sábado, 18 de janeiro de 2020

Os destaques da noite no 247, em 18/01/2020

Lula posta foto com Flávio Dino e joga pá de cal em crise com PCdoB

Bolsonaro indica o desejo de ficar mais de oito anos no poder

Incompetente, Weintraub anuncia falha na correção do Enem

UNE diz que fala de Weintraub sobre erros no Enem é irresponsável

Em crise, Globo perde publicidade e lança dívida de US$ 500 mi no exterior

TV Cultura submeteu a Moro lista de entrevistadores no Roda Viva

Coroa britânica confirma que Harry e Meghan não fazem mais parte da realeza

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Newsletter Carta Capital, em 17/01/2020


17 janv. à 10:18
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Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020
POLÍTICA
Legenda sustenta que há afronta à Lei de Conflito de Interesses em atuação do chefe da Secretaria de Comunicação de Bolsonaro
SOCIEDADE
'Não vamos aceitar negociar os nossos territórios e as nossas vidas para resolver problemas', diz Sônia Guajajara, uma das líderes presentes
De um lado as distribuidoras de energia, de outro as empresas de geração; no meio, os brasileiros querendo energia limpa e contas baratas
CULTURA
Evento é uma resposta da gestão de Bruno Covas (PSDB) aos ataques do governo federal na área da cultura 
MUNDO
Bioarmas ganham destaque em relação à alternativa nuclear no século 21. Por que, então, o desenvolvimento de armas nucleares do Irã assusta?
Itamaraty diz que comunidade de 33 países latino-americanos e caribenhos não tem condições de atuar no ‘atual contexto de crise regional’ 

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Tempos assustadores no país!
Quando Hitler marchou sobre a França, tudo também parecia perdido. Grande parte da população francesa, talvez achando que não havia como resistir, resolveu apoiar os nazistas. Ficaram conhecidos como os “colaboradores”.
Mas, pelo outro lado, havia os “partisans”, aqueles que viviam quase clandestinamente e resistiam ao avanço não só das tropas alemães, mas também da ideologia nazista. Ficaram conhecidos como “a resistência francesa” e, depois da derrota alemã, foram reconhecidos pelo povo como heróis.
Vivemos tempos assustadores no Brasil e as tropas do “insano” que nos governa marcham sobre tudo e sobre todos, impondo terror. Governo descrito por um jornal francês como racista, homofóbico, misógino e ditatorial.
Nosso Informativo vai seguir denunciando e, como escreveu Antônio Gramsci, “Vivo, sou partisan. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes”.
Sim, o governo é nazista! O que pensar de um governo que nomeia um secretário especial de Cultura que faz um discurso inteiramente copiado de uma fala de Joseph Goebbels, o todo poderoso ministro de Propaganda de Hitler. E se esse secretário, ainda por cima, coloca como fundo musical para sua apologia ao nazismo uma ópera de Richard Wagner, compositor preferido de Hitler?
Alguns vão alegar que “ele já foi demitido da secretaria”, mas esquecem de dizer que foi nomeado, em outubro passado, depois de ser intensamente elogiado pelo demente governante.
Agora, nossos leitores podem comparar os dois discursos. Disse Goebbels: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”.
Disse Roberto Alvim: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”. Mas afirmou que “foi mera coincidência”.
Até a embaixada da Alemanha se pronunciou. A embaixada da Alemanha no Brasil publicou na sexta-feira (17) uma nota que critica “qualquer tentativa de banalizar ou mesmo glorificar” o nazismo.
Dia a nota, em certa parte: “O período do nacional-socialismo é o capítulo mais sombrio da história alemã, trouxe sofrimento infinito à humanidade. A Alemanha mantém sua responsabilidade. Opomo-nos a qualquer tentativa de banalizar ou mesmo glorificar a era do nacional-socialismo”.
Deputado do PSL defende assédio! O deputado estadual de Santa Catarina Jessé Lopes, do PSL (partido do insano), criou polêmica nas redes sociais ao criticar ações de coletivos feministas previstas para o Carnaval na cidade, como a entrega de adesivos escritos “não é não” para conscientizar sobre o assédio contra mulheres. Em uma publicação feita no Facebook, o parlamentar condenou o que chama de “carnaval politicamente correto”.
Em outra publicação, o parlamentar afirmou que mulheres gostam de ser assediadas. “Não sejamos hipócritas! Quem, seja homem ou mulher, não gosta de ser “assediado(a)”? Massageia o ego, mesmo que não se tenha interesse na pessoa que tomou a atitude”, escreveu.
Ainda complementou que combater o assédio é tirar o direito das mulheres serem assediados. “Após as mulheres já terem conquistado todos os direitos necessários, inclusive tendo até, muitas vezes, mais direitos que os homens, hoje as pautas feministas visam em seus atos mais extremistas TIRAR direitos. Como, por exemplo, essa em questão, o direito da mulher poder ser “assediada” (ser paquerada, procurada, elogiada…).
Parece até inveja de mulheres frustradas por não serem assediadas nem em frente a uma construção civil”, escreveu.
Polícia reprime manifestação contra aumento das passagens, em São Paulo. Nossos jornais não mostraram, ou apenas mostraram timidamente, mas a Polícia Militar de São Paulo reprimiu com muita violência a nova manifestação contra o aumento das taxas de transporte em São Paulo na quinta-feira (16).
O movimento cidadão reuniu-se em frente ao Teatro Municipal no final da tarde e seguiu em direção à Praça da República, em paz, sempre acompanhado pela polícia, com a intenção de chegar à Avenida Paulista.
Uma vez na praça, enquanto aguardava o fim do ato, outro grupo de policiais militares bloqueou a manifestação e prendeu duas meninas, que foram arrastadas pelos cabelos para um carro, sem saber os motivos.
Ao todo, 12 pessoas foram presas e o restante dos manifestantes se dispersou com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, embora os organizadores tenham dito que a rota de protesto havia sido apresentada antecipadamente à polícia militar.
A ação na quinta-feira foi a terceira contra o aumento da tarifa do transporte público, depois que, no início do ano, o prefeito Bruno Covas e o governador de São Paulo, João Doria, anunciaram o aumento de R$ 4,30 para R$ 4,40.
“Outros dez centavos na passagem em um contexto em que o desemprego aumenta, a pobreza aumenta, a população está passando por dificuldades devido ao custo de vida, que só cresce, aumentar a passagem novamente é um ataque direto do prefeito e do governador à população mais pobres”, disse Gabriela Dantas, membro do MPL.
Milicos em primeiro lugar. É claro que um ex-militar, reformado por doença mental, daria preferência aos seus iguais em uma situação como a que estamos passando. Se não bastasse manter todos os direitos previdenciários (e até melhorar) dos fardados, enquanto corta dos trabalhadores, agora arrumou uma maneira de “dar mais um pouquinho” para os milicos.
Sem qualquer escrúpulo, o insano anunciou na terça-feira (14) que pretende convocar 7 mil militares da reserva para trabalhar no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a fim de zerar, em seis meses, a fila da concessão dos benefícios como aposentadoria e auxílio-doença. Em alguns casos, os segurados chegam a esperar um ano para ter o benefício concedido.
A convocação dos militares, ao custo de R$ 14,5 milhões ao mês - cerca de R$ 2 mil para cada reservista - gerou revolta junto aos servidores públicos federais que denunciam que o governo está invadindo competências da área civil e privilegiando os militares. Vamos entender: o cara já é reformado, já tem a sua aposentadoria, que não é pequena, garantida, e ainda vai receber mais um salário para arrochar trabalhador no INSS?
Enquanto isso... O Brasil é o país com maior número de bilionários na América Latina. Estudo da plataforma Cuponation compilou dados sobre as regiões mais ricas do mundo e quantas pessoas são consideradas bilionárias. O site Fatos Desconhecidos publicou o ranking dos países mais ricos da América Latina, no qual o Brasil ficou em primeiro lugar como a maior potência.
A pesquisa, que teve base no Produto Interno Bruto, na renda per capita e nas áreas mais lucrativas do setor econômico dessas nações, colocou a Colômbia e o Peru em segundo e terceiro lugar, respectivamente, enquanto o Equador ficou em último lugar da lista de sete países.
Salário mínimo ideal deveria ser R$ 4.342,57. Em 2019, o valor do mínimo era R$ 998, portanto aumento de apenas R$ 41 sobre o salário anterior. Para 2020, o demente anunciou novo mínimo de R$ 1.045, mas o DIEESE calcula que o mínimo ideal seria de R$ 4.342,57.
No valor do mínimo ideal estão inseridos todos os pontos estabelecidos na Constituição Federal, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social.
Para conseguir pagar as contas e completar a renda, as pessoas têm recorrido ao trabalho informal. Atualmente, já são mais de 38 milhões de brasileiros nesta situação. Se continuar assim, o número deve crescer consideravelmente.
Produção paulista cai 2,6%. O governo faz discursos otimistas dizendo que o país voltou a crescer, mas a realidade mostra exatamente o contrário.
A produção industrial de 11 dos 15 locais pesquisados recuou em novembro de 2019, em linha com a queda de 1,2% da indústria nacional. Essa disseminação de resultados negativos é a maior desde novembro de 2018, quando também foram registradas taxas negativas em 11 locais. O principal destaque foi São Paulo, estado de maior influência na produção industrial (34% do total da indústria), com queda de 2,6%, a taxa negativa mais intensa desde setembro de 2018 (-3,1%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal Regional, divulgada hoje (14) pelo IBGE.
“O recuo foi atribuído à influência negativa do setor de alimentos, principalmente o açúcar, compensando a alta inesperada do mês anterior. Outro fator que afetou a produção industrial de São Paulo foi a redução da produção do setor de veículos automotores, especialmente automóveis, devido ao período de férias coletivas, após a antecipação de produção em outubro”, explica o analista responsável pesquisa, Bernardo Almeida.
Vai “botar o galho dentro”? O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou na noite de quarta-feira (15) que seu governo vai reformar o sistema de aposentadorias chileno, principal motivo das recentes manifestações em várias cidades do país. “Esta semana enviaremos ao Congresso um projeto de lei que melhora as aposentadorias de todos os aposentados chilenos, especialmente as mulheres, a classe média e os idosos com forte dependência”, disse ele.
A iniciativa estabelece um aporte de 3%, de maneira adicional e gradual, pago pelo empregador. Além disso, o presidente disse que haverá um fundo coletivo que financiará outros 3%, a cargo das empresas e do Estado.
No total, a medida implicará em 6% de cotização adicional que serão administrados por uma entidade pública e autônoma, segundo Piñera.
Essa iniciativa de reforma se soma à aprovada pelo Congresso chileno em dezembro passado, que estabeleceu aumentos de até 50% na renda dos idosos aposentados.
Hoje, o regime privado de aposentadorias chileno entrega para a maioria dos clientes pensões inferiores ao valor do salário mínimo no país. Segundo números do Banco Central, mais de 60% dos usuários já aposentados recebem menos de 120 mil pesos (dois terços de um salário mínimo, e equivalente a R$ 600). O salário médio dos usuários do sistema é de 575 mil pesos (quase R$ 3 mil).
Chile: três meses e muita repressão. O saldo até o momento é de pelo menos 27 mortos e 3.649 feridos, dos quais 405 têm lesões nos olhos, segundo o Instituto Nacional de Direitos Humanos (NHRI) do Chile.
Este sábado marca três meses do início dos protestos sociais no Chile contra as políticas neoliberais do governo do presidente Sebastián Piñera, e a característica tem sido a repressão pela polícia militarizada de Carabineros.
Nas manifestações de sexta-feira (17), a repressão foi muito grande e estão invadindo os postos de saúde instalados em diferentes partes de Santiago do Chile, especialmente na Plaza de la Dignidad.
 “Parece que a eliminação dos postos de saúde é o novo objetivo da polícia. Eles vão direto para eles”, escreveu a correspondente do teleSUR no país da América do Sul, Paola Dragnic, em sua conta no Twitter.
MAS indica candidato à presidência da Bolívia. O Movimento para o Socialismo (MAS), partido de Evo Morales, já indicou os nomes dos dois candidatos à presidência do país. Para a presidência foi escolhido David Choquehuanca, ex-chanceler de Evo Morales, e para a vice-presidência o jovem líder cocalero Andrónico Rodríguez. O anúncio foi feito na quinta-feira (16).
A decisão foi tomada por unanimidade em uma reunião realizada em La Paz pelas organizações que compõem o Pacto de Unidade, uma plataforma dos setores sociais que apoiam o MAS, partido de Evo Morales, exilado na Argentina depois que um golpe de Estado forçou sua renúncia. O anúncio oficial deverá acontecer na próxima quarta-feira (22), data em que terminaria o mandato de Evo.
Em entrevista coletiva, o representante do Pacto de Unidade, Henry Nina, disse que uma comissão viajará à Argentina neste domingo (19) para informar a decisão ao presidente Evo Morales. A Bolívia prepara-se para realizar novas eleições gerais e eleger o novo presidente, substituindo a eleição de 20 de outubro passado que foi anulada.
Na noite de sexta-feira (03) o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do país definiu que as novas eleições devem acontecer no dia 3 de maio. Na data, além dos bolivianos votarem em um novo presidente, os cidadãos também deverão escolher novos deputados para a Assembleia Legislativa.
Dívida global é três vezes maior que a economia mundial. Não, não há erros e não se trata de alarmismos. A realidade é que empresas, pessoas e nações estão aumentando suas dívidas e, se as taxas de juros subirem repentinamente, o mundo enfrentará uma nova crise.
Uma década com baixos registros de taxas de juros estabeleceu essa armadilha: os bancos centrais estão tentando apoiar o crescimento econômico com dinheiro barato, embora isso não pareça ter muito efeito sobre a economia real.
Como consequência, a dívida global excedeu o tamanho da economia mundial em mais de 3,2 vezes, atingindo US $ 253 bilhões no terceiro trimestre de 2019, como evidenciado pelo monitoramento realizado pelo Institute of International Finance em Washington (IIF). Nos últimos cinco anos, cresceu quase 30 bilhões de dólares e continua a bater recordes. Se as taxas de juros começarem a aumentar, haverá mais e mais falências de empresas.
E, nesse cálculo, não está computado o valor total do que chamam “dinheiro virtual”, aquele que circula livremente no mercado de bolsas de valores através da internet.
O negócio é comprar (e vender) armas! Estados Unidos, China, Arábia Saudita, Índia, Reino Unido e Rússia, seguidos de Alemanha e da França, estão à frente dos dez países com os maiores gastos em defesa.
Esses são dados fornecidos pelo Centro de Inteligência de Mercado da Indústria de Defesa da agência Jane, analista de informações sobre orçamentos de defesa no mundo, que acaba de oferecer dados do ano passado.
“Em 2019, os gastos globais com defesa excederam US $ 1,8 trilhão, em grande parte devido ao aumento dos gastos com defesa na Europa”, disseram os especialistas de Jane.
Desde 2014, os gastos com defesa nos países da Europa Oriental mais que dobraram, passando de US $ 4 bilhões em 2013 para US $ 10,4 bilhões em 2019. Estima-se que até 2030 o orçamento total de defesa da Europa Oriental excederá 57 bilhões de dólares e representará 2,7% do total mundial.
De acordo com Jane, o orçamento de defesa da Rússia em 2019 totalizou US $ 48 bilhões (na taxa de câmbio do dólar de 2019), ou seja, US $ 1 bilhão a mais que no ano anterior. Em 2018 e 2019, a Federação Russa ficou em oitavo lugar na lista de países com as maiores despesas de defesa.
As despesas com defesa dos Estados Unidos em 2019 totalizaram 726,2 bilhões de dólares (40% da despesa global em defesa).
França 1. Foi comemorado como vitória do movimento popular, mas precisamos olhar com mais atenção porque não é possível confiar na direita e nem no neoliberalismo.
O governo francês anunciou a retirada “provisória” de uma controversa medida que previa adiar em dois anos a idade para requerer o benefício integral da aposentadoria, o que na França ficou conhecida como “idade pivô” ou “idade de equilíbrio”.
A proposta foi encaminhada por meio de uma carta enviada pelo primeiro-ministro Édouard Philippe às centrais sindicais.  “Com a intenção de demonstrar minha confiança nos interlocutores sindicais, estou disposto a retirar a curto prazo do projeto de lei da medida que havia proposto, que consiste em convergir progressivamente a partir de 2022 até uma idade de equilíbrio de 64 anos em 2027”, escreveu o premiê.
No entanto, Édouard Philippe condicionou a retirada definitiva da medida a um “acordo sobre o equilíbrio e o financiamento das pensões” durante um encontro previsto com as lideranças sindicais e representantes do patronato francês.  Caso contrário, segundo Édouard Philippe, o governo vai adotar por meio de decretos “as medidas necessárias para alcançar o equilíbrio até 2027”.
França 2. O jornal Libération de terça-feira (14) destaca a ameaça de demissão coletiva dos chefes de serviços hospitalares na França para pressionar o governo a salvar os hospitais públicos do país. A decisão é inédita, anuncia o jornal em sua manchete de capa.
“A reforma do sistema hospitalar público francês, considerado um dos melhores do mundo, é urgente”, aponta a matéria. Mais de 1.200 médicos, chefes de serviços hospitalares, anunciaram a decisão em uma carta enviada nesta terça-feira à ministra da Saúde, Agnès Buzyn. Eles denunciam a falta de verbas, de pessoal, estabelecimentos deteriorados e exigem a abertura imediata de negociações. “A rebelião”, como escreve Libération, é uma iniciativa do coletivo inter-hospitalar, que não reivindica nenhuma tendência política ou sindical.
Os chefes se afastam somente das funções de direção e administrativas. Eles vão continuar exercendo como médicos nos hospitais onde trabalham e garantem que o tratamento dos doentes será mantido. “Mas além do significado da ação, a vida hospitalar será afetada com a decisão”, acredita o jornal.
O protesto afeta todos os serviços, todas as regiões e todos os hospitais do país. Em Marselha, por exemplo, terceira maior cidade francesa, no sul do país, 50 diretores assinaram a carta de demissão. O movimento tem apoio de outros profissionais. Um abaixo-assinado de enfermeiros e funcionários hospitalares em defesa dos chefes de serviço já recebeu quase cinco mil assinaturas.
A ministra da Saúde, apesar de ser reconhecida como uma médica brilhante, tardou a se dar conta da gravidade do problema. Ela não teve um discurso político adaptado, considera o jornal. Na administração Macron, que tem a ambição central de baixar os impostos e consequentemente as despesas, o “serviço público faz figura de primo pobre”, denuncia o editorial do diário progressista.
Ucrânia: ataque contra os sindicatos. Em fevereiro de 2014, um golpe patrocinado por Washington derrubou o governo eleito da Ucrânia e instalou um regime de extrema-direita subserviente aos interesses estadunidenses, apoiado por oligarcas locais e neonazistas. Agora, seguindo a cartilha neoliberal ditada pelo sistema, o governo passa a atacar as organizações sindicais e os trabalhadores.
A IndustriALL Global Union juntamente com seus filiados da Ucrânia está mobilizando forte oposição à imposição da nova lei trabalhista, apresentada no parlamento em 27 de dezembro sem nenhuma consulta prévia com os sindicatos.
Suas disposições atuais prejudicariam seriamente os direitos fundamentais dos trabalhadores, o que resultaria em demissões injustificadas; contratos de trabalho individuais de curto prazo e contratos de zero hora; a normalização de horas extras com remuneração de um quinto das taxas atuais, em que o dia normal de trabalho provavelmente excederia oito horas por dia; a eliminação de algumas garantias sociais e a redução da proteção de mães com filhos pequenos, o que facilitaria ainda mais a demissão; a possibilidade de transferir um funcionário para outro local de trabalho sem o consentimento deles; a proibição de negociação coletiva e a exclusão de sindicatos.
O projeto viola as leis trabalhistas nacionais e as normas internacionais fundamentais do trabalho, incluindo a Convenção 131 sobre fixação de salário mínimo, a Convenção 87 sobre liberdade de associação e proteção do direito de organização e a Convenção 98 sobre o direito de organização sindical e negociação coletiva.
Morrer no trabalho, dando lucro ao patrão. A primeira vez que toquei no assunto foi em 2004 quando fazia uma palestra sobre os efeitos do neoliberalismo para a classe trabalhadora. Quando denunciei o tão elogiado “modelo japonês de produção” todos, ou quase todos, se voltaram contra mim e muitos não acreditaram no que eu estava falando, mas a produção capitalista seguiu seu ritmo, e as mortes por excesso de trabalho já se tornaram um fator conhecido.
Os trabalhadores japoneses, sempre apontados como exemplos de eficiência e lealdade aos patrões, foram os primeiros a conviver com o problema que agora já se espalha pelo planeta. Conhecidos como “karoshi”, que significa “morte por excesso de trabalho”, e “karo-jisatsu”, “suicídios causados ​​pelo ambiente de trabalho”, os problemas já são motivos de pesquisas de médicos e especialistas.
O resultado do excesso de trabalho, do acúmulo de horas extras e da recusa em tirar férias é a falta de descanso entre a população japonesa. Segundo a OCDE, os japoneses são os que dormem menos em média nos países avançados: quase metade da população de 40 anos dorme menos de seis horas por dia.
Mas o excesso de trabalho e a falta acumulada de sono a longo prazo podem matar por ataques cardíacos ou derrames, mesmo entre os mais jovens (karoshi).
O estresse de não cumprir os objetivos estabelecidos pelos chefes, o medo de perder o emprego ou o assédio dos colegas leva dezenas de funcionários a tirar a própria vida todos os anos. Essas mortes afetam quase todos os setores. Talvez agora, com os novos estudos que estão sendo feitos, comecem a olhar o problema com mais seriedade.
Irã quer saída de embaixador britânico. Depois de ser detido por algumas horas no sábado (11), acusado de transformar uma vigília de luto pelas vítimas do Boeing 737-800, que foi abatido por um míssil iraniano por engano em Teerã na última terça-feira (07) matando 176 pessoas, em um protesto contra o governo local, o Irã pede que o embaixador britânico Robert Macaire seja expulso do país.
“A presença indevida do embaixador britânico em algumas reuniões é uma interferência flagrante nos assuntos do Irã e deve ser estudada no parlamento, especialmente na Comissão de Segurança Nacional”, disse o representante sênior do parlamento iraniano Hossein Ali Haji Deligani, dirigindo-se a uma sessão aberta do parlamento em Teerã neste domingo (12/01), segundo a Fars.
Segundo a agência de notícias iraniana Tasnim, Macaire foi detido no sábado à noite quando um grupo de estudantes se reunia dentro da Universidade Amir Kabir para protestar contra o governo após o Irã assumir ter abatido o voo da Ukraine International Airlines por engano.
O Irã anunciou na terça-feira (14) a prisão de alguns envolvidos na queda do avião da Ukraine International Airlines, derrubado pelo sistema de defesa antiaérea do país enquanto voava de Teerã a Kiev, na Ucrânia.
Segundo o porta-voz, as caixas-pretas do Boeing 737-800 serão enviadas para análise na França, país onde foram fabricados os motores do avião.
Processo de impeachment de Trump chega ao Senado. O Senado estadunidense recebeu na quinta-feira (16) o processo de impeachment contra Donald Trump e adotou as medidas formais para avaliar o processo no qual o mandatário é acusado por abuso de poder e obstrução do Congresso.
Na quarta-feira (15/01), a Câmara de Representantes do país, de maioria democrata, aprovou o pedido de impeachment por 228 votos a favor e 193 contra e enviou o processo ao Senado, que iniciou os ritos para a realização do julgamento que pode tirar Trump do poder. O julgamento político pelos senadores deve começar no próximo dia 21 de janeiro.
Durante a cerimônia, os 100 senadores encarregados de julgar o pedido de afastamento do presidente prestaram juramento diante do presidente da Suprema Corte, John Roberts.
A expectativa é de que o processo não dure mais de duas semanas e termine antes do início das primárias democratas, que começam em 3 de fevereiro, mas não há um prazo máximo definido.