segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Revolução e Democracia PARA REFLEXÃO!

Revolução e Democracia

ARTIGOS E DEBATES
TYPOGRAPHY
Revolução e Democracia
PUBLICIDADE
Por Boaventura de Sousa Santos
 
Tenho vindo a escrever que um dos desenvolvimentos políticos mais fatais dos últimos cem anos foi a separação e até contradição entre  revolução e democracia como dois paradigmas de transformação social. Tenho afirmado que esse facto é, em parte, responsável pela situação de impasse em que nos encontramos. Enquanto no início do século XX dispúnhamos de dois paradigmas de transformação social e os conflitos entre eles eram intensos, hoje, no início do século XXI, não dispomos de nenhum deles. A revolução não está na agenda política e a democracia perdeu todo o impulso reformista que tinha, estando transformada numa arma do imperialismo e tendo sido em muitos países sequestrada por antidemocratas.

Esta tensão entre revolução e democracia percorreu todo o século XIX europeu mas foi na Revolução Russa que a separação, ou mesmo incompatibilização, tomou forma política. É debatível a data precisa em que tal ocorreu, mas o mais provável é que tenha sido em Janeiro de 1918, quando Lenine ordenou a dissolução da Assembleia Constituinte onde o Partido Bolchevique não tinha maioria. A grande revolucionária Rosa Luxemburgo foi a primeira a alertar para o perigo da ruptura entre revolução e democracia. Estando na prisão, Rosa Luxemburgo escreveu em 1919 um panfleto sobre a revolução russa cujo destino foi turbulento, só muito mais tarde tendo sido publicado na íntegra. Nesse texto, Rosa Luxemburgo escreve de modo lapidar que a liberdade só para os apoiantes do governo ou só para os membros de um partido não é liberdade. A liberdade é sempre e exclusivamente a dos que pensam diferentemente, e acrescenta: “Com a repressão da vida política no país todo, a vida dos sovietes (o poder popular ou conselhos de operários, camponeses e soldados) definhará mais e mais. Sem eleições gerais, sem total liberdade de expressão e de reunião, sem a disputa livre entre as opiniões, a vida morre nas instituições públicas, torna-se uma mera aparência de vida em que a burocracia é o único elemento activo. A vida pública adormece aos poucos, e uns poucos líderes partidários, dotados de uma energia sem limites e com grande experiência, são quem governa. Entre eles, apenas um pequeno numero de notáveis dirige enquanto a elite da classe operária é convidada de tempos a tempos a participar em encontros para aplaudir os discursos dos líderes e aprovar por unanimidade as resoluções propostas—no fundo, o trabalho de uma clique, uma ditadura, não certamente do proletariado, mas de um pequeno grupo de políticos… Estas condições causarão inevitavelmente a brutalização da vida pública: tentativas de assassinato, liquidação de reféns.” Um texto premonitório de alguém que seria, ela própria, assassinada dois anos depois.

Vivemos um tempo de possibilidades desfiguradas. A revolução seguiu uma trajectória que foi dando cada vez mais razão às previsões de Rosa Luxemburgo e foi levando a cabo uma transição que, em vez transitar para o socialismo, acabou por transitar para o capitalismo, como bem ilustra hoje o caso da China. Por sua vez, a democracia (reduzida progressivamente à democracia liberal) perdeu o impulso reformista e provou não ser capaz de se defender dos fascistas, como mostrou a eleição democrática de Adolfo Hitler. Aliás, o “esquecimento” da injustiça socio-económica (para além de outras, como a injustiça histórica, racial, sexual, cultural e ambiental) faz com que a maioria da população viva hoje em sociedades politicamente democráticas mas socialmente fascistas.

Se o drama político do século XX foi separar revolução e democracia, atrevo-me a pensar que o século XXI só começará politicamente no momento em que unir revolução e democracia. A tarefa pode ser assim resumida: democratizar a revolução e revolucionar a democracia. Vejamos como. Dados os limites de espaço, as orientações são formuladas em termos de princípios com escassa explicação.

Democratizar a revolução. Primeiro, são por vezes necessárias rupturas que quebram a ordem política existente. Esta, quando se auto-designa democrática, é certamente uma democracia de minorias para as minorias, em suma, uma falsa democracia ou uma democracia de baixíssima intensidade. A ruptura só se justifica quando não há outro recurso para pôr fim a este estado de coisas e o seu objectivo principal é o de construir uma democracia digna do nome, uma democracia de alta intensidade para as maiorias, com respeito pela acomodação das minorias. A revolução não pode correr o risco de se perverter na substituição de uma minoria por outra. Segundo, a ruptura, como o nome indica, rompe com uma dada ordem, mas romper não significa fazê-lo com violência física. No dia da tomada do Palácio de Inverno morreram poucas pessoas e os teatros funcionaram normalmente. Tal como na Revolução de 25 de Abril de 1974, em que morreram quatro pessoas e houve um ferido grave. Terceiro, os fins nunca justificam os meios. A coerência entre uns e outros não é mecânica mas devem equivaler-se nos tipos de acção e de sociabilidade política que promovem. Neste sentido, não é admissível que se sacrifiquem gerações inteiras em nome de um futuro radioso que hipoteticamente virá. O futuro daqueles que mais precisam da revolução são as maiorias empobrecidas excluídas, discriminadas e lançadas pela sociedade injusta em zonas de sacrifício. O seu futuro é amanhã e é amanhã que devem começar a sentir os efeitos benéficos da revolução. Terceiro, historicamente muitas revoluções foram rápidas em despolarizar as suas diferenças com os inimigos e antigas classes dominantes, ao mesmo tempo que polarizaram, por vezes de forma brutal, as suas diferenças com grupos revolucionários, cuja linha política fora derrotada. Chamou-se a isso sectarismo e dogmatismo. Esta perversão dominou toda a esquerda política do século XX. Quarto, a luta de classes é uma luta importante mas não é a única. As lutas contra as injustiças e discriminações raciais (colonialismo) e sexuais (hétero-patriarcado) são igualmente importantes, e a luta de classes nunca terá êxito se as outras também não tiverem. Vivemos em sociedades capitalistas, colonialistas e patriarcais e as três formas de dominação actuam articuladamente. Ao contrário, os homens e as mulheres que lutam contra a injustiça concentram-se, em geral, numa das lutas, negligenciando as outras. Enquanto as lutas se mantiverem separadas, nunca terão êxito significativo. Quinto, não há uma única forma de emancipação social. Há múltiplas formas e, por isso, a libertação ou é intercultural ou nunca será. 

Revolucionar a democracia. Primeiro, não há democracia, há democratização progressiva da sociedade e do estado. Segundo, não há uma única forma legítima de democracia, há várias, e o conjunto delas forma o que designo por demodiversidade. Tal como não podemos viver sem a biodiversidade, também não podemos viver sem demodiversidade. Terceiro, nos diferentes espaços-tempos da nossa vida colectiva, as tarefas de democratização têm de ser levadas a cabo de modo diferente, e os tipos de democracia serão igualmente distintos. Não é possível a democratização do estado sem a democratização da sociedade. Distingo seis espaços-tempo principais: família, produção, comunidade, mercado, cidadania e mundo. Em cada um destes espaços a necessidade de democratização é a mesma, mas os tipos e os exercícios de democracia são diferentes. Quarto, seguindo o pensamento político do liberalismo, as sociedades capitalistas, colonialistas e patriarcais em que vivemos reduziram a democracia ao espaço-tempo da cidadania, o espaço que designamos por político, quando todos os outros são igualmente políticos. Por isso, a democracia liberal é uma ilha democrática num arquipélago de despotismos. Quinto, mesmo reduzida ao espaço da cidadania, a democracia liberal, também conhecida por representativa, é frágil, porque não pode defender-se facilmente dos anti-democratas e dos fascistas. Para ser sustentável, tem de ser complementada e articulada com a democracia participativa, ou seja, com a participação organizada e apartidária de cidadãos e cidadãs na vida política muito para além do exercício do direito de voto, que obviamente é precioso; apenas não é suficiente. Sexto, os próprios partidos têm de se reinventar como entidades que combinam dentro de si formas de democracia participativa entre os seus militantes e simpatizantes, sobretudo na formulação dos programas dos partidos e na escolha de candidatos a cargos electivos. Sétimo, a democracia de alta intensidade deve distinguir entre legalidade e legitimidade, entre o primado do direito (que inclui os direitos fundamentais e os direitos humanos) e o primado da lei (direito positivado), ou seja, entre rule of law e rule by law. O primado da lei (rule by law) pode ser respeitado por ditadores, não assim o primado do direito (rule of law). Oitavo, hoje em dia governar democraticamente significa governar contra a corrente, já que as sociedades nacionais estão sujeitas a um duplo constitucionalismo: o constitucionalismo nacional, que garante os direitos dos cidadãos e as instituições democráticas, e o constitucionalismo global das empresas multinacionais, dos tratados de livre-comércio e do capital financeiro. Entre os dois constitucionalismos há enormes contradições, já que o constitucionalismo global não reconhece a democracia como um valor civilizacional. E o mais grave é que, na maioria das situações, em caso de conflito entre eles, é o constitucionalismo global que prevalece. Quem controla o poder do governo não é necessariamente quem controla o poder social e económico. É o que sucede com os governos de esquerda. Para que estes sustentem, não podem confiar exclusivamente nas instituições. Devem saber articular-se com a sociedade civil organizada e com os movimentos sociais interessados em aprofundar a democracia e dispor de meios de comunicação próprios que rivalizem com os média corporativos em geral subordinados aos ditames do constitucionalismo global.

Democratizar a revolução e revolucionar a democracia não são tarefas fáceis, mas são a única via para travar o caminho ao crescimento das forças de extrema-direita e fascistas que vão ocupando o campo democrático, aproveitando-se das debilidades estruturais da democracia liberal. A miséria da liberdade será patente quando a grande maioria da população só tiver liberdade para ser miserável.

Artigos Relacionados

Big Data: Toda democracia será manipulada?Big Data: Toda democracia será manipulada?
RISCOS Bem-vindo Psicometria — o método usado por empresas e políticos para traçar em...
Boaventura: Revolução Russa, ano 100Boaventura: Revolução Russa, ano 100
100 DA REVOLUÇÃO Aventura soviética teve limites, contradições e misérias, mas ao menos...
Deputado José Mentor: A verdade não é cara!Deputado José Mentor: A verdade não é cara!
DEMOCRACIA "Estamos buscando nossas melhores posições no Parlamento - sabendo que só as de lá n...



Fonte: Caros Amigos

Caravana Lula se encerra com grande ato na concha acústica da UERJ, no Rio



PELO BRASIL

Caravana Lula se encerra com grande ato na concha acústica da UERJ, no Rio

Na última sexta-feira, o ex-presidente ainda visitou a UFRRJ e uma manifestação de trabalhadores da Cedae

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ)
,
Público lotou a concha acústica da UERJ no último dia da caravana Lula, que passou pelos estados do Rio e Espírito Santo / Ricardo Stuckert

“O governo de Lula proporcionou a essa universidade se tornar de preto e de favelado”, discursou, emocionada, a estudante Mayara Gomes, de 23 anos, em meio a aplausos do público, que lotou a concha acústica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), para o ato de encerramento da caravana Lula pelos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, na última sexta-feira (8).
A multidão era formada, principalmente, por membros da comunidade acadêmica da UERJ, que passa pela mais grave crise de sua história, com salários e bolsas estudantis atrasados há mais de três meses. 
Pouco depois de Mayara, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva iniciou sua fala dizendo que não há saída para crise no estado sem a participação efetiva do governo federal. “Não se pode esperar. Quem tem necessidade, tem fome, tem que pagar conta de luz, água, não pode esperar mais um ano. Além da responsabilidade administrativa local e o golpe que tivemos no Brasil, é importante que a gente não perca de vista o significado da Petrobras no Rio, que está sendo afundada”, afirmou, vestindo uma camisa que estampava “UERJ resiste”, em solidariedade aos funcionários, professores e estudantes da universidade. 
Antes do ato ter início, Lula conversou com o Brasil de Fato sobre as saídas para a crise na universidade. Em sua fala, o ex-presidente não descartou a possibilidade de federalizar a universidade. “Se tiver uma universidade e o governador acha que não tem como tocar, não tem porque o governo federal não assumir. Se a gente ganhar as eleições, temos que nos reunir com governadores, fazer um estudo aprofundado de cada universidade estadual para ver como estão, para que não se deixe uma casa de ensino fechar nesse país por conta de incompetência”, afirmou. 
Na entrevista, Lula ainda garantiu que está preparando um estudo para saber a possibilidade de federalizar o ensino médio no Brasil, considerado por ele um passo gigantesco para educação no país. Ele ainda se mostrou preocupado com a emenda constitucional aprovada por Temer neste ano, que limita o gasto em educação.
"Já estamos vendo institutos com problemas financeiros, laboratórios não estão sendo concretizados, prédios que estavam previstos não estão sendo feitos. Não houve a manutenção da expansão universitária que a gente tanto queria fazer nesse país”, acrescentou. 
Essa realidade não é exclusividade das universidades e escolas, como lembra Renata Borguini, 42 anos, pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Além dos cortes na pesquisa e no Ministério de Ciência e Tecnologia, na Embrapa a gente também sofreu muito corte. Esse governo ilegítimo nos afetou diretamente. Mas estou aqui por resistência. Acredito que o Lula é o único que tenha a chance de ganhar e de reverter essa situação”, afirmou. 
Educação em crise
Um dos temas mais discutidos durante a passagem da caravana Lula pelos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, na última semana, foi a educação. Também como parte da agenda de sexta-feira (8), o ex-presidente visitou a unidade de Nova Iguaçu, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), criada durante a sua gestão.
Lá, foi recebido por reitores da UFRRJ, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e representantes de outros institutos federais do ensino médio e tecnológico. Em sua fala, o reitor da UFRRJ, Ricardo Berbara, falou sobre a importância do governo Lula para democratizar a educação. De acordo com ele, entre 2005 e 2015, a proporção de jovens, entre 18 e 24 anos, matriculados nas universidades brasileiras dobrou, subindo de 10% para 20%. Além disso, cerca de 66% dos estudantes de universidades federais vêm de famílias de até um e meio salário mínimo.
O ex-ministro da educação, Fernando Haddad, que também estava presente no encontro, acrescentou que os governos de Lula e Dilma permitiram o avanço na inclusão da população brasileira na universidade pública. “O constrangimento que eu tive ao estudar na Universidade de São Paulo (USP), em que só tinha brancos e filhos da elite, hoje não é mais o mesmo. O Brasil está dentro da universidade. Está representado”, afirmou. 
Ligia Maria Nonato, de 24 anos, estudante do mestrado em Ciências Sociais da UFRRJ, unidade Nova Iguaçu, é uma das que teve sua trajetória de vida diretamente ligada às políticas públicas e programas sociais da área da educação criados pelos governos petistas. “A relação de Lula com o povo e os movimentos sociais mudou a história do país, inserindo o povo pobre na universidade, um espaço que era completamente elitista. Ele vir aqui hoje tem um significado sem tamanho”, disse. 
No entanto, os avanços encontram uma barreira depois do golpe de estado instaurado no Brasil. Um exemplo disso são as verbas de investimento nas universidades, que despencaram de R$ 5 bilhões em 2013 para R$ 1 bilhão em 2017. “Conseguiram destruir as conquistas dos trabalhadores. Fernando Henrique Cardoso disse em seu governo que ia acabar com a Era Vargas e não teve coragem, mas Temer está fazendo agora, porque ele não é um presidente, nem sequer golpista, é instrumento do sistema financeiro”, afirmou Lula em seu discurso na UFRRJ. 
Privatização da Cedae
Além das passagens pelos institutos de educação e universidades públicas, o ex-presidente também participou de diversos atos nas cidades por onde passou ao longo da Caravana. Entre eles, uma manifestação organizada pela população carioca e funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), em Guandu, na Baixada Fluminense, contra a sua privatização.
As ações da Cedae estão sendo usadas pelo governador do estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), como garantia para um empréstimo de R$ 2,9 bilhões do banco BNP Paribas ao estado do Rio de Janeiro, que tem o governo federal como avalista.
Levado pelos manifestantes até o carro de som, montado em frente a estação de tratamento de Guandu, Lula falou que a crise na Cedae não é de hoje e prestou solidariedade aos trabalhadores. “Se o estado passar a Cedae para o governo federal, ele vai passar para uma multinacional que não se importa com a qualidade da água e da vida da população. Vocês tem que continuar lutando para segurar essa venda, ano que vem vamos disputar as eleições e, se conseguirmos ganhar, convocaremos um plebiscito revogatório de todas as arbitrariedades que estão acontecendo nesse país contra os interesses do povo trabalhador”, garantiu. 
Durante os cinco dias em que percorreu os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, a caravana Lula foi recebida de forma calorosa pela população de mais de nove cidades. Essa é terceira etapa do projeto Lula pelo Brasil que já passou pelo Nordeste e Minas Gerais. Para o primeiro semestre de 2018, o ex-presidente Lula já planeja passagens pelo Sul e Norte do país.


Edição: Simone Freire

Ministros usam aviões da FAB para dar carona a familiares e lobistas CASA DE NOCA


Chavismo conquista mais de 300 das 335 prefeituras da Venezuela em eleições municipais

Chavismo conquista mais de 300 das 335 prefeituras da Venezuela em eleições municipais

INTERNACIONAL
TYPOGRAPHY
Comemoração dos chavistas aconteceu na praça Bolívar, em Caracas
Por Opera Mundi
O chavismo conquistou neste domingo (10) mais de 300 das 335 prefeituras nas eleições municipais venezuelanas, afirmou o presidente Nicolás Maduro durante discurso na praça Bolívar, em Caracas. O Partido Socialista Unido da Venezuela venceu em algumas das principais cidades do país, como Maracaibo, Barquisimeto, Valencia, Maturín, Barcelona, Puerto la Cruz e Cidade Bolívar.
“Votaram 9.340.000 eleitores. Recorde em uma eleição municipal, apesar dos chamados à abstenção. Mais de 47% de participação. Nove milhões pela repulsa à oligarquia nacional, a oligarquia teve medo de se medir, porque estou seguro que iríamos obter igualmente uma grande vitória”, disse Maduro.
No município de Libertador, que faz parte da região que compõe a capital Caracas, uma mulher foi eleita pela primeira vez: Érika Farias, do PSUV.
No Estado de Zulia, onde houve uma nova eleição para governador – após o oposicionista eleito em outubro ter se recusado a assumir o cargo perante a Assembleia Nacional Constituinte, um candidato chavista, Omar Prieto, também ganhou.
PUBLICIDADE
“Hoje podemos dizer oficialmente: a Revolução (Bolivariana) ganhou 19 governadorias, com a Governadoria de Zulia, com 57% dos votos populares, de um dos Estados mais votantes do país”, afirmou o presidente.
Oposição
Apesar de boa parte da oposição ter se recusado a participar do pleito, partidos antigoverno obtiveram vitórias em algumas das cidades, incluindo a capital do Estado de Táchira, San Cristóbal.
"Um partido que não participou hoje não pode mais participar", disse Maduro. "Se eles não querem eleições, o que eles estão fazendo? Qual é a alternativa? Guerra civil?", questionou.
A MUD (Mesa da Unidade Democrática), principal força da oposição, acusou novamente fraude no pleito, mas sem apresentar provas. Segundo a MUD, o uso “perverso” do “carnê da pátria” – espécie de cartão onde ficam registrados os benefícios sociais recebidos por cada cidadão – “submeteu a vontade de um povo em situação de extrema necessidade”.

Artigos Relacionados

Após início de diálogo entre governo e oposição, Parlamento adia julgamento político de MaduroApós início de diálogo entre governo e oposição, Parlamento adia julgamento político de Maduro
AMÉRICA DO SUL MUD fez 5 exigências para seguir com mesa de negociação para pôr fim à...
Premiê do Iraque anuncia Premiê do Iraque anuncia "fim da guerra" contra o grupo Daesh
ORIENTE MÉDIO Guerra na região já durava três anos; segundo al-Abadi, forças do governo "...
Lula expressa solidariedade a Kirchner e fala em Lula expressa solidariedade a Kirchner e fala em "caçada judicial e midiática" à ex-presidente da Argentina
AMÉRICA DO SUL Na quinta (7), o juiz Claudio Bonadio pediu a prisão de Cristina por 'traiçã...