sábado, 17 de julho de 2021

entrevista completa do prof,. Jose Fiori da UFRJ sobre atuaçao dos militares no atual governo e nos anteriores.. 13 julho 21

 vejam entrevista completa do prof,. Jose Fiori da UFRJ sobre atuaçao dos militares no atual governo e nos anteriores.. 13 julho 21

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    À :SGeral
    sam. 17 juil. à 12:27

     

    A quem interessar possa, a versão original de uma entrevista para a revista CC desta semana, sobre um tem que já está ficando cansativo: o militares brasileiros. Com um abraço do Fiori

Carta Capital

 

17 DE JULHO DE 2021

Amigo leitor,

A semana marca o fim da primeira etapa de trabalhos da CPI da Covid.

Até aqui, 33 depoentes e centenas de documentos indicam a existência de um gabinete paralelo, pedidos de propina na compra de vacinas, fortes suspeitas de participação militar em corrupção e prevaricação do presidente da República.

Os trabalhos voltam em agosto. CartaCapital faz um balanço e aponta para o que virá.

Boa leitura!


 

Um mar de lama

Disputa entre militares e Centrão no Ministério da Saúde vira alvo da CPI

FOTO: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O recesso parlamentar a partir deste sábado conclui a primeira etapa da CPI da Covid, que, a partir de agosto, volta a funcionar por mais 90 dias.

São mais três meses de trabalho que, até o momento, sugere a existência de um gabinete paralelo que auxiliou o presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia, fortes indícios de corrupção por integrantes do governo e a participação de militares no que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) classificou como um "mar de lama".

"Havia grupos que roubavam enquanto o governo se recusava a comprar vacinas cujas indústrias não consentissem propinas. Preferia comprá-las a atravessadores e lobistas”, disse o senador alagoano.

Esta talvez tenha sido a maior descoberta dos últimos dias da Comissão: existia, no Ministério da Saúde, uma disputa de espaço político entre militares e parlamentares do Centrão. É o que conclui Alessandro Vieira (Cidadania-SE) em conversa com CartaCapital.

Senadores já falam abertamente em convocar militares para prestarem depoimento. Os alvos já foram definidos: o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.

“Eles estão inseridos na cadeia de comando e na tomada de decisões referentes à pandemia. De forma direta e indireta atuaram em todo esse processo”, diz Vieira. 

Se Braga Netto e Ramos têm motivos para se preocupar, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deve ser reconvocado para explicar a gravação que o mostra em uma negociação com uma empresa intermediária para a compra de 30 milhões de doses da vacina Coronavac, ao custo de 28 dólares por dose.

É, o que se chama no meio político, de "batom na cueca". Em seu primeiro depoimento, o general chegou a afirmar que não teria conduzido negociações com a Pfizer porque um ministro não deveria receber uma empresa.

“Pela simples razão de que eu sou o dirigente máximo, eu sou o ‘decisor’, eu não posso negociar com a empresa. Quem negocia com a empresa é o nível administrativo, não o ministro. [O ministro] jamais deve receber uma empresa, o senhor deveria saber disso”, disse Pazuello, na ocasião.

O vídeo que veio à tona na sexta-feira 16, no entanto, o desmente de forma categórica.

Para o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a Comissão “abriu a caixa de Pandora”.

“Estão emergindo todos os esquemas do governo federal na compra de vacinas. Os brasileiros e brasileiras que morreram não foram vitimadas apenas da Covid-19”, escreveu Randolfe nas redes sociais.

Já Fabiano Contarato (Rede-ES) diz que o registro indica a prática de dois crimes:

  • falso testemunho, já que Pazuello, acusado de negligenciar apelos da Pfizer, disse na CPI que não tratava com empresas. Mentira deslavada, ao que se vê: em negócios espúrios, a conversa era empolgada”;
  • superfaturamento, pois desponta hipótese de contratação fraudulenta para elevar arbitrariamente o preço da vacina Coronavac ao custo três vezes superior ao ofertado pelo governo de São Paulo. Isso sem falar na hipótese de corrupção por vantagem solicitada ou aceita”.

 A linha de investigação da CPI e as novas revelações reforçam a declaração do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM): "fazia muito tempo que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo".

É o que o governo Bolsonaro deixará de legado.

 

 
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A verborragia continua

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FOTO: Reprodução Twitter

O presidente Jair Bolsonaro, que não demonstra preocupação com as mais de 540 mil mortes por Covid-19 no País, tem no seu horizonte um único objetivo: a reeleição.

Os ataques às instituições democráticas e as teorias de fraude nas eleições seguem a todo o vapor. Desta vez, porém, as reações não demoraram a ocorrer.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, garantiu que as urnas são seguras e o pleito de 2022 vai ocorrer.

Na visão do magistrado, o fato de muitos apoiadores do presidente, que não eram tão conhecidos na política em 2018, terem sido eleitos é uma demonstração de que as urnas são seguras

“Os senhores já tinham ouvido falar de Hélio Negão? De Bia Kicis? Nenhum de nós tinha ouvindo falar deles. Eles vieram nesse arrastão provocado pelo presidente, o que prova que a urna é fiel aos votos que lá foram depositados”, declarou.

O moderado presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que a declaração de Bolsonaro sobre a possibilidade de não haver eleições foi “infeliz” e sujeita a uma “retificação”.

O parlamentar disse ainda que serão considerados “inimigos da nação” todos os que defenderem retrocessos, “frustrando eleições, defendendo intervenção militar ou rememorando Atos Institucionais”.

Mas nem internado, para tratar uma obstrução intestinal, o presidente deixa de lado a verborragia. Nas redes sociais, Bolsonaro atacou desafetos políticos e os trabalhos da CPI da Covid.

Ele chamou de “otários” os senadores Omar Aziz,  Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, a quem o presidente também dirigiu uma menção homofóbica.

“Eu não creio que foi o presidente que publicou isso, pois ele nem tem condições neste momento. Quem está fazendo isso deve ser algum moleque que não tem o que fazer", reagiu Aziz ao se referir ao vereador Carlos Bolsonaro, filho do mandatário

Com a popularidade cada vez mais em queda e sem a bandeira da anticorrupção para se escorar, a Bolsonaro restou a apelação.

 
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