segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

DIRCEU: DERROTAMOS MILITARES E VAMOS DERROTAR A DITADURA DA TOGA

AFRANIO SILVA JARDIM: O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTÁ SE APEQUENANDO

Eugênio Aragão escancara com clareza o que representa o MPF

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REQUIÃO: O PRÓXIMO PRESIDENTE PRECISA SER ELEITO PELO POVO!

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Suprema ironia: entrevista de Freixo uniu a esquerda

Suprema ironia: entrevista de Freixo uniu a esquerda

Escrito por , Postado em Redação
Antes de qualquer coisa: reafirmo que a entrevista de Freixo à Folha foi uma armadilha midiática para desunir o campo progressista.
Entretanto, examinando a sua repercussão, tanto no próprio partido de Freixo, como aqui no blog, na esquerda em geral, e em toda parte, não posso me furtar a uma conclusão irônica.
Diferentemente daquele que parece ter sido o objetivo da Folha, a entrevista gerou uma outra coisa: ela uniu a esquerda.
Em favor de Lula!
Há uma razão política poderosa por trás disso, naturalmente. Um sentimento comum: as pessoas estão impacientes, especialmente em relação a artimanhas eleitoreiras.
Diante da conjuntura dramática vivida pelo país, a menção, por Freixo, a “reuniões” no apartamento de Paula Lavigne, na zona sul do Rio, como se elas tivessem alguma relevância política, soou com um insulto.
Até mesmo a referência, por Freixo, a um encontro com Boulos num barzinho “vagaba” de São Paulo, pareceu forçada, artificial. Todos os estereótipos dos quais Freixo tenta se livrar – uma esquerda de boutique, bem comportada, midiática – acabaram reforçados.
A entrevistou produziu uma espécie de repulsa unânime. Gilberto Maringoni, dirigente do PSOL, apressou-se em dizer que jamais testemunhara uma entrevista tão desastrosa em sua vida. Jean Wyllys, um dos nomes mais importantes do partido, publicou há pouco um artigo que se inicia assim: “eu respeito muito as opiniões dele [Freixo]”, o que é uma maneira quase explícita de deixar claro que não gostou da entrevista, e que discorda profundamente da mensagem que emergiu dela: a de que não é momento de unir a esquerda.
Não importa o quanto Freixo explique, em vídeo, em texto, em novas entrevistas, que ele não quis dizer bem aquilo, que ele jure que também quer, sim, a união das esquerdas, que defende o direito de Lula ser candidato, etc.
Freixo parece ter sido engolido, ao menos neste momento, pela História.
O contraste entre as caravanas de Lula, de todas aquelas imagens e vídeos de Lula abraçado ao povo, à juventude pobre, aos estudantes de institutos federais, e as “reuniões” de Freixo no apartamento de Paula Lavigne, foi chocante demais.
Não sei se Boulos será mesmo candidato pelo PSOL. Em caso afirmativo, já seria uma virada importante, para o PSOL, na direção de uma postura mais combativa, e do próprio… (oh, ironia) lulismo.
Boulos é, afinal, a antítese de uma Luciana Genro, representante maior de uma estranha esquerda lavajateria e midiática.
Boulos candidato pelo PSOL se aliaria com muita firmeza ao Lula no segundo turno.
Já Luciana Genro e Chico Alencar, não. Seria um apoio envergonhado, débil e dúbio.
Essa esquerda lavajateira, mesmo sem disso ter muita consciência, foi importante aliada de todo o movimento golpista, que se inicia no julgamento do mensalão, contamina as jornadas de junho de 2013 e, por fim, abraça a Lava Jato, operação imperialista que foi essencial ao golpe.
Se Freixo entende que Boulos é o melhor candidato, isso mostra o seu esforço de se afastar da imagem que, até hoje, ainda está colada a ele mesmo, Freixo, a de uma esquerda elitista, estranha ao coração do povo.
E foi justamente esse o problema da entrevista de Freixo. Ela ajudou a reforçar todos os cacoetes elitistas dos quais ele tenta se descolar.
A entrevista, em todos os sentidos, foi um desastre, e o próprio deputado o confirma ao fazer um vídeo em seguida, com expressão dolorida, angustiada, quase chorando.
A própria adesão de Boulos ao PSOL corre sério risco de não acontecer. O que seria, na verdade, uma pena, pois a presença de Boulos no PSOL seria um golpe de morte no lavajatismo moralista que ainda é forte em muitos setores do partido.
O MTST, cujo dirigente mais conhecido é o mesmo Guilherme Boulos que fez a esposa de Freixo, a combativa escritora Antonia Pellegrino, arregalar os olhos de admiração, soltou uma nota para esclarecer que, acima de qualquer cálculo eleitoreiro, está a defesa da democracia, encarnada no direito de Lula ser candidato.
Política tem esses mistérios!
Sem querer, Freixo aproximou o MTST e Boulos, de Lula!
A ironia da situação não pára por aí!
A mais suprema ironia é que o próprio Freixo, forçado pelas circunstâncias, termina seu vídeo com uma defesa firme do direito de Lula ser candidato.
Por mais que Freixo explique que sua defesa dos direitos políticos de Lula não quer dizer que ele vá votar nele no primeiro turno, isso não tem diferença para a direita e para a mídia: é como se Freixo tivesse, desde já, mergulhado na campanha de Lula, o que era justamente isso o que a Folha, com sua maliciosa entrevista, tentou evitar!
Ou seja, a armadilha montada pela Folha contra Marcelo Freixo e contra a esquerda em geral, tentando criar um pólo de atração afastado do lulismo, que pudesse absorver e mitigar a onda de violenta indignação que se erguerá quando o TRF4 condenar Lula, acabou desmontada em algumas horas.
Até mesmo a crítica de Freixo a uma possível aliança de Lula com Renan Calheiros pegou mal, porque mostrou esse cacoete provinciano e sectário, esse purismo esquerdista que a Globo sempre soube manipular tão bem, e que ainda hoje usa à larga, para atribuir, por exemplo, a crise econômica e fiscal vivida pelo Rio, a Sergio Cabral e ao PMDB.
Ora, a crise do Rio é culpa da Lava Jato e tão somente dela! Sergio Cabral deve ser responsabilizado por uma série de coisas, mas a César o que é de Cesar! Foi a Lava Jato que destruiu a indústria fluminense, e ponto final!
A Globo quer uma esquerda purista, alérgica a alianças, porque sabe que, com isso, ela jamais poderá ganhar as eleições, e se ganhar, não poderá governar.
Há mil explicações para o golpe, mas o estabelecimento de alianças políticas com o centro não é uma delas. Lula e Dilma erraram na escolha de juízes do Supremo, na comunicação pública e no não empoderamento de forças sociais que os apoiaram.
A direita apenas tolerava o PT enquanto este tivesse o apoio das massas populares. Assim que a direita conseguiu afastar o PT das massas, com ajuda dessa estupidez burocrática que atinge os partidos de esquerda toda a vez que eles ganham o poder, ela soube que o PT estava desarmado e, portanto, vulnerável a qualquer golpe.
Ora, o que faz de Lula o político que ele é?
Lula comete muitos erros, deve ser criticado constantemente, e sua plataforma de governo para a campanha de 2018 deve ser, mais que nunca, discutida com a sociedade.
Mas Lula é vacinado contra dois vícios: o de se afastar das massas, como fez Dilma e muitos burocratas do PT, incluindo aí figuras como Haddad, que foi um prefeito distante, olímpico, elitista; e o de rechaçar alianças com o centro político, como preconiza Marcelo Freixo e o PSOL, de maneira geral.
Somente mantendo o apoio das massas, e fazendo alianças com setores econômicos ligados ao desenvolvimento interno (mas ditando as regras dessa aliança, ou seja, ocupando a presidência da república), pode-se governar o país.
Sem esses apoios, a esquerda estará condenada a ser um enfeite exótico no apartamento de Paula Lavigne.

Dória ergue seu “monumento à estupidez” QUER DISPUTAR COM TEMER O TROFÉU MEDIOCRIDADE

Dória ergue seu “monumento à estupidez”

Em 1935, Getúlio Vargas sancionou a Lei Nº 108, estabelecendo que 1° de janeiro seria feriado nacional por conta de ser consagrado ” à commemoração da fraternidade universal”, ainda com o M duplo do português da época.
Quase um século depois, o cidadão João Doria Jr. ainda não alcançou o “espírito da coisa” ao recuar, resmungando grosserias, do “desbatismo” de um viaduto paulistano com o nome de Marisa Letícia, falecida mulher do ex-presidente Lula.
Soltou nota dizendo que, por ser a escolha de nomes homenageados em logradouros públicos uma prerrogativa da Câmara Municipal, não do Prefeito, “apenas por isso (o nome aprovado pelos vereadores será) respeitado pela administração municipal”.
Doria, que poderia ficar calado, deixar que se fizesse uma abertura da via sem festejos oficiais e portar-se como alguém que, de fato, respeita a decisão dos vereadores, não perdeu a chance de fazer seu “marketing do malvado”.
Compreende-se que tenha frustrações por não ter sido reconhecido como “o homem mais estúpido” do país, posição que nem de longe ameaçou tomar de Jair Bolsonaro. Mas não precisava ter descido a esta vileza, que o coloca como competidor daquele bobalhão do MBL que virou péssima atração “turística” na Câmara Municipal.
O episódio do “batismo” do viaduto que levará o nome de Marisa Letícia não teria importância alguma, uma homenagem local que se perderia da memória e numa pequena placa.
Doria consegue, porém, transformá-lo num monumento à estupidez.

A UNIDADE CONTRA O FASCISMO É NECESSÁRIA A divisão das esquerdas só interessa à direita.

a unidade contra o fascismo é necessária
Paulo Moreira Leite


Provocado pela entrevista do deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) à Folha de S. Paulo, o debate sobre a unidade necessária dos trabalhadores e da população explorada na campanha presidencial de 2018 não deve terminar tão cedo, até porque não se trata de uma iniciativa isolada.
Estimulada pelo PSOL, a possível entrada de Guilherme Boulos na campanha pode produzir uma rachadura expressiva, já que se trata de uma liderança de grande expressão junto às camadas populares.
Um debate responsável e lúcido sobre o assunto é mais do que urgente, até porque, pela primeira vez desde 1989, o PCdoB apresenta-se na campanha com uma candidatura própria.
Minha opinião é que, no Brasil de 2017, o debate presidencial não envolve projetos de governo mais ou menos à esquerda, mais ou menos radicais. Enfrentamos outra encruzilhada da história, na qual até uma candidatura de perfil fascista - Jair Bolsonaro -  aparece em segundo lugar em todas as pesquisas de intenção de voto.  
O que está em jogo é o caráter do regime político que estará em vigor depois de 2018. Por essa razão enfrentamos uma campanha eleitoral embrulhada por diversas medidas de exceção, a começar pela ameaça permanente à candidatura de Lula, que terá de ser defendida desde o 24 de janeiro até a contagem final dos votos, em outubro.
Não se debate o pós-Lula.  
A agenda mudou. O debate é saber se haverá um pós-Temer ou se teremos a continuidade com outro nome.
O resultado da eleição pode ser o elemento decisivo para o retorno do país a um regime democrático, com a recuperação das garantias previstas pelo Estado Democrático de Direito – ou irá permitir a preservação de um regime instituído a partir do golpe contra Dilma, normalizando a exceção. Não se descarta a introdução do parlamentarismo, sempre sonhado pelas elites sem voto e tantas vezes rejeitado por uma população ciente de sua soberania.
Caso seja derrotada em fevereiro de 2018, a reforma da Previdência voltará na hipótese de o continuísmo-Temer seja vitorioso.   
Enquanto a reconstrução do país irá exigir decisões em profundidade, como a convocação de uma Constituinte para desfazer um legado inaceitável do ponto de vista da maioria dos brasileiros – como confirmam as pesquisas sobre privatizações - os donos do poder trabalham pela via rápida dos projetos de lei e emendas constitucionais, que dispensam consultas ao povo.
Não vamos exagerar na nostalgia. Do ponto de vista dos donos do poder, Lula representa um risco visível, não por aquilo que foi, mas por aquilo que pode ser.  
Sua candidatura é uma ameaça concreta ao projeto – já em pleno andamento – de resgate da oitava economia do planeta pelos donos do  mercado mundial.  
A simples possibilidade de Lula apresentar-se a uma disputa da qual já deveria ter sido excluído há muito tempo cria incertezas e distúrbios inconvenientes aos esquemas de poder que Temer-Meirelles procuram estruturar desde que se apossaram do Estado, onde a continuidade sem riscos deve ser assegurada a qualquer preço. 
É por isso que se trabalha a favor de uma decisão rápida, irrecorrível, para esmagar a candidatura Lula e encerrar a disputa de uma vez.
Não se quer enfrentar as incertezas próprias de toda disputa eleitoral – ainda mais quando é justamente o adversário que entra em campo com um formidável cesto de votos, mostrando que grande parte da população já fez sua escolha. 
A presença de vários concorrentes alinhados com o golpe Temer-Meirelles, faz parte da coreografia necessária a toda disputa eleitoral, na qual a classe dominante tem prazos e recursos para testar a melhor mercadoria. A presença de Paulo Guedes no ouvido de Bolsonaro indica que até sua candidatura pode ser admitida pelo grande poder econômico como instrumento para confrontar Lula. 
É nesse ambiente político que o debate sobre unidade se coloca.
Quase tão antiga como a luta dos trabalhadores contra a exploração do capitalismo, a divisão entre suas lideranças marca vitórias e tragédias do século XX.
Não custa lembrar, por exemplo, que a carnificina verbal  entre comunistas e socialdemocratas está na raiz da vitória de Adolf Hitler na Alemanha, em 1933.
Convencido de que a tomada do poder estava ao alcance da mão, o PC alemão criou a tese de que a socialdemocracia se transformara em “social-fascismo”. Denunciando traições das lideranças reformistas no passado, como adversários de Lênin na Revolução de 1917, de Rosa Luxemburgo no pós-guerra alemão, os comunistas rejeitavam toda e qualquer aliança política com lideranças reconhecidas por uma parcela imensa dos trabalhadores de seu país.
O resultado eleitoral foi a vitória do nazismo. Com uma vantagem minúscula sobre o PC alemão, que nem de longe chegava a 50%+1 dos votos, o nazismo instituiu uma ditadura que governou o país por 12 anos, até ser derrubada por uma coalização de forças externas lideradas por uma aliança entre Stálin e Roosevelt.
Num contexto diferente, de Frentes Populares, um mesmo ambiente de divisão entre lideranças operárias ressurgiu na Espanha da guerra civil. As disputas incluíram trocas de tiros em praça pública e até crimes de sequestro e assassinato entre stalinistas e não-stalinistas, bloqueando qualquer caminho para a resistência.
É neste horizonte que se pode pensar a entrevista de Freixo. Ele disse: “a gente vive um momento de reconstrução: qual esquerda a sociedade vai enxergar? Porque precisa enxergar o diferente. Não sei se esse é o momento de unificar todo mundo, não. Até porque a direita também está muito fragmentada: Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles...”
Em outra passagem, a repórter Anna Virginia Balloussier pergunta pelos movimentos de lideranças do PT, como o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que pretendem convencer outros partidos de esquerda a aliar-se a Lula e abrir mão de candidatura própria. Freixo responde:
”Não há a menor possibilidade. Ele fala isso pra tentar colocar a gente numa caixa de sectários. Se quisessem recompor a esquerda, não andariam de braços dados com Renan Calheiros, em Alagoas”.
Considero as respostas de Freixo irresponsáveis para um político com sua estatura, três vezes eleito deputado estadual, com direito a 350.000 votos na eleição mais recente.
Como deputado, Freixo fez um trabalho corajoso de denúncia das milícias do Rio de Janeiro, atuação indispensável num país onde a violência da PM contra os pobres, negros e favelados é uma das bases de sustentação de um sistema de dominação social pelo racismo e pela pobreza. Mostrou independência diante do governo Sérgio Cabral, com o qual o PT chegou a cultivar uma proximidade excessiva.
Ao longo do processo, um irmão e um assessor do deputado foram assassinados, em circunstâncias em que é legítimo suspeitar de retaliação pelo trabalho parlamentar.
A liderança de Freixo no Rio de Janeiro, estado no qual nenhuma força progressista conseguiu firmar-se junto às camadas populares desde Leonel Brizola, que morreu em 2002, ajuda a entender a presença no segundo turno da campanha municipal de 2016. Apesar disso, com 1,5 milhão de votos, permaneceu numa distância quilométrica do primeiro lugar.
Foi em 2016 que certo espírito anti-Lula se manifestou abertamente. Num gesto que lhe valeu pontos junto a família Marinho - que também afagava Lula quando este confrontava Brizola, na época considerado adversário principal pelos donos da Globo - Freixo fechou o palanque para Lula no segundo turno.
Em 2017 seus aliados, que organizaram grandes comícios musicais contra Michel Temer e pelas Diretas Já, instituíram uma nova orientação de ingresso nos palanques: nenhum orador seria identificado pelo seu partido político nem pela central sindical a que pertencia.
Era um veto óbvio a lideranças ligadas a CUT e ao PT e eu acho difícil negar que essa postura contribuiu – entre vários fatores, é bom sublinhar - para esvaziar um movimento de resistência que marcou os primeiros meses de 2017.
Do ponto de vista do debate de 2018, a postura de Freixo representa um retrocesso. Em 2014 ele batalhou pela unidade com o PT no segundo turno da eleição presidencial, diferenciando-se de Luciana Genro, a candidata de seu partido, que pregou neutralidade entre Dilma e Aécio Neves.
Considerando a deterioração política do país a partir de 2016, quando a própria democracia foi derrotada através de um golpe e a turma que empurrava Aécio Neves assumiu o poder de Estado da forma que todos sabemos, é surpreendente que sua prioridade seja saber “qual esquerda a sociedade vai enxergar”.
A questão é de análise de conjuntura: alguém acredita que este é o debate prioritário no Brasil de 2018?
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