terça-feira, 17 de maio de 2016

Declaração do Governo Revolucionário de Cuba



Declaração do Governo Revolucionário de Cuba

O que ocorre no Brasil faz parte da contraofensiva reacionária do imperialismo e oligarquia contra os governos revolucionários e progressistas da América Latina e o Caribe

O Governo Revolucionário da República de Cuba tem denunciado de maneira reiterada o golpe de Estado parlamentar-judicial, disfarçado de legalidade, que se gera há vários meses no Brasil. Hoje foi consumado um passo fundamental para os objetivos golpistas. A maioria dos senadores brasileiros determinou continuar o processo de julgamento político contra a presidenta legitimamente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, e com isso, afastá-la “provisoriamente” de seu cargo por um período de até 180 dias, em que o Senado deve decidir, mediante o voto de dois terços de seus integrantes, a destituição definitiva.

Trata-se, realmente, de um ardil montado por setores da oligarquia nesse país, apoiados pela grande imprensa reacionária e o imperialismo, com o propósito de reverter o projeto político do Partido dos Trabalhadores, derrubar o governo legítimo e usurpar o poder que não puderam obter com o voto eleitoral.

O que ocorre no Brasil faz parte da contraofensiva reacionária do imperialismo e a oligarquia contra os governos revolucionários e progressistas da América Latina e o Caribe, que ameaça a paz e a estabilidade das nações, contravindo o espírito e a letra da Proclamação da América Latina e o Caribe como Zona de Paz, assinada na 2ª Cúpula da CELAC, em janeiro de 2014 em Havana pelos chefes de Estado e de Governo da região.

Tal como expressou o presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros da República de Cuba, general-de-exército Raul Castro Ruz, no encerramento do 6º Período Ordinário de Sessões da Assembleia Nacional do Poder Popular, em 29 de dezembro passado: “A história demonstra que quando a direita chega ao governo não duvida, na hora, de desmontar as políticas sociais, beneficiar os ricos, restabelecer o neoliberalismo e aplicar cruéis terapias de choque contra os trabalhadores, as mulheres e os jovens”.

O povo brasileiro, as forças políticas de esquerda e os combativos movimentos sociais dessa nação rechaçam o golpe e se oporão a qualquer tentativa de desmontar os importantes programas sociais desenvolvidos pelos governos do Partido dos Trabalhadores, com Lula e Dilma na frente, como “Bolsa Família”, “Mais Médicos”, “Minha Casa-Minha Vida” e “Fome Zero”, que mudaram a vida de dezenas de milhões de pessoas nesse país.

Dilma, Lula, o Partido dos Trabalhadores e o povo de Brasil contam e contarão sempre com toda a solidariedade de Cuba.

Nota da Presidência da República



NOTA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


Na tentativa de justificar o ataque ao Estado Democrático de Direito conduzido por partidos políticos, empresários, oligopólios da informação e corporações, o Ministério Interino de Relações Exteriores do Brasil emitiu notas criticando governos latino-americanos e o Secretário-Geral da Unasul, Ernesto Samper, por denunciarem o golpe parlamentar que afastou Dilma Rousseff da Presidência da República.

A reação de governos estrangeiros e de importantes setores da opinião pública mundial, entre eles o Secretário-Geral da OEA, expressa a indignação internacional diante da farsa jurídica aqui montada. Ao mesmo tempo, revela a preocupação de que essas práticas, travestidas de legalidade, possam se espalhar por outras partes do mundo, especialmente na América Latina, promovendo a desestabilização de governos legítimos e revertendo as grandes conquistas sociais e democráticas alcançadas nos últimos 15 anos.

Forças partidárias, como as que pretendem agora conduzir a política externa brasileira – tradicionalmente submissas às grandes potências – não têm autoridade política ou moral para invocar o princípio da soberania, sobretudo quando têm costumeiramente praticado a ingerência nos assuntos internos de outros países da região.

Governos e povos da América Latina estão também preocupados com as ameaças que o ministro interino recorrentemente fez ao MERCOSUL e com sua disposição de estabelecer acordos econômicos e comerciais profundamente lesivos ao interesse nacional.

Fieis e gratos à solidariedade que estamos recebendo do mundo inteiro, nos sentimos mais fortalecidos em nossa disposição de resistir ao golpe que se pretende consumar contra nossa democracia.


Brasília, 16 de maio de 2016

Assessoria de Imprensa
Presidenta Dilma Rousseff