sábado, 12 de dezembro de 2020

Breno Altman entrevista Andrés Auraz, candidato à Presidente do Equador

 https://www.youtube.com/watch?v=d99Qc9pPmiw&feature=youtu.be

Os destaques da noite no 247

 

Haddad: “só teremos paz com eleições livres e reparação histórica ao Lula”

“O impeachment de Bolsonaro vai voltar ao centro da pauta”, diz Mercadante

Folha diz que Bolsonaro e "seu círculo de patifes" serão obrigados a vacinar a população

Militante bolsonarista seria autor de relatórios da Abin que ajudaram defesa de Flávio Bolsonaro

Noblat: Maia deveria aceitar pedido de impeachment de Bolsonaro como último ato

As instituições se acovardarão diante dos relatórios da Abin para Flávio Bolsonaro?

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Vereador eleito de Niterói, Carlos Boechat morre de Covid-19 aos 70 anos

 

Vereador eleito de Niterói, Carlos Boechat morre de Covid-19 aos 70 anos

247 - O vereador eleito de Niterói Carlos Boechat (PDT) morreu neste sábado (12) aos 70 anos, vítima de complicações da Covid-19. Carlos é irmão do jornalista Ricardo Boechat, que morreu aos 66 anos em fevereiro de 2019, em um acidente de helicóptero.

O vereador eleito estava internado desde o dia 19 de novembro, no Hospital Santa Marta, em Santa Rosa. Seu quadro piorou nos últimos dias e ele precisou ser transferido para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da unidade hospitalar.

Nascido no Uruguai, Carlos Boechat era engenheiro civil, trabalhou na Superintendência de Limpeza Urbana de Niterói (atual CLIN), atuou em obras de infraestrutura na cidade e, antes de ser eleito, foi administrador regional da Região Oceânica, na gestão Rodrigo Neves.

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, fez uma homenagem pelas redes ao recém-eleito vereador e seu amigo pessoal. "O querido e leal amigo, vereador eleito do PDT, Carlos Boechat, niteroiense apaixonado por nossa cidade, engenheiro que trabalhou tanto ao meu lado para tirar o túnel Charitas-Cafuba do papel , lutou bravamente contra o COVID-19, mas infelizmente faleceu ainda ha pouco. Uma dor e tristeza imensas no coração pela partida desse amigo incansável, íntegro, que transmitia sempre energias positivas a todos! Que Deus o acolha no reencontro com seu irmão e conforte os corações de sua esposa Patrícia, filhos, netos, Dona Mercedes e amigos. Boechat presente!", disse Neves no Facebook.

TIB Exclusivo: a Abin paralela dos Bolsonaro

 

Sábado, 12 de dezembro de 2020
Exclusivo: a Abin paralela dos Bolsonaro

Relatórios para defender Flávio podem ter sido produzidos por Abin paralela dentro própria agência.

Os relatórios produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência para alimentar a defesa de Flávio Bolsonaro são um indício de que há um aparato clandestino de espionagem e polícia política funcionando nos porões do governo Jair Bolsonaro.

O colunista Guilherme Amado, da revista Época, publicou reportagem nesta sexta-feira mostrando que a Abin produziu pelo menos dois relatórios. Eles instruíram Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre como agir para conseguir documentos capazes de anular o processo judicial a que o senador responde pela acusação de desviar salários de funcionários de gabinete. 

O caso conhecido como o das rachadinhas envolve o ex-assessor Fabrício Queiroz, amigo do presidente da República, preso em junho na casa do advogado Frederick Wassef, que trabalhou para Jair Bolsonaro e para o próprio Flávio.

Nesses dois documentos, segundo a Época, a Abin descreve o que diz ser uma organização criminosa na Receita Federal, de onde partiram as informações que deram início à investigação. O objetivo dos relatórios era contribuir com a tese da defesa de Flávio de que houve uma devassa ilegal dos dados fiscais dele. 

Um dos relatórios traz no campo destinado a esclarecer sua finalidade a descrição “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”, segundo a Época.

A existência de uma Abin clandestina era uma suspeita alimentada há tempos em Brasília. Ela existia publicamente desde que o próprio presidente Bolsonaro revelou ter um "sistema particular de informações" em uma reunião com ministros. Agora, a história ganha um novo caminho para a possível descoberta desse aparato ilegal.

Nesta sexta-feira, o Intercept conversou com uma fonte da Abin, que deu detalhes do caso. A fonte revelou que tanto ela como seus colegas desconfiam da mesma pessoa como sendo a responsável pelo relatório. Trata-se de Marcelo Bormevet, um policial federal cedido à agência que é também um bolsonarista entusiasmado nas redes sociais.

Marcelo Bormevet está na Abin desde 24 de setembro de 2019. Ocupa um posto-chave no Centro de Inteligência Nacional, o CIN, que surgiu formalmente em agosto de 2020, mas vinha sendo estruturado às escondidas desde pelo menos o início do ano. Bormevet é coordenador-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Segurança Corporativa. 

O CIN tem a atribuição de acompanhar "assuntos de inteligência estratégica", aí incluídos segurança pública, crime organizado e manifestações políticas. Goza ainda a prerrogativa de fazer o que, na Abin, se chama de ‘pesquisas sociais’ – a investigação prévia sobre indicados para cargos no governo.

Ex-agente penitenciário no Distrito Federal, Marcelo entrou para a Polícia Federal em 2005. No Twitter, é um bolsonarista típico: retuíta posts de Jair e Carlos Bolsonaro e faz proselitismo para o Aliança pelo Brasil, partido que não saiu do papel. Também compartilha notícias falsas sobre a eficácia da cloroquina no tratamento da covid-19 e lança dúvidas sobre as vacinas que o governo federal se esforça para barrar no Brasil.
 

Um mistério até mesmo para os colegas

O detalhe é que pouca gente na Abin sabe exatamente o que faz a coordenação tocada por Bormevet. Não há sequer uma descrição das funções dela no organograma da agência, algo incomum mesmo no setor de inteligência.

O detalhe é que pouca gente na Abin sabe exatamente o que faz a coordenação tocada por Bormevet. Não há sequer uma descrição das funções dela no organograma da agência, algo incomum mesmo no setor de inteligência.

A criação do CIN, em agosto passado, causou desconfiança. O deputado Alessandro Molon, do PSB do Rio, tenta sustá-la com um projeto de decreto legislativo que apresentou dias depois do novo departamento da Abin aparecer no Diário Oficial. Na justificativa, ele argumentou que ela "pode dar respaldo para perseguição de opositores políticos". Até agora, porém, o projeto de Molon não saiu do lugar. 

No mesmo decreto que criou o CIN, Bolsonaro também autorizou a Escola de Inteligência, o centro de preparação dos agentes da Abin, a dar treinamento a quem não é servidor da agência. Para a oposição, as mudanças abrem brecha para que a agência funcione como um órgão de governo e não de Estado – justamente o que se vê no caso Flávio Bolsonaro. 

O autor dos relatórios, porém, não parece ter passado pela escola da Abin. Os olhos treinados do pessoal da inteligência de quem levantamos informações estranharam a redação dos relatórios produzidos para Flávio Bolsonaro. A linguagem nada tem em comum com o padrão adotado pela Abin. 

"Todos os analistas de inteligência passam por um treinamento para seguir uma espécie de manual de redação", nos disse a fonte. A ideia é justamente adotar uma linguagem que não identifique quem produziu um determinado papel, uma linguagem neutra e burocrática.

 

Basta querer para identificar o autor

Chama a atenção, ainda, o fato dos relatórios não terem sido gerados em nenhum dos dois sistemas usados pelos analistas para produzir esse tipo de documento. Não é à toa: por meio deles seria muito fácil identificar o autor. Os documentos foram enviados ao filho 01 do presidente por WhatsApp, segundo a Época.

Ainda assim, uma investigação daria conta de identificar quem usou a estrutura da Abin para salvar o pescoço de Flávio Bolsonaro. "Basta procurar os logs em bases de dados à disposição de analistas da Abin e rastrear pedidos feitos a outros órgãos em nome da agência", nos revelou a fonte. Neste caso, já se sabe até onde procurar – a Receita Federal. Isso, claro, se o governo estivesse disposto a esclarecer alguma coisa. Não está. 

Em nota divulgada hoje, o gabinete do ministro Augusto Heleno, a quem a Abin está subordinada, segue tentando negar suas digitais no caso. "As acusações são desprovidas de veracidade, se valem de falsas narrativas e abordam supostos documentos que não foram produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência", diz o texto.

Ocorre que a defesa de Flávio Bolsonaro confirmou à Época que os documentos foram de fato produzidos pela Abin. Enviamos perguntas ao e-mail funcional de Bormevet e à assessoria de comunicação da agência. Ninguém nos respondeu.

A sexta-feira foi um dia de confusão na sede da Abin, em Brasília. O caso Flávio Bolsonaro tem o potencial de colocar uma bomba atômica no colo do presidente da República e de Augusto Heleno, seu ajudante de ordens. Mas, na Abin, são poucos os que veem chance de que o diretor-geral da agência, Alexandre Ramagem, um delegado da PF que é amigo da família presidencial, seja demitido por causa dele. 

Os tempos, afinal, são sombrios.

Rafael Moro Martins
Editor Contribuinte Sênior
 
Rafael Neves
Repórter
 

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