sábado, 10 de julho de 2021

Os destaques da noite no 247

 

Lula questiona o Brasil sobre Bolsonaro: como o país pode conviver com alguém tão desqualificado?

Bolsonaro confessa crime de prevaricação e diz que não podia tomar providência sobre caso Luis Miranda

Alô, Lira: pela primeira vez, maioria dos brasileiros defende impeachment de Bolsonaro, revela Datafolha

Mulher é presa em Porto Alegre após bater panela contra Bolsonaro

Eduardo Leite respalda prisão de mulher que bateu panela contra Bolsonaro

Zé de Abreu diz que Fantástico teve acesso às gravações de Luiz Miranda com Bolsonaro

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The Intercept Brasil

 

Sábado, 10 de julho de 2021
Pânico nos quartéis

O que temem os oficiais?

O que temem os oficiais das Forças Armadas? Por que estão nervosos soltando notas golpistas? Por que mostram desespero em entrevistas

Eu respondo: porque sabem que o rastro da corrupção na compra de vacinas pode chegar no general Braga Neto, ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro.

É preciso estar atento às falas dos senadores na CPI. Não às bombásticas e pensadas como meme de rede social, mas às que verdadeiramente importam. Os senadores estão ouvindo muita gente e recebendo muita documentação. Omar Aziz, por exemplo.

Ele tentou arrancar de Roberto Ferreira Dias o nome de quem dava as ordens na cadeia de pessoas que, agora se sabe, criaram as condições ideias para roubar dinheiro público enquanto brasileiros morriam sem vacina. Dias chegou no Ministério da Saúde pelas mãos de Abelardo Lupion, ligado à Cida Borgheti, mulher de Ricardo Barros, o líder do governo na Câmara. Barros está implicado nos casos Covaxin e Sputnik (revelado pelo Intercept ontem).

Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, não respondia apenas a políticos, mas também a militares. Acima dele estava Élcio Franco, militar. E acima de Franco, Eduardo Pazzuelo, militar. E quem comandava o comitê de crise contra a covid-19 criado pelo governo Bolsonaro? O general Braga Neto.

Dias, na CPI, disse que dois dos três coordenadores comandados por ele foram trocados por ordem superior, ordem de Élcio Franco, sem motivo informado. Um de logística e outro de finanças. E mais não disse.

Aziz estava tentando arrancar de Dias uma confissão, esperava que, com a pressão da CPI, o ex-diretor entregasse o esquema no qual aparenta ser um mero executor. Como não conseguiu, o próprio Aziz deu a senha: revelou que Dias fez um dossiê “para se proteger”, disse que sabe “onde e com quem” o dossiê está e garantiu que Dias “recebeu várias ordens da Casa Civil por um e-mail”.

O governo Bolsonaro é um governo militar, com mais de 6000 fardados pendurados na máquina. Muitos nas altas bocas de cargos de diretoria. Muitos em ministérios. Entre eles, como está ficando cada vez mais claro, há uma parcela de ladrões. A CPI está aí parar apurar e oferecer embasamento para que as instituições cheguem nos culpados. As Forças Armadas podem lidar com isso como desejarem, mas a sociedade não vai permitir que bandidos saiam impunes, vistam eles ternos ou fardas.

Leandro Demori
Editor Executivo

Destaques


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Não cadastre sua biometria na Droga Raia – e nem em qualquer farmácia

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Não sabemos se Bolsonaro algum dia vai responder pelos mortos pela covid-19, mas tem um caso que pode levá-lo a julgamento – ao menos internacionalmente. O genocídio da população indígena.

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Primeiro episódio discutiu os dois possíveis rumos da CPI: seguir pelo caso Davati ou focar no caso Covaxin?

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Carta Capital

 

10 DE JULHO DE 2021

O presidente agoniza

CPI da Covid, queda de popularidade e retorno das rachadinhas emparedam Bolsonaro

 Foto:  AFP

O destino de Jair Bolsonaro parece definido: ele dificilmente ocupará mais por outros quatro anos a cadeira de presidente.

Este, por ora, é o cenário mais provável. E também o menos dramático para o presidente, que ainda corre o risco de sofrer impeachment e, a depender das acusações que enfrenta, acabar preso, como explicou o criminalista Fernando Hideo Lacerda em entrevista a CartaCapital.

Todas as pesquisas de opinião divulgadas nesta semana chegam à mesma conclusão: a popularidade de Bolsonaro, com a trágica gestão da pandemia, cai rapidamente.

De acordo com a CNT/MDA, a aprovação e a popularidade do presidente atingiram os piores níveis desde o início da gestão. O Datafolha aponta que 59% dos eleitores rejeitam o mandatário. Nesse ponto, no levantamento da XP/Ipespe, 63% desaprovam o governo.

Com o andamento da CPI da Covid, não é mais só a pandemia que assusta o ex-capitão. Entraram em campo também denúncias de corrupção na compra de vacinas.

Já são 69% dos brasileiros que atribuem as suspeitas a membros do governo, 15% ao próprio presidente e 28% aos dois. Apenas 5% não relacionam a nenhum deles, segundo a XP/Ipespe.

Diante dessas suspeitas, membros da Comissão Parlamentar de Inquérito enviaram a Bolsonaro uma carta em que cobram explicações sobre as acusações feitas pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).

No mesmo dia, veio a réplica, com o habitual linguajar presidencial: “Você sabe qual é a minha resposta, pessoal? Caguei. Caguei para a CPI. Não vou responder nada.”

tréplica foi dada pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM): “O senhor pode jogar qualquer dejeto na CPI, mas não faça isso com o povo brasileiro. Responda ao povo brasileiro.”

Não bastassem os problemas acima descritos, o presidente se vê envolto novamente em um caso já conhecido: o das rachadinhas.

Nesta semana, novos áudios vieram à tona. Em um deles, a esposa de Fabrício Queiroz, suposto operador do esquema, chora e questiona se ela seria morta caso optasse por retomar sua vida durante as investigações.

Outro áudio implica diretamente Bolsonaro. O presidente, quando deputado federal, teria demitido André Siqueira Valle, irmão da sua segunda mulher, do cargo de assessor por não entregar a maior parte do salário para ele.

“O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6.000, ele devolvia R$ 2.000, R$ 3.000. Foi um tempão assim até que o Jair falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’”, contou Andrea, ex-cunhada de Bolsonaro, em mensagem obtida pelo UOL.

No meio político, a situação do presidente é considerada irreversível. Para Gilberto Kassab, manda-chuva do PSD, o cenário é "de falta de chance absoluta de se reeleger".

“Não vai dar impeachment na semana que vem, mas a batata começa a assar", completa Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT.

Com Lula liderando das intenções de voto e novas bombas que podem explodir em seu colo, talvez Bolsonaro se arrependa de ter topado disputar o cargo mais importante do País.


 
 
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Só o golpe salva

Bolsonaro aposta na tese de urnas fraudadas para evitar a derrocada

Presidente insiste nas mentiras e teorias da conspiração. FOTO: AFP

À beira do precípício, Bolsonaro aposta alto. Cioso do próprio infortúnio, o presidente retoma os questionamentos sobre a urna eletrônica.

Sem apresentar qualquer prova, ele voltou a mentir sobre as eleições no Brasil e a sinalizar que não aceitará o resultado do pleito de 2022, caso o País não adote o sistema que ele defende, com a impressão do voto.

“Eles vão arranjar problemas para o ano que vem. Se esse método continuar aí, sem a contagem pública, eles vão ter problemas. Porque algum lado pode não aceitar o resultado, e esse algum lado obviamente é o nosso lado. Queremos transparência, o voto auditável”, disse.

Sem apresentar (de novo) nenhuma evidência, disse que Aécio Neves (PSDB) teria derrotado Dilma Rousseff (PT) nas eleições de 2014.

Nem o derrotado da ocasião levou a sério a tese bolsonarista. “Eu não acredito que tenha havido fraudes nas urnas em 2014", disse Aécio, em nota.

A opinião é respaldada pelo então candidato a vice naquela eleição, o também tucano Aloysio Nunes. “A eleição foi limpa, nós perdemos porque faltou voto”, declarou.

Sem o apoio até dos supostos prejudicados, Bolsonaro atacou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, ao chamá-lo de idiota e imbecil. Como resposta, recebeu duras palavras do TSE.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, elevou o tom e disse que “não serão admitidos atos contra a Democracia e o Estado de Direito”.

O presidente ameaça com a possibilidade de não realizar eleições no ano que vem, e parece contar com apoio de certos comandantes das Forças Armadas. Uma declaração do senador Omar Aziz irritou alguns setores e provocou uma forte reação.

Para Celso Amorim, ex-ministro da Defesa, o texto coloca Forças Armadas de um lado e as instituições democráticas de outro.

Ao ímpeto golpista começam a surgir resistências. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), reforçou que "as eleições são uma realidade e são inegociáveis".

A intimidação bolsonarista foi definida por Ciro Gomes (PDT) como "as últimas braçadas de um afogado" que não terá forças para reger um golpe.

Bolsonaro parece mesmo frágil demais para ter êxito em seu objetivo. Basta lembrar de Donald Trump, um dos seus grandes ídolos, que, mesmo mais inteligente, mais rico e com mais estrutura, foi para o abismo onde em breve encontrará sua cópia brasileira.


 
 

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