconteceram.
No Brasil, é preciso lembrar que o golpe de Estado de 1964 não foi uma tarefa e uma vontade unicamente dos militares, por mais que tenham assumido um papel determinante. Mas foi concebido e arquitetado, principalmente, por liberais. Para entender isso basta ver o papel que tiveram organizações mantidas por empresários no país (IBAD e IPES). As organizações de trabalhadores e os sindicatos foram fechados ou se transformaram em “clubes de amigos” com festas, sorteios de brindes, etc., enquanto as reivindicações dos trabalhadores eram jogadas na lata do lixo e “negociadas” covardemente com os patrões.
Não há limites para as ações liberais e para as iniciativas que nascem nas salas da Casa Branca. Golpes violentos ou golpes “brandos”, com uma capa de legalidade ou “na marra”, os golpes são uma constante em nossa região e sempre uma alternativa para o grande capital. Não é preciso muita coisa para que um golpe aconteça em nossa região. Basta que as oligarquias se sintam prejudicadas por governos progressistas ou populares, ainda que eleitos pelo voto popular, e já começam a traçar sua queda. Basta que governos locais se comprometam com direitos dos trabalhadores, com reformas sociais ou com a nacionalização das riquezas locais e um novo golpe já será planejado, programado e executado, sempre com o discurso de “defesa da democracia, da liberdade do povo e da manutenção do Estado de Direito”. O mesmo e velho discurso que é usado para justificá-los.
Em outubro de 1861, antes da fundação da I Internacional dos Trabalhadores e quando a sua situação econômica era das mais apertadas, Marx passou a ser correspondente do jornal estadunidense New York Daily Tribune. Naquela ocasião teve oportunidade de acompanhar de perto o desenrolar da guerra civil nos EUA (1861 a 1865) e escreveu muitos artigos sobre o que estava em jogo naquele país. Inclusive em alguns textos iniciais da I Internacional Marx volta ao assunto para mostrar a disputa entre dois modelos econômicos distintos, ambos no terreno do capitalismo e ressaltou que aquela guerra era já uma “guerra de classes”.
Entre suas conclusões, ele dizia que a luta de um setor do capital estadunidense para abolir a escravidão e criar “trabalhadores assalariados”, muito mais úteis ao sistema, era também uma luta que iria transferir o escravismo para fora do território dos EUA, mas exatamente para a América Latina. E temos visto isto, ainda hoje, quando a sociedade na América Latina continua dividida entre pequenos núcleos muito ricos e uma imensa população de pobres. No caso brasileiro isso fica claro com o preconceito do “Sul”, branco e rico, contra o Norte e Nordeste, sempre discriminados e tidos como “berço de analfabetos, preguiçosos e ladrões”!
Exemplos como esse, no caso do Brasil, vamos encontrar em praticamente todos os países em Nossa América. Os grandes centros ricos, de população majoritariamente branca e liberal, sempre em luta contra a imensa população dos países da região, em geral indígenas, mestiços, negros, etc.
E, é claro, são essas regiões brancas, liberais e ricas que dominam a opinião pública contando com a ajuda sempre inestimável da imprensa.
Em meados do Século XIX, Honoré de Balzac escreveu duas obras sobre a imprensa de seu tempo, depois reunidas em um único volume intitulado “Os jornalistas”. Em certo trecho, no início do livro, escreve Balzac: “A Imprensa não é tão livre quanto o público imagina, na França e no estrangeiro, segundo essa expressão ‘liberdade de imprensa’. Há fatos impossíveis de serem contados, e cautelas necessárias com os fatos de que falamos. Assim, o jesuitismo tão estigmatizado com Pascal era menos hipócrita que o da Imprensa. Para sua vergonha, a Imprensa só é livre face aos fracos e às pessoas isoladas”. Balzac afirma que “Para o jornalista, tudo que é provável é verdadeiro”. E temos visto isto com muita frequência no noticiário que cercou o golpe de agosto, no Brasil. (1)
Mas, como dizíamos acima, a América Latina havia passado por uma virada no final do século XX e início do atual. Algumas nações despertam para programas nacionalistas, com visão social e progressista, rompendo com o neoliberalismo aqui implantado a partir da década de 1990.
E tudo começou em 1998, na Venezuela, com a vitória de Hugo Chávez em uma disputada eleição contra a direita libera. Ele alcançou 56% dos votos em uma disputa contra o chamado Pacto de Punto Fijo, um acordo entre os três maiores partidos venezuelanos que manteve o poder nas mãos dos mais ricos durante 40 anos! Sua campanha foi centrada em um discurso de combate à pobreza e restauração das riquezas naturais do país.
Em 2002, no Brasil, a vitória de Lula da Silva colocava um ponto final na política entreguista e neoliberal que havia dominado o país desde o final do regime militar. E o mesmo aconteceu na Argentina, pouco depois, com a vitória de Néstor Kirchner. Daí para a frente, como já comentamos muitas vezes, a América Latina passou por muitas mudanças com governos progressistas: Bolívia, Equador, Honduras, Nicarágua e outros. E, como seria de se esperar, isso provocou uma reação imediata dos EUA impondo sanções econômicas na região e insuflando golpes comandados pela direita mais atrasada.
Vamos refrescar a memória?
1 - Em abril de 2002, com o apoio de um setor dos militares venezuelanos, é dado um golpe de Estado no país e o presidente eleito, Hugo Chávez, é deposto. Em cadeia nacional, o General Lucas Rincón anunciou que havia solicitado a renúncia do Presidente e que ele havia aceitado, mas a verdade é que Chávez estava prisioneiro.
O empresário Pedro Carmona se proclama “presidente da República”, acompanhado por políticos da extrema direita do país e por representantes da Igreja Católica local. Mas uma grande mobilização popular tira Chávez da prisão e o reconduz ao Governo, 48 horas depois do golpe.
Dois anos depois, em um encontro da OEA, foram apresentadas as provas irrefutáveis da presença estadunidense no golpe. Vale ressaltar que os golpistas Pedro Carmona e general Efraín Vázquez (que comandou as tropas) estão hoje vivendo confortavelmente nos EUA como “exilados políticos”;
2 – Em fevereiro de 2004, ao velho molde dos golpes militares, o presidente eleito do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, foi sequestrado por um comando das Forças Especiais estadunidenses, com o apoio do governo francês. A imprensa amestrada correu para noticiar dizendo que Aristides havia renunciado voluntariamente.
Mas a farsa foi desmentida com várias matérias mostrando o presidente eleito sendo retirado do palácio sob a mira de fuzis M-16 e conduzido a um avião branco, sem qualquer identificação, para ser levado a Bangui, capital da República Centro Africana.
Imediatamente, a administração de George W. Bush enviou tropas para “pacificar” o Haiti!
3 – Para quem esqueceu, em setembro de 2008 houve uma tentativa de golpe na Bolívia. Em uma ação toda coordenada pelos EUA, acontece o massacre de trabalhadores no departamento de Pando, uma tática que depois foi repetida no Paraguai. No caso da Bolívia, o golpe foi frustrado porque houve uma grande mobilização popular e uma imediata reação do Governo de Evo Morales autorizando a detenção do prefeito Leopoldo Fernández, amigo pessoal do então embaixador estadunidense no país, Philip Goldberg.
A Bolívia já foi alvo de várias tentativas de golpes comandados e articulados pela embaixada dos EUA e, agora mesmo, está sofrendo com as ações das cooperativas mineiras (ver Informativo anterior).
4 – Junho de 2004, o golpe contra Manuel Zelaya, em Honduras. Militares comandados pela embaixada dos EUA no país conseguem depor o presidente eleito e o conduzem para a Costa Rica, país onde “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.
Um típico golpe já muito comum em Nossa América, do tipo “padrão” idealizado por Washington. O chefe do Estado Maior Conjunto de Honduras, Romeo Vásquez, Romeo Vásquez e o Chefe da Força Aérea, General Luis Prince Suazo, ambos formados pela “famosa” Escola das Américas (leia-se CIA) dirigem o golpe contra Zelaya com uma farsa. Diziam que o presidente eleito estava arquitetando um golpe para aprovar uma nova Constituição quando, de fato, ele apenas pretendia fazer um plebiscito para saber se o povo desejava uma reforma constitucional que não aconteceria no seu governo, mas no de um próximo presidente eleito.
Curiosamente, o governo dos EUA reconheceu que a sua base militar no país, Soto Cano, foi utilizada.
5 – Em setembro de 2010 acontece a tentativa de golpe no Equador. Orquestrados pela embaixada dos EUA no país, um grupo de policiais e alguns setores dos militares levantam-se contra o presidente eleito, Rafael Correa, e tentam cercar o palácio de Governo. Mas não contavam com a coragem e a determinação do presidente que, imediatamente, dirige-se ao local de concentração dos “revoltosos” e encara os principais líderes do movimento.
Rafael Correa ficou “sequestrado” pelos golpistas por algumas horas e foi levado para um hospital sob controle das forças “policiais” em revolta, mas foi resgatado por tropas fiéis do exército e jogou por terra a farsa do golpe em andamento depois de um longo tiroteio entre os golpistas e as tropas leais ao presidente eleito.
6 – Em junho de 2012 vai acontecer o golpe mais marcante em nossa região, quando o Senado paraguaio aprova a destituição do presidente eleito, Fernando Lugo, sob o argumento de que seria responsável pelos enfrentamentos entre camponeses e policiais, ocorrido na localidade de Curuguaty, com um saldo de 17 mortos.
Hoje sabemos, depois de vários inquéritos e investigações, que os acontecimentos de Curuguaty foram mais uma farsa montada para culpar Lugo. Os verdadeiros responsáveis pelo massacre dos camponeses estão agora no poder e o Paraguai se alinha na política neoliberal contra os governos progressistas da região.
Voltaremos ao assunto no próximo Informativo.
(1) Karl Marx foi um grande admirador da obra de Honoré de Balzac e estava em seus projetos escrever um tratado sobre o livro “A comédia humana”, do autor francês.
A violência da repressão está de volta. Domingo, dia 04 de setembro, mais uma demonstração de até onde pode ir o governo golpista e como a repressão está se tornando irrefreável e sem qualquer controle dos poderes constituídos.
O absurdo ficou por conta da detenção de oito adolescentes, cinco meninos e três meninas, horas antes da manifestação por eleições diretas e contra o governo de Michel Temer, na Avenida Paulista, São Paulo.
A prisão dos jovens foi considerada uma “aberração jurídica” pelo advogado e membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves. “A apreensão deles por ato infracional sem violência foi uma verdadeira aberração jurídica. Isso só pode ocorrer em caso de crime com violência, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, explicou.
Ainda segundo o advogado, os pais dos jovens deviam ter sido chamados à delegacia, de onde deveriam ser encaminhados para suas casas. Mas, ao contrário, os adolescentes foram mantidos sem comunicação com os pais, e depois encaminhados para unidades da Fundação Casa.
A Polícia Militar alega que os adolescentes tinham “intenção de promover atos de vandalismo e violência”. Entenderam? Agora, no Brasil de Temer, qualquer um pode ser preso porque tem alguma “intenção”. Não precisa ter agido ou feito alguma coisa. Se a polícia achar que você tem “a intenção” já é razão para uma prisão, mesmo que atropelando a Lei.
Isso incomoda muito! Rússia e Bolívia assinaram, nesta semana, um novo acordo de cooperação militar que prepara o terreno para uma colaboração bilateral definitiva neste terreno.
O acordo foi assinado dentro de um fórum internacional de material bélico, o Army 2016, que teve início na terça-feira (06), em Moscou, e termina hoje.
O ministro da Defesa russo, Serguéi Shoigú, comentou que espera que esta iniciativa seja uma boa garantia das perspectivas sobre a cooperação militar e destacou que a assinatura do documento pode fomentar “uma futura cooperação técnico-militar”.
Por sua parte, o ministro boliviano, Reymi Ferreira, destacou a qualidade das armas russas e a importância de tal relação para seu país. Ele falou da tradição russa em armamentos e em tecnologia militar e disse que a Bolívia está preparando o envio de jovens militares para capacitação em institutos e academias militares na Rússia. E certamente esta notícia não foi recebida sem muita inquietação em Washington.
Venezuela inicia a exploração de grande jazida mineral. A região conhecida como o “Arco Mineiro” tem 111.800 quilômetros quadros, localizado ao sul do país, e guarda uma das maiores riquezas minerais da América do Sul, rica em ouro, diamantes, ferro, bauxita e outros minerais, além do valiosíssimo coltán que no Brasil é conhecido como uma mistura de dois minerais, columbite e tantalite, de extrema importância para a fabricação de componentes eletrônicos.
O ministro para o Desenvolvimento Mineiro, Roberto Mirabal, informou que já teve início a etapa de exploração da região conhecida como “Arco Mineiro do Orinoco” e enfatizou que o processo segue as mais rígidas regras científicas, ajustadas para fazer o levantamento da área sem danos ao meio ambiente.
O governo da Venezuela já firmou acordos de exploração da região com empresas de Angola, Namíbia e China.
Equador começa a explorar seu maior campo petrolífero. O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, anunciou nesta semana a incorporação do chamado Bloco 43 que agregará 300 mil barris diários de petróleo às reservas do país até 2022. A empresa estatal equatoriana, a Petroamazonas, opera em todo o país e prevê que o bloco alcance seu ponto máximo de produção em seis anos.
O Bloco 43 está formado pelos campos de Ishpingo, Tambococha y Tiputini (ITT) e suas reservas já provadas alcançam 1 bilhão e 657 milhões de barris de petróleo, segundo a empresa especializada Ruder Scott, dos EUA. O petróleo é o principal produto de exportação do Equador e base importante do orçamento público.
Chile realiza “jornadas” para recordar o golpe de Estado. Desde sexta-feira (09), no Chile, estão sendo realizadas jornadas populares para lembrar o golpe de Estado que derrubou o presidente Salvador Allende, em 1973.
Entidades populares e sindicais recordam que o golpe que levou à ditadura do general Augusto Pinochet deixou uma marca de 3.200 pessoas assassinadas, 1.250 presos políticos desaparecidos e mais de 33 mil cidadãos presos e torturados.
Na sexta-feira, a presidenta da República, Michelle Bachelet, inaugurou uma exposição fotográfica com o nome de “Sítios da Memória”, com imagens do passado traumático no Chile. Foi realizado um grande ato cívico na Praça da Constituição, diante o Palácio de La Moneda, o mesmo que foi bombardeado pela Força Aérea chilena para depor o então presidente Salvador Allende.
Argentina: segue a condenação de torturadores e assassinos. A Justiça argentina condenou na quinta-feira (08) Omar Rubens Graffigna, ex-chefe de Estado Maior General da Força Aérea, a 25 anos de prisão pelo sequestro em 1978 de José Pérez Rojo e Patricia Roisinblit, filha de Rosa Roisinblit, vice-presidente das Avós da Praça de Maio.
Além de Graffigna, hoje com 90 anos, também foi considerado culpado e condenado à prisão pelo sequestro Luis Tomás Trillo, ex-chefe da RIBA (Regional de Inteligência de Buenos Aires), mansão que funcionou como um centro clandestino de detenção e tortura durante a última ditadura militar argentina (1976-1983).
Os dois foram considerados coautores do sequestro, da tortura e do desaparecimento dos dois ativistas, que foram sequestrados por agentes do Estado argentino em outubro de 1978, quando Roisinblit estava grávida de oito meses. Também foi sequestrada Eva, filha de Rojo e Roisinblit, que na época tinha 15 meses de idade e depois foi entregue a uma tia.
Perspectiva econômica para América Latina. A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) já disponibilizou a sua edição de 2016 com as “Perspectivas Econômicas para América Latina”. Curiosamente, o novo documento traz um subtítulo: “Uma nova associação com a China”.
A nova publicação explora profundamente as novas relações da China com os países da nossa região e mostra como o país asiático optou por investimentos comerciais mais importantes e está oferecendo aos países da América Latina a oportunidade de construir uma associação forte e mutuamente benéfica.
O documento está constituído por 5 capítulos, a saber: 1) China e América Latina: para uma associação pelo desenvolvimento; 2) Perspectivas macroeconômicas para América Latina; 3) A nova normalidade China e América Latina na repartição da riqueza mundial; 4) Comércio entre América Latina e China: tendências passadas e oportunidades futuras; 5) Tendências e cenários futuros para uma associação América Latina / China.
O que significa uma aliança político-militar entre China e Rússia? Analistas europeus e estadunidenses estão preocupados e buscam entender esse novo passo na geopolítica internacional quando o líder chinês, Xi Jinping, formalizou uma proposta de ampliar as relações político-militares com a Rússia durante o encontro do G20. A proposta foi tão surpreendente que políticos tradicionais não estão encontrando explicações no marco das atuais disputas em torno da supremacia no Pacífico.
Rostisláv Ishchenko, jornalista da agência russa Rossiya Segodnya, diz que a proposta do gigante asiático pode ser facilmente explicada se levarmos em conta os acontecimentos que precederam a cúpula do G20 e cita o fórum econômico que aconteceu em Vladivostok, nos dias 2 e 3 de setembro, quando o presidente russo, Vladimir Putin, teve uma reunião em separado com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
No encontro foram tratados alguns acordos comerciais para investimentos japoneses no oriente russo e também uma detalhada conversa entre os dois países sobre a disputa das Ilhas Kurlias.
Uma aproximação da Rússia com o Japão preocupa muito Washington e, é claro, deixa a China “com uma pulga atrás da orelha”, já que Pequim e Tóquio são rivais tradicionais na luta pela liderança no sudeste asiático!
Extrema direita avança nas eleições alemãs. Frauke Petry, o líder do partido de extrema direita alemã “Alternativa pela Alemanha” (AFD, Alternative für Deutschland) faz campanhas abertas para expulsar todos os refugiados de guerra e imigrantes do país. Em seus discursos, ele não descarta a possibilidade de usar os guardas de fronteira do país, autorizando que disparem contra os imigrantes que tentem entrar na Alemanha.
O AFD foi o grande vencedor da jornada eleitoral de domingo passado (04) na região de Meclemburgo, superando em muito o partido da chanceler Angela Merkel. Em outras três eleições regionais realizadas no país o AFD mostrou grade crescimento e, segundo analistas, já se transformou na terceira maior força política alemã.
A União Cristã Democrática (CDU), partido da chanceler Angela Merkel foi derrotado e agora tem apenas a terceira maior bancada no Parlamento de Mecklemburgo-Pomerania Occidental.
Perspectivas sombrias para a Itália. As previsões para a economia italiana nos próximos meses são sombrias e não mostram sinais de recuperação no curto prazo, segundo dados agora divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas do país (Istat).
Em sua Nota Mensal, referente ao mês de agosto, o Istat mostra que a economia do país interrompeu seu crescimento devido a uma diminuição na demanda interna e a queda produtiva do setor industrial.
Os índices de confiança das empresas manufatureiras e dos consumidores pioraram bastante em agosto, com índices negativos sobre o clima econômico e desemprego.
Os resultados já tinham sido negativos em julho e o estudo sugere uma prolongada fase de debilidade na economia para os próximos meses.
Dinheiro para armas não falta! Enquanto a Espanha bate recordes de desemprego e os salários dos trabalhadores vão sendo arrochados ao extremo, o governo de Mariano Rajoy não vacila na hora de aumentar o orçamento militar no país.
De um orçamento que era, até agora, de 5 bilhões e 788 milhões de euros, com a nova medida do governo deu um salto para 6 bilhões e 950 milhões de euros!
A Espanha é o país com maior número de despejos na Europa. Pessoas que perdem suas casas porque não conseguem pagar hipotecas, aluguéis, etc. E o governo manda tropas federais para despejar famílias e jogar seus pertences nas ruas. Certamente que precisa investir mais em armas, além de manter seu acordo com a OTAN e enviar soldados e aviões para a fronteira com a Rússia.
Novo muro na Europa! O ministro de Estado para Imigração do Reino Unido, Robert Goodwill, anunciou a construção de um muro no porto de Calais, na França, para evitar que os imigrantes continuem chegando ao território britânico. “As pessoas continuam entrando. Já construímos valas e agora vamos construir um muro como parte de um projeto para aumentar a segurança na zona”, disse ele.
Apesar de estar em território francês, o muro será construído e pago pelo governo britânico e, segundo cálculos iniciais custará cerca de 2,7 milhões de euros e faz parte de um acordo entre os dois países para reforçar a segurança. O convênio conta com um orçamento de 20,2 milhões de euros!
Chefe do Estado Islâmico foi treinado nos EUA! Não é surpresa alguma para nós. O mesmo país que criou a Al Qaeda e inventou esse Exército Islâmico não poderia agir de outra forma. Para quem já esqueceu, Bin Laden era “grande amigo e sócio da família Bush”, sendo sempre recebido com honras de Chefe de Estado na Casa Branca, inclusive pela ex-secretária Condoleezza Rice!
Agora ficamos sabendo que um antigo soldado franco-atirador, de 41 anos, tinha patente de coronel no exército dos EUA e passou para o EI. Trata-se de Gulmurod Jalímov, que já apareceu em vários vídeos do grupo conclamando a guerra contra o Ocidente.
Segundo duas agências de notícias locais, IRNA (do Iran) e Al Sumaria (do Iraque), Jalímov é agora o chefe militar do Exército Islâmico.
Israel constrói um muro em Gaza. O governo de Israel já iniciou as obras para a construção de um muro de concreto armado para cercar a Faixa de Gaza.
Segundo descrições dos projetistas e militares israelenses, o muro “terá vários andares abaixo do nível da terra e outros muitos pisos acima do solo”, divulgou o jornal israelense Yedioth Aharonoth.

Calcula-se que o projeto para levantar a muralha ao longo de 96 quilômetros de fronteira entre os territórios ocupados palestinos e a Faixa de Gaza custe cerca de 531 milhões de dólares!