domingo, 29 de abril de 2018

Antes que seja tarde: o atentado em Curitiba pede união da esquerda

Antes que seja tarde: o atentado em Curitiba pede união da esquerda. Por Ricardo Kotscho

 
Manuela D’Ávila e Lula
Publicado no Balaio do Kotscho
Tinha acabado de ler a coluna do André Singer na Folha deste sábado _ “O desafio da esquerda” _ quando abri o computador e encontrei a notícia no UOL:
“Ataque a tiros em acampamento pró-Lula em Curitiba deixa dois feridos; polícia investiga”.
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Foram mais de 20 tiros com arma de 9 mm disparados durante a madrugada contra o acampamento em frente ao prédio da Polícia Federal onde o ex-presidente Lula está preso numa solitária há exatas três semanas.
A polícia que vai investigar é a mesma que até hoje não conseguiu descobrir quem deu os tiros nos ônibus da caravana de Lula no Paraná, quatro semanas atrás.
Esperar qualquer providência das chamadas autoridades constituídas é pura perda de tempo.
Antes que seja tarde, o mais urgente no momento é a esquerda se unir em torno de um programa comum para enfrentar o avanço dos grupos fascistas de extrema-direita que agem livremente pelo país.
Escreve Singer em seu premonitório artigo:
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“Enquanto o noticiário continua a girar em torno de acusações, processos e depoimentos, os setores interessados na mudança da sociedade têm obrigação de apresentar uma proposta séria e organizada para tirar o país do buraco”.
Tem toda razão. Está passando da hora dos líderes que sobraram no campo da esquerda se unirem para enfrentar o verdadeiro adversário, a direita que saiu do armário, em vez de ficarem se escondendo no armário que ficou vazio, discutindo questiúnculas pessoais à espera de tempos melhores para agir.
O fato mais importante da semana neste sentido foi dado por Ciro Gomes, do PDT, e Fernando Haddad, do PT, que se reuniram para conversar sobre os rumos do país.
Foi um primeiro passo para se reunirem mais à frente em torno da mesma mesa com outros presidenciáveis do campo da esquerda, como Guilherme Boulos, do PSOL, e Manuela D´Ávila, do PC do B.
“Por maiores que sejam as diferenças entre os citados personagens, todos fazem parte do arco que se opõe ao atual estado de coisas. Os seus partidos e, aliás, também o PSB, formalizaram uma frente pela democracia na Câmara dez dias atrás”, lembra André Singer, cientista político e jornalista que, assim como como eu, foi Secretário de Imprensa e Divulgação do governo Lula.
Urge que esta frente pela democracia parta da teoria à prática para evitar novos atentados como os do Paraná, em que um dos feridos desta madrugada, o militante Jeferson Lima de Menezes, de 38 anos, foi levado para o Hospital do Trabalhador com um tiro no pescoço e, às 9 da manhã, ainda aguardava uma vaga na UTI.
Nas redes sociais, a presidente do PT, senadora Gleisi Hofmann, denunciou que antes dos tiros os agressores passaram várias vezes gritando e se manifestando de forma violenta:
“Isso é resultado desse processo construído de perseguição contra Lula, o PT e os movimentos de esquerda”.
Constatado o fato, cabe agora a Gleisi e aos demais líderes dos partidos de esquerda, junto com as entidades da sociedade civil organizada, deixarem de lado suas diferenças e se unirem para evitar que a campanha eleitoral se transforme numa batalha campal, antes que seja tarde demais. A democracia corre perigo neste momento.
Bom feriadão a todos.

Vítima relata momentos de tensão durante a agressão ao acampamento Lula Livre


ÓDIO

Vítima relata momentos de tensão durante a agressão ao acampamento Lula Livre

Atentado ao acampamento Marisa Letícia aconteceu na madrugada do sábado (28). Polícia não mantém unidade no local para garantir segurança de manifestantes.
por André Accarini, da CUT publicado 28/04/2018 20h01, última modificação 29/04/2018 09h59
GIBRAN MENDES
marcia acampamento marisa letícia
A advogada Márcia Koakoski foi atingida de raspão por tiro de arma de fogo
CUT – A advogava Marcia Koakoski, 42 anos, viajou 618 quilômetros de Xangri-Lá, no Rio Grande do Sul, até a capital paranaense, onde planejou ficar três dias no Acampamento Lula Livre. Queria apenas prestar solidariedade ao ex-presidente Lula, preso político desde 7 de abril, trocar experiências de convivência pacífica com aqueles que, como ela, participam de um movimento democrático, em defesa daquilo em que acreditam ser o melhor para futuro do Brasil.
Na madrugada desse sábado (28), foi acordada pelos fascistas que atacaram  a tiros o acampamento Marisa Letícia em Curitiba.
"Acordei à uma e meia da manhã, com uma frenada brusca de carro. Ouvi gritos de ‘Bolsonaro presidente’, e xingamentos aos vigilantes que estavam ali, nos guardando”.
Esses vigilantes, companheiros escalados para fazer a segurança do local, usaram a única forma que dispunham para tentar afugentar os agressores: fogos de artifício, conta  a advogada.
“Mas, nesse momento, um dos agressores ameaçou o companheiro dizendo: ‘vou voltar aqui e vou te matar”, conta.
Naquele momento, apesar da tensão, não havia a expectativa que pudesse haver uma cena de guerra no local. 
“Sentimos o tempo todo, todas as noites, que existia essa tensão, mas as pessoas acabaram relaxando porque toda noite passava alguém gritando palavras de ordem fascistas, sobre Bolsonaro. Acontecia, mas não passava disso”.
E essa madrugada parecia ser igual as outras. Os agressores deixaram o local. Infelizmente, não por muito tempo. Logo depois de um breve período de normalidade, o terror se concretizou.
 “A gente achou que eles tinham ido embora mas, logo depois, começou uma gritaria, com barulhos de fogos e tiros. Eu estava num banheiro químico nessa hora e ouvi as pessoas gritando: ‘tem baleado, tem baleado. E foi nesse momento que ouvi um estouro e um impacto em meu ombro.” Márcia conta que não viu sangue em seu corpo e, por isso, não se preocupou. 
Mas, mais tarde, ela teria a exata noção do perigo que correu. Ela e alguns companheiros voltaram ao banheiro químico para verificar se alguma parte da estrutura do acampamento havia sido danificada, quando constatou um buraco no ‘casco’ do banheiro, que indicava que um projétil havia passado por ali. Márcia olhou ao redor e achou a bala, que estourou na saboneteira e atingiu seu ombro. O projétil foi achado no assoalho. 
“Por pouco, por centímetros mesmo, não fui atingida pela bala. Podia estar internada, ou até em uma situação pior, agora”.
A cena que ela descreve nos momentos após ser atingida é de total desespero das pessoas, vítimas da violência gratuita e repentina dos agressores.
“No acampamento, todo mundo é protetor, amável, solidário. São seres humanos e ninguém merece essa violência”.

O socorro

O SAMU foi acionado, a Polícia Militar também. A advogada (e vítima do tiroteio) Márcia, acredita que o socorro chegou em aproximadamente 20 minutos, mas conta que em uma situação de estresse e desespero, como a vivida por ela e seus companheiros, qualquer minuto é uma eternidade. 
A advogada chegou a falar com oficiais da Polícia Civil e Militar. “Eles foram como são: do jeito deles, um tanto frios. Indicaram que eu fosse à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para ver se estava tudo bem”. 
Márcia, que prestará depoimento, e fará exame de corpo de delito para as investigações, critica a falta de segurança: “O que me impressiona é que numa situação dessas, onde existe uma zona de conflito, deveria haver ao menos uma guarnição, de polícia, para que seja garantida a segurança e a ordem dos dois lados”. Ela exemplificou com casos como casa noturnas, onde há o risco de confusões, em manifestações de estradas, etc. “Não se pode deixar acontecer um desastre. Tem que ter um efetivo da polícia para evitar”, conclui. 

Crime antecipado 

A advogada explica também que o fato de agressor ter anunciado que voltaria para matar, já caracteriza que houve o crime de ameaça. Mas, tanto ela quando os outros no acampamento, não imaginaram que o agressor realmente votaria e aconteceria toda a tragédia.
E lamenta o momento  que o país vive, onde pessoas que estão em um local  pacificamente para defender aquilo que acredita ser um caminho correto para futuro do Brasil, que é  defender Lula, defender a democracia e lutar contra o golpe dado no Brasil, que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff, com apoio da mídia e parte do judiciário, e contra a prisão arbitrária e sem provas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sejam agredidas dessa maneira.

Atentado contra acampamento Lula Livre é destaque no The Guardian


PARA O MUNDO VER

Atentado contra acampamento Lula Livre é destaque no The Guardian

Jornal inglês relata ataque contra apoiadores do ex-presidente, que deixou dois feridos, a liderança de Lula nas pesquisas e a crise política, econômica e assassinato de lideranças, como Marielle
por Redação RBA publicado 28/04/2018 17h58, última modificação 28/04/2018 18h13
REPRODUÇÃO
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Matéria do jornal inglês traça panorama da situação no Brasil
São Paulo – O site do jornal inglês The Guardian destacou o atentado a tiros contra o acampamento Marisa Letícia, que integra a vigília Lula Livre. O ataque deixou dois feridos, um deles baleado no pescoço.
Clique aqui para acessar a reportagem na íntegra.
A reportagem reproduziu depoimento da presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), que condenou o ataque. E destacou as inúmeras tentativas de visitas ao ex-presidente, como a do Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, proibido de visitar Lula pela juíza Carolina Lebbos.
A reportagem menciona ainda que Lula lidera de "maneria confortável" pesquisas de intenção de votos para a Presidência da República e que o país está mergulhado em crise econômica, política e de segurança, com assassinatos lideranças do campo, ambientalistas e lideranças políticas, como a vereadora Marielle Franco.

Brazil shooting: two supporters of jailed ex-president Lula injured




Brazil shooting: two supporters of jailed ex-president Lula injured

More than 20 shots fired at protest camp in southern city of Curitiba, where Lula is jailed
Supporters of former president Luiz Inácio Lula da Silva protest in front of federal police headquarters.
 Supporters of former president Luiz Inácio Lula da Silva protest in front of federal police headquarters. Photograph: Rodolfo Buhrer/Reuters

Two people have been taken to hospital, one in serious condition, following a shooting on an encampment set up to protest against the imprisonment of Brazil’s former president Luiz Inácio Lula da Silva in the southern city of Curitiba.
More than 20 shots were fired at the camp at around 4am, according to reports from supporters.




A man identified as Jeferson, 39, was shot in the neck and a woman received arm injuries from shrapnel when a chemical toilet was hit, according to local media. Photos of a bloodsoaked shirt circulated on Brazilian news sites.
“This is the result of this constructed process of persecution against Lula, the Worker’s party and the leftist movements,” the Worker’s party president and senator, Gleisi Hoffmann, said in a video posted on Facebook.
Brazil’s Agência Estado news service reported that police and a forensic team had attended the scene and found shell casings from a 9mm pistol, a weapon only used by police and armed forces. The authorities are investigating.
The supporters’ camp, visited by hundreds of activists including allied politicians, leftwing intellectuals and the Argentinian Nobel peace prize winner, Adolfo Pérez Esquível, was set up when Lula was jailed earlier this month on corruption charges.
The once wildly popular former president says the charges are to keep him from running in Brazil’s October elections for which he leads the polls by a comfortable margin.
One of Lula’s buses with guests and journalists inside was shot at in March while the former president was touring Brazil’s southern states. No one was injured.
Brazil is one of the world’s most violent countries with around 60,000 homicides annually, the vast majority of which go unsolved.
As the country has plunged into political and economic crisis in recent years, it has seen a rise in the number of killings of political, rural and environmental activists and leaders. The recent killing of Marielle Franco, a Rio de Janeiro city councillor, was one of the most shocking and emblematic cases.

Sete centrais, artistas pela democracia e um 1º de Maio histórico em Curitiba


DIA DO TRABALHADOR

Sete centrais, artistas pela democracia e um 1º de Maio histórico em Curitiba

Principal ato do país terá Beth Carvalho, Ana Cañas, Maria Gadú e Renegado, e unirá CUT, Força Sindical, CTB, NCST, UGT, CSB e Intersindical em defesa dos direitos e pela liberdade de Lula
por Redação publicado 29/04/2018 09h30
ROBERTO PARIZOTTI | RICARDO STUCKERT | JOKA MADRUGA
1 de maio Curitiba
São Paulo – Pela primeira vez desde a redemocratização do país, as sete maiores centrais sindicais brasileiras farão, este ano, um 1º de Maio unificado. O ato de Curitiba terá como mote “Em Defesa dos Direitos e por Lula Livre”. O que unificou CUT, Força Sindical, CTB, NCST, UGT, CSB e Intersindical foi a defesa da liberdade do ex-presidente Lula, mantido como preso político na sede da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba há 20 dias, e a certeza de que eleição de Lula para presidente da República em outubro é a chance que a classe trabalhadora tem de conseguir resgatar direitos perdidos nos últimos anos.
Os sindicalistas estão também unificados em torno de uma pauta comum de interesse da classe trabalhadora, como uma política econômica de geração de empregos e renda, defesa da seguridade e da Previdência Social pública, o fim da lei do congelamento de gastos e a revogação da reforma Trabalhista. Os presidentes das sete centrais participam do ato, além de representantes de movimentos sociais como MST, MTST, UNE e Central de Movimentos Populares, entre outros integrados pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo.
Como tem ocorrido desde a instalação do acampamento Lula Livre na capital paraense, a manifestação de terça-feira, a partir das 14h na Praça Santos Andrade (Praça da Democracia), no centro histórico de Curitiba terá um forte ingrediente cultural, com apresentação de artistas conhecidos por ser posicionamento em defesa da democracia, como Beth Carvalho, Ana Cañas, Maria Gadu, o rapper Renegado e muitos artistas locais.




Ataque a tiros a acampamento pró-Lula deixa dois feridos






Política

Curitiba

Ataque a tiros a acampamento pró-Lula deixa dois feridos

por Redação — publicado 28/04/2018 08h02, última modificação 28/04/2018 16h50
O ataque teria acontecido na madrugada do sábado 28. Um integrante foi hospitalizado com um tiro no pescoço
Neudicleia de Oliveira/MAB
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Integrantes do acampamento realizam manifestação para denunciar ataque sofrido na madrugada
*Atualizado às 16h48, com a colaboração de René Ruschel

A 
 advogada Márcia Koakoski, 42 anos, moradora da cidade de Xangril-lá, no Rio Grande do Sul, foi  atingida por estilhaços de bala no acampamento Marisa Letícia, com o ataque a tiros praticado na madrugada do sábado 28. 
"Estávamos no acampamento, quando as pessoas mais próximas da saída ouviram uns gritos sobre 'Bolsonaro presidente'. Aí o pessoal da vigilância, que não estava armado, soltou fogos de artifício para afastá-los. Nesse momento, eles disseram que voltariam e matariam a gente", conta a integrante do acampamento. A situação, segundo a advogada, teria ocorrido por volta da 1h30.

Ela conta que a vigília seguiu pela noite e ninguém mais dormiu no acampamento. "Aí mais tarde eu fui ao banheiro, que é fora do acampamento, e ouvi um misto de fogos e tiros, até que senti uma pressão muito grande no meu ombro, como se fosse um soco contundente. Coloquei a mão, vi que não tinha sangue e pensei que estava tudo bem. Esperei passar aquele momento e quando retornei, vi que estava machucada".

Márcia e os demais acampados foram tentar entender a trajetória da bala que, conforme conta, atravessou a parede de dois banheiros químicos e atingiu a saboneteira do que estava, causando um estouro e o lançamento de fragmentos sobre ela.

"Foi bem assustador, eu sobrevivi por uma questão de segundos, porque eles atiraram pra matar. Estamos aqui numa luta pacífica, pela democracia, e somos alvejados pelas mesmas pessoas que dizem estar pelos direitos dos civis. Eu nunca sofri violência, aí venho para cá participar de uma manifestação e fico na linha de tiro. Eu podia estar no lugar daquele rapaz", lamenta se referindo ao companheiro de acampamento, Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, que foi atingido por um tiro no pescoço e se encontra na UTI, em estado grave. 

O caso 

O acampamento Marisa Letícia, localizado no bairro Santa Cândida, em Curitiba, onde dormem integrantes da vigília Lula Livre, foi atacado a tiros por volta das quatro horas da madrugada do sábado 28. Duas pessoas foram feridas, uma delas está hospitalizada. 

Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, foi prontamente encaminhado ao hospital com um tiro no pescoço. A autoria do ataque a tiros ainda não foi identificada até o momento. 

Segundo informações de pessoas que estavam no acampamento havia movimentação de carros passando em frente ao local desde às duas da madrugada, gritando palavras de ordem a Jair Bolsonaro.
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Integrante do acampamento mostra roupa suja de sangue. Créditos: Reprodução Facebook /Frente Brasil Popular
Após o ataque, segundo informações da vigília, os integrantes do acampamento realizaram uma manifestação em uma rua próxima para denunciar o atentado e o "estado de exceção que fere o direito de mobilização do grupo", além disso os acampados pediram agilidade por parte da Polícia e Justiça.

Leia Também: 
Quem são os acampados por Lula em Curitiba?
Polícia encontra cápsulas de pistola 9mm no acampamento pró-Lula


A vigília Lula Livre soltou uma nota de repúdio contra o atentado alegando que a "tentativa de homicídio" não intimidará os manifestantes, que terão presença massiva em Curitiba neste 1 de maio, Dia do Trabalho. O movimento também fala em "crônica anunciada", devido ao fato dos integrantes já terem sido atacados na região no momento em que houve a troca de local do acampamento. Segundo o texto, as atividades do acampamento seguem normais.

Veja a nota na íntegra:
A vigília Lula Livre e as diversas organizações que a integram repudiam de forma veemente o ataque a tiros contra o acampamento Marisa Letícia, ocorrido na madrugada de hoje (28) e que resultou em duas pessoas feridas, uma delas de forma grave, com um tiro no pescoço. 
A sorte de não ter havido vítimas fatais não diminui o fato da tentativa de homicídio, motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba. Não nos intimidarão!
No fundo, é uma crônica anunciada. Desde o dia quando houve a mudança de local de acampamento (17), cumprindo demanda judicial, integrantes do movimento social haviam sido atacados na região. Desde aquele momento, a coordenação da vigília já exigia policiamento e apoio de viaturas, como foi inclusive sinalizado nos acordos para mudança no local do acampamento.
“Nós desmanchamos o acampamento cumprindo ordem oficial. Fizemos a opção de ir para um terreno e seria garantida a segurança. Agora o que cobramos da Secretaria de Segurança Pública é investigação, que identifique o atirador”, enfatiza Dr Rosinha, presidente do PT estadual e integrante da coordenação da vigília.
Seguiremos com nossas atividades, lutas, programação e debates da vigília. A cada dia vai se tornando cada vez mais impressionante como, mesmo preso, a figura do ex-presidente Lula, a força moral que ganha, as denúncias contra a injustiça de sua prisão, tudo isso causa desespero nos seus algozes.
Por isso, estamos no caminho certo e venceremos! Em repúdio contra a violência, realizamos o trancamento da rua na região e seguiremos lutando.
Convocamos a sociedade e as pessoas que prezam pela democracia, pelo livre direito à expressão, pela diversidade de vozes na política, que somem-se a nós na vigília. Não aceitaremos tentativas de retrocesso que já nos custaram muitas lutas e vidas.
Vigília Lula Livre, 28 de abril de 2018.

Munição
A Polícia do Paraná encontrou cápsulas de pistola 9mm, arma de alto poder letal, no acampamento Marisa Letícia, após ataque a tiros ocorrido na madrugada do sábado 28. Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública do Paraná, peritos da Polícia Científica, policiais militares e da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estiveram no local. Um inquérito foi aberto para apurar o caso.
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Os integrantes do acampamento registraram imagens das balas utilizadas no ataque. Créditos: divulgação
Em nota, a Secretaria coloca que as primeiras informações apontam que os disparos de arma de fogo contra o acampamento de manifestantes pró-Lula foi feito por um indivíduo a pé. Os tiros acertaram um dos acampados no pescoço Jeferson Lima de Menezes que, segundo informações da imprensa, encontra-se em estado grave na UTI. Os demais disparos acertaram um banheiro químico e os estilhaços feriram, sem gravidade, uma mulher no ombro.

Os acampados alegam que os policiais militares que estiveram no local apanharam os cartuchos de bala deflagrados, o que teria comprometido a perícia da Polícia Civil. Segundo os manifestantes, pode ser uma estratégia para esconder a possibilidade dos tiros terem vindo da arma de policiais. 
Repercussão

A senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, antes de embarcar para o Chile, onde participa de uma reunião com a Aliança Progressista para falar sobre o que se passa no Brasil, gravou um vídeo em solidariedade aos militantes acampados em Curitiba.

Segundo ela, a onda de violência e intolerância que se alastra pelo país é muito grave e “vem num rastro que atinge os movimentos sociais desde que o golpe do impeachment foi instaurado” Lembrou as recentes mortes da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, no Rio de Janeiro; o atentado à caravana do presidente Lula, no interior do Paraná; a violência contra os manifestantes que estavam na porta da PF no último dia 7 para receber Lula e o ataque de uma torcida organizada na semana passada a integrantes do MST. Segundo ela, se nada for feito, essa violência pode levar o País uma “situação lamentável”.

https://www.facebook.com/Lula/videos/1690550217680638/

Para ela, toda a violência foi construída nesse processo de perseguição contra o presidente Lula, contra o PT, contra os movimentos de esquerda. “A Lava Jato e o juiz Sérgio Moro, que coordena essa força tarefa, tem responsabilidade objetiva nisso. Assim como a grande mídia e a Rede Globo, que dia após dia incita o ódio.