Isso
aí é o governo golpista!
Quando Washington coordenou o golpe branco no Brasil
tinha um objetivo bem definido: desestruturar a resistência ao projeto
neoliberal na América Latina! A meta traçada pelos “falcões” era de destruir a
unidade que estava sendo criada na nossa região a partir de governos
progressistas.
Certamente que o golpe em Honduras, no Paraguai e na
Argentina tiveram importantes papéis, mas, desde a era Kennedy, os
estrategistas estadunidenses sabem que o Brasil é a referência. Ou, como diziam
no início da década de 1960, “para onde virar o Brasil, vira a América Latina”.
O golpe foi dado. O impostor Temer assume e começa a
desfazer tudo o que foi construído ao longo de uma década quando o país deixou
de se submeter aos desígnios do Consenso de Washington e começou a fortalecer
um bloco latino-americano que resistisse às grandes corporações internacionais.
O fortalecimento do MERCOSUL, da UNASUL, da ALBA e outros organismos regionais
incomodava muito. A política exterior brasileira precisava mudar urgentemente e
o golpe serviu para isso. Mas, curiosamente, precisamos analisar quem são esses
representantes da nossa diplomacia e das relações internacionais depois do
golpe.
Imediatamente após o golpe, atendendo ao que era
determinado por seus ‘patrões’, Temer nomeia para chanceler o mais conhecido
tucano: José Serra. Não apenas carregando nas costas duas eleições
presidenciais perdidas, mas uma longa bagagem de traições, desvarios, corrupção
e outras “qualidades” comuns aos de sua estirpe.
Mas não é esse o nosso interesse no momento. O objetivo
é tentar entender o que está por trás das intenções de Washington quando se
trata de nossas relações exteriores. E precisamos estar atentos para alguns
detalhes que passam, muitas vezes, desapercebidos. Mas, vejamos alguns dados
interessantes.
José Serra, até 31 de março de 1964, era tido como
“terrorista” e perseguido pelas forças de repressão no país. Ex-presidente da
UNE e, supostamente, vinculado a organizações militaristas, ele era procurado e
acusado de ações armadas contra o regime militar. Seu dossiê completo,
elaborado pelo DOPS, está disponível no Arquivo Público do Estado de São Paulo.
Mas não vamos nos alongar na história desse golpista.
Durante seu curto período comandando o Itamarati ele não
perdeu tempo em agredir a Venezuela, a Bolívia e outros parceiros brasileiros
que não rezavam pela cartilha neoliberal. Mais do que isso, apoiou e aplaudiu
as iniciativas israelenses contra os palestinos e fez declarações contra o
governo sírio quando esse lutava com mercenários e terroristas pagos pelos EUA.
Depois, em uma “jogada” de mestre para continuar vivo
no jogo da sucessão, Serra se demite do cargo de chanceler e retoma seu mandato
no Senado Federal. Uma jogada de xadrez, como dizem alguns?
Não importa, para este comentário. Mas o fato real é
que o governo golpista não perdeu tempo e buscou alguém com o mesmo perfil de
Serra para ocupar o cargo. Era preciso manter a credibilidade do governo ilegítimo
diante daqueles que apoiaram a aventura. E Temer foi buscar mais um
“esquerdista arrependido” como forma de fazer publicidade sobre o seu governo e
mostrar claramente o quanto se submetiam ao “grande patrão”.
O nosso novo chanceler é o senador (mais uma vez, um
senador) Aloysio Nunes. Curiosamente, consta como vinculado a grupos de
guerrilha urbana no início da ditadura militar e depois exilado na França!
Depois de “redimido”, foi vice-governador de São Paulo e ministro da Justiça de
FHC! Nas eleições de 2014 foi companheiro de chapa de Aécio Neves. Seu nome
aparece em várias denúncias da Operação Lava Jato, mas ele continua “navegando”
tranquilamente.
A pergunta que devemos no fazer é: o que pretende o
governo golpista ao nomear dois “esquerdistas arrependidos” para dirigir o
Ministério de Relações Exteriores do Brasil?
• Grito de carnaval: Fora Temer! É impressionante a repercussão dos protestos durante o
carnaval no país. Certamente que nossa imprensa não mostrou, ou mostrou muito
pouco, mas quase todos os grandes jornais e toda a imprensa alternativa
internacional divulgaram centenas de protestos contra o governo golpista e
mostraram que Temer não tem qualquer simpatia do povo.
A quase totalidade dos jornais estrangeiros destacaram
a baixa popularidade do golpista Temer, com aprovação abaixo de 10%, e
relacionaram a rejeição aos inúmeros casos comprovados contra seus ministros e
auxiliares mais próximos, com especial atenção para o escândalo do seu chefe de
gabinete, Eliseu Padilha. E quem soltou a “bomba” foi um velho amigo e comparsa
de Temer, José Yunes, ao dizer que Padilha teria operado pessoalmente o
pagamento de milhões de reais sujos, em 2014.
Esse e vários outros casos envolvendo membros do
Governo estão recebendo muito destaque na imprensa internacional.
Algumas matérias reproduzem os gritos de “Fora Temer”
durante o carnaval e alguns dão destaque ao acontecido em Salvador, Bahia,
estado dirigido por um dos grandes aliados do golpista. Segundo os jornais estrangeiros,
Salvador, Rio de Janeiro e Recife foram as capitais onde mais fortemente se ouviu
o protesto do povo!
• A coragem da Imperatriz Leopoldinense. O carnaval tem essas coisas curiosas. Protestos e
ações que mexem com os poderosos e mostram que o povo tem conhecimento do que
se passa, faltando apenas saber organizar essa revolta.
Muito interessante e digna de um estudo e de nossa
admiração foi a coragem da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, do bairro
de Ramos, subúrbio do Rio, que resolveu enfrentar a ira da TV Globo e dos grandes
latifundiários ao colocar na Passarela do Samba um enredo que mencionava a luta
pela terra e o massacre dos nossos indígenas pelos grandes ruralistas. “Xingu,
o Clamor da Floresta” foi o enredo anunciado pela escola no início do ano e
que, imediatamente, provocou dezenas de manifestações e protestos das
organizações ruralistas no país. A “Associação Brasileira de Criadores de
Zebu”, uma das entidades patronais mais revoltadas, fez publicar nos jornais um
longo protesto onde se lê: “Inaceitável que a maior festa
popular brasileira, que tem a admiração e o respeito da nossa classe, seja
palco para um show de sensacionalismo e ataques infundados pela Escola
Imperatriz Leopoldinense”. Isso mostra o grau de irritação entre os latifundiários que exploram
nossas terras sem respeitar as nações e culturas locais.
A reação imediata à
declaração dos ruralistas foi o total apoio que a Rede Globo passou a dar aos
grandes proprietários, tentando desmoralizar a Imperatriz Leopoldinense e
fazendo propaganda contra a apresentação da Escola.
Mas,
por que “eles” se sentiram tão incomodados? Qual a razão de tanta revolta dos
senhores das terras? Teria sido uma ala da Escola que fala dos “Perigos do
Agrotóxico”? Não, isso já é comum e os grandes proprietários já aprenderam a
conviver e neutralizar essa denúncia, ainda que o Brasil continue sendo o maior
consumidor mundial de agrotóxicos.
O
problema era outro. O problema é que a Imperatriz resolveu botar o dedo em uma
ferida que há muito é escondida pela nossa imprensa e que é de pouco
conhecimento do povo: a expulsão dos índios de suas terras naturais! Essa é a
questão de fundo na polêmica do belo samba apresentado pela Imperatriz.
Poucos
tomam conhecimento do que acontece no interior brasileiro, desde o Amazonas até
Mato Grosso do Sul onde comunidades indígenas são expulsas de suas terras por
jagunços pagos pelos grandes proprietários que, depois, ocupam a área com gado!
Por que tanta raiva da Regina Duarte contra a política rural do PT? Porque ela
e seu marido são os maiores ladrões de terras indígenas em Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul! Só isso.
Mas
agora foi diferente. Uma grande escola de samba levou para a Avenida, diante de
milhares de turistas, o problema do roubo de terras das nações indígenas.
Imagens que percorreram o Brasil e foram transmitidas para o exterior chamando
a atenção para o crime organizado (sob os auspícios da nossa “justiça”) no
país.
A
transmissão pela Globo e os comentários da “boneca” Bernardes e outros foram
simplesmente ridículos. Coisa de “gato jogar terra em cima”.
O
carnaval acabou e o Brasil vai voltar à normalidade, mas a coragem da
Imperatriz Leopoldinense vai ficar registrada e, esperamos, seja um primeiro
passo para ser acompanhado. E podemos encerrar este artigo com uma parte do
belo samba cantado pelos integrantes da Escola: “...sangra o coração do meu
Brasil / o belo monstro rouba as terras dos seus filhos / devora as matas e
seca os rios / tanta riqueza que a cobiça destruiu / Sou o filho esquecido do
mundo / minha cor é vermelha de dor / o meu canto é bravo e forte / mas é hino
de paz e amor” (Para
ouvir na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=-E_ivbY8qlg)
• Greve dos médicos argentinos. A Associação Sindical Profissional de Saúde da
Província de Buenos Aires convocou e realizou uma paralisação geral dos
profissionais médicos na quarta-feira (01) como parte da campanha de reposição
salarial iniciada em 2016.
Com esta, é a quarta greve comandada pelo Sindicato nos
primeiros meses do ano e atingiu 10 mil médicos e profissionais de saúde que
aprovaram também a adesão ao movimento que está sendo convocado pelos
sindicatos operários para o dia 07 de março.
Também os professores e funcionários da área de
educação realizarão um protesto de 48 horas a partir do dia 06 de março e, mais
uma vez, vão retardar o início do período letivo.
• Argentinos sem futebol: jogadores em greve! O presidente do Sindicato de Jogadores de Futebol da
Argentina, Sergio Marchi, anunciou na noite de quarta-feira (01) que não haverá
partidas de futebol e que o início do campeonato argentino pode ser adiado se
não for resolvido o problema da dívida dos clubes com os jogadores.
A crise no futebol argentino é séria e os jogadores não
aceitam mais ter suas dívidas acumuladas quando há dinheiro para receber e o
governo não faz o repasse devido. Marchi disse que tudo ficará suspenso até que
seja repassado para os jogadores o dinheiro que o governo de Macri deve aos
clubes pela rescisão dos contratos de transmissão. “A maneira mais eficiente
para evitar esta greve e para que os jogadores possam receber seus salários é
fazer uma operação razoável: quando entrar na conta da AFA (Associação
Argentina de Futebol) o dinheiro que o governo deve, tem que ser transferido
aos jogadores”, disse ele à emissora de televisão "TyC Sports".
Ou seja, Mauricio Macri “passou a perna” nos jogadores
de futebol. Uma falta perigosa e que merece o “cartão vermelho”, não é?
• Ser mulher na Argentina é perigoso. Uma conhecida e prestigiada entidade civil argentina,
a Casa de Encontro, divulgou um preocupante relatório que está causando muito
debate no país. Segundo os dados recolhidos, nos últimos 7 anos foram
assassinadas 2.384 mulheres e meninas argentinas. E a situação parece estar
piorando.
Nos primeiros 43 dias de 2017 houve um aumento no número
de mortes: uma mulher é assassinada a cada 18 horas! Em 2016 foram assassinadas
290 mulheres e mais da metade em suas próprias casas!
A violência de gênero está se transformando rapidamente
em um tema muito preocupante na Argentina e os números agora anunciados já
mobilizam diversas entidades de direitos humanos que denunciam o fato como um
efeito do corte de 67 milhões de pesos feito pelo governo de Macri no orçamento
para combater a violência social e machista no país, um programa criado no
governo de Cristina Fernández.
Vale lembrar que a Argentina é considerada, atualmente,
como tendo a mais alta taxa de feminicídio da América Latina e a Anistia
Internacional condenou o governo Macri pelos cortes feitos nos serviços que
visam reduzir a violência contra a mulher.
• Chile: mais 11 agentes da ditadura vão para a prisão. A Justiça chilena condenou, na segunda-feira (27), 11
agentes da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) à prisão pelos
desaparecimentos de dois militantes do MIR (Movimento da Esquerda
Revolucionária) em 1974.
Os 11 agentes da DINA (Direção de Inteligência
Nacional), o serviço secreto da ditadura, foram considerados responsáveis pelos
sequestros qualificados de María Inés Alvarado Börgel e Martín Elgueta Pinto,
ambos com 21 anos no dia em que foram detidos pelos agentes, 15 de julho de
1974, em Santiago, capital chilena.
A sentença foi dada pelo juiz Leopoldo Llanos, ministro
para causas por violações de direitos humanos da Corte de Apelações de
Santiago. Miguel Krassnoff – ex-chefe da DINA e conhecido torturador –, Basclay
Zapata Reyes e Risiere del Prado Altez España foram condenados a 15 anos e um
dia de prisão pelos sequestros e pela tortura contra Börgel e Pinto. César
Manríquez Bravo, Nelson Paz Bustamante, José Yévenes Vergara e Osvaldo Pulgar
Gallardo foram condenados a 10 anos e um dia de prisão pelos mesmos crimes.
A investigação realizada no âmbito do processo
estabeleceu que María Inés Alvarado Börgel e Martín Elgueta Pinto, detidos
pelos agentes no mesmo dia, porém separadamente, foram torturados e tiveram
como destino final o quartel da DINA em Santiago conhecido como Londres 38,
casa de detenção e tortura do regime de Augusto Pinochet para onde foram
levados muitos opositores da ditadura.
Segundo dados oficiais, pelo menos 3.200 cidadãos
chilenos foram assassinados por agentes da ditadura de Augusto Pinochet.
Destes, 1.192 continuam desaparecidos, enquanto outras 33 mil pessoas foram
presas e torturadas por se oporem à ditadura.
• Torturadores uruguaios ameaçam matar brasileiro. A extrema-direita e os golpistas na América Latina
ainda existem e estão organizados. Uma mensagem enviada ao promotor uruguaio
Jorge Díaz nos remete aos tempos da Operação Condor.
A nota é assinada por um certo “Comando Barneix”, grupo
de ultradireita que atua nas trevas, formado por militares e paramilitares
vinculados à ditadura uruguaia (1973-1985). O nome da quadrilha é uma homenagem
ao general Pedro Barneix, que se matou no ano passado, quando estava sendo
processado pela morte de um militante político em 1974.
A ameaça do “comando” é bem clara: “O suicídio do
general Barneix não ficará impune. Não aceitaremos mais nenhum suicídio devido
a processos injustos. Para cada suicídio, de agora em diante, mataremos três
escolhidos aleatoriamente da seguinte lista”.
E apresentam uma lista de possíveis alvos dos seus
ataques de vingança: dez são uruguaios, a começar pelo promotor Jorge Díaz e
pelo ministro da Defesa, Jorge Menéndez; três são estrangeiros: o jurista
francês Louis Joinet, a pesquisadora italiana Francesca Lessa e o advogado
brasileiro Jair Krischke. Todos os 13 são personalidades vinculadas à defesa
dos direitos humanos e do esclarecimento e punição dos crimes das ditaduras no
Cone Sul.
• “Business is business”! Pois é. “Negócio é negócio”, diz a mais famosa frase que exprime toda a
filosofia do sistema capitalista. Quando um bom negócio se apresenta as
empresas deixam de lado moral, pátria, justiça ou princípios éticos. Afinal de
contas, “business is business”, não é?
A empresa mexicana de cimentos Cemex já se apresentou
oficialmente como candidata para fornecer o material de construção do muro que
o presidente estadunidense, Donald Trump, pretende construir na fronteira
comum. “Se pudermos participar, estaremos prontos a fazê-lo”, disse o presidente
do Conselho de Administração da fábrica de cimentos, Rogelio Zambrano Lozano,
em uma coletiva com a imprensa. “Não há nada de concreto, mas se nos pedirem um
orçamento estaremos prontos para atender”, disse ele.
A declaração causou debates porque o presidente
mexicano, Peña Nieto, já se declarou contrário à construção do tal muro,
principalmente depois que Trump anunciou que os custos da construção serão
cobrados do povo mexicano.
• Trump mira na Venezuela. O vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, afirmou no domingo
(26) que o governo dos EUA pretende colocar seu país em sua “agenda de guerra”.
Sua afirmação tem por base recentes declarações de Donald Trump e de membros de
seu governo contra o governo de Nicolás Maduro.
Em entrevista a um programa de TV na emissora Televen,
o vice-presidente venezuelano disse que as acusações dos EUA de que ele estaria
vinculado ao narcotráfico são um novo ataque contra o governo e o povo
venezuelano, e classificou as acusações como “calúnia e infâmia”. “Não há uma
só prova” das alegações estadunidenses, disse Aissami.
Segundo o vice-presidente venezuelano, as autoridades
de Washington selecionaram partes de depoimentos de quatro narcotraficantes
detidos na Venezuela sob sua gestão quando foi ministro de Interior do país e
estão utilizando-os em “uma farsa” para acusar seu país.
Usando o mesmo e surrado discurso de “democracia”,
Donald Trump reuniu-se com Lilian Tintori, esposa de Leopoldo López, conhecido
golpista e líder da “oposição” venezuelana, condenado a 14 anos de prisão pelos
atos violentos durante protestos contra o governo Maduro convocados por ele que
acabaram com a morte de 43 pessoas no início de 2014. Ao final do encontro,
Trump pediu a libertação de López e falou em “presos políticos” na Venezuela.
Ou seja, mais uma farsa está sendo montada ao estilo mais conhecido.
• Por que as investigações sobre o assassinato de Berta Cáceres
não andam? O Centro pela Justiça e
Direitos Humanos (Cejil) continua cobrando do governo hondurenho as
investigações e o devido processo judicial pelo assassinato da líder
ambientalista Berta Cáceres, morta a tiros no dia 3 de março de 2016.
“Estamos denunciando as deficiências no processo de
investigação, até agora, e o silêncio em torno do assassinato de Berta
Cáceres”, diz a nota do Cejil que tem realizado reuniões com a família da
lutadora hondurenha e também com o Conselho Cívico de Organizações Populares e
Indígenas de Honduras.
Segundo o relatório da organização, o processo de
investigação não está cumprindo as condições necessárias para identificar,
julgar e punir os responsáveis, tanto os materiais quanto os intelectuais. E a
nota diz que não há qualquer andamento em busca dos autores intelectuais do
assassinato de Berta Cáceres.
• O alerta das andorinhas. Ou a humanidade desperta para o que esse sistema capitalista está
fazendo com o nosso planeta ou, em breve, estaremos condenados ao
desaparecimento! A recente denúncia sobre o desaparecimento das abelhas na
Europa, causado pelo exagerado uso de agrotóxicos, não serviu para abrir os
olhos das pessoas. E não dá para esquecer que nosso país é o maior consumidor
desse veneno no mundo.
Mas agora temos novas e mais assustadoras informações
sobre o que a busca desenfreada por mais lucro está fazendo com nosso meio
ambiente e quais os riscos reais que já estão batendo às portas da próxima geração
de seres humanos.
As alterações climáticas estão alterando o
comportamento de milhares de espécies animais no planeta. Em alguns casos, a
adaptação às novas condições de temperatura e chuvas se manifestam com
alterações nas migrações.
Durante a semana, o Instituto SEO/BirdLife divulgou uma
nova pesquisa mostrando que “as andorinhas comuns estão chegando mais cedo na
primavera da península Ibérica”. A pesquisa mostra que os pássaros estão
chegando, em média, um mês antes do que era registrado até meados do século passado.
Para muitos isso pode parecer informação de pouca
importância, coisa de “ecologistas sem ter o que fazer”, mas o alerta é muito
sério. As condições climáticas são fatores fundamentais para determinar a
chegada e a partida das aves, o atraso ou a antecipação da floração ou a
atividade dos insetos são dados a serem levados em consideração. Os cientistas
estão acompanhando essas mudanças com muita preocupação, mas parece que a
imensa maioria da população mundial não tem qualquer ideia do que isso
significa. Acordarão quando já for tarde?
• As grandes marchas voltam às ruas da Espanha. Já conhecidas nos últimos anos como marco dos
protestos dos trabalhadores e das trabalhadoras da Espanha, as “Marchas pela
Dignidade” estão de volta em 2017.
Na última semana, em pelo menos 15 cidades espanholas,
o povo voltou às ruas em grandes manifestações contra a reforma da previdência,
perdas de direitos trabalhistas e empregos, prisão de ativistas políticos,
repressão policial e indignação pelas recentes decisões da “justiça” ao
libertar a irmã e o cunhado do Rei Felipe IV. Dezenas de cartazes criticando a
monarquia apareceram nas Marchas, desafiando a “Lei da Mordaça” imposta ao país
proibindo qualquer crítica contra a família real.
• Reino Unido: uma nova forma de exploração. Os patrões do Reino Unido, mais uma vez, estão inovando
em matéria de exploração sobre os trabalhadores. Agora inventaram um tal
contrato de “zero horas”, ou seja, um contrato de trabalho pelo qual o patrão
não é obrigado a dar uma jornada mínima de trabalho!
Difícil de entender? É muito simples a nova artimanha
do patronato: contrata o/a trabalhador/trabalhadora, mas não é obrigado a
garantir uma jornada mínima. Pode exigir uma jornada de duas, três ou apenas
uma hora, ou mesmo zero horas! E como o salário é pago por horas trabalhadas, não
tem que pagar! Não é genial?
De acordo com as mais recentes pesquisas, o número de
trabalhadores/trabalhadoras com contratos de “zero horas” já alcançou a
espantosa cifra de 910.000 pessoas! Isso acontece apesar da anunciada depressão
que já se abate sobre a União Europeia.
As principais empresas que já adotaram e se tornaram
referência para o caso do contrato de “zero horas” são: McDonald’s, JD
Wetherspoon e SportsDirect, com quase 90% dos funcionários e funcionárias nessa
modalidade de relação trabalhista. Outros exemplos, com menor incidência, mas
não menos alarmante, são: Tesco, Boots, Subway, Cineworld até mesmo o Palácio
de Buckingham, residência oficial em Londres da rainha Isabel II.
• Eleições na França e problemas com a justiça. Alguns candidatos à presidência nas próximas eleições
francesas estão enfrentando problemas com a Justiça e isso tem refletido nas
campanhas, além da ameaça de serem impedidos de concorrer.
Curiosamente, os dois candidatos mais envolvidos com
processos na Justiça francesa são François Fillon, representante da direita, e
Marine Le Pen, representante da ultradireita!
Fillon tem um complicado caso pela frente, acusado de
criar cargos fictícios para seus familiares. O caso de Le Pen não é muito
diferente e ela é acusada de criar cargos fictícios no Parlamento Europeu para
justificar salários para seus colaboradores mais próximos.
A nossa imprensa tupiniquim não divulga isso, mas tudo
é muito parecido com o que o governo golpista está fazendo por aqui.
• Só para descontrair.
Simplesmente admirável a criatividade na hora de fazer humor com os deslizes
que acontecem em alguns momentos com grande atenção de toda a mídia. Só para
lembrar, durante a apresentação do último Oscar da Academia de Hollywood, os
apresentadores oficiais Warren Beatty e Faye Dunaway anunciaram como filme
vencedor “La La Land”, mas logo foram advertidos de um erro. Enquanto diretores
e atores do “La La Land” já subiam ao palco comemorando a vitória chegou um
novo envelope dizendo que o filme vencedor foi “Moonlight”.
Apenas alguns minutos depois do incrível erro, as redes
sociais já divulgavam que tudo tinha sido mais uma armação dos hackers russos,
lembrando a ridícula acusação de que a Rússia havia manipulado a eleição de
Trump. Em tom de brincadeira, os internautas estadunidenses perguntavam se “o
culpado é o Putin”. Outros perguntavam se a Rússia tinha interesses em algum
dos filmes. Virou “meme” na Internet.