domingo, 20 de maio de 2018
Espancamento de mulher grávida e estupro masculino: Snowden expõe mais torturas de nova diretora da CIA
Espancamento de mulher grávida e estupro masculino: Snowden expõe mais torturas de nova diretora da CIA
Senado dos EUA confirmou a nomeação de Gina Haspel como próxima diretora da Agência Central de Inteligência com 45 votos a favor, de um total de 54
A nomeação de Gina Haspel como diretora da CIA foi recebida com uma forte oposição entre os legisladores norte-americanos, já que ela esteve envolvida no uso de métodos de interrogação extremos pela agência. O ex-agente da NSA Edward Snowden afirmou, em seu Twitter, que a nova diretora participou do programa de torturas cruel, bem como encomendou a destruição do vídeo com evidências.
"Note: Gina Haspel participou do programa de tortura que envolvia bater na barriga de uma mulher grávida (inocente), estupro anal de um homem com a comida que ele tentou rejeitar, e congelamento de um prisioneiro algemado até a morte. Ela pessoalmente escreveu o pedido para destruir 92 gravações das torturas da CIA", disse.
O Senado dos EUA confirmou a nomeação de Gina Haspel como a próxima diretora da Agência Central de Inteligência com 45 votos a favor, de um total de 54, na quinta-feira (17/05). De acordo com gravações divulgadas pela Universidade George Washington, ela supervisionou a tortura de um prisioneiro, incluindo afogamento simulado, e mandou destruir as evidências.
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Senado dos EUA confirma Gina Haspel como diretora da CIA
Wikimedia Commons

Gina Haspel foi confirmada como nova diretora da CIA pelo Senado
Gina Haspel foi confirmada como nova diretora da CIA pelo Senado
Na semana passada, o senador norte-americano John McCain recusou-se a votar a favor da nomeação de Haspel devido ao "papel perturbador na supervisão do uso de torturas pelos americanos".
Durante as audiências dela no Senado em 9 de maio, Haspel prometeu não renovar o programa de detenção e interrogação sob a sua liderança, embora tenha dito que táticas de tortura são imorais.
Haspel, de 61 anos de idade, será a primeira mulher na posição da diretora da CIA.
Sistema exemplar Entenda como funciona o Sistema de Garantias Eleitorais da Venezuela
Entenda como funciona o Sistema de Garantias Eleitorais da Venezuela
Buscamos algumas informações junto ao Conselho Nacional Eleitoral venezuelano que colocam em xeque a narrativa criada e fomentada pelo consórcio midiático-imperialista
A cobertura que os grandes meios de comunicação fazem sobre as eleições na Venezuela apresenta uma visão segundo a qual se busca construir no imaginário coletivo das pessoas a ideia de que nunca se oferecem garantias nos processos eleitorais realizados no país. Não por acaso, dissipa-se de forma rápida e massiva na imprensa internacional uma narrativa bastante semelhante às ideias centrais contidas nos pronunciamentos de Mike Pence, vice-presidente dos EUA, no sentido de se criar um clima de desconfiança com relação ao processo eleitoral venezuelano.
Numa incansável tentativa de desfigurar e desgastar a imagem do governo de Nicolás Maduro, os mandatários norte-americanos, com apoio da grande mídia internacional, buscam associar o chavismo ao “terrorismo internacional e o crime organizado” afim de que consigam respaldo internacional suficiente para realizarem o que eles mesmos chamam de “intervenção humanitária”.
Em pronunciamento realizado durante a reunião especial do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), o vice-presidente Mike Pence disse que “não haverá uma verdadeira eleição na Venezuela no dia 20 de maio e o mundo já sabe. Será uma eleição falsa.”
Por outro lado, em 2012, o Centro Carter de Estudos divulgou um relatório afirmando que “o sistema de votação da Venezuela é um dos mais conceituados sistemas automatizados do mundo”. O Centro Carter de Estudos é coordenado pelo ex-presidente norte-americano Jimmy Carter e é responsável por monitorar as eleições ao redor do mundo.
Para você leitor, diante de posições tão antagônicas, é possível acreditar que a afirmação do vice-presidente norte-americano faz algum sentido? Buscamos algumas informações junto ao Conselho Nacional Eleitoral venezuelano que colocam em xeque a narrativa criada e fomentada pelo consórcio midiático-imperialista.
Vejamos como funciona o Sistema de Garantias Eleitorais da Venezuela:
Desde de 2004 o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) vem construindo o Sistema de Garantias Eleitorais (SGE) que busca efetivar os direitos dos eleitores e da segurança dos candidatos e dos partidos postulantes. O SGE inclui todos os aspectos do evento eleitoral, desde o momento em que se convoca a eleição até depois de anunciados os resultados. Por tanto, esse sistema é responsável por revisar, validar e assegurar o bom funcionamento do Sistema Eleitoral Venezuelano. O sistema tem dois aspectos fundamentais que são inerentes a organização, administração e execução do evento eleitoral:
--> As garantias sobre a segurança do sistema automatizado de votação: Um conjunto de 16 auditorias são realizadas onde se revisam todos os componentes, software, dados eleitorais e a programação das maquinas de votação e dos meios de transmissão. Todos os fatores e etapas do processo são revisados, auditados e certificados pelos partidos políticos que participam dos processos de votação.
--> As garantias sobre a transparência e a confiança do processo eleitoral: Um conjunto de medidas que toma o CNE para gerar confiança no eleitorado em geral. Contem aspectos automatizados como a auditoria do programa de seleção dos integrantes de mesas de votação, juntas estaduais e municipais, e elementos não automatizados como a auditoria que checa os dados dos cadernos impressos de votação com o registro eleitoral.
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Quem participa das auditorias
Em cada auditoria realizada participaram representantes do corpo técnico do Conselho Nacional Eleitoral, Técnicos representantes de cada partido político e auditores externos. Os técnicos que participaram são qualificados e foram responsáveis por certificar através de sua própria revisão, que o sistema funciona e se maneja assim como está estabelecido na lei.
Já os partidos políticos contribuem na construção de uma cadeia de confiança pois certificam que, por exemplo, o software da máquina de votação mantem sua integridade e é exatamente o mesmo que tem sido auditado; que tem o mesmo dado depois do processo eleitoral e que nenhum desses componentes foi modificado ou sofreu algum tipo de intervenção.
Desde o ano de 2013 o CNE adotou a decisão de transmitir e difundir ao vivo pela internet o desenvolvimento das auditorias, agregando maior transparência e confiabilidade nos processos de revisão técnica. Além disso, o CNE incorporou os observadores nacionais nos processos de auditoria, tais observadores são representantes de organizações da sociedade civil e recebem o convite a participar das auditorias por parte do Conselho Nacional Eleitoral. Para cada processo eleitoral o CNE amplia e fortalece as garantias de acordo com as solicitações feitas pelos partidos políticos e pelos candidatos participantes das eleições. Todas as solicitações são recebidas, discutidas e avaliadas tecnicamente pelo CNE e são acolhidas todas aquelas que fortalecem, enriquecem e aportam uma maior confiança no processo eleitoral.
Há também os acompanhantes internacionais com qualificação técnica que também podem ser convidados a presenciar os processos. Nesse sentido, o apoio técnico oferecido pelo Conselho de Especialistas Eleitorais da América Latina (CEELA) tem cumprido um importante papel, pois seu corpo técnico é conformado por especialistas que já administraram processos eleitorais em cada um de seus países, fortalecendo o Sistema de Garantias Eleitorais venezuelano. Nessas eleições estarão presentes 150 acompanhantes internacionais, desde parlamentares, acadêmicos, políticos, intelectuais, jornalistas e especialistas eleitorais da América Latina, Europa, Ásia, África e América do Norte.
Entre as contribuições mais relevantes do SGE está a auditoria de verificação cidadã que foi implementada em 2004. Essa auditoria consiste na revisão física dos comprovantes de voto para verificar o correto funcionamento da máquina de votação e a consistência dos resultados escrutinados na máquina. Nessa auditoria participam os membros das mesas eleitorais, representantes dos partidos, eleitores e eleitoras, observadores nacionais e acompanhantes internacionais.
Uma das atividades mais importantes durante as auditorias ao sistema eleitoral é a criação da assinatura eletrônica. Esse procedimento de segurança se aplica nas auditorias de software da máquina de votação, do software de totalização dos votos, na base de dados dos eleitores e na dos meios de transmissão. Uma vez revisado o componente e certificado o seu correto funcionamento, os auditores criam uma chave segmentada, esta chave informática se compõe da soma dos segmentos de cada um dos participantes da auditoria. Desta forma, a única maneira de se fazer alguma modificação é que as diferentes partes envolvidas introduzam o segmento que possui a chave informática, o que possibilita, por sua vez, a blindagem do sistema eleitoral venezuelano contra possíveis tentativas de fraude.
Alguns números do evento eleitoral do dia 20 de maio:
- 14.638 centros eleitorais estarão em funcionamento
- 34.143 maquinas de votação estarão disponíveis
- 127 centros eleitorais estarão instalados nas sedes diplomáticas de outros países
- 20.531.039 milhões de eleitores poderão exercer seu voto
- 14.580 coordenadores de centros de votação
- 33.867 operadores do sistema integral
- 3.927 suplentes de operadores do sistema integral
- 4.641 técnicos de suporte preparados para atender eventualidades
- 34.143 maquinas de votação estarão disponíveis
- 127 centros eleitorais estarão instalados nas sedes diplomáticas de outros países
- 20.531.039 milhões de eleitores poderão exercer seu voto
- 14.580 coordenadores de centros de votação
- 33.867 operadores do sistema integral
- 3.927 suplentes de operadores do sistema integral
- 4.641 técnicos de suporte preparados para atender eventualidades
*Caio Clímaco é cientista do Estado e mestrando pela Universidad Bolivariana de Venezuela (UBV).
Exemplo de dignidade FERNANDA MONTENEGRO E FERNANDA TORRES RECUSAM CAMPANHA DA RIACHUELO
FERNANDA MONTENEGRO E FERNANDA TORRES RECUSAM CAMPANHA DA RIACHUELO

Mãe e filha se negaram a participar de campanha publicitária da empresa de Flávio Rocha, que apoiou o golpe e tenta disputar a presidência da República pelo PRB
20 DE MAIO DE 2018 ÀS 09:44 // INSCREVA-SE NA TV 247 

Da revista Fórum – A ideia da Riachuelo era contar com Fernanda Montenegro e Fernanda Torres para estrelar sua campanha do Dia das Mães. No entanto, segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo, as negociações até começaram, mas logo encontraram uma barreira: a pré-candidatura de Flávio Rocha, naquele momento ainda não oficializada. Mãe e filha foram categóricas: se o então presidente da Riachuelo fosse mesmo disputar a presidência da República, não iriam fazer a propaganda. No final, a agência Mutato gravou com as famílias de Isabeli Fontana e Ana Claudia Michels, entre outras.
LAURA CARVALHO: POLÍTICA DE AUSTERIDADE SÓ SERVE PARA INFLAR O FASCISMO
LAURA CARVALHO: POLÍTICA DE AUSTERIDADE SÓ SERVE PARA INFLAR O FASCISMO
A economista e professora da USP Laura Carvalho afirma à TV 247 que as políticas de austeridade estão sendo revistas em diversos países, pois a sua implementação causa prejuízos imensos à sociedade; "Pautar apenas o mercado e projetar intensos cortes sociais gera o caos, uma vulnerabilidade imensa, apenas viabiliza uma ascensão do fascismo e a violência urbana", alerta; no livro que acaba de lançar, "Valsa Brasileira, do boom ao caos econômico", ela analisa as políticas econômicas dos governos Lula, Dilma e Temer; assista
18 DE MAIO DE 2018 ÀS 13:16 // INSCREVA-SE NA TV 247 

TV 247 - A economista e professora da Universidade de São Paulo (USP) Laura Carvalho concedeu entrevista à TV 247 na última terça-feira (15) em que discorre sobre a conjuntura econômica global e os desafios para enfrentar o cenário de crise no Brasil. Laura acaba de lançar o livro "Valsa Brasileira, do boom ao caos econômico", que analisa as políticas econômicas dos governos Lula, Dilma Rousseff e as atuais, de Michel Temer. "O governo Temer contribui para intensificar a aceleração de retrocesso no País", destaca.
A economista ressalta que mesmo o Fundo Monetário Internacional (FMI) está revendo seu conceito sobre a total independência do mercado sobre o Estado, gesto que ganhou celebridade nos anos 80 com as políticas de austeridade de Ronald Reagan e Margaret Thatcher. "Já foi comprovado que tais ações geraram o aumento da miséria e violência urbana, dando margem para discursos fascistas", destaca.
Lula e o crescimento econômico
Ela classifica como "milagrinho econômico" a política econômica dos governos Lula. "No início do seu mandato, apesar da implementação de diversas políticas sociais, houve a adoção de uma linha mais conservadora para acalmar o mercado. A partir de 2005 ocorrem mudanças significativas. Com o crescimento de diversos setores, verificou-se o aquecimento do mercado interno, culminando na diminuição da desigualdade social na base da pirâmide", relata.
A economista, que trabalha como consultora de economia do candidato à presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, considera que a política articulada no governo Lula tinha diversos desafios, mas optaram pela mudança de foco. "A própria reforma tributária poderia ter contribuído numa maior distribuição de tenda do topo para base, a expansão do investimento público ao invés de desoneração", comenta Laura.
"Na prática não houve a percepção de que o cenário externo estava virando. O comércio mundial desabou com a crise europeia, e ocorreu a insistência nos mecanismos internos de lucratividade. O erro foi em achar que empresário investe quanto tem taxa de juros maior, quando, na verdade, ele investe por ter demandas, dar crédito esperando um retorno não foi a solução", examina.
Ao enumerar outros erros cometidos na primeira gestão do governo Dilma, Laura destaca alguns equívocos. "Reduziu-se a taxa de juros muito rapidamente sem criar condições para tal, a inflação acelerou e começou a abocanhar os salários. Além disso, os investimentos são abandonados com o ajuste fiscal de 2011, ajuste esse que foi muito maior do que o realizado 2015", recorda.
Laura opina sobre as razões de adesão ao discurso de insatisfação com o governo Dilma. "A classe média perdeu participação na média nacional e, quando a desaceleração econômica vem, os conflitos se intensificam, gerando desaprovação do governo da presidenta", elucida.
Sobre os motivos do declínio econômico brasileiro, intensificado com a ascensão de Temer, a economista frisa o posicionamento limitado da elite brasileira. "Pautar apenas o mercado e projetar intensos cortes sociais geram o caos, uma vulnerabilidade imensa, apenas viabiliza uma ascensão do fascismo e a violência urbana. Quem mais perde hoje com Temer são os trabalhadores que se encontram na escala mais vulnerável da sociedade", alerta.
Ao enumerar saídas para a crise econômica brasileira, Laura acredita que é necessário promover bom populismo econômico. "Uma economia social, inclusive professores de Harvard defendem essa tese, que seja voltada para as demandas democráticas", explica.
Ela aponta como chave central para a econômica rever o teto de gastos. "Penso que é necessária uma regra fiscal que seja anticíclica, que permita que o governo invista mais, quando o setor privado está investindo menos, alavancando a econômica dessa crise. Uma opção seria a possibilidade de bandas entorno do superávit primário", considera.
Na esfera mundial, Laura considera que a globalização está gerando uma espiral pra baixo. "O estado de bem estar social serviu para salvar o capitalismo de si mesmo, caso contrário seria um caos social, violência urbana, miséria, empreendedores nascendo em árvores", ressalta.
A economista afirma que projeto neoliberal fracassado está sendo revisto em diversos países. "O capitalismo financeiro rentista mantém governos reféns há um bom tempo, mas o próprio FMI o critica do ponto de vista do investimento do capital produtivo", relata.
Ela acrescenta dizendo que, apesar de o Brasil estar na contramão dessa concepção, no resto do mundo os países estão reconsiderando essas políticas que ganharam notoriedade com o ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan, e a ex-primeira ministra da Inglaterra, Margaret Thatcher. "A própria situação de crise da Argentina mostra que soluções fáceis nunca são as mais corretas", conclui.
Inscreva-se na TV 247 e confira a entrevista:
IDÉIA FIXA E ILEGAL MARCELO RUBENS PAIVA: HÁ ANOS MORO JÁ DIZIA QUE PRENDERIA LULA
MARCELO RUBENS PAIVA: HÁ ANOS MORO JÁ DIZIA QUE PRENDERIA LULA

O jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva diz ter ouvido de Sérgio D´Ávila, diretor executivo da Folha, que Moro teria dito que pretendia já há bastante tempo prender o ex-presidente; “O D´Ávila foi uma das primeiras pessoas que me contou que o Moro está à caça do Lula há muito tempo. O Moro já foi entrevistado pelo Sérgio D´Ávila e falou que o objetivo dele era pegar - palavras do Moro - o ‘chefe da gangue’, que era o Lula”, diz; "E o cara conseguiu, depois de tantos depoimentos voltados para isso e torturas psicológicas", comenta o escritor, em entrevista à TV 247; assista
19 DE MAIO DE 2018 ÀS 10:23 // INSCREVA-SE NA TV 247 

TV 247 - O jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva, que acaba de lançar o livro "O orangotango marxista", contou em entrevista à TV 247 nesta semana que teve a ideia de analisar os humanos do ponto de vista de um animal de tanto observar um zoológico em Americana, interior paulista, onde "não tem nada para fazer". No livro bem-humorado, um orangotango aprende a ler em um laboratório onde é objeto de pesquisa e depois que é preso em um zoológico, lembra dos ensinamentos dos pensadores e quer fazer uma revolução para libertar os bichos, inspirado em Karl Marx.
Marcelo Rubens Paiva viveu em seu núcleo familiar as atrocidades da ditadura militar. Seu pai, o deputado Rubens Paiva, foi morto por agentes do regime, após ter sido torturado. Em 1971, seus restos mortais foram jogados ao mar.
Ele considera que a exaltação hoje aos tempos sombrios da farda, representado por figuras como Jair Bolsonaro, é reflexo de alguns erros, inclusive da esquerda. "Faltou levar às escolas um ensino que mostre de fato como foi a ditadura militar. Os jovens de hoje não têm nenhuma noção do que foi o regime, nenhum governo abriu os documentos secretos da ditadura", critica.
Recentemente, documentos da CIA revelaram que Ernesto Geisel, penúltimo presidente da ditadura, de 1974 a 1979, teria concordado expressamente com execuções sumárias de opositores do regime militar. A Comissão Nacional da Verdade (CNV) confirmou em 2014, após três anos de trabalhos, 434 mortes e desaparecimentos durante a ditadura militar no país.
O jornalista enfatiza a importância do documento, considerado por ele estarrecedor. "De fato, havia uma cadeia de comando para executar pessoas. É um documento importantíssimo", ressalta, destacando também a importância do trabalho do pesquisador Matias Spektor, da FGV, responsável pela divulgação do fato histórico.
Ele desqualifica as mentiras usadas pelo Exército para justificar um golpe militar. "Foi uma ameaça comunista que deflagrou o golpe militar de 1964. Onde existe comunismo no Brasil? Nem o PCdoB é comunista. Uma balela dessas apenas engana quem desconhece a história", argumenta.
Apesar do fascismo em alta no País, Marcelo não crê na possibilidade de um novo golpe militar. "Acredito que o centro irá formar um grande bloco para enfrentar o Bolsonaro, pode até ser encabeçado pelo Ciro Gomes", projeta.
O jornalista enumera outros pontos negativos para o deputado de extrema direita. "Bolsonaro tem apenas 13 segundos de TV, o que pesa muito, além disso, ele tem força apenas nas redes sociais, e a internet é um fenômeno ainda não expandido no País", avalia.
Prender Lula: um plano antigo
Ao comentar o cenário político do Brasil, o escritor contou ter ouvido do jornalista Sérgio D´Ávila, diretor executivo da Folha de S.Paulo, um relato feito por Moro a ele, D´Ávila. “O D´Ávila foi uma das primeiras pessoas que me contou que o Moro está à caça do Lula há muito tempo. O Moro já foi entrevistado pelo Sérgio D´Ávila há muito tempo e falou que o objetivo dele era pegar - palavras do Moro - o ‘chefe da gangue’, que era o Lula”.
Isso D´Ávila ouviu de Moro, reafirmou Marcelo, que não tem certeza da data do episódio, mas acredita ter sido no início da Lava Jato, por volta de 2014. "Eu nunca me esqueci disso", comentou o jornalista. "E o Moro conseguiu, o cara foi fundo. E todo os depoimentos foram voltados para isso, as torturas psicológicas, coloca o Palocci quase numa solitária, aquele cara da Petrobras, o Paulo Roberto Costa, num presídio", lembra.
Para Marcelo, "tudo poderá acontecer nestas eleições insanas". "Lula anunciou que irá ser candidato, o PT não vai abrir mão disso, e nem deve, e ele hoje encontra-se em primeiro lugar nas pesquisas. Imagina um segundo turno com o ex-presidente encarcerado", analisa, destacando que será uma situação inédita no Brasil.
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