domingo, 25 de julho de 2021

Os destaques da manhã no 247

 

Bolsonaristas usam incêndio em estátua de Borba Gato para acusar a esquerda de terrorismo

Aldo Rebelo diz que fogo em estátua de Borba Gato faz parte da guerra híbrida contra o Brasil

Presidente do Psol, Juliano Medeiros defende protesto contra estátua de Borba Gato

Doria condena "vandalismo" nas manifestações em São Paulo

Bia Kicis diz que responsáveis por fogo em estátua são "terroristas"

Brasil ganha primeira medalha nas Olimpíadas de Tóquio

Mais notícias

“Os militares no Brasil são os testas de ferro da CIA”, diz Carlos Latuff

‘Imperialismo não quer Lula porque sabe que ele não vai se vender’, diz Nathália Urban

"Não há razão para o Brasil ter militares em nenhum cargo civil", diz Celso Amorim

‘Há espaço para uma alternativa socialista mundial’, afirma Jeremy Corbyn

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares

 


 

 

 


Fora Genocida!

As capitais brasileiras e centenas de outras cidades foram, mais uma vez, palco para manifestações contra o demente que diz governar o país. Com cartazes e faixas exigindo a saída do ex-capitão, as ruas se encheram neste sábado (24), mas não sem repressão e intimidação da polícia sempre pronta a defender esse sistema corrupto.

O vereador Renato Freitas, do PT de Curitiba, foi preso pela Guarda Civil Municipal da capital paranaense na noite de sexta-feira (23). Ele foi detido na praça Rui Barbosa, levado para a Central de Flagrantes, no bairro Portão, e liberado por volta das 20h30.

Renato estava em uma barraca montada pelo PT para convocar a população para o ato contra demente quando foi abordado pelos guardas municipais. E imagens divulgadas nas redes sociais mostram truculência da força policial na censura ao parlamentar. Renato Freitas foi jogado ao chão, algemado e arrastado até o porta-malas de uma viatura. O vídeo também mostra os policiais debochando e rindo de Renato.

Em seu perfil no Twitter, o PT mostrou o ato autoritário, típico de ditaduras. “Um absurdo! A perseguição com lideranças de esquerda precisa parar. Não podemos mais aceitar esses casos de violência, justiça para Renato Freitas já!” A presidenta do partido, Gleisi Hoffmann postou o vídeo e também se manifestou.

“Balança em baixo que ele cai!” Esse era um dos refrões cantados pela multidão que tomou as ruas pelo país. Desta vez, há protestos confirmados em quase 300 municípios do Brasil e de outros 15 países.

Além do “Fora Genocida”, os manifestantes carregam as palavras de ordem “Vacina no braço” e “Comida no prato”. As reivindicações são a ampliação da imunização contra a covid-19 e o auxílio emergencial de pelo menos R$ 600.

O ato também expressa a indignação com denúncias de corrupção na compra de imunizantes e o luto com as quase 550 mil mortes por coronavírus. Parte delas poderiam ter sido evitadas se o governo federal não tivesse desestimulado a vacinação.

Mesmo em meio à emergência sanitária, os protestos têm contado com a adesão massiva da população, para quem o governo é mais perigoso que o vírus. Assim como nos atos anteriores, é preciso seguir à risca os protocolos sanitários.

A recomendação é participar de manifestações ao ar livre, respeitar o distanciamento social e não retirar a máscara de proteção. As orientações são válidas mesmo para quem estiver vacinado.

Além das frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, a convocação para os atos foi feita por organização de trabalhadores, religiosas e também por torcidas organizadas.

E “ela” falou! A secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, também conhecida como “capitã cloroquina”, revela, em entrevista à Sputnik Brasil, que teve uma reunião com Luís Faro Ramos, embaixador de Portugal em Brasília, para tratar de temas como tratamento precoce contra COVID-19 e uso de cloroquina, sem eficácia comprovada.

Após o Jornal Nacional, da TV Globo, mostrar um e-mail enviado por ela, em 25 de janeiro, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal (MNE), oferecendo-se para compartilhar a experiência brasileira em atendimento precoce no enfrentamento da COVID-19, Mayra compartilhou com o correspondente da Sputnik Brasil em Lisboa outro e-mail, datado de 25 de fevereiro.

O e-mail, dirigido a Tiago Serras Rodrigues, segundo-secretário da Embaixada de Portugal em Brasília e encarregado da seção consular, faz referência à reunião entre a secretária do Ministério da Saúde e o embaixador português, Luís Faro Ramos, ocorrida na tarde daquele dia. A correspondência eletrônica contém anexos como pareceres dos conselhos regionais de Medicina de Sergipe e do Distrito Federal, afirmando que os mesmos já haviam sido entregues presencialmente.

Na quinta-feira (22), os advogados de Mayra protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF) uma reclamação com pedido de liminar, requerendo informação do presidente da CPI da COVID-19 sobre as razões do descumprimento da ordem judicial proferida pelo ministro Ricardo Lewandowski, determinando que o material arrecadado com a quebra de sigilo da secretária poderia ser acessado apenas pelos senadores da CPI, só podendo vir a público por ocasião do encerramento dos trabalhos, no bojo do relatório final.

A defesa de Mayra cita especificamente o e-mail enviado ao MNE, vazado para a TV Globo, e requer que seja oficiado à Polícia Federal para apuração da autoria de delito tipificado artigo 330 do Código Penal: desobedecer a ordem legal de funcionário público.

Curiosamente, durante o julgamento de Lula todas as investigações eram “vazadas”, divulgadas amplamente pela imprensa e ninguém protestava ou abria processos, não é?

Situação econômica piorou. A ineficácia ou descaso do governo demente durante a pandemia não causou apenas a morte de mais de meio milhão de brasileiros. Seu descaso com a saúde da população e com a situação dos trabalhadores causou muitos outros problemas que não terão solução no curto prazo.

Quase a metade dos brasileiros sentiu que a vida piorou na pandemia. Para 45,6% da população, a situação financeira ficou mais difícil; outros 41,7% mantiveram o mesmo padrão e apenas 12,6% afirmam que houve uma melhora. Os dados são da pesquisa Datafolha, realizada nos dias 7 e 8 de julho.

Para analistas, a crise sanitária, a redução para menos da metade do auxílio emergencial durante a pandemia do novo coronavírus, a diminuição no número de pessoas atingidas pelo programa, a inflação nos preços dos alimentos, das tarifas de energia e dos combustíveis, além do índice de desemprego que atingiu 14,7% da população são os principais motivos que levaram os brasileiros a ter a vida financeira deteriorada sob o governo do ex-capitão.

O Datafolha mostra ainda que a piora na vida tem cor e estrato social. Os não brancos tiveram maiores perdas financeiras, assim como os mais pobres. A crise atingiu em maior escala os brasileiros de cor amarela (56%), preta (51%) e parda (46%) do que branca (42%).

Entre os que têm renda familiar de até dois salários mínimos (R$ 2.200), 54% afirmam que a situação financeira piorou. Esta percepção diminui para 37%, dos que ganham de dois a cinco salários mínimos (R$ 5.500). Para os que ganham até 10 dez salários mínimos (R$ 11.000), a vida ficou mais difícil para 25%. Já os que têm renda acima de 10 dez salários mínimos, 22% dizem que sua situação piorou.

Quem não se abateu na crise foram os mais ricos. Para 59% deles nada mudou, mas para outros 19% a situação financeira até melhorou, o que confirma outras pesquisas que mostram que a desigualdade social cresceu na pandemia com o aumento da concentração de renda.

Casa Branca + Cia + Pentágono = Pânico na América Latina. O que aconteceu no Haiti, o que está acontecendo contra Cuba, contra a Nicarágua e agora em El Salvador não são fatos isolados e sem ligação. Tudo está relacionado e já era conhecido desde que Julian Assange divulgou os documentos secretos do Pentágono! Não houve “pausa” na política estadunidense contra nossa região. Em Fort Benning, no Instituto do Hemisfério Ocidental, anteriormente a Escola das Américas, eles continuam a treinar o golpe militar na doutrina Reagan da guerra irregular e os objetivos, mais uma vez, são voltados para Nossa América.

Se os EUA promoveram as guerras imperialistas pelo petróleo no século 20, os assessores do Departamento de Estado estadunidense definem os conflitos neste milênio em virtude da posse do precioso bem da água. Como sempre, não é apenas uma questão ideológica, na luta contra o sandinismo, mas também material. Portanto, neste contexto, desde 2018, e mesmo antes, como aconteceu na guerra suja dos contra nos anos oitenta, o governo de Daniel Ortega sofreu inúmeras dificuldades devido à ação permanente das forças colaboracionistas internas que apoiam o imperialismo.

Hoje, os modos de intervenção não são abertamente militares, mas o objetivo e o modus operandi são essencialmente os mesmos. Brian Fleming define guerra híbrida como a síntese de vários tipos de guerra: guerra convencional, guerra assimétrica, guerra irregular, guerra não linear, guerra cibernética, guerra composta, entre outras. Em suma, uma espécie de guerra irrestrita em que não há limites porque vale tudo. Daí a não apresentável qualificação do El País de Nicarágua como gulag da América Central (proclamação da propaganda já utilizada na época dos Contra na imprensa internacional da Casa Branca com a colaboração de Felipe González que seguiu os mesmos passos na Venezuela) há um passo.

Cuba: o pesadelo estadunidense. O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, denunciou na terça-feira (20) que o governo dos EUA exerce o que classificou de “pressão brutal” sobre outros países para que se pronunciem contra a ilha.

“Denuncio que o governo estadunidense exerce uma pressão brutal contra governos de terceiros países, especialmente os da América Latina, para obrigá-los a fazer declarações condenatórias contra Cuba”, disse o chanceler em sua conta no Twitter.

Além disso, Rodríguez afirmou que Washington recorre a “manobras intervencionistas” para intensificar o bloqueio econômico imposto a Cuba há mais de seis décadas.

Por sua vez, a vice-diretora-geral do Ministério das Relações Exteriores para os Estados Unidos, Johana Tablada, afirmou que há uma campanha de pressão promovida pelas autoridades estadunidenses para se manifestar contra Cuba.

Já o diretor-geral da América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Eugenio Martínez, disse que “os Estados Unidos da América aproveitam os terríveis efeitos causados em Cuba por sua guerra econômica para conseguir apoio a essa política na América Latina e no Caribe, mas não conseguem”.

Tudo para destruir a Revolução cubana! Sabemos que a classe dominante dos EUA deseja que o processo revolucionário cubano iniciado em 1º de janeiro de 1959 termine da pior maneira possível, com um confronto violento generalizado entre os seus cidadãos que poderia ser seguida por uma intervenção militar com mais ou menos nuances de legalidade internacional. Pensar em algo diferente disso é, simplesmente, cegueira política!

Do ponto de vista do capital mundial, a Revolução Cubana representa um mau exemplo que dura muito e deve ser erradicado, embora por razões diferentes em cada caso. Do ponto de vista do realismo político, a política externa independente mantida por Cuba desde 1º de janeiro de 1959 é uma aberração que mina ou contradiz a base do pensamento capitalista no planeta. Solidariedade internacional, avanços fantásticos na medicina, abolição do desemprego e todas as crianças nas escolas são exemplos que precisam ser destruídos!

Jornal dos EUA defende Cuba! O jornal New York Times publicou na sexta-feira (23) uma carta assinada por mais de 400 personalidades solicitando ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a revogação das medidas unilaterais contra Cuba aprovadas pelo governo anterior.

O texto, apoiado por intelectuais, artistas, políticos, acadêmicos, religiosos e juristas, constitui uma 'chamada pública urgente' para desfazer as regulamentações 'cruéis' implementadas durante a gestão de Donald Trump (2017-2021), que adicionou 243 novos blocos ao bloqueio contra a ilha.

O documento, disponível na plataforma Let Cuba Live, conta com assinaturas como a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o ex-presidente equatoriano Rafael Correa, além dos artistas americanos Danny Glover, Susan Sarandon, Jane Fonda e Mark Ruffalo.

Da mesma forma, a convocação contra o bloqueio tem o apoio do britânico Jeremy Corbyn; Reverendo Jim Winkler, do Conselho de Igrejas dos Estados Unidos; o teólogo brasileiro Frei Beto; o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel; e de organizações como Codepink e Black Lives Matter.

Parece-nos inconcebível, especialmente durante uma pandemia, bloquear intencionalmente as remessas e o uso de Cuba de instituições financeiras globais, algo necessário para a importação de alimentos e medicamentos para a ilha das Antilhas, sublinha a carta.

Por fim, instam o atual chefe da Casa Branca a retomar a trajetória promovida pelo ex-presidente Barack Obama, que em seus últimos anos de mandato promoveu um processo de normalização das relações entre Washington e Havana.

Mais uma vez, Viva a Argentina! Desde que se livrou da política neoliberal e se livrou de Macri, a Argentina vem dando constantes exemplos para nós. Há pouco tempo, incentivado pelo presidente Alberto Fernández, o Congresso argentino aprovou o imposto sobre as grandes fortunas.

Agora nos dá uma nova lição: o país passou a considerar o cuidado materno como trabalho, a fim de reparar parte das desigualdades estruturais que as mulheres enfrentam ao longo da vida e que derivam, muitas vezes, da sobrecarga de tarefas domésticas e das desigualdades no mercado de trabalho muito mais difícil para elas do que para os homens.

As mulheres poderão somar ao tempo de contribuição da previdência nos seguintes casos: um ano de aporte por cada filho; dois anos por filho, em caso de adoção de uma criança ou adolescente menor de idade; dois anos se se tratar de um filho com deficiência; e três anos caso tenha recebido AUH por 12 meses, consecutivos ou não. O AUH é um benefício mensal destinado a pais ou responsáveis que estejam desempregados ou tenham baixa renda.

São cerca de 44% das mulheres em idade de aposentadoria que não têm acesso ao benefício. A princípio serão beneficiadas cerca de 155 mil mulheres do país, com 60 anos ou mais, que saíram do mercado de trabalho para se dedicarem ao cuidado dos filhos, por meio do Programa Integral de Reconhecimento de Tempo de Serviço por Tarefas Assistenciais, segundo reportagem do site Diálogos do Sul.

O Chile caminha! No que se revelaram as primárias com maior participação das três realizadas neste país, a coalizão de esquerda Aprovar Dignidade, superou o bloco oficial Chile Vamos por mais de 205 mil votos. Além disso, os dois candidatos que se enfrentaram no Approve Dignity, Gabriel Boric, que acabou sendo o vencedor, e Daniel Jadue, obtiveram individualmente mais votos do que o vencedor do Chile Vamos, Sebastián Sichel, ex-ministro do governo de Sebastián Piñera.

Quebrando todas as previsões de pesquisas e analistas políticos, Gabriel Boric, 35, membro do partido da Revolução Democrática, foi eleito candidato da esquerda chilena nas primárias com vistas às eleições presidenciais de novembro.

Depois de contar o Serviço Eleitoral com pouco mais de 98 por cento das mesas de voto, Boric, apoiado pela Revolução Democrática, Convergência Social e Partidos Comuns, atingiu um milhão 16 mil 347 votos para 60,3 por cento.

Gabriel Boric. Boric nasceu em 11 de fevereiro de 1986 na cidade de Punta Arenas, localizada na província chilena de Magallanes. Desde muito jovem, se aventurou nos processos políticos. Aos 18 anos integrou a equipe que refundou a Federação de Estudantes Secundários de Punta Arenas.

Advogado formado pela Universidade do Chile, Boric foi eleito por maioria popular em 2008 como conselheiro da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECH), que esteve na ponta dos protestos estudantis dos anos seguintes. Um ano depois, foi presidente do Centro Acadêmico de Direito da mesma universidade.

O atual deputado também atuou como senador universitário pela Universidade do Chile em 2010 e 2011, tornando-se uma referência não só no âmbito acadêmico, mas também na dinâmica política nacional.

Boric integra as comissões permanentes de Constituição, Legislação, Justiça e Regulação; e Zonas Extrema e Antártica Chilena na Câmara dos Deputados.

Após as massivas mobilizações ocorridas em 2019, Boric participou, no dia 15 de novembro do mesmo ano, da assinatura do chamado Acordo pela Paz Social e da Nova Constituição, processo que deu lugar ao atual processo constituinte.

Pedro Castillo é o Presidente! A burguesia peruana e as forças diplomáticas estadunidenses protelaram até onde podiam, mas, finalmente, o Júri Nacional Eleitoral (JNE) do Peru entregou na tarde de sexta-feira (23) a credencial presidencial a Pedro Castillo após sua vitória no segundo turno das eleições no país.

Candidato do Peru Livre foi oficialmente proclamado presidente peruano na segunda-feira (19) após todos os recursos apresentados por sua adversária, a ultradireitista Keiko Fujimori, terem sido rejeitados pelo JNE. Castillo venceu o segundo turno do pleito presidencial com 50,13% dos votos, contra 49,87% da filha do ex-ditador Alberto Fujimori.

Na cerimônia, o sindicalista declarou que não guarda “nenhum sentimento ou indiferença” em relação à apuração dos votos e dos recursos apresentados. Segundo o novo presidente, desde o início da votação, a “voz do povo, a voz rural e do mundo inteiro” devem ser reconhecidas. “'stou aqui para cumprir esse papel muito comprometedor, respeitando a institucionalidade e a Constituição”, disse o sindicalista

Castillo agradeceu ao povo peruano pela confiança em sua campanha e também ao JNE pelo “trabalho que enfrentou durante os obstáculos” do segundo turno eleitoral, no qual, agora, os “resultados foram vistos de forma limpa” graças à Justiça eleitoral.

Por sua vez, o presidente do júri, Luis Sala Arenas, rechaçou quaisquer discursos sobre possíveis fraudes no sistema eleitoral peruano, afirmando que as organizações internacionais e “imparciais” que observaram o pleito “certificaram” que não houve tais erros.

Ameaças à Venezuela. Washington não sossega, mesmo! Sua determinação de impedir o avanço de posições progressistas na América Latina não tem limites.

Uma aeronave militar estadunidense entrou no espaço aéreo venezuelano, afirmou na sexta-feira (23) o Ministério da Defesa do país sul-americano. Caracas condenou veementemente a violação da soberania do país.

De acordo com o comunicado do Ministério da Defesa, um avião de transporte pesado Boeing C-17 Globemaster III da Força Aérea dos EUA cruzou a fronteira venezuelana-colombiana na noite de quinta-feira (22) e por três minutos sobrevoou o estado venezuelano de Zulia, no oeste da Venezuela.

A nota observa que a aeronave cometeu a violação enquanto estava envolvida em um conjunto maior de exercícios que envolviam aeronaves F-16 e RC-135 dos EUA. Este último foi confirmado por fontes independentes de rastreamento de aeronaves e teria dado várias voltas sobre os estados no nordeste da Colômbia na noite de quinta-feira (22).

Aeronave de reconhecimento RC-135 da Força Aérea dos EUA circulando a oeste de Cúcuta, provavelmente olhando para algo do outro lado da fronteira

O ministério observou que esta é a 21ª vez neste ano que aeronaves dos EUA violam o espaço aéreo governado por controladores de tráfego aéreo venezuelanos. A nota conclui afirmando que a Venezuela rejeita “categoricamente a violação de nosso espaço aéreo soberano por uma aeronave militar dos EUA” e que a ação é “uma violação grave dos padrões aeronáuticos internacionais”.

Mulheres são as mais atingidas! Novo levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que desigualdades no mercado de trabalho foram ampliadas com a Covid-19, e a situação deverá persistir. Em 2021, haverá 13 milhões a menos de mulheres empregadas, na comparação com 2019. Ao mesmo tempo, a taxa de emprego entre os homens vai se recuperar e atingir os níveis pré-pandemia.

Mesmo se houver mais vagas de trabalho, elas serão insuficientes para levar as mulheres aos níveis de emprego anteriores à pandemia, afirma a OIT. Apenas 43,2% das mulheres estarão empregadas este ano, na comparação com 68,6% dos homens.

Entre 2019 e 2020, houve redução global de 4,2% na taxa de emprego entre mulheres, representando o fim de 54 milhões de postos de trabalho.

Nas Américas, houve queda de 9,4% na taxa de emprego entre mulheres, sendo a região mais afetada desde o início da pandemia. A segunda maior redução foi vista nos Estados Árabes: entre 2019 e 2020, o total de mulheres trabalhando foi 4,1% menor, e o de homens, 1,8% menor.

Na Europa e na Ásia Central, o nível de emprego feminino caiu 2,5%; na África, a queda foi de 1,9%. No continente africano, a taxa de emprego entre os homens praticamente não apresentou mudanças, com redução de apenas 0,1%.

A espionagem virou escândalo! No nosso Informativo 920 falamos sobre um programa de espionagem desenvolvido por Israel que é conhecido como “spyware Pegasus” e funciona através de celulares e redes sociais. A descoberta do programa está trazendo à tona problemas para o governo do Estado Genocida!

Militantes pelos direitos humanos, jornalistas e opositores do mundo inteiro foram espionados através de um software desenvolvido por uma sociedade israelense, de acordo uma investigação publicada no domingo (18) por um consórcio de veículos de comunicação.

Este poderia ser o caso de espionagem mais grave da história, após o revelado por Edward Snowden, que divulgou, em 2013, o sistema de vigilância mundial estabelecido pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos.

As revelações do consórcio Forbidden Stories, com o apoio técnico do Security Lab da Anistia Internacional, mostram que a vigilância não é privilégio de países com práticas questionáveis, mas que a espionagem é generalizada a todas as nações. Segundo o documento, os alvos são advogados, jornalistas, diplomatas, médicos, esportistas, sindicalistas, militantes e políticos.

O programa em questão é o Pegasus da empresa NSO Group que permite, se introduzido em um smartphone, capturar fotos, contatos e até mesmo escutar as ligações realizadas pelo proprietário. A empresa israelense, fundada em 2011 e que já foi acusada de contribuir com regimes autoritários, garante que seu programa serve somente para obter informações contra redes criminosas e terroristas.

Líderes mundiais foram espionados. O presidente da França, Emmanuel Macron, o da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e outros 11 líderes e personalidades políticas internacionais teriam sido espionados pelo spyware Pegasus, revelou na terça-feira (20) uma investigação internacional de imprensa. Além deles, jornalistas de todo o mundo também teriam sido monitorados.

Além de Macron (que teria sido espionado pelo Marrocos em 2019), Rampahosa (por Ruanda, em 2019) e Ghebreyesus (também pelo Marrocos, em 2019), aparecem na lista de “pessoas de interesse” da NSO: o presidente do Iraque, Barham Salih (pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos); o diplomata estadunidense Robert Malley, negociador-chefe do acordo nuclear EUA-Irã (em 2019, pelo Marrocos); o premiê do Paquistão, Imran Khan (pela Índia, em 2019); o primeiro-ministro do Egito, Mostafa Madbouly (pela Arábia Saudita); o rei marroquino Mohammed VI (este, pelos próprios serviços de segurança, em 2019); o primeiro-ministro do Marrocos, Saadeddine Othmani (pelos serviços de segurança marroquinos, em 2018 e 2019); o ex-premiê libanês Saad Hariri (pelos Emirados Árabes Unidos em 2018 e 2019); o presidente do Conselho Europeu e ex-premiê belga Charles Michel (pelo Marrocos, em 2019); o ex-presidente mexicano Felipe Calderón (em 2016 e 2017 por um “cliente mexicano”, enquanto a esposa do ex-mandatário, Margarita Zavala, tentava se cacifar para disputar a presidência).

Também jornalistas. O spyware privado Pegasus, usado pelos militares de Israel para monitorar terroristas e criminosos, foi usado para hackear telefones celulares de mais de 1.000 jornalistas, ativistas e políticos em todo o mundo, revelou uma investigação do Projeto Pegasus.

O trabalho, coordenado pela Forbidden Stories, com sede na França, e do qual participaram 17 meios de comunicação e organizações, conseguiu identificar mais de 1.000 pessoas em mais de 50 países em uma lista de 50.000 telefones.

A empresa israelense disse aos repórteres que fizeram a pesquisa que o programa Pegasus foi projetado para atingir criminosos e terroristas e que só é vendido para governos.

Jornalistas sujeitos a possível espionagem por clientes da Pegasus incluem repórteres da mídia CNN, AP, The New York Times, The Wall Street Journal, Le Monde, Financial Times e Al Jazeera.

Israel está com medo? “Quem deve, teme”! As revelações sobre a utilização de um software espião para vigiar jornalistas, ativistas e até líderes de vários países geram apreensão em Israel, onde o programa foi desenvolvido e vendido, por uma empresa israelense. As autoridades do país temem que o escândalo mundial Pegasus leve a consequências diplomáticas. Uma CPI sobre o caso foi instalada nesta quinta-feira (22/07).

O governo israelense tem a partir de agora um único objetivo: limitar os estragos potenciais desse escândalo. O ministro da Defesa Benny Gantz afirmou timidamente que “os países que compraram esse software devem respeitar as normas estipuladas no contrato de venda”. Ele garantiu que o governo “estuda neste momento todas as informações publicadas sobre o caso”.

Segundo a imprensa israelense, o governo nomeou uma equipe especial, formada por integrantes de várias agências de inteligência, para administrar as consequências das revelações sobre a utilização do Pegasus. A equipe também deve revisar a licença de exportação de programas ligados ao setor de cibertecnologia.

A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o caso Pegasus foi instalada nesta quinta-feira, indicou o deputado israelense Ram Ben-Barak. Ela será composta por integrantes de vários grupos do parlamento, detalhou o presidente da comissão de Relações Exteriores e da Defesa da Knesset (o parlamento de Israel).

China dá a resposta. Na semana passada, Washington impôs sanções a sete cidadãos chineses, que foram acrescentados à lista de Cidadãos Especialmente Designados.

A China afirmou na sexta-feira (23) que impôs sanções a indivíduos dos EUA, incluindo o ex-secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, em resposta às resoluções dos EUA contra autoridades chinesas que operam na Região Administrativa Especial de Hong Kong, reporta a agência Reuters.

A China também impôs “contrassanções recíprocas” não especificadas aos chefes atuais ou anteriores de uma série de organizações norte-americanas e não só, incluindo: Comissão Executiva do Congresso sobre a China, Comissão de Revisão Econômica e de Segurança EUA-China, Instituto Democrático Nacional para Assuntos Internacionais, Instituto Republicano Internacional, Human Rights Watch e o Conselho para a Democracia de Hong Kong, com sede em Washington.

Irã cria alternativa. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, anunciou na quinta-feira (22) a abertura de um novo terminal para a exportação de petróleo que evita o estreito de Ormuz, segundo a agência de notícias AFP. A instalação está localizada na cidade costeira de Jask, na província iraniana de Hormozga, no estrito de Omã.

O oleoduto que chega ao terminal começa em Goreh (província de Bushehr) e se estende até Jask. Estima-se que o terminal terá capacidade para carregar aproximadamente 100 mil toneladas de petróleo bruto.

O terminal de Jask busca ser uma alternativa ao de Kharg, localizado no estreito de Ormuz. Desta forma, o país persa busca diversificar sua exportação petrolífera.

O estreito de Ormuz é uma das vias marítimas mais importantes do mundo do ponto de vista estratégico, ao conectar o golfo Pérsico com o oceano Índico.

Esta rota marítima, onde passa a cada dia mais de 30% da produção mundial de petróleo, é cenário de constantes incidentes entre os EUA e o Irã.

Um grande problema. EUA estão estudando a possibilidade de colocar em posições avançadas especialistas em China, a fim de competir mais eficazmente com Pequim, disse diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) William Burns em entrevista à organização NPR.

“Durante a Guerra Fria, tanto no Departamento de Estado como na CIA, nós enviamos corretamente para posições avançadas especialistas em União Soviética para nos ajudarem a competir eficazmente. Penso que o mesmo se aplica [aqui], e esta é uma das coisas que estou analisando agora para implantar especialistas em China em posições avançadas – sejam eles agentes de operações, analistas, tecnólogos também – para nos tornar mais eficazes nessa competição, nessa rivalidade no terreno também", afirmou chefe da CIA nesta quinta-feira (22).

Burns disse que a China é o maior desafio geopolítico para os EUA no século XXI, e que o setor da tecnologia é a maior área de competição entre os dois países.

Acabou a “grana”. Os EUA correm o risco de seu Departamento do Tesouro ficar sem dinheiro e não poder honrar seus pagamentos habituais a partir de 1º de outubro, quando começa seu ano fiscal, caso não eleve o limite permitido da dívida pública.

No dia 30 de junho deste ano, o valor da dívida nacional atingiu US$ 28,5 bilhões (R$ 149,9 bilhões). Espera-se que um novo limite seja estabelecido no dia 1º de agosto, de acordo com o endividamento adicional acumulado até o dia 31 de julho.

Caso a situação se mantenha, ou se os legisladores não elevarem o teto da dívida antes do dia 1º de agosto, o Departamento do Tesouro não terá mais espaço de manobra.

Para evitar que a dívida chegue ao teto, a única coisa a fazer é tomar medidas extraordinárias que, junto com as entradas de dinheiro, permitem financiar as atividades governamentais durante um período restrito.

Pedidos de auxílio-desemprego subiram. O número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA aumentou para 419 mil na semana passada, indicando que a recuperação do emprego está incerta em meio ao recente aumento de casos de Covid-19. Trata-se de um aumento de 51 mil pedidos frente a semana anterior, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA.

O último relatório também mostrou que o número de pessoas que continuaram a receber benefícios regulares de desemprego na semana que terminou em 10 de julho diminuiu em 29 mil, para 3,2 milhões. Esse número atingiu o pico em abril e maio do ano passado, quando ultrapassou os 20 milhões.

Os destaques da noite no 247, em 24/7/2021

 

Organizadores apontam 600 mil pessoas nos protestos contra Bolsonaro no Brasil e no mundo

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