sábado, 4 de julho de 2020

Uma cagada de R$ 273 milhões


Segunda-feira, 29 de junho de 2020
Uma cagada de R$ 273 milhões

O governo de Jair Bolsonaro escancara diariamente como era bravata quando nos contavam sobre os militares serem preparados, moderados e imunes à corrupção. 

Já nos acostumamos a ver os generais palacianos baixarem a cabeça para os delírios do presidente e silenciarem diante dos casos suspeitos de corrupção da primeira-família. O general que ocupa interinamente o Ministério da Saúde também demonstrou não ter vergonha de omitir dados com a finalidade de preservar a imagem do governo. 

Em meio à pandemia, o Exército censurou o termo 'isolamento social' em suas comunicações, estimulou surto de coronavírus em abrigo de refugiados para 'imunizar a tropa' e, de moderado, passou a cúmplice do extremismo de Jair Bolsonaro.

Em mais um capítulo sobre como funciona a relação entre as Forças Armadas e a política, o Intercept mostra hoje com exclusividade como o TCU prepara a absolvição de oficiais do Exército que jogaram no lixo R$ 273 milhões do dinheiro público.

O escândalo envolve quatro militares que respondem a processo: os generais Fernando Sérgio Galvão, Sinclair James Mayer e Guilherme Theophilo e o tenente-coronel Ângelo José Penna Machado. São eles os responsáveis pelo que os técnicos do tribunal chamaram de “erros grosseiros” na condução de contrato de mais de R$ 5 bilhões para a compra de blindados. 

É, no mínimo, uma sucessão de bobagens e erros que se arrasta há anos e envergonharia o Sargento Pincel, aquele dos Trapalhões. O TCU já definiu que o prejuízo não pode ser recuperado. Resta à sociedade cobrar para que os responsáveis sejam punidos. A depender das relações que os fardados mantêm em Brasília, esta é mais uma história que caminha para acabar em pizza. O repórter Rafael Neves descobriu e conta essa história.

LEIA A REPORTAGEM COMPLETA →

Rafael Moro Martins
Editor contribuinte sênior

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A delação do Queiroz


Sábado, 27 de junho de 2020
A delação do Queiroz

No final do dia de ontem o repórter da CNN Brasil Daniel Adjunto relatou que Fabrício Queiroz está pensando em uma delação premiada. Queiroz, por tudo o que se viu depois de sua prisão, não era apenas operador de rachadinhas, mas o tesoureiro da família Bolsonaro. O dinheiro operado por Queiroz, como mostrou o MP do Rio, vinha de diversas fontes. O tesoureiro recebeu, por exemplo, R$ 400 mil de Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, chefe da milícia Escritório do Crime, envolvido no assassinato de Marielle Franco. Adriano, que era um arquivo vivo, foi fuzilado por policiais.
Mas o que pode contar Fabrício Queiroz? 
Engana-se quem pensa que a lama que escorre em Flavio Bolsonaro não tem nada a ver com o pai. Fabrício Queiroz depositou dinheiro na conta da primeira dama Michele Bolsonaro. É aqui que as histórias sem juntam.
Isso porque o dinheiro não era de Michele, mas do Jair, como o próprio presidente declarou. "Eu podia ter botado na minha conta. Foi para a conta da minha esposa, porque eu não tenho tempo de sair. Essa é a história, nada além disso."
Jair alegou um "empréstimo" que teria feito a Queiroz, sem mostrar provas disso (empréstimos precisam ser declarados no IR).
Em se confirmando que Queiroz era o operador de um esquema ilegal que faturou milhões de reais, teremos o presidente da República que afirma que recebeu dinheiro do operador desse esquema, sem comprovar, até agora, o motivo.
Os Bolsonaro defendem as milícias há muitos anos. Flavio queria até mesmo legalizá-las. Jair disse que eles faziam a "segurança das comunidades", em um tom que fazia parecer que criticar milicianos era injusto.  
Na fala pública acima, o presidente praticamente descreve a máfia italiana: um grupo armado que "organiza a segurança da vizinhança" em troca de dinheiro – me pague para que eu não faça mal a você. Extorsão pura, um dos mais antigos crimes das máfias mundiais.
Milícia não é segurança comunitária, milícia é crime.
Em uma decisão torta, o Tribunal de Justiça do Rio deu a Flávio o foro especial. A manobra tem tudo para ser derrubada. A quadrilha (de festa junina, bem entendido) ganhou tempo, mas as investigações estão muito avançadas para serem destruídas agora. A mulher de Queiroz segue foragida. O medo do tesoureiro é que ela seja presa. O jornal Valor Econômico apurou que um emissário de Márcia Oliveira de Aguiar, falando também em nome da filha dela com Queiroz, Nathália, foi enviado a dois escritórios de advocacia do Rio de Janeiro para sondar uma delação. E de quem Nathália foi funcionária fantasma? Do Jair.
Se puxar a pena, vem a galinha.
Leandro Demori
Editor Executivo
 

Destaques

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Respiradores fantasmas
Articulador da fraude dos respiradores de SC lavou dinheiro do golpe com ambulâncias em SP

Fábio Bispo, Hyury Potter, Eduardo Goulart de Andrade
A Remocenter, de Fábio Guasti, foi o destino de ao menos R$ 2 milhões da compra fraudada dos aparelhos paga antecipadamente pelo governo catarinense.
O caso Marielle
Investigação do caso Marielle expõe conexões de quatro vereadores com milícias do Rio

Sérgio Ramalho, Marina Lang
Documentos sigilosos mostram que telefones dos vereadores Marcello Siciliano, Ítalo Ciba, Zico Bacana e do agora deputado federal Chiquinho Brazão estão recheados de contatos.
O bolsonarismo está encurralado e vivendo de bravatas
João Filho
Apesar da incompetência, a turma do bolsonarismo é impetuosa e aprendeu a fazer política sob a ótica do golpismo.
Os entregadores antifascistas querem apps solidários à causa. Por que é importante ouvi-los.
Rosana Pinheiro-Machado
O capitalismo rouba seu tempo e sua saúde. Eles querem isso de volta – e contam com a nossa ajuda.
Governo Witzel quer calar PMs da reserva que se transformam em críticos da polícia
Cecília Olliveira
Quem desrespeita a nova norma pode ser punido com até um ano de prisão. Militares com carreira acadêmica acreditam ser “retaliação”.
John Bolton está contando a verdade, mas não podemos esquecer da sua carreira terrível e perigosa
Jon Schwarz
O ex-consultor de Trump está por lançar um livro que a Casa Branca tenta proibir. As revelações, mesmo importantes, não apagam o passado de John Bolton.
A crise do coronavírus
Trump fez uma piada racista em uma mega-igreja em Phoenix – e plateia veio abaixo

Robert Mackey
Ao chamar a covid-19 de “kung flu”, Trump reacendeu o discurso racista que tenta culpar a China pelo vírus que ele próprio subestimou.

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Pedro Cardoso: é burrice tentar dialogar com o governo Bolsonaro

Pedro Cardoso: é burrice tentar dialogar com o governo Bolsonaro

O ator e escritor Pedro Cardoso disse em entrevista à TV 247 que, em sua opinião, fascistas e nazistas, incorporados no governo Jair Bolsonaro, devem ser excluídos do debate público. “A minha posição é a negação absoluta do convívio. Eu jamais propus não comprar uma coisa pela ideologia do dono da loja, hoje eu proponho”. Assista
Pedro Cardoso e Jair Bolsonaro
Pedro Cardoso e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Instagram | José Cruz/Agência Brasil)
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247 - O ator e escritor Pedro Cardoso, em entrevista à TV 247, afirmou que não é possível dialogar ou até mesmo conviver com nazistas e fascistas, que estão atualmente no Brasil incorporados ao governo de Jair Bolsonaro. Para Cardoso, tentar conviver socialmente com estas pessoas é “burrice”.O artista relembrou a encenação de caráter nazista do ex-secretário de Cultura Roberto Alvim, que, na visão dele, escancarou a raiz ideológica de Bolsonaro. Segundo Pedro Cardoso, Alvim é o “eterno secretário de Cultura do governo [Bolsonaro]”. “O Bolsonaro jamais negou aquilo e nem vai negar. O eterno secretário de Cultura do governo dele é esse Alvim, aquela expressão nazista é o projeto dessas pessoas, essas pessoas são completamente doentes, completamente sádicas, eles querem eliminar tudo, tudo, tudo que há de afetivo no Brasil. São pessoas para as quais, eu penso, nós não devemos ter nenhuma condescendência e nenhum diálogo”. 
O ator revelou ainda se sentir constrangido por saber que há brasileiros que adotam discursos e práticas fascistas. “Eu poderia conversar com vários governos brasileiros, eu poderia discutir a cultura brasileira com um governo do partido Novo, com um governo do antigo PSDB, o atual já não sei porque também já não é muito o que foi. Nós poderíamos discutir. Com esse projeto nazista, fascista, eu acho que é uma burrice tentar ter algum tipo de interlocução. A minha posição é a negação absoluta do convívio. Eu jamais propus não comprar uma coisa pela ideologia do dono da loja, hoje eu proponho. Eu me recuso a entrar em uma loja que apoiou e apoia o fascismo e o nazismo do projeto personificado em Bolsonaro. Eu não quero ter relação nenhuma com essas pessoas. Se eles são brasileiros, eu não sou brasileiro. Infelizmente eu tenho constrangimento jurídico de dividir com eles uma nacionalidade, mas é só o constrangimento jurídico. Os brasileiros de quem eu gosto, não são só as pessoas de esquerda, mas são as pessoas decentes”.
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China nega risco de gripe suína virar pandemia


China nega risco de gripe suína virar pandemia

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Foto: Reprodução
O Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China afirmou neste sábado (4) que a chamada cepa G4 do vírus da gripe suína não é nova e não infecta ou adoece humanos e animais facilmente, rejeitando um estudo publicado no início desta semana.
A pesquisa, realizada por uma equipe de cientistas chineses e publicada pela revista norte-americana Procedimentos da Academia Nacional de Ciências (PNAS, em inglês), alertou que um novo vírus da gripe suína, chamado G4, se tornou mais infeccioso para humanos e poderia se tornar um vírus com “potencial de pandemia”.
Em comunicado, o Ministério da Agricultura da China afirmou que o estudo foi interpretado “de maneira exagerada e não factual”.
Uma análise do ministério concluiu que a amostragem do estudo publicado é muito pequena para ser representativa, enquanto o artigo carece de evidências adequadas para mostrar que o vírus G4 se tornou a cepa dominante entre os porcos.
A pasta disse que tirou suas conclusões depois de realizar um seminário sobre o impacto do vírus G4 na indústria suína e na saúde pública. Os participantes incluíram veterinários chineses e especialistas em vírus, além dos principais autores do estudo publicado pela PNAS.
Os participantes concordaram que o vírus G4 não é novo, afirma o comunicado. Além disso, essa cepa tem sido monitorada continuamente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por agências relacionadas na China desde 2011, disse o comunicado.
Adicionalmente, os autores do estudo publicado concordaram que o vírus G4 não se replica efetivamente no corpo humano e não causa doenças, de acordo com o comunicado.
A declaração do ministério foi de autoria de Yang Hanchun, cientista de doenças virais em suínos da Universidade Agrícola da China, que também desempenha o papel de especialista em um comitê antiepidêmico do ministério.