sábado, 13 de março de 2021

Os destaques da manhã no 247

 

Lula celebra os dez anos do 247 e diz que o Brasil só será livre quando tiver uma imprensa plenamente democrática

Attuch conta a história do 247 e fala sobre o futuro: espero que se torne um veículo coletivo, dos leitores

PSOL nunca esteve tão perto de abdicar candidatura própria para apoiar Lula em 2022

Governador da Bahia celebra a compra de 9,7 milhões de doses da Sputnik V: "vencemos"

“Nunca teremos a versão Ciro paz e amor”, diz Cynara Menezes

“É um absurdo acenar com a hipótese de que o problema brasileiro tenha solução internacional”, diz Altman

Mais notícias

A operação Ciro-Mandetta

O Brasil parou para ouvir Lula

República dos assassinos

Sociedade precisa exigir uma CPI da Lava Jato


A Lava Jato acabou

 

Sábado, 13 de março de 2021
A Lava Jato acabou

Deitada na calçada, ninguém lhe deu a mão.

Destroçada a partir das revelações do Intercept – que há quase dois anos vem publicando sem parar a série Vaza Jato –, a força tarefa se viu deitada de barriga para cima em plena calçada quente de Brasília sem ninguém que lhe desse a mão.

Os procuradores e o juiz que usaram de seu poder para benefícios pessoais e foram decisivos para dar à luz a Bolsonaro viveram nesta semana seu momento mais humilhante.

Na praça pública do STF, Moro e seus comandados foram mordazmente chamados de “figuras angelicais” por Gilmar Mendes. Em seu voto na terça-feira (um sim pela suspeição do ex-juiz e ex-comandado de Bolsonaro), o ministro do Supremo leu dezenas de diálogos das reportagens que começaram a vir a público no dia 9 de junho de 2019 pela Vaza Jato e que depois culminaram na Operação Spoofing. 

Ricardo Lewandowski também votou. Citou ao vivo nosso livro e acrescentou parte considerável do nosso editorial no qual explicamos como e por que o Intercept estava publicando chats privados sobre a Lava Jato e Sergio Moro.

Um dos pontos mais importantes do julgamento foi a ênfase em relação à autenticidade legal que os diálogos receberam. Ministros tinham reservas em usar, durante os votos, os diálogos da Vaza Jato, sob pena de terem que justificar o uso de provas talvez obtidas ilegalmente – mesmo que provas deste tipo possam ser usadas em favor de um réu. Por sorte, temos Sergio Moro.

Graças à soberba do então ministro da Justiça, a Polícia Federal apreendeu, ainda em 2019, 7 terabytes de conteúdos que constituem, hoje, o acervo da Spoofing. O arquivo enviado ao Intercept tem apenas 43,8GB, ou seja: 0,56% do que está em poder do estado brasileiro. Moro queria usar o arquivo apreendido para seus fins pessoais. Tentou chantagear autoridades em busca de apoio para destruir as provas contra si e contra seus comandados no MPF.

Uma jogada amadora, digna de quem se crê um gênio cercado por idiotas, sem perceber o contrário. Da ânsia de nos prender e de acabar com nossas reputações depois de nos acusar – sem provas, como de costume – de sermos aliados de hackers criminosos, Moro acabou tornando o arquivo periciável. Veredicto da PF: é autêntico. 

Nós já sabíamos que os chats eram verdadeiros antes mesmo da Spoofing, é lógico. Caso contrário não os publicaríamos. Na primeira vez em que abri o arquivo na redação do Intercept, cliquei imediatamente em ctrl+F e pesquisei pelo meu próprio nome. Corriam os primeiros dias da apuração daquela massa colossal e complexa de informações e ainda estávamos testando as possibilidades de checagem do material. Afinal, pensei, se houvesse ali menções a mim, e se essas menções fossem informações privadas que eu pudesse identificar como verdadeiras, ali estaria a prova de que elas não poderiam ser inventadas.

Dei de cara com o resultado: não havia nenhum chat entre mim e procuradores, o que eu já sabia. Eu não fazia parte da panela de Curitiba. Mas havia, sim, um diálogo entre Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, e Deltan Dallagnol, que dizia respeito a mim. Eu já contei essa história em entrevista.

No chat de duas frases, Brandão pedia ao procurador e chefe da Lava Jato se poderia passar a mim seu contato. Dias antes, eu havia me encontrado com Brandão na redação da revista piauí, onde fui editor, para tratar de uma reportagem. Eu estava interessado nas obras de arte que a Lava Jato havia apreendido com delatores, sobretudo Nelma Kodama – que mais tarde diria que colaboradores da Lava Jato mentiram para se livrar da prisão, e que haveria uma delação premiada para quem entregasse Lula.

Ao ler o chat, bingo. Outros colegas fizeram e fariam o mesmo, procurando por seus nomes no arquivo. Não havia mais dúvidas de que o material era autêntico. Ele precisava ser publicado.

O TIB está para sempre na história do Brasil. Não há que se ter falsa modéstia aqui, porque não estou falando de mim, estou falando de nós, do nosso jornalismo e do nosso público, vocês que vêm nos apoiando desde então, de todos os modos possíveis. Eu me sinto muito agradecido por esse afeto. Depois de todos os ataques aos quais sobrevivemos, é hora de comemorar a missão nobre do jornalismo em um de seus momentos de plenitude: causar impacto, manter poderosos na linha e promover justiça. 

Que assim seja, cada vez mais. 

Obrigado,

Leandro Demori
Editor Executivo

Destaques

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Como a Lava Jato caiu numa mentira de internet e esperava prender em flagrante o ex-presidente Lula por roubar um objeto que era dele mesmo

Rafael Moro Martins, Rafael Neves, Leandro Demori 
Faltou dar um Google: sumiço do objeto era boato de internet.

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Relatório da XP e falas de estrategista da Empiricus pintam cenário catastrófico se governo socorrer os mais pobres. Mas não pressionam pela vacinação em massa que ajudaria na retomada da economia

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Cara grande imprensa, você quer trocar 35 anos de democracia pelas promessas de um fã de Ustra?
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É mesquinha, pequena, irresponsável e atestado de certa canalhice a comparação entre qualquer um dos governos eleitos após a redemocratização com a gestão de Jair Bolsonaro.

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Entrevista: ‘Bolsonaro presidente é projeto das Forças Armadas’, diz Piero Leirner
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Após decisão de Fachin, militares têm a chance de mostrar a quem devem prestar continência

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‘Pagar até a morte’
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Oficiais sabotam investigações e garantem impunidade em casos de tortura no Exército

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Polícia do Rio comprou tecnologia da Oracle usada por países autoritários
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Segundo a empresa, software é capaz de prever crimes – o que aumenta o potencial de prisões injustas e racismo.

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Indústria de junk food levou Anvisa na lábia para seguir bombando Danoninho
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Documento exclusivo revela o passo a passo das corporações para bloquear modelo de rotulagem mais eficaz na redução de consumo de alimentos-porcaria.

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Variante P1 do coronavírus já assusta nossos vizinhos e agora é a Venezuela que teme virar o Brasil
Maurício Brum, Lucas Berti 
Mais contagiosa, a P1 teve uma mutação já detectada na Venezuela e na Argentina, obrigando fechamento de fronteiras e cancelamentos de voos.

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Carta Capital

 

Lula volta e protagoniza a oposição a Bolsonaro

Petista ressurge, anima militância, acena ao centro e se coloca como o principal opositor ao atual presidente

 FOTO: RICARDO STUCKERT

A segunda semana de março de 2021 se iniciou com uma decisão que, na política brasilera, começa a reorganizar o presente e aponta para o futuro.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anulou na segunda-feira 8 as condenações do ex-presidente Lula no âmbito da Operação Lava Jato.

A decisão do magistrado seria uma maneira de evitar o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, que condenou Lula à prisão no caso do tríplex.

A tentativa da manobra foi em vão, pois o ministro Gilmar Mendes pautou para o dia seguinte o julgamento na Segunda Turma do STF.

Na terça-feira 9, Fachin pediu o adiamento da análise do caso. Foi derrotado, já que a maioria dos colegas de turma optou por votar.

A retomada do julgamento teve os votos de Gilmar e Ricardo Lewandowski. Ambos votaram pela suspeição do ex-juiz. 

Gilmar chamou Moro de juiz acusador. Já Lewandowski afirmou que Lula não foi submetido a um julgamento, mas a um simulacro de ação penal.

Fachin já havia votado anteriormente, assim como Cármen Lúcia. Os dois não viram elementos de suspeição à época. Agora, a ministra deu indícios de que pode mudar o seu parecer.

O julgamento estava interrompido porque Gilmar havia pedido vistas em 2018. Desta vez, foi o novato Kássio Nunes Marques que pediu um tempo para analisar o conteúdo.

A decisão de Fachin, de livrar Lula das condenações, jogou o ex-presidente na disputa pela sucessão de Jair Bolsonaro. O petista voltou ao ringue.

Talvez por temer o potencial do ex-presidente, Fachin, na sexta-feira 12, decidiu enviar ao plenário da Corte um recurso da Procuradoria-Geral da República contra a decisão que anulou as condenações.

CartaCapital ouviu advogados envolvidos em processos do ex-presidente sobre os próximos passos.

 

O discurso de Lula

Na quarta-feira 10 pela manhã, Lula estava no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista para um pronunciamento seguido de uma coletiva.

O País, carente de uma liderança em meio à pandemia, viu ressurgir um Lula que lembrou os velhos tempos.

Em sua fala, o ex-presidente homenageou os mortos pela Covid-19 no Brasil, criticou as 'imbelicidades' de Bolsonaro e denunciou o que chamou ‘pacto’ entre imprensa e Lava Jato.

“Eu sei que fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de História. Eu sei que a minha mulher, Marisa, morreu por conta da pressão e o AVC se apressou. Eu fui proibido até de visitar o meu irmão dentro de um caixão. Se tem um brasileiro que tem razão de ter muitas e profundas mágoas, sou eu. Mas não tenho. Porque o sofrimento que o povo brasileiro está passando é infinitamente maior que qualquer crime que cometeram contra mim. É maior que cada dor que eu sentia quando estava preso na Polícia Federal”, declarou.

(Aqui, você pode assistir a íntegra do pronunciamento).

“Ele [Bolsonaro] não sabe o que é ser presidente. A vida inteira não foi nada. Ele não foi nem capitão. Só se aposentou porque queria explodir quartel. Depois de se aposentar, nunca mais fez nada na vida. Foi deputado por 32 anos. E ainda conseguiu passar para a sociedade a ideia de que não era político. Imaginaram o poder do fanatismo? Através de fake news, o mundo elegeu Trump e Bolsonaro”, continuou o petista.

No discurso, o ex-presidente, apesar das condenações anuladas, fez questão de ressaltar o desejo de ver Moro julgado por suspeição.

“Vamos continuar brigando para que o Moro seja considerado suspeito, porque ele não tem o direito de se transformar no maior mentiroso da História do Brasil e ser considerado herói. Deus de barro não dura muito tempo. Ele deve estar sofrendo muito mais do que eu sofri. O Dallagnol também”, afirmou. “Eles sabem que cometeram erros e eu sabia que eu não tinha cometido”.

Aliados do ex-presidente, como Fernando Haddad, reforçam o pedido. Para o ex-prefeito de São Paulo, a suspeição de Moro é tão importante quanto anulação de condenações de Lula.

Sobre as declarações do ex-presidente, aliados avaliaram o discurso como o de um estadista que tem projeto de Nação.

“Ele apresentou um projeto de Nação. Com toda certeza foi uma sinalização muito positiva para o País e vai mudar o jogo político para 2022. Foi um discurso de candidato”, avaliou um aliado.

Na ocasião, Lula anunciou que quer percorrer o Brasil.

O impacto da volta do ex-presidente mexeu com a opinião pública e com as redes sociais.

Pesquisa do Atlas Político, divulgada na quinta-feira 11, mostra que Lula bateria Bolsonaro no segundo turno.

Na sexta-feira 12, levantamento da XP/Ipespe colocou os adversários em empate técnico.

Na internet, além do crescimento dos seus perfis oficiais, o ex-presidente causou um terremoto.

"A pauta Lula superou a polarização, crescendo independentemente do engajamento bolsonarista. O engajamento, desta vez, partiu de atores que até então não se envolviam diretamente com a polarização política nas redes. A adesão amplificou a repercussão e transformou o ex-presidente em pauta central dos últimos dias", escreveu Pedro Barciela, analista de redes sociais online com foco em política, para CartaCapital.

 

As peças se movem

Em sua volta, Lula acenou ao centro político de olho em 2022, embora não tenha admitido ser candidato. Mereceu um afago de Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara.

“Você não precisa gostar do Lula para entender a diferença dele para o Bolsonaro. Um tem visão de país; o outro só enxerga o próprio umbigo. Um defende a vacina, a ciência e o SUS; o outro defende a cloroquina e um tal de spray israelense”, escreveu o parlamentar.

O bolsonarismo parece que sentiu. O presidente, tradicional negacionista, em sua primeira aparição pós-discurso, usou máscara ao sancionar lei sobre vacinas

O filho 01, o senador Flávio Bolsonaro, passou a apoiar a imunização.

A volta de Lula gerou desconforto na extrema-direita e algumas interpretações na centro-esquerda.

Para o presidente do PDT, Carlos Lupi, o retorno do petista abre espaço para Ciro e enterra Huck e Moro.

“A volta do Lula abre um espaço para o Ciro, pois o ódio que vai se nutrir na campanha entre Lula e Bolsonaro elimina de cara dois candidatos: Luciano Huck e Sergio Moro”, avaliou.

“O campo do Ciro vai crescer. Se a gente conseguir fazer uma aliança de centro esquerda, ele pode furar essa polarização e ser a grande alternativa para o Brasil”, aposta Lupi.


 

Novamente, encaramos o pior da pandemia

País registrou nesta semana recorde de mortes por Covid-19

 

(FOTO: FOTO: ALEX PAZUELLO/SEMCOM-AM)

Na última edição deste resumo semanal, o leitor deparou-se com notícias de que o Brasil encarava o pior momento da pandemia até então.

Na semana anterior, esse também foi o tom que informou sobre mortes, colapso no sistema de saúde e descaso.

Nesta semana, não é diferente.

Na quarta-feira, o Brasil registrou 2.286 mortes em 24h, o novo recorde, que foi seguido de perto nos demais dias.

A vacinação, a única saída para a crise, não segue os passos rápidos da morte. O ministro Eduardo Pazuello reduziu, pela quarta vez, a expectativa de doses disponíveis para a população até março.

No começo da semana, o governo federal anunciou que a farmacêutica Pfizer irá entregar ao Brasil 14 milhões de doses da sua vacina até junho deste ano. Também fechou a compra de 10 milhões de doses da Sputnik V - quantia próxima ao que o estado da Bahia, sozinho, também oficializou.

Pela Anvisa, veio a notícia do registro definitivo da vacina da AstraZeneca/Oxford, que é envasada e distribuída pela Fiocruz.

A Agência também aprovou o uso hospitalar do medicamento remdesivir, um antiviral que se demonstrou eficiente em pacientes com pneumonia causada pela Covid-19.

No anúncio, o gerente de medicamentos da Anvisa enfatizou que este é o primeiro medicamento com atuação comprovada para casos de coronavírus.

Não citou os favoritos e fictícios da família Bolsonaro, mas, para bom entendedor, o recado foi passado.

Em mais uma tentativa de endurecer as medidas de confinamento, a Frente Nacional de Prefeitos pediu, em carta, que os governantes analisem a possibilidade de lockdown.

cidade paulista de Araraquara, por exemplo, já registrou melhora no número de novas internações após ser pioneira em restringir a maioria da circulação nas ruas.

O momento, no entanto, já é o de remediar o que não foi feito. O sofrimento por um leito é apenas um reflexo de uma “tomada de decisão tardia” dos prefeitos, governadores e entes federais, analisa o epidemiologista Guilherme Werneck.

Para especialistas ouvidos por CartaCapital, o próximo feriado nacional, o da Semana Santa, pode fazer o número de mortes aumentar.

As próximas semanas serão duras. Fique em casa.


 

Assista a Relatos de Março, nova minissérie de CartaCapital

Em tempos pandêmicos, as convidadas debateram sobre o vírus e a negligência do estado com pessoas vulnerabilizadas

 (FOTO: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO)

Ao longo da semana do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, leitores que já acompanham o canal de CartaCapital no YouTube puderam acompanhar os três primeiros capítulos da minissérie especial Relatos de Março.

Nela, a repórter Giovanna Galvani conversou com mulheres que marcaram o ano de 2020 e que continuam a fazer história em 2021. Leia e assista todos os episódios.

Em tempos pandêmicos, as convidadas debateram sobre o vírus, a negligência do estado com pessoas vulnerabilizadas e a corrida por vacinas em um País que insiste em manter-se sem doses, sem leitos, sem coesão social e sem justiça contra os poderosos.

Deram seu relato Mônica Calazans, a primeira vacinada contra a Covid-19 no País; Mirtes Renata, a mãe do menino Miguel Otávio, morto aos 5 anos de idade ao cair do 9º andar de um prédio de luxo; Nísia Trindade, atual presidente da Fiocruz; e Jaqueline de Jesus, psicóloga do Instituto Federal do Rio de Janeiro.