segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Plano Lula de Governo por um Brasil Livre

Política

Opinião

Plano Lula de Governo por um Brasil Livre

por Maria do Rosário* — publicado 06/08/2018 19h25
A proposta é a refundação da democracia no Brasil. Ideia tão ousada, quanto necessária
José Cruz/Agência Brasil
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'O Plano Lula de Governo é contundente no enfrentamento estrutural das desigualdades'
Plano Lula de Governo é mais uma das provas da vitalidade dessa liderança política e do campo histórico de esquerda que ele muito contribui para construir no Brasil. Após governos que foram exitosos em incluir os brasileiros e brasileiras em direitos fundamentais, o Plano Lula enfrenta o apocalipse social e econômico imposto pelo golpe político de 2016 e propõe inovação e avanço na qualidade da democracia brasileira. 
 
A proposta de Lula é a refundação da democracia no Brasil. Ideia tão ousada, quanto necessária. O rompimento do pacto político construído na redemocratização brasileira com a Constituição de 1988, indica que o único caminho para pararmos retrocessos e as ameaças autoritárias em curso no Brasil, é assegurar ao povo brasileiro ser sujeito de sua história.
É necessário construir uma nova cultura de cidadania e democracia popular. Fomos o último país a instituir uma Comissão Nacional da Verdade, e não conseguimos ainda produzir resultados coerentes com suas determinações contra os ditadores e  torturadores. É preciso avançar na necessária justiça de transição para que não continuem existindo golpes e uma cultura de ódio que perpassa o estado e a sociedade em cada nova geração.
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Nosso país que vive histórica desigualdade social e econômica, não suporta mais a incongruência entre Leis que asseguram formalmente direitos e a naturalidade de violações aos direitos humanos e civilidade. Por isso o Plano Lula de governo é contundente no enfrentamento estrutural das desigualdades, da violência e do caráter autoritário do Estado brasileiro. 

O Plano fundamenta suas iniciativas no desafio da superação de opressões de classe, étnico-raciais e do patriarcado, bases de um capitalismo ultraexplorador que destrói direitos, a dignidade humana, a natureza e a soberania do Brasil. 

Em todos os capítulos e diretrizes, o objetivo do Plano Lula foi romper discursos fáceis e apresentar soluções reais para os problemas do Brasil. Uma das metas mais importantes é enfrentar a realidade da violência e construir um Plano nacional para redução de homicídios no Brasil, com uma atuação eficiente e multidisciplinar do Estado nos territórios mais vulneráveis. A defesa da vida é o ponto de partida e de chegada do Plano Lula. 
   
Para cumprir essa meta, são contestados os resultados da chamada “guerra às drogas” e do encarceramento massivo no Brasil. A ideia é modificar essa lógica, salvando vidas, tratando os temas de saúde como tal, e não criminalizando a juventude. A vida da juventude negra e periférica nos importa como todas as vidas, e precisa ser protegida.
A segurança pública, seus profissionais e as condições para combate ao crime, serão valorizadas bom o desenho de um novo formato federativo. O objetivo é que União seja mais presente e capaz de agir para desmantelar o poder de grupos criminosos que aterrorizam o país. 
O Plano carrega também compromissos com políticas públicas para o enfrentamento da violência contra as mulheres, com a criminalização da LGBTIfobia, o envelhecimento ativo e saudável e a retomada do plano Viver Sem Limite para as pessoas com deficiência. 

O documento destaca ainda o respeito aos povos tradicionais indígenas e quilombolas, suas terras, sua cultura, sua vida. 

Mas é para a infância e juventude que novamente, Lula mais dedica seu olhar. Ele será presidente para que uma nova geração possa crescer sem a dor da fome, do abandono e da falta de escolas. 
Renova-se com Lula a integração entre desenvolvimento econômico, social e humano. Com ele podemos ter certeza de que há futuro, pois há presente. É assim que Universidades e Institutos  Federais  serão valorizados como polos essenciais de educação, ciência, pesquisa, tecnologia e inovação para o Brasil. Além disso, a qualidade da educação no ensino médio, com a revogação da reforma do governo Temer, será uma prioridade realizada por via da federalização pactuada das escolas de ensino médio dos estados. 

Lula dirige-se às mulheres e homens trabalhadores, assegurando revogar a Reforma Trabalhista e realizar uma política econômica para recuperação da renda das famílias. Dirige-se aos idosos com a garantia da Previdência Social Pública e barrando qualquer reforma que os bancos estejam guardando como carta na manga para o período posterior às eleições. 

O Plano que Lula apresenta ao Brasil carrega a marca inovadora da chamada “Transição Ecológica”. Assegurar o bem estar, a saúde e a qualidade de vida, passa por cumprir compromissos que preservem o ambiente natural. As florestas, as águas, a fauna e a flora nacionais são patrimônios dessa nação e não mercadorias.  Lula possui compromisso com a defesa da Amazônia e de todos os biomas que possuem um valor inigualável no planeta, sob responsabilidade irrenunciável  do Brasil.  Vamos retomar o Pré-Sal, defender as estatais brasileiras, patrimônios do nosso país como a Petrobras, e colocá-las a serviço do projeto nacional de desenvolvimento. 

Muitas propostas e uma certeza: Trata-se de Lula. Quem já fez tanto pelo Brasil, mais unido do que nunca ao povo brasileiro, em busca da superação de injustiças que a nossa gente vive, certamente tem capacidade e força pra realizar ideias de liberdade. São muitas as mãos e mentes que participaram dessa construção. Estar na Comissão coordenada por Fernando Haddad, Renato Simões, Márcio Porschman e Sergio Gabrielli foi de grande significado. Ainda mais por sabermos que Gleisi Hoffmann e Haddad debateram todas as ideias com o Presidente Lula. E é por isso que o Plano leva o seu próprio nome. 

Os caminhos que aproximam o Plano Lula de Governo do povo brasileiro, propõem realizar uma Conferência Popular de Direitos Humanos e encaminhar a realização de uma Constituinte livre, soberana e popular. Por tudo isso e pelo Brasil, somos Lula. A dignidade para o povo e liberdade do nosso país encontram-se com ele encarceradas por um sistema injusto e autoritário. 

Basta! Liberdade e Democracia para o Brasil é Lula Presidente! 

*é deputada federal pelo PT do Rio Grande do Sul

Moro violou regras internacionais em decisões sobre Tacla Durán, afirma Interpol

Moro violou regras internacionais em decisões sobre Tacla Durán, afirma Interpol





Publicado em 6 agosto, 2018 10:31 pm
“Assegurar e promover a mais ampla assistência mútua possível entre todas as autoridades policiais criminais dentro dos limites das leis existentes nos diferentes países e no espírito da Declaração Universal dos Direitos Humanos.” É o que determina o 2º artigo da Constituição da Interpol.
Esse é o dispositivo que o Comitê de Controle de Arquivos da Interpol considerou violado ao retirar o advogado Rodrigo Tacla Duran lista de procurados internacionais e suspender o alerta vermelho que existia em seu nome.
De acordo com a Interpol, a conduta do juiz Sergio Moro, responsável pela operação “lava jato” em Curitiba, lançou dúvidas sobre a existência de um julgamento justo contra o ex-funcionário da Odebrecht, e apontou violação de leis, princípios, tratados e normas do Direito internacional, reconhecidos pelo Brasil.
Entre as evidências apresentadas pela defesa de Duran à Interpol, estão as reiteradas decisões de Moro de negar o arrolamento do advogado como testemunha de defesa de Lula. Ao fazê-lo, afirma o advogado de Duran, Sebastian Suarez, Moro desqualificou a fala de seu cliente antes mesmo de ouvi-la, como se a tivesse prejulgado.
Outra das evidências é a entrevista de Moro ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Nela, o magistrado fala abertamente sobre o processo, o que violaria regras éticas da magistratura.
Na decisão, a comissão da Interpol afirma que “não é seu papel avaliar o sistema judiciário ou de aplicação da lei de um país”, mas que a defesa do advogado apresentou provas “que puderam ser facilmente verificadas por meio de pesquisa de código aberto para sustentar sua alegação de que o juiz falou publicamente sobre ele durante uma entrevista”.
“Ao negar pedidos para testemunha em outros casos, [Sergio Moro] emitiu uma opinião sobre a veracidade de qualquer informação que ele pudesse apresentar”, afirmou a agência.
(…)

Rodrigo Tacla Durán

Os 40 anos de "Que país é este?"

Cultura

Rock Nacional

Os 40 anos de "Que país é este?"

por Deutsche Welle — publicado 04/08/2018 00h15, última modificação 03/08/2018 13h25
Nascida na ditadura militar, a letra de Renato Russo agora reflete a indignação com o mau funcionamento das instituições da democracia brasileira
Wikimedia Commons
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Por Ivy Farias
Três acordes e uma frase dita por um senador na tribuna. Foi assim que, em 1978, Renato Manfredini Junior, mais conhecido como Renato Russo, escreveu os versos de Que País É Este?. Primeiramente executada durante festas em Brasília com a banda Aborto Elétrico, a música foi lançada em 1987, já na época da Assembleia Constituinte e gravada pela banda Legião Urbana.
Nos quarenta anos desde sua criação, a letra – que abordava o desrespeito à Constituição, o descaso com as terras indígenas e problemas sociais, como violência e miséria – sobreviveu à ditadura militar e ganhou novo contexto.
A partir de 2013, ela passou a ser usada em protestos, chegando a ser dedicada ao presidente Michel Temer pelo cantor Dinho Ouro Preto durante uma apresentação no Rock in Rio no ano passado, acompanhada de um "Fora Temer".
"Ninguém respeita a Constituição / Mas todos acreditam no futuro da nação", dizem os versos de Renato Russo. Embora a Constituição a que Que País é Este? se refere não seja a que está em vigor, a atual também não é completamente respeitada, afirma Cássio Casagrande, professor de direito constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF). 
"A Constituição tem sido cumprida em certos aspectos, como as eleições regulares e o funcionamento do Congresso. Mas, em outros, como os  direitos civis – um exemplo é a violência policial – e sociais, como os trabalhistas, não".
Ele acredita que a letra escrita por alguém tão jovem continua sendo tão popular porque o Brasil "ainda é adolescente". "As instituições não amadureceram. O Brasil é um país imaturo, adolescente, pois nunca tivemos um longo período de estabilidade política. Não temos uma cultura democrática e liberal", afirma.
"Ainda há uma distância muito grande entre o mundo da Constituição e o mundo real. Temos uma crise de identidade típica da adolescência quando debatemos os modelos de voto distrital, de financiamento político", exemplifica.
Casagrande salienta que a dificuldade do respeito à Constituição se deve em parte ao modelo federativo. "Copiamos tortuosamente o modelo americano, mas o concebemos de uma forma centralizadora, que não permite verdadeira autonomia às diferentes regiões do Brasil", afirma.
Versos de indignação
Bruce Gomlevsky é músico, ator e produtor de Renato Russo – O Musical, há 12 anos em cartaz. Ele canta Que País É Este? no espetáculo e conta que novas gerações vão ao teatro e sempre cantam junto o refrão.
"Renato tinha medo de a música ficar obsoleta, por isso a gravou apenas em seu terceiro disco", comenta. "Infelizmente, ela continua sendo um fiel reflexo da realidade, e as pessoas cantam com indignação. Eu tenho uma profunda tristeza em pensar que ele escreveu contra os militares e hoje tem gente pedindo a volta da ditadura. Com certeza, Renato estaria defendendo as vias democráticas."
A popularidade da letra de Renato Russo faz com que a canção seja cantada ignorando o contexto. O professor de Literatura da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), Nilton Resende, defende a ideia de que as apropriações de Que País é Este? não se dão por conta do ritmo, mas sim da letra, que reflete indignação.
"Os versos são quase ingênuos. Questionam, apontam para a corrupção. E todos podemos perguntar que tipo de país somos quando alguma coisa nos indigna", pontua. "É uma letra quase moralizante, como tantos discursos que vemos hoje em dia."
Brasil na periferia do mundo
Para especialistas, passadas quatro décadas desde que Renato Russo escreveu Que País é Este?, o Brasil continua sendo visto da mesma forma no cenário internacional: periferia.
"O Brasil, para os países do que então se chamava primeiro mundo, era mais visto como um arremedo de Estado, uma República das Bananas, não apenas em termos de força e capacidade de influenciar o sistema, mas grandemente em função de sua estrutura e seus objetivos, um lugar onde não existe o Estado de Direito", afirma Elaini Gonzaga, professora de relações internacionais da PUC-SP.
Para ela, nem mesmo os avanços econômicos que levaram o país a ser considerado a sexta maior economia do mundo durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva modificaram a visão do Brasil no exterior.
"Chegou-se a cogitar se teríamos passado a ser uma semiperiferia, uma potência emergente, mas a mudança drástica do perfil nos últimos anos do governo Dilma Rousseff, já coagido por forças opositoras, e pós-impeachment, mostra que não foi suficiente" afirma Gonzaga. 
"O Brasil volta a passos largos ao que foi. Agora, isso ocorreu em grande medida, porque existem forças internas relevantes muito confortáveis no papel de colônia e de subdesenvolvido, explorando mão de obra barata e precarizada, produtiva ou financeiramente", completa.
Questão indígena avança a passos lentos
A estrofe antes do último refrão trata também da questão indígena: "Mas o Brasil vai ficar rico /
Vamos faturar um milhão / Quando vendermos todas as almas / Dos nossos índios num leilão".
Para o procurador da República Edilson Vitorelli, houve avanços com a Constituição de 1988, tanto por reconhecer aos indígenas costumes, línguas, tradições e direitos originários sobre as terras, como por atribuir ao Ministério Público Federal a tutela sobre esses direitos. Por outro lado, houve retrocessos desde então, como as desapropriações de terras indígenas.
Vitorelli, que é autor do Estatuto do Índio, visitou todos os povos indígenas de Minas Gerais durante três anos como procurador. De todos os grandes problemas que acometem essa população, ele aponta a saúde como mais latente. "São graves situações como alcoolismo, diabetes, saúde bucal", aponta.
"O Bolsa Família, por mais contraditório que possa parecer, passou a fazer mal para eles, que eram um povo sem uma cultura de monetização. Com os valores, tiveram acesso a coisas que antes nunca tiveram, como doces. Cheguei a ver índio comendo açúcar de colher. Eu vi também muito lixo, porque todo esse material novo não é corretamente descartado, muito menos reciclado", exemplifica.
No entanto, o procurador vê esperança de avanços. "Mesmo com tanto retrocesso, sou otimista: apesar de a situação ser muito ruim, era pior há dez anos, há 20, há 30 e há 40 anos, quando foi escrita a música. Estamos melhorando, mas pouco", diz.
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Atentado contra presidente da Venezuela gera onda de solidariedade internacional

SOLIDARIEDADE

Atentado contra presidente da Venezuela gera onda de solidariedade internacional

Governos, líderes políticos, movimentos sociais e partidos do mundo inteiro manifestaram solidariedade a Venezuela

Brasil de Fato | Caracas
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Em comunicado, Maduro agradece manifestações de apoio e solidariedade / Foto: AVN
O atentado contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no último sábado (4), gerou repúdio da comunidade internacional e manifestações de solidariedade com o governo venezuelano. Os presidentes da Rússia, Espanha, Bolívia, Nicarágua e El Salvador foram os primeiros a emitirem nota de apoio.
Rússia, sócia estratégica da Venezuela, divulgou um comunicado através do Ministério de Relações Exteriores. “Condenamos energicamente uma tentativa de atentado contra o presidente da República Bolivariana da Venezuela, perpetrado no dia 4 de agosto, que provocou sete feridos”, afirma o governo o russo.
Mesmo a Espanha, que tem histórico de conflitos ideológicos com a Venezuela nos últimos anos, repudiou a violência contra Maduro. A chancelaria espanhola divulgou uma nota onde condena o atentado. "Reiteramos firmemente nossa condenação ao uso de qualquer tipo de violência com fins políticos e desejamos pronta recuperação aos feridos", disse a nota do governo de Pedro Sanchéz.
Mas foi da Bolívia que chegaram as primeiras manifestações de solidariedade. “Repudiamos energicamente uma nova agressão e o covarde atentado contra o presidente Nicolás Maduro e o povo bolivariano. Depois do fracasso em seu intento de derrocá-lo democrática, econômica, política e militarmente, agora o império e seus servidores atentam contra sua vida", publicou Morales, em suas redes sociais. "Força irmão presidente Maduro e povo bolivariano!”, finalizou o líder boliviano.
Turquia, que sofreu uma tentativa de golpe de Estado em 2016, também expressou seu apoio ao governo venezuelano. "Foi com grande preocupação que recebemos a notícia do atentado dirigido contra o presidente Nicolás Maduro, sua mulher, seu filho, membros do governo e autoridades militares. Condenamos energicamente este abominável ataque", disse o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan.
No Equador, o presidente Lenín Moreno, enviou comunicado através de seu corpo diplomático condenando o ataque e pediu que as divergências sejam resolvidas de forma pacífica. "A superação das divergências políticas dos venezuelanos somente devem operar através de canais pacíficos", dizia a nota.
O governo de Cuba, amigo histórico da Venezuela, condenou a violência contra o país. “Este ato de terrorismo, que desconhece a vontade do povo venezuelano, constitui um novo intento desesperado de conseguir, pela via do magnicídio, o que não conseguiram obter em múltiplas eleições, nem tampouco através do golpe de Estado de 2002 contra o então presidente Hugo Chávez, o golpe petroleiro de 2003 e a guerra não convencional implantada mediante campanhas midiáticas, sabotagens e atos violentos e cruéis”.
Movimentos sociais, organizações políticas e intelectuais manifestam apoio à Venezuela
No Brasil, o Partido dos Trabalhadores (PT), através de sua Secretaria de Relações Internacionais, condenou  o atentado contra à vida do presidente Nicolás Maduro. "Rechaçamos as pretensões de violência que buscam alterar as decisões democráticas do povo da Venezuela, pretensões essas que atentam contra a paz na Venezuela e na região latino-americana e caribenha", afirmou o PT.
O partido também lembrou que através de organismos regionais, como a CELAC (Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos), foram firmados acordos internacionais entre os países membros que declararam que a América Latina é uma zona de paz. 
Partido Comunista do Brasil (PCdoB), expressou preocupação diante da conjuntura política regional e da pressão exercida por países vizinhos contra a Venezuela. "O chamado 'Grupo de Lima', do qual faz parte o ilegítimo governo brasileiro, transforma a Venezuela em alvo constante de agressões diplomáticas, das quais se alimenta a crise política interna e o recurso a métodos criminosos de oposição política, em total desprezo pela democracia e pelos direitos humanos", afirma o comunicado do PCdoB, onde expressa ainda "o mais firme repúdio ao atentado dirigido contra a vida do presidente da República Bolivariana da Venezuela".
A organização ALBA Movimentos, que agrupa centenas de movimentos e organizações do continente americano, emitiu um alerta internacional diante da violência contra o governo venezuelano. "Alertamos a todo o continente sobre a gravidade que representa esse fato e denunciamos a evidente ação coordenada pela direita internacional com o governo dos EUA no comando. Atos como esse nos lembram as nefastas ditaduras, intervenções e extermínios praticados na região".
O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, em uma nota de repúdio, destacou que "as forças do capital no império dos Estados Unidos já assassinaram muitos lideres populares na América Latina ao longo do século XX para manter seu poder e seguir nos explorando. Basta lembrar de [o líder nicaranguense Augusto César] Sandino, [o líder panamenho Omar] Torrijos. Até mesmo dentro dos Estados Unidos, como aconteceu com Malcom X e [Martin] Luther King", protestou Stédile.
"Daqui do Brasil, em nome do MST e de todos os movimentos populares reunidos na Frente Brasil Popular, manifestamos nossa indignação em relação ao atentado e nossa solidariedade ao presidente Maduro e ao povo venezuelano", afirmou o líder do MST.
Além disso, intelectuais como o escritor Fernando Morais, o diplomata Samuel Pinheiro Guimarães e o jurista e professor universitário Luiz Moreira enviaram uma carta ao presidente Maduro. "Receba nossa solidariedade e nosso compromisso com o direito da Venezuela decidir livremente seu destino".
A Rede de Intelectuais, Artistas e Movimentos Sociais em Defesa da Humanidade também manifestou seu repúdio. "Condenamos totalmente o atentado terrorista contra a vida do presidente constitucional da Venezuela. Expressamos nossa solidariedade com as famílias dos feridos e completo apoio ao povo e ao governo de nossa irmã Venezuela", expressaram os intelectuais latinos.
Maduro agradece solidariedade
Diante das diversas expressões de apoio, o presidente da Venezuela agradeceu as notas e ligações solidárias. "Agradeço aos povos e governos do mundo que se pronunciaram contra o atentado que pretendia acabar com minha vida. A Venezuela seguirá transitando pela trilha democrática, independente e socialista", publicou Maduro, em suas redes sociais nesse domingo (5).

Edição: Pedro Ribeiro Nogueira

RESISTÊNCIA Após uma semana, greve de fome por justiça no STF continua

RESISTÊNCIA

Após uma semana, greve de fome por justiça no STF continua

No domingo (05), Jaime Amorim reafirmou a necessidade da greve de fome e traçou perspectivas para a política agrária

Brasil de Fato | Petrolina (PE)
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Durante a semana, os grevistas receberam visitas de solidariedade de políticos, religiosos e movimentos populares / Adi Spezia/MPA
No último dia 31, um grupo de seis militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Central de Movimentos Populares (CMP) entrou numa greve de fome para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à prisão do pré-candidato à presidência e preso político Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o grupo, a greve só acabará quando Lula for solto. 

Jaime Amorim, Vilmar Pacífico e Zonália Santos, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Rafaela Alves e o frei Sergio Görgen, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), e Luiz Gonzaga Silva, o Gegê, da Central de Movimentos Populares (CMP), tem diversas histórias e motivos para estar em greve, mas, os principais objetivos da mobilização são denunciar a volta do Brasil ao Mapa da Fome, sendo uma das consequências do golpe de 2016 e dos vários cortes em políticas sociais e também a denúncia da manobra do poder judiciário na decisão de manter Lula preso, o que pode impedir que dispute às eleições para a presidência do Brasil. 

No primeiro dia, após ler e protocolar o manifesto no STF, os grevistas foram expulsos do local de forma violenta, mas no dia seguinte os militantes voltaram à sede do Tribunal para propagandear a greve. “Nós vamos voltar ao STF até quando tivermos força física para isso. Quando não tivermos mais forças outros companheiros estarão acampados permanentemente na frente do STF para divulgar a greve de fome e fazer o debate com a sociedade”, reforçou Jaime Amorim, militante do MST-PE. 

Durante a semana, os militantes receberam visitas de apoio, como de Manuela d’Ávila (PCdoB-RS); Carlos Moura, da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); da Caravana Semiárido Contra a Fome, que passou por sais estados denunciando o retorno da fome ao país, da Pastoral da Juventude Rural (PJR), do deputado federal Paulo Pimenta (PT) e de Gleisi Hoffmann, presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT). No sábado, durante uma missa na Catedral Metropolitana de Brasília, muitas pessoas cumprimentaram e demonstraram solidariedade ao grupo. Além das visitas, saudações foram enviadas pela internet de Evo Morales, presidente da Bolívia e da presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) Marianna Dias. Além das visitas, uma equipe de saúde monitora diariamente os seis grevistas, fazendo avaliações médicas e tratamentos como acupuntura, alongamentos e sessões de Reiki.

Mesmo com sintomas causados pela privação de alimentos, como fadiga, sono e dores musculares, o grupo continua firme e com o “espírito elevado”, como enfatiza Rafaela Alves. “O presente e o futuro das nossas gerações está muito ameaçado neste momento. Não nos resta outro caminho senão lutar. A nossa juventude está em meio a este cenário. A juventude continua tendo um papel fundamental nos processos de transformação. Eu tenho uma tarefa como jovem, mulher, nordestina, sertaneja e camponesa. Eu quero dar minha contribuição para mudar esses rumos”.
Nesse domingo (05), Jaime Amorim relatou como o governo Lula mudou as perspectivas para o povo nordestino. No artigo publicado no site do MST, ele mostra a mudança de visão do governo em relação aos investimentos em ciência, tecnologia e educação na região e também as políticas para os camponeses e camponesas do semiárido. O militante também traçou desafios para Lula em relação à política agrária, caso ele seja eleito novamente “A principal tarefa de Lula para o Nordeste, assim que for eleito novamente presidente do Brasil é resolver o problema histórico da concentração de terra e o poder do latifúndio e das oligarquias regionais, que impedem o povo de exercer livremente a democracia e ter acesso à terra para trabalhar e produzir alimentos para o seu sustento e para a população das cidades”.
Edição: Catarina de Angola

Viúva de Marielle, Mônica, conta que foi perseguida e ameaçada de morte ​

Viúva de Marielle, Mônica, conta que foi perseguida e ameaçada de morte





Publicado em 6 agosto, 2018 9:08 pm
Reportagem de Cristina Indio do Brasil na Agência Brasil.
Após ter encaminhado pedido de proteção à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), a arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), confirmou hoje (6), durante quase três horas de depoimento na polícia, que há quatro meses sofre ameaças –- pessoalmente e também pela internet. O depoimento foi prestado na Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Mônica foi ouvida pelo delegado titular, Giniton Lages. A arquiteta contou que, em dois momentos diferentes, foi acompanhada por um carro em situação estranha e que também foi alvo de  constrangimento na rua. Em um deses momentos, Mônica disse que um homem repetiu que ela estava “falando demais” e “precisava ter cuidado para não morrer”.
A arquiteta revelou ainda que recebeu mensagens raivosas em seu perfil na rede social Twitter.  Ao deixar a delegacia, Mônica afirmou que, inicialmente, não pretende pedir para ser incluída no programa de proteção a testemunhas, mas Lages disse que há disposição para dar mais segurança a ela.
À Agência Brasil, o  delegado afirmou que está à disposição para prestar segurança à viúva da vereadora.
Soluções
Mônica informou que, ao longo desta semana, pretende buscar alternativas para evitar o incômodo em que vive há quatro meses. “Isso tem que ser negociado ainda, porque precisam ser apresentadas algumas soluções. Tudo isso vai ser discutido e não tenho muitas informações.”
Por motivo de segurança, a arquiteta disse que não poderia fornecer detalhes do depoimento na polícia. Porém, demonstrou tranquilidade a partir do pedido feito à Corte da OEA. “Isso significa que a OEA cobra do Estado brasileiro que garanta minha segurança e proteção para que eu continue exercendo o trabalho de defensora dos direitos humanos, porque eu venho ocupando, cada vez mais, os espaços de fala que eram de Marielle.”
Para Mônica, a iniciativa da OEA, de atender a seu pedido, é uma demonstração de que o caso Marielle faz parte das prioridades do Estado. A vereadora foi assassinada em 14 de março deste ano, na região central do Rio de Janeiro, ao lado do motorista Anderson Pedro Gomes, mas o crime ainda é objeto de investigação e aguarda desfecho.
Para a arquiteta, a morte da vereadora foi um crime politico, e esta foi a razão de não ter procurado a Secretaria de Segurança do Rio para assegurar a sua vida. “Eu estaria pedindo ajuda e proteção ao Estado que matou a Marielle, então, pedi direto à OEA”, explicou.
À Agência Brasil, a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro informou que não vai comentar o assunto.
150 dias
Mônica Benício ressaltou que, no próximo sábado (11), a morte de Marielle Franco completará 150 dias e lamentou que, depois de quase cinco meses, não há informação sobre suspeitos. “Acredito que o trabalho da polícia esteja sendo feito efetivamente. Foi um crime sofisticado e infelizmente bem executado, em que houve poucos erros – daí a dificuldade de chegar a uma solução.”
Em seguida, a viúva de Marielle disse que é importante ter paciência porque não se procura qualquer solução: “A gente não quer, qualquer solução. Por ser um crime político, um crime de poder, que envolve pessoas muito poderosas por trás disso. Então, tem que ser bem resolvido”, afirmou.

Após depoimento de quase 3 horas, Mônica Benício conversa com jornalistas – Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil