NÃO FALTA GOVERNABILIDADE, E SIM CARÁTER, AFIRMA SENADORA DO PSL
Senadora Soraya Thronicke (PSL) tem dito ser necessário "cobrar essa fatura" do ministro Onyx Lorenzoni (DEM), que, na campanha, previu uma base com mais de 300 parlamentares no Congresso; ao criticar o DEM, a senadora afirmou que "não falta governabilidade, falta é caráter" dos que se beneficiaram de alguma forma com a eleição de Bolsonaro
20 DE MAIO DE 2019 ÀS 12:12
247 - A senadora Soraya Thronicke (PSL) tem dito que “é preciso cobrar essa fatura” do agora ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM). A parlamentar fez referência à declaração do titular da pasta, que, durante a campanha presidencial, no ano passado, previu uma base a favor de Bolsonaro com mais de 300 parlamentares no Congresso Nacional, principalmente em razão do apoio das bancadas evangélica, rural e da segurança.
“Quero saber quem são os parlamentares que garantiram a governabilidade do nosso presidente na época da campanha. Onyx chegou a fazer uma lista com os que garantiram esse apoio. Mas ele nunca abriu essa lista. Por quê? Cadê a lista? Ele pode até dizer que nem todos foram reeleitos, mas muitos foram", disse ela ao site O Antagonista.
Com duras críticas ao DEM, a senadora afirmou que “não falta governabilidade, falta é caráter daqueles que se comprometeram ou se beneficiaram de alguma forma com o nosso presidente”. “O DEM tem três ministros e o presidente das duas Casas [Câmara e Senado], tudo isso com o apoio incondicional do PSL. Agora eles estão jogando contra? Isso é inconcebível, isso me revolta.”
Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia - A leitura dos jornais e portais desta segunda-feira, além de uma rápida olhada nas redes sociais, deixa claro que o governo Jair Bolsonaro é finito. Virou pó.
Com a base parlamentar esfacelada, depois de perder o apoio no mercado e na mídia, o capitão reformado resolveu partir para o confronto com as instituições e o povo que saiu às ruas na semana passada.
No desespero, publica seguidas mensagens para insuflar seus seguidores contra o Congresso e o Supremo no ato marcado para o próximo domingo pelas milícias do zap-zap.
Me lembra muito o que Fernando Collor fez em 1992, pouco antes de ser impichado, ao convocar a população para ir às ruas de verde amarelo em defesa do seu governo.
O povo saiu às ruas, mas vestido de preto, contra o seu governo.
É imprevisível o que poderá acontecer domingo, mas uma coisa é certa: Bolsonaro já perdeu as condições mínimas para continuar à frente do governo.
O que Bolsonaro está buscando é a anarquia de que falava o general Mourão na campanha, ao justificar a possibilidade de um autogolpe.
Se os "protestos a favor", algo como um carnaval fora de época, forem um fracasso, será a pá de cal no governo.
Afinal, quem costuma protestar é a oposição. Governo serve para governar.
Se as manifestações pró-Bolsonaro e contra o Judiciário e o Legislativo forem um grande sucesso, mobilizarão ainda mais os que são contra o governo, com novos protestos já marcados e uma greve geral anunciada para 14 de junho.
O cenário ficará ainda mais radicalizado nas ruas e no parlamento, com o país dividido ao meio e a economia afundando cada vez mais.
Bolsonaro não deve se esquecer que seus seguidores mais fieis nunca passaram de 20% nas pesquisas quando Lula ainda era candidato e tinha o dobro de intenções de votos, antes da facada de Juiz de Fora.
Num eleitorado total de 140 milhões aptos a votar, ele teve pouco mais de um terço dos votos (57 milhões).
Nem todos os que votaram nele, no entanto, concordam com suas políticas para liberar as armas, destruir o meio ambiente e os direitos sociais, rifar a soberania nacional e fazer do Brasil uma servil colonia americana.
Ao criminalizar toda a classe política e os partidos, ficou isolado no Palácio do Planalto com seus três filhos, porque até a tropa de generais de pijama à sua volta está agora observando um obsequioso silêncio.
Sem ter até agora apresentado um programa de governo ou qualquer política pública para pelo menos minorar o drama do desemprego, que não para de crescer, o que ainda se pode esperar de Bolsonaro?
O que se discute agora é como se dará o desenlace, preservando as instituições e a democracia.
Perto dele, o vice general Mourão já é apresentado como uma opção mais razoável.
Conversas vazadas de grupo de WhatsApp mostram Janaína Paschoal questionando a sanidade mental de Jair Bolsonaro. Deputada diz que deixará bancada do PSL e também critica o presidente por publicar “vídeo maluco de Messias”
Janaina Paschoal (Imagem: Alesp)
Conversas de um grupo de WhatsApp de parlamentares do PSL na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) foram vazadas para a imprensa nesta segunda-feira (20).
Durante a troca de mensagens, a deputada estadual mais votada da história do Brasil, Janaína Paschoal (PSL-SP), enviou um vídeo publicado nas redes sociais por Jair Bolsonaro e escreveu:
“E esse vídeo maluco de Messias? O que ele quer com isso? Eu peço que vocês assistam e respondam: ‘O senhor, um presidente da República, na plenitude de suas faculdades mentais, publicaria um vídeo desse?’”
No vídeo, de acordo com a postagem de Bolsonaro, um “pastor francês expõe sua visão sobre o futuro do Brasil”. No conteúdo, o religioso afirma que o capitão foi escolhido por Deus para presidir o Brasil (confira aqui).
Na conversa de WhatsApp, Janaina Paschoal reclamou ainda da “cegueira” dos colegas de partido e anunciou que tentará deixar a bancada do PSL na Assembleia.
“Amigos, vocês estão sendo cegos. Estou saindo do grupo, vou ver como faço para sair da bancada. Acho que os ajudei na eleição, mas preciso pensar no país. Isso tudo é responsabilidade”, escreveu a deputada.
“Saiam da bolha. Vocês são muito parecidos com petistas. Não tem nada a ver com toma lá dá cá. O presidente precisa entender que não será ovacionado pelo povo. A história mostra que essa estratégia não dá certo”, completou Janaína.
Janaína lamenta vazamentos
Depois da repercussão dos vazamentos, Janaína Paschoal lamentou que as conversas de um grupo privado tenha chegado nas mãos da imprensa.
Mais cedo, a deputada já havia sido criticada nas redes sociais pelo núcleo duro do Bolsonarismo por não concordar com os atos convocados para o próximo dia 26 de maio.
No domingo (19) e na segunda-feira (20), ela publicou no Twitter duas séries de mensagens explicando as suas razões:
“O Governo se coloca em uma situação de imobilismo e chama as pessoas para tirá-lo do imobilismo. Tivesse o Presidente apoiado um Presidente da Cãmara coerente com os novos paradigmas… tivesse orientando seus líderes a votar contra medidas restritivas de seus poderes… tivesse se esforçado para defender a Previdência e, ainda assim, o Congresso o estivesse sabotando, obviamente, eu apoiaria as manifestações. Mas não foi isso que aconteceu. Por quê?”.
“No início da legislatura, o Governo orientou seus deputados a votarem a favor da PEC que retirou poderes da Presidência da República. Os Deputados Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, que estão convocando as manifestações contra o Congresso, votaram a favor da medida. Por quê?”.
Pelo amor de Deus, parem as convocações! Essas pessoas precisam de um choque de realidade. Não tem sentido quem está com o poder convocar manifestações! Raciocinem! Eu só peço o básico! Reflitam!”, finalizou.
COMO NY, NORDESTE NÃO QUER BOLSONARO; HASHTAG CONTRA VISITA EXPLODE
O Brasil acordou esta terça-feira (21) com o a hashtag #NordesteCancelaBolsonaro em primeiro lugar nos trending topics do Twitter; como Nova York, o Nordeste indica sua repulsa à visita de Jair Bolsonaro à região -a primeira desde a posse; o presidente planeja ir a Pernambuco na sexta-feira da próxima semana (31), um dia depois da segunda onda de manifestações em defesa da educação convocada pela UNE, que acontecerá na quinta
21 DE MAIO DE 2019 ÀS 08:20
247 - O Brasil acordou esta terça-feira (21) com o a hashtag pelo cancelamento da visita de Bolsonaro ao Nordeste em primeiro lugar nos trending topics do Twitter. Como Nova York, o Nordeste indica sua repulsa à visita de Jair Bolsonaro à região -a primeira desde a posse. O presidente planeja ir a Pernambuco na sexta-feira da próxima semana (31), um dia depois da segunda onda de manifestações em defesa da educação convocada pela UNE, que acontecerá na quinta.
A visita anunciada pelo Palácio do Planalto prevê uma visita a Petrolina para entregar um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida, um dos símbolos do governo Lula e depois um encontro com governadores da região em Recife. O deputado Paulo Pimenta (RS), líder do PT na Câmara,advertiu: "O povo do Nordeste deu o recado ao Bolsonaro nas urnas em outubro e caso ele se meta a besta e tente visitar alguma cidade nordestina a recepção não será boa".
Uma intensa campanha que mobilizou o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, e as mais importantes instituições e lideranças da cidade, obrigando Bolsonaro a cancelar viagem à cidade em 14 de maio, onde receberia um prêmio da Câmara de Comércio Brasil-EUA, instituição caça-niqueis que distribui prêmios para empresários milionários e políticos de direita. Acabou se refugiando em Dallas, Texas, mas não escapou de manifestações de repúdio do prefeito Mike Rawlings e de metade da Câmara de Vereadores e entidades locais.
Uma febre de manifestações contra a visita toma conta das redes sociais. Veja algumas delas:
O povo do Nordeste deu o recado ao Bolsonaro nas urnas em outubro e caso ele se meta a besta e tente visitar alguma cidade nordestina a recepção não será boa.#NordesteCancelaBolsonaro