Perícia comprova autenticidade de áudio de Dallagnol
Uma perícia contratada pelo jornal Folha de S.Paulo mostra uma série de elementos de autenticidade na gravação de áudio atribuída a Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, e divulgada pelo The Intercept Brasil
Atualizado em 26 de julho de 2019, 14:29
Deltan Dallagnol (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
247 - Uma perícia contratada pelo jornal Folha de S.Paulo mostra uma série de elementos de autenticidade na gravação de áudio atribuída ao procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, e divulgada pelo The Intercept Brasil no último dia 9.
No arquivo de som disponibilizadopelo Intercept, Deltan diz que a proibição de entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao jornal Folha de S.Paulo, no ano passado, era “uma notícia boa”.
Segundo o parecer técnico elaborado pela empresa especializada em perícias IBP (Instituto Brasileiro de Peritos), não foram encontrados vestígios de descontinuidades ou eventos acústicos que indiquem a existência de cortes, inserções ou modificações no áudio.
A reportagem ainda informa que, com base em métodos de fonoaudiologia forense, a perícia indica semelhança entre a voz que consta no registro divulgado pelo Intercept e uma amostra de voz obtida a partir de uma entrevista com Deltan publicada também no Youtube, assim como a gravação desse áudio.
Assista ao vídeo em que Deltan faz propaganda para empresa delatada que lhe pagou R$ 33 mil
O procurador Deltan Dallagnol exaltou a companhia de tecnologia Neoway, delatada na Operação Lava Jato, de acordo com reportagem do site Intercept; "A tecnologia é essencial para podermos avançar contra a corrupção", disse ele em vídeo; "Isso nos faz precisar, se queremos investigar melhor, usar sistemas de Big Data", afirmou; assista
247 - O procurador da Lava Jato exaltou a companhia de tecnologia Neoway, delatada na operação, de acordo com nova reportagem do site Intercept Brasil.
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"A tecnologia é essencial para podermos avançar contra a corrupção. Lidamos com uma imensa massa de dados em investigações e que pode ser usada para avaliar potencial fornecedores. Isso nos faz precisar, se queremos investigar melhor, usar sistemas de Big Data", afirmou o procurador em vídeo.
"Se queremos um País com menos corrupção, precisamos caminhar na direção da formação de um consenso e caminhar no sentido de que todos nós busquemos autar contra a corrupção não só coletivamente, mas também individualmente dentro das empresas promovendo ética e integridade", acrescentou.
A matéria do Intercept destaca: "Quando finalmente percebeu que havia recebido dinheiro e feito propaganda grátis para uma empresa investigada pela operação que comanda no Paraná, o procurador confessou a colegas: 'Isso é um pepino para mim'. Mas só escreveu à corregedoria do Ministério Público Federal para prestar 'informações sobre declaração de suspeição por motivo de foro íntimo' quase um ano depois, quando o processo foi desmembrado no STF e uma parte foi remetida à Lava Jato de Curitiba".
De acordo com a reportagem, o "procurador Deltan Dallagnol foi pago para dar uma palestra para uma empresa investigada por corrupção pela Lava Jato, operação que ele comanda em Curitiba. Dallagnol recebeu R$ 33 mil da Neoway, uma companhia de tecnologia, quando ela já estava citada numa delação que tem como personagem central Cândido Vaccarezza, ex-líder de governos petistas na Câmara que foi preso em 2017, e em negociatas na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras privatizada na terça-feira".
"Não ficou só na palestra, realizada em março de 2018. Deltan também aproximou a Neoway de outros procuradores com a intenção de comprar produtos para uso da Lava Jato. Ele chegou a gravar um vídeo para a empresa, enaltecendo o uso de produtos de tecnologia em investigações – a Neoway vende softwares de análise de dados".
Segundo a matéria, "a primeira citação à Neoway nos chats secretos da Lava Jato aconteceu dois anos antes da palestra de Deltan, em 22 de março de 2016, em um grupo no Telegram chamado Acordo Jorge Luz. O grupo fora criado para que os procuradores da Lava Jato discutissem os termos de delação de Jorge Antonio da Silva Luz, um operador do MDB que tentava negociar uma delação com a força-tarefa. Dallagnol participava ativamente do grupo".
"Naquele dia, o procurador Paulo Galvão mandou um documento que trazia a primeira versão do que viria a ser o depoimento de Luz sobre diversas empresas, entre elas a Neoway. No documento, o candidato a delator narrava: 'Lembro-me ainda de um projeto de tecnologia para Petrobras com a empresa Neoway que recorri ao Vandere Vaccarezzapara me ajudarem agendando uma reunião na BR Distribuidora. Houve esta reunião e recebi valores por esta apresentação e destas repassei parte para eles. Posteriormente a tecnologia foi contratada sem minha interferência ou dos deputados'".
Hacker mentiu sobre invadir celular de Lula: ele nunca teve smartphone
Em depoimento, Wlater Delgatti disse que acessou "também acessou o conteúdo do Telegram do ex-presidente Lula; mas a versão do suspeito esbarra em um fato: Lula nunca teve um smartphone; a afirmação foi dada pela assessoria de imprensa do ex-presidente ao DCM
DCM - A Globonews obteve antes de todo o resto da imprensa o depoimento à Polícia Federal de Walter Delgatti Neto, suspeito de hackear contas de celular de altas autoridades da República. Por meio da emissora, ficou-se sabendo que o suspeito afirmou, entre outras coisas, que invadiu o celular do ex-presidente Lula e teve acesso à sua lista de contatos.
A versão do suspeito esbarra em um fato. “Lula nunca teve um smartphone”, respondeu ao DCM a assessoria de imprensa do ex-presidente, confirmando um fato notório, de conhecimento de jornalistas e políticos de Brasília e do Brasil.
O suspeito teria dito outras coisas também, como, por exemplo, que forneceu os conteúdos que teria obtido em suas invasões para o jornalista Glenn Greenwald. O jornalista, por sua vez, forneceu à revista Veja as conversas com quem afirma ser sua verdadeira fonte.
Ele disse também que procurou Glenn Greenwald por saber de seu histórico de divulgação de informações do Wikileaks e que teve acesso ao celular dele através de D’Ávila. Até a publicação desta nota, a ex-deputada não tinha se pronunciado sobre o assunto.
Moro faz sua aposta final: portaria dispondo sobre deportação de estrangeiros, por Luis Nassif
A Portaria é o último vagido de Moro. Preparou antes de avaliar a reação da opinião pública ao factoide do hacker de Araraquara. Antes de ter essas informações, dá sua cartada final
O Ministério da Justiça publicou, no Diário Oficial de hoje, portaria No. 666, de 25 de julho de 2019, que “Dispõe sobre o impedimento de ingresso, a repatriação e a deportação sumária de pessoa perigosa ou que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal”. Fica nítido o propósito de intimidar o norte-americano Glenn Greenwald.
Alguns trechos da portaria:
Art. 1º Esta Portaria regula o impedimento de ingresso, a repatriação, a deportação sumária, a redução ou cancelamento do prazo de estada de pessoa perigosa para a segurança do Brasil ou de pessoa que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal, para aplicação do
Art. 2º Para os efeitos desta Portaria, são consideradas pessoas perigosas ou que tenham praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal.
Como integrante de um governo fundamentalista, Moro escolheu o número adequado para a Portaria. O livro do Apocalipse 13:1, 17, 18 diz que 666 é o nome da besta, de sete cabeças e dez chifres que sai do mar.
A Portaria é o último vagido de Moro. Preparou antes de avaliar a reação da opinião pública ao factoide do hacker de Araraquara. Antes de ter essas informações, dá sua cartada final.
Moro não pode repatriar, deportar ou expulsar Glenn, diz professor da FGV
Para o professor de direito da FGV Thiago Amparo, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, não leu a Lei de Migração que traz ameaças à permanência do jornalista Glenn Greenwald no Brasil; “Min. @SF_Moro NÃO LEU a Lei de Migração (de 2017). O @ggreenwald não pode ser repatriado (não está em impedimento ); não pode ser deportado (não está em situação migratória irregular); nem expulso (pq tem família aqui, Art. 54). Se a Portaria 666 foi feita pra isso, erro completo”, postou no Twitter
247 - Para o professor de direito da Fundação Getulio Vargas (FGV) Thiago Amparo, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, não leu a Lei de Migração que traz ameaças à permanência do jornalista Glenn Greenwald no Brasil.
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“Min. @SF_Moro NÃO LEU a Lei de Migração (de 2017). O @ggreenwald não pode ser repatriado (não está em impedimento ); não pode ser deportado (não está em situação migratória irregular); nem expulso (pq tem família aqui, Art. 54). Se a Portaria 666 foi feita pra isso, erro completo”, postou Amparo no Twitter.
Em outra postagem, Amparo ressalta que a portaria editada por Moro e publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira “viola Lei de Migração. 2o., é prática de governos ditatoriais. 3o., é tão demoníaca que o número é 666/2019. 4o. Gleen possui filhos e marido brasileiros”.
Confira as postagens de Thiago Amparo sobre o assunto.
Min. @SF_Moro NÃO LEU a Lei de Migração (de 2017). O @ggreenwald não pode ser repatriado (não está em impedimento ); não pode ser deportado (não está em situação migratória irregular); nem expulso (pq tem família aqui, Art. 54). Se a Portaria 666 foi feita pra isso, erro completo