oeSsdrptonu617536t 7592nm 2lc0t99u1519 DE JANEIRO DE 1895 – NASCIA APPARÍCIO FERNANDO DE BRINKERHOFF TORELLY,
PARA NÃO ESQUECER (E PARA RIR UM POUCO)
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“BARÃO DE ITARARÉ”O
(Ernesto Germano)
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O nascimento de Apparício Torelly é confuso. Sua certidão de nascimento diz que nasceu no Uruguai, mas ele mesmo contestava e dizia que nasceu no Rio Grande do Sul.
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A vida de Apparício Torelly é confusa. Perdeu a mãe (suicídio) quando ainda tinha apenas 18 meses de nascido e foi criado em um internato jesuíta.
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Começou sua vida profissional em 1908, como humorista em um jornal do colégio onde estudava, o “Capim Seco”, onde fazia piadas com a disciplina e as exigências dos padres que cuidavam dos jovens estudantes.
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Mais tarde se aventura em um curso de medicina, mas sofre um AVC, em 1918, e abandona. Começa aí a sua vida de escritor. Primeiro com sonetos e depois com artigos em jornais locais do Rio Grande do Sul.
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Em 1925, já no Rio de Janeiro, entra para o jornal O Globo. Logo é convidado para colaborar com o jornal “A Manhã”, da mesma editora, onde começa a publicar seus sonetos de humor, sempre satirizando a política.
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Em 1926 criou o jornal que até hoje é conhecido como o mais satírico e mais popular da história da nossa imprensa: surgia “A Manha”. Seu jornal estreou no dia 13 de maio de 1926!
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Mas ele ainda não tinha o seu “título de nobre” e assinava como Apporelly.
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Em 1930 começa a Revolução que levaria Getúlio Vargas ao poder. Vargas sai do Rio Grande do Sul, em um trem, para chegar à capital federal (Rio de Janeiro, na época). E todos os jornais noticiavam que haveria um grande combate, uma batalha entre as duas tropas: as que vinham com Getúlio e as que ainda defendiam Washington Luís. A cidade marcada para o encontro seria Itararé, na divisa entre São Paulo e Paraná.
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O cenário estava pronto e a imprensa só falava na “mais sangrenta batalha da América do Sul”. Mas não houve batalha. Um acordo entre as partes instalou uma “junta governativa” (como sempre acontece). Apporelly faz uma crônica, satirizando os golpes. A batalha de Itararé passou a ser “a mais famosa batalha que nunca existiu”! Ele critica os que fizeram acordos para ganhar cargos e, a partir de então, resolve “conceder” a si mesmo o título de Duque e só mais tarde trocou para Barão (por modéstia, segundo ele).
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Surgia o Barão de Itararé.
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Em 1934 criou o “Jornal do Povo” e publicou toda a história de João Cândido, o herói da “Revolta da Chibata”, em fascículos.
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O jornal “A Manha” circulou até 1935, quando o Barão de Itararé foi preso por ligações com o Partido Comunista Brasileiro. Saiu da cadeia em 1936 e voltou a produzir o jornal, mas, um ano mais tarde, vinha o Estado Novo e o jornal parou de circular.
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Em 1947 foi candidato a vereador do Distrito Federal e criou um lema que logo tomou conta da população: “Mais leite! Mais água! Mas menos água no leite!”. Claro que foi eleito, mas foi cassado em 1948. E escreveu n’A Manha: “Um dia é da caça... os outros da cassação”.
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Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 27 de novembro de 1971.
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Algumas “máximas” famosas do Barão de Itararé:
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“O que se leva desta vida é a vida que a gente leva”.
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“A criança diz o que faz, o velho diz o que fez e o idiota o que vai fazer”.
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“Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo”.
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“A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda”.
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“Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância”.
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“O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro”.
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“Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado”.
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“De onde menos se espera, daí é que não sai nada”.
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“Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos”.
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“O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro”.
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“A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana”. (uma das minhas prediletas)
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“O fígado faz muito mal à bebida”.
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“Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está”.
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“Tempo é dinheiro. Paguemos, portanto, as nossas dívidas com o tempo”.
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“O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato”.
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“Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados”.
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“Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você”
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PRECISAMOS DE UM BARÃO DE ITARARÉ NA ATUALIDADE!
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Nas imagens: 01) Aparício Torelly; 02 e 03) Máximas do Barão de Itararé
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