quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Editorial de conjuntura do DIEESE

 

sgeral@mst.org.br <sgeral@mst.org.br>
Para:sgeral@mst.org.br
qui., 1 de dez. às 18:59

Carta Capital

SEXTA-FEIRA, 2 DE DEZEMBRO DE 2022
NOVO GOVERNO

Apesar dos apelos dos presentes a uma reunião em Brasília, o presidente eleito não indicou o nome do novo chefe da Economia

Confira também: 

HERANÇA MALDITA

Corte orçamentário no Ministério da Cidadania é de 96%, alerta Tebet

Senadora acusou desmonte de políticas sociais: ‘Mais poderia se chamar de Ministério do Auxílio Brasil’

Confira também:

EM BUSCA DO HEXA

Tite diz que usará equipe alternativa diante de Camarões

Com Brasil já classificado para oitavas, técnico fará experiências contra a seleção africana

→ LEIA NO SITE

'ZERO QUATRO'

Filho de Bolsonaro deixa metaverso ‘de direita’ após criptomoeda do projeto despencar

Renan Bolsonaro tentou influenciar seguidores a investirem no Myla e a participarem da oferta inicial da moeda

→ LEIA NO SITE

VIOLÊNCIA POLÍTICA

Policial bolsonarista que matou tesoureiro do PT vai a júri popular

Decisão é do juiz Gustavo Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu

→ LEIA NO SITE

LAVA JATO

Justiça Eleitoral volta a recomendar reprovação das contas da campanha de Moro

Esta é a 3ª vez que o TRE Paraná aponta inconsistências graves nos documentos apresentados pelo ex-juiz

→ LEIA NO SITE

CORRUPÇÃO, PREVENÇÃO E DESIGUALDADE PARTE V – O MITO DA FALTA DE PUNIÇÕES

 

Aldemario Araujo <aldemario.araujo@gmail.com>
Para:AAC
Cco:gsgouvea10@yahoo.com.br
sex., 2 de dez. às 06:59
CORRUPÇÃO, PREVENÇÃO E DESIGUALDADE
PARTE V – O MITO DA FALTA DE PUNIÇÕES

Aldemario Araujo Castro
Advogado
Mestre em Direito
Procurador da Fazenda Nacional
Brasília, 2 de dezembro de 2022

Nesta série de textos abordarei, de forma sucinta, vários temas relacionados com um dos mais relevantes problemas da realidade brasileira: a corrupção sistêmica. Não é o maior dos nossos problemas (a extrema desigualdade socioeconômica ocupa esse posto). Também não é momentâneo ou transitório (está presente em todos os governos, sem exceção, desde que Cabral chegou por aqui). Não está circunscrito a um partido ou grupamento político (manifesta-se de forma ampla no espectro político-partidário). Não está presente somente no espaço público (a corrupção na seara privada é igualmente significativa). Não será extinta ou reduzida a níveis mínimos com cruzadas morais ou foco exclusivo na repressão (será preciso uma ação planejada, organizada e institucional em torno de uma série de medidas preventivas). Não obstante esses traços característicos, tenho uma forte convicção. A construção de uma sociedade democrática, justa, solidária e sustentável, centrada na dignidade da pessoa humana em suas múltiplas facetas e manifestações, exige um combate firme, consistente e eficiente a essa relevantíssima mazela do perverso cenário tupiniquim.

Existe uma ampla e equivocada visão de que impera no seio da Administração Pública e dos Poderes Públicos, em sentido mais amplo, um ambiente de proteção ou corporativismo que implica na ausência de punições para os diversos ilícitos cometidos, salvo quando se tratam de casos de perseguição política ou pessoal. Essa percepção não encontra lastro na realidade, conforme atestam vários levantamentos acerca de sanções aplicadas.

Estes dados oriundos da Controladoria-Geral da União (CGU) demonstram o patamar quantitativo das sanções administrativo-disciplinares aplicadas no plano federal (entre 2003 e novembro de 2019): a) “expulsões” de estatutários: 7766 (casos de corrupção: 65%; abandono, inassiduidade e acumulação ilegal: 25%) e b) “expulsões” de celetistas das estatais: 8915 (Banco do Brasil: 3683; Correios: 2550; Caixa Econômica Federal: 1443).

O quantitativo de condenações definitivas por improbidade administrativa também não referenda o aludido mito da impunidade. Com efeito, “entre 1995 e julho de 2016, foram proferidas 11.607 condenações definitivas por improbidade administrativa no curso de 6.806 processos em tramitação no Judiciário brasileiro, uma média de 903 decisões condenatórias por ano. Os números fazem parte de pesquisa realizada pelo Instituto Não Aceito Corrupção em parceria com a Associação Brasileira de Jurimetria. A imposição da perda da função pública – uma das sanções previstas pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992) – esteve presente em 25,4% do total de condenações analisadas no levantamento” (fonte: stj.jus.br).

Ademais, são inúmeras as operações investigatórias realizadas com identificação e alcance de graduados agentes públicos envolvidos com a prática de ilícitos de alta envergadura.

Eis alguns exemplos de apurações conduzidas pela Polícia Federal e pela Receita Federal: operações Sete mares, Alquimista, Alter ego, Ártico, Dubai, Fractal, Máscara de ferro, Navio fantasma, Paraíso fiscal, Persona, Poseidon, Propinoduto, Protocolo fantasma, Trem fantasma, Vulcano e Zelotes. Nessas atividades foram constatados(as): a) fraudes ao comércio exterior com interposição fraudulenta de terceiros; b) recebimento de propinas para a não lavratura de autos de infração; c) alterações de dados em sistemas informatizados (para redução ou eliminação de dívidas, obtenção de certidões de regularidade, realização de compensações de créditos, produção de cadastros livres de restrições, etc); d) desvios de mercadorias apreendidas; e) liberação irregular de mercadorias importadas; f) gerenciamento de empresas privadas com a utilização de informações privilegiadas; g) retardamento de julgamentos administrativos; h) exportações fictícias e i) substituição de carga importada por uma carga clone, mais barata, com mesmo peso e mesmo número de volumes.

A famosa Operação Faroeste ilustra ocorrências investigatórias no âmbito do Judiciário. Nesse caso, segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público, desembargadores e juízes do Tribunal de Justiça da Bahia estavam envolvidos num esquema criminoso voltado para regularizar terras na região oeste da Bahia por intermédio da compra de decisões judiciais.

Entre vários outros, o escândalo dos anões do orçamento promoveu uma enorme exposição das entranhas corruptas do parlamento brasileiro. Esse esquema teve enorme repercussão por ter sido o primeiro no qual os parlamentares investigaram seus próprios colegas na CPI do Orçamento. Segundo as investigações, os deputados apresentavam emendas na Comissão do Orçamento. Entidades fantasmas eram utilizadas para receber recursos públicos e empreiteiras favorecidas nos processos licitatórios. Consta que as operações eram comandadas pelo deputado baiano João Alves, que afirmou, para espanto geral, ter ganho 56 vezes na loteria só em 1993. Não é de se estranhar que as emendas parlamentares estejam no centro do absurdo “orçamento secreto” nos dias atuais.

No combate às quadrilhas de maior porte são comuns: a) refinadas ações de inteligência; b) operações policiais de porte considerável, inclusive com utilização de termos ou expressões bem vistosos para identificação midiática e c) medidas conjuntas articuladas por vários órgãos públicos distintos.

Os exemplos apontados mostram a existência de uma intensa atividade estatal de combate à corrupção e outras formas de malfeitos. Dois pontos precisam ser destacados: a) ausência de noticiário detalhado na imprensa, até mesmo em razão de sigilos legais e b) deficiências de várias ordens que ainda persistem (organizacionais, institucionais, normativas, orçamentárias, pessoal, etc). Fundamentalmente, importa frisar, estamos diante de uma guerra desigual contra um ambiente social e institucional produtor de corrupção e malversação em larga escala. Registra-se, nessa linha e desde já, um dos eixos dessa série de escritos: a necessidade de estabelecer a preponderância das ações preventivas em relação às providências repressivas.


Textos anteriores da série:

PARTE I – O SENTIDO COLOQUIAL DE CORRUPÇÃO
PARTE II – A CULTURA DE LEVAR VANTAGEM
PARTE III – O SERVIDOR CORRUPTO SOZINHO
PARTE IV – O CANDIDATO CORRUPTO

Disponíveis em:
http://www.aldemario.adv.br

Boletim Oxfam Brasil - Novembro 2022

 

Olá, Glauco,

O destaque de nosso boletim de novembro é o relatório sobre as desigualdades no acesso a vacinas contra a covid-19 no Brasil. O relatório traz dados sobre a atuação do governo federal frente a pandemia da covid-19, evidenciando negligências, gestão inadequada e falta de estratégia.

Outro destaque é para o painel sobre perdas e danos, gênero e impactos territoriais, organizado pela Oxfam Brasil e outras organizações na COP 27.

Boa leitura!

RELATÓRIO: DESIGUALDADES NO ACESSO A VACINAS CONTRA COVID-19 NO BRASIL 

A atuação negligente e desordenada do governo federal, a ausência de campanhas públicas informativas, a gestão inadequada e falta de estratégia nacional entre a União e os estados estão entre os principais fatores que impediram o país de atingir a meta vacinal de 90% contra a covid-19 estabelecida pelo Ministério da Saúde, o que deixou milhões de brasileiras e brasileiros expostos aos riscos da covid-19 em diversas regiões brasileiras.

CONFIRA

OXFAM BRASIL NA COP 27

As ambições e desafios das comunidades que vivem em territórios impactados pelas mudanças climáticas foram os temas centrais do painel “Perdas e Danos, Gênero e Impactos Territoriais” que a Oxfam Brasil e outras organizações da sociedade civil brasileira organizaram na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27).

CONFIRA

JORNADA DAS PRETAS: BALANÇO DAS ELEIÇÕES E ESTRATÉGIAS

A segunda edição da Jornada das Pretas teve seu primeiro encontro presencial este ano, de sexta-feira a domingo (25 a 27/11), com apresentação da Agenda Marielle Franco 2022, um conjunto de práticas e compromissos políticos antirracistas, feministas, LGBTQIA+ e populares, inspiradas no legado da vereadora carioca assassinada em março de 2018 no Rio de Janeiro.

CONFIRA

GEOGRAFIA DAS DESIGUALDADES É DESTAQUE NA MOSTRA BRAZILIAN FILM FESTIVAL

O curta-documentário Uma Geografia das Desigualdades, dirigido por Day Rodrigues e produzido pela Oxfam Brasil, foi um dos destaques da 13a. Mostra de Filmes Brasileiros de Consciência Social iniciada neste domingo (27/11) no Espaço Itaú de Cinema, em São Paulo.

O filme, de 2019, foi exibido na sessão de curtas-documentários juntamente com os filmes “Filhas de Lavadeiras”, de Edileuza Penha de Souza; “33421”, de Bruno Martins; “Rosa de Aroeira”, de Monica Mac Dowell; “Você já Tentou Olhar nos Meus Olhos”, de Tiago Felipe; e “Alagbedé”, de Safira Moreira.

CONFIRA
  

 

Geiza Lobato

Equipe Oxfam Brasil