sábado, 6 de janeiro de 2018

Golpe de Estado é sofisticadíssimo, diz Costa-Gavras ao assinar manifesto pró-Lula

#OCUPAPORTOALEGRE

Golpe de Estado é sofisticadíssimo, diz Costa-Gavras ao assinar manifesto pró-Lula

Autor de clássicos sobre mazelas do capitalismo defende documento “por um Brasil democrático”. Manifesto “Eleição sem Lula é Fraude” está próximo de 140 mil adesões
por Paulo Donizetti de Souza, da RBA publicado 05/01/2018 17h44, última modificação 05/01/2018 19h18
DIVULGAÇÃO
Costa-Gavras
Jack Lemmon e Sissy Spacek, em 'Missing' (acima). Yvez Montand em 'Estado de Sítio' e em 'Z'. Ficção e realidade
São Paulo – O manifesto “Eleição sem Lula é Fraude” está perto de alcançar 140 mil assinaturas. O documento ganhou ontem (4) adesão do cineasta grego radicado na França Costa-Gavras, que afirma ser admirador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Assino, com orgulho. Admiro muito o presidente Lula. Não hesite em contar comigo, por Lula e por um Brasil democrático”, diz o diretor em mensagem enviada ao ex-chanceler e ex-ministro da Defesa Celso Amorim, um dos organizadores do manifesto.
Prestes a completar 85 anos, em 12 de fevereiro, Costa-Gavras faz cinema há 60. O diretor notabilizou-se ao retratar nas telas processos históricos como golpes, conflitos sociais e intrigas internacionais. São longas-metragens baseados em dramas amorosos e familiares, tendo como pano de fundo conflitos político e atentados contra a democracia movidos por interesses econômicos e geopolíticos – tal como vê hoje a situação do Brasil.
Muitos se tornaram clássicos. Estado de Sítio (1972) narra a presença de agentes de inteligência norte-americanos no Uruguai para formar milícias e treinar métodos de tortura contra ativistas de esquerda no Cone Sul, em alusão à incipiente Operação Condor. Em Missing – Desaparecido, um Grande Mistério(1982), expõe a participação da CIA na deposição do presidente socialista Salvador Allende pela ditadura sangrenta de Augusto Pinochet (1973-1990), no Chile. Em Z (1968), aborda a resistência à instalação de bases militares dos Estados Unidos no país.
Em trabalho mais recente, O Capital (2012), baseado em romance do escritor francês Sthépane Osmont – Costa-Gavras desfila pelos bastidores do sistema financeiro e o papel da financeirização das economias na concentração de riqueza e perpetuação da pobreza. Seguidor atento de cada momento histórico de crises do capitalismo e seus efeitos nas sociedades contemporâneas, o cineasta greco-francês diz estar ciente dos acontecimentos no Brasil. “Já soube da exata situação e do sofisticadíssimo golpe de Estado pelo qual passa o Brasil”, diz em seu recado a Amorim.
Além do diplomata, participaram da divulgação do manifesto “Eleição sem Lula é Fraude” o economista Luiz Carlos Bresser Pereira, o cantor Chico Buarque, os escritores Raduan Nassar e Milton Hatoum, a socióloga Maria Victoria Benevides, o jurista Fábio Konder Comparato, a jornalista Hildegard Angel e o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Teto (MST) João Pedro Stédile – como iniciativa do Projeto Brasil Nação.
Lançado em 19 de dezembro, o manifesto ganhou a adesão da ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, o historiador inglês Peter Burke, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, a escritora portuguesa e presidenta da Fundação José Saramago, Pilar del Rio, do linguista e filósofo norte-americano Noam Chomsky, do prêmio Nobel (1980) da Paz Adolfo Pérez Esquivel e do ex-ministro das Finanças da Grécia Yánis Varoufákis.
Nesta semana, assinaram o documento o ator Wagner Moura, a atriz Marieta Severo, os diretores de cinema Kleber Mendonça e Sergio Machado, o escritor Mario Prata, o teatrólogo Amir Haddad, a psicanalista e fundadora do Instituto Augusto Boal Cecília Boal aderiram nesta semana ao documento, que denuncia a perseguição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defende eleições livres e a democracia no Brasil.
“A trama de impedir a candidatura do Lula vale tudo: condenação no tribunal de Porto Alegre, instituição do semiparlamentarismo e até adiar as eleições. Nenhuma das ações elencadas está fora de cogitação. Compõem o arsenal de maldades de forças políticas que não prezam a democracia”, diz o texto.
Também apoiam o teólogo Leonardo Boff, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, a sambista Beth Carvalho, as atrizes Bete Mendes, Silvia Buarque e Soraya Ravenle, o cartunista Renato Aroeira, os cineastas Silvio Tendler e Walter Lima Júnior, o artista plástico Ernesto Neto. Da cena política brasileira aderiram nomes como Manoela D´Ávila, deputada estadual do PCdoB-RS e pré-candidata do partido à presidência; Guilherme Boulos, coordenador do MTST, da Frente Povo Sem Medo e também presidenciável, pelo Psol; Vagner Freitas, presidente da CUT; João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical; Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical; Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular; e Nalu Faria, da Marcha Mundial das Mulheres.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) marcou para o dia 24 de janeiro o julgamento do Lula na Operação Lava Jato no caso do triplex do Guarujá. Os signatários do manifesto denunciam que a tentativa de marcar em tempo recorde a data do julgamento em segunda instância do processo de Lula nada tem de legalidade. “Trata-se de um puro ato de perseguição da liderança política mais popular do país.” Para ler (também com versões em inglês, francês, espanhol e árabe) e assinar o manifesto, acesse aqui o link.

Pelo mundo

O manifesto ganha adesões de intelectuais e líderes mundiais preocupados com o quadro político no país e a perseguição ao ex-presidente Lula, como a australiana Sharan Biurrow, presidenta da Confederação Internacional de Sindicatos de Trabalhadores (Ituc) – que representa 170 milhões de pessoas em 155 países –, o ex-diretor executivo Abdrew Whitle, da The Elders (do inglês Os Anciãos, organização fundada em 2007 por Nelson Mandela), que reúne líderes globais e ex-chefes de Estado e o professor emérito da Universidade Jawaharlal Nehru de Nova Déli, o indiano Deepak Nayyar,
Da Europa, aderiram Heidemarie Wieczorek-Zeul, ex-ministra da Cooperação para o Desenvolvimento da Alemanha; Stefan Rinke, professor do Instituto de Estudos da América Latina da Universidade de Berlim; Inês Oliveira, cineasta (Portugal); Maria Luís Rocha Pinto, professora-associada da Universidade de Aveiro (Portugal); Filipe do Carmo, pesquisador, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Portugal); Pedro de Souza, pesquisador e editor (Portugal).
Na França, o manifesto circula nos principais centros de conhecimento, com a adesão de Luc Boltanski, sociólogo, diretor de honorário da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS); Francine Muel-Dreyfus, socióloga, diretora honorária da EHESS; Gisèle Sapiro, socióloga, diretora de estudos da EHESS; Héctor Guillén Romo, professor de economia da Universidade Paris; Jean-Yves Mollier, professor emérito do Centro de História Cultural das Sociedades Contemporâneas da Universidade de Versalhes; Michel Pialoux, sociólogo, professor aposentado e membro do Centro Europeu de Sociologia e Ciência Política (CESSP) na Universidade de Paris; Monique de Saint Martin, socióloga, diretora honorária da EHESS; Paul Pasquali, sociólogo, pesquisador do Centro Nacional da Pesquisa Científicado (CNRS, um espécie de CNPq da França); Rose-Marie Lagrave, socióloga, diretora honorária da EHESS; Pierre Salama, professor emérito da Universidade de Paris; Roger Chartier, diretor de estudos da EHESS e professor do secular tradicional centro universitário Colégio de França.
Na América Latina, estão entre os novos signatários Monika Meirelles, do Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade Nacional do Méxio; Juan Arturo Guillén Romo, professor e pesquisador da Universidade Autônoma Metropolitana (UAM, México); Pablo Edgardo Martínez Sameck, professor titular de sociologia da Universidade de Buenos Aires.
No Uruguai, aderiu ao manifesto um grupo de artistas reconhecidos da cultura uruguaia, formado pelos atores do Teatro El Galpón Jorge Bolani, Julio Calcagno, Myriam Gleijer, Héctor Guido, Solange Tenreiro, Silvia García, Pierino Zorzini, Dante Alfonzo, Elizabeth Vignoli e Anael Bazterrica, os produtores Laura Pouso e Gustavo Zidan, o escritor Atilio Perez da Cunha, os diretores de teatro Jorge Denevi e Dervy Vilas e os músicos Eduardo Larbanois e Mario Carrero.
Dos Estados Unidos, assinam Robert DuPlessis, professor emérito de História da Faculdade de Swarthmore (Filadélfia); Ronald H. Chilcote, professor de economia política da Universidade da Califórnia; Santiago Barassi, sociólogo da Universidade de Buenos Aires; Sean Mitchell, fundador e presidente da Sociedade Wojtyla; Michael D. Kennedy, professor de Sociologia e Relações Internacionais da Universidade Universidade Brown (Rhode Island); e Cyrus Bina, do periódico acadêmico Estudos Críticos de Mercado e Sociedade.
Com informações do Projeto Brasil Nação

Carta Maior: Sigamos juntos em 2018

Sigamos juntos em 2018

Os desafios são imensos. Em tempos de quebra da neutralidade da rede, urge criarmos uma sólida e combativa rede de comunicação para nos manter unidos

 
22/12/2017 15:10
Reprodução
 
Carta Maior está pronta para enfrentar 2018, com novo formato e nova proposta editorial, disponibilizando análises imperdíveis, produzidas por intelectuais, lideranças sociais e pensadores de esquerda e progressistas do Brasil e do mundo.

Estamos convencidos que nesta batalha pela disputa da opinião pública, contra o fascismo e o desmonte do Brasil, urge dotarmos nossos leitores de argumentos sólidos, estudos e análises contundentes. 

Reafirmando nossa vocação analítica, sem perder de vista a conjuntura e os desafios de 2018, um ano decisivo para o Brasil, Carta Maior priorizará uma pauta que estimule o debate sobre o futuro, em especial, sobre os rumos da esquerda e do socialismo. 

Cientes de que a destruição promovida pelo neoliberalismo ultrapassa as fronteiras nacionais, daremos ênfase na tradução de artigos e reportagens internacionais, geralmente, de difícil acesso para o leitor brasileiro. 

Nesta semana, você poderá encontrar vários artigos, como os de Jean-Michel Quatrepoint, do Le Monde Diplomatique, que inaugurou a nova Editoria de Soberania, à qual daremos muita relevância, tendo em vista o ataque que nosso país está sofrendo. Além disso, teremos nesta semana novas Cartas do Mundo, na nova Editoria de Oi, Oi, Brasil, com a publicação das Cartas de Buenos Aires, Caracas, Bogotá e Laz, para darmos o destaque que os temas da América Latina exigem da Carta Maior.
Na Editoria de Direitos Humanos, apresentamos um texto imperdível, que revela a importância da luta das mulheres contra o opressão czarista, na Rússia de 1917, mas também publicamos os dilemas do Brasil, Argentina e Chile, diante da atual conjuntura da política e da economia.

Isso tudo e muito mais você poderá encontrar na Carta Maior nesta semana, clicando aqui

Importante ressaltar que, nessa nova configuração do site, nós demos destaque ao Twittão Maior, que no dia 21 de novembro de 2017 contava com  148.000 seguidores e promovia TRÊS MILHÒES e CEM MIL     de impressões mensais. Nesta data, 2 de janeiro de 2018, quando nos dirigimos a vocês todos, o nosso Twittão Maior já ultrapassou os 152.000 seguidores e está promovendo mais de 3.600.000 mil impressões em trinta dias, ou seja, em menos de sessenta dias aumentamos em mais de 3.000 mil o número de novos seguidores, demonstrando que a nova página foi muito bem recebida pelos leitores.

Neste canal, estamos reproduzindo, diariamente, conteúdos produzidos pela Mídia Alternativa, bem como comentários dos seguidores, reforçando a luta de todos nós contra a manipulação diuturna da mídia golpista.

Estamos lançando, também, uma campanha de cadastramento no site para que possamos criar um ambiente independente das restrições neoliberais do Facebook, do Google e do próprio Twitter. Cada vez mais, a disseminação de notícias nas redes sociais depende da compra de espaço, promovendo grande desvantagem na divulgação de conteúdos para a Mídia Alternativa, além de transformar a notícia e as análises, em mercadoria. Faça parte do nosso cadastro que conta, hoje, com mais de 100 mil inscritos (cadastre-se aqui). 

Vamos criar uma rede independente de comunicação, que não esteja subordinada aos interesses financeiros dos donos da nova mídia. Por isso é importante que você faça um esforço junto a seus parentes, amigos, companheiros, colegas de escola, de universidade, de trabalho, das ruas,  pedindo que se cadastrem na Carta Maior, como um ato político de resistência a esse verdadeiro arrastão que vem sendo patrocinado pelos “Zuckerbergs” da vida.

Nós também reforçaremos a nossa campanha de doação. É a única forma de garantirmos a sobrevivência da Carta Maior nos próximos anos, visando sua autossustentabilidade e a manutenção da sua independência editorial. Isso só será possível por meio do engajamento e da parceira com os nossos leitores (torne-se parceiro clicando aqui).

Agradecemos a paciência de todos e contamos com sua ajuda para disseminar esse rico conteúdo em suas redes de contato. A resistência contra as forças neoliberais e fascistas depende da ação conjunta entre todos nós. Eles têm o mercado, nós temos uns aos outros.

Sigamos juntos.

Joaquim Ernesto Palhares
Diretor da Carta Maior
Créditos da foto: Reprodução
Carta Maior é o Portal da Esquerda brasileira e referência de informação de qualidade na internet. O que veicula é fruto de uma consciência e visão coletiva de mundo assumida, o que faculta ao leitor formar sua própria opinião.
REDE

AEPET critica pagamento de quase R$ 10 bilhões da Petrobrás a acionistas norte-americanos

AEPET critica pagamento de quase R$ 10 bilhões da Petrobrás a acionistas norte-americanos

Associação dos Engenheiros da Petrobrás define a decisão da direção da empresa como mais uma etapa da transferência da renda petroleira brasileira que é fruto de um ato continuado de corrupção e de crime de lesa pátria

 
04/01/2018 20:21
“Tristeza e indignação.” Assim, a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) recebeu a informação do anúncio do acordo em que a atual direção da Petrobrás se comprometeu a pagar cerca de R$ 10 bilhões a acionistas norte-americanos para encerrar ação movida na corte federal de Nova Iorque. A entidade define a decisão da direção da empresa de indenizar antecipadamente os acionistas americanos como “mais uma etapa da transferência da renda petroleira brasileira que é fruto de um ato continuado de corrupção e de crime de lesa pátria”.

NOTA SOBRE ACORDO DE PAGAMENTO DE US$ 2,95 BILHÕES AOS ACIONISTAS DOS EUA

AEPET*, janeiro de 2018

Nossa Associação recebeu com tristeza e indignação a informação de
que a atual direção da Petrobrás acordou pagamento de quase dez bilhões
de reais aos acionistas norte-americanos, para encerrar ação movida na
corte de Nova Iorque.

Segundo nota à imprensa, a Petrobrás informa:

“A Petrobras assinou um acordo para encerrar a class action em
curso na corte federal de Nova York, nos Estados Unidos.

.... Este acordo elimina o risco de um julgamento desfavorável....
Além disso, põe fim a incertezas, ônus e custos associados à
continuidade dessa ação coletiva.

No acordo proposto para o encerramento da ação, a Petrobras
pagará US$ 2,95 bilhões...
O acordo não constitui reconhecimento de culpa ou de prática de
atos irregulares pela Petrobras. No acordo, a companhia
expressamente nega responsabilidade. Isso reflete a sua condição
de vítima dos atos revelados pela Operação Lava-Jato, conforme
reconhecido por autoridades brasileiras, inclusive o Supremo
Tribunal Federal...
O acordo atende aos melhores interesses da companhia e de seus
acionistas tendo em vista o risco de um julgamento influenciado por
um júri popular, as peculiaridades da legislação processual e de
mercado de capitais norte-americana, bem como, o estágio
processual e as características desse tipo de ação nos Estados 
Unidos, onde apenas 0,3% das class action chegam a fase de
julgamento…” (Petrobras, Petrobras assina acordo para encerrar
class action nos EUA (nota à imprensa), 2018)
Causa-nos repulsa constatar que apesar da Petrobrás ser a vítima da
corrupção, condição reconhecida pela companhia e pelas instituições
competentes brasileiras, o Mistério Público e a Justiça, a atual direção
decida indenizar, bilionária e antecipadamente, os acionistas norteamericanos.

Nossa Associação denunciou os prejuízos potenciais da perda da
soberania brasileira ao alienar parcela relevante das ações da Petrobras na
bolsa de valores dos EUA.

Agora vemos um dos mesmos responsáveis pela venda das ações e
submissão as normas, legislação, cultura e interesses estrangeiros afirmar
que “O acordo atende aos melhores interesses da companhia e de seus
acionistas tendo em vista o risco de um julgamento influenciado por um júri
popular, as peculiaridades da legislação processual e de mercado de
capitais norte-americana, bem como, o estágio processual e as
características desse tipo de ação nos Estados Unidos...”.

Então a companhia é vítima, se reconhece como tal, assim como o
fazem todos os poderes constituídos do Brasil, mas decide antecipar
indenização multibilionária aos acionistas norte-americanos por causa do
risco de se submeter a júri popular, peculiaridades e legislação ianque? O
que é isso senão o pagamento histórico pela perda de soberania que é
resultado, entre outros fatores, da venda das ações em Nova Iorque?

É ultrajante perceber que o Senhor Pedro Parente, atual presidente
da Petrobrás, participou desses dois momentos históricos que revelam a
submissão do nosso país aos interesses dos Estados Unidos da América.

O pagamento desses dez bilhões de reais é mais uma etapa da
transferência da renda petroleira brasileira que é fruto de um ato
continuado de corrupção e de crime de lesa pátria.

Neste ato continuado existem vários responsáveis e sobre cada um
precisa recair o peso relativo que lhe cabe.

Sequência cronológica do crime continuado:

Primeiro, os responsáveis no governo FHC pela venda das ações em
Nova Iorque, com a perda significativa de soberania sobre o maior
patrimônio dos brasileiros, a Petrobrás e o petróleo brasileiro.

Segundo, os responsáveis nos governos Lula e Dilma por não terem
recomprado as ações em Nova Iorque, recuperando a soberania plena
sobre a Petrobrás.

Terceiro, os corruptores e os corruptos que lesaram a Petrobrás nos
desvios revelados pela Operação Lava Jato. Os empresários que se
organizaram em cartel para obtenção de contratos superfaturados, os
políticos traficantes de interesses e os executivos de aluguel na estatal.

Quarto, os procuradores, juízes e agentes públicos que a pretexto do
combate à corrupção se aliaram aos investigadores norte-americanos, ora
recebendo, ora entregando informações sensíveis à proteção dos
interesses nacionais, das nossas empresas, dos nossos empregos e das
nossas riquezas.

Trata-se de um ato continuado de transferência da renda petroleira
e de crime de lesa pátria com muitos participes e diferentes níveis de
consciência e responsabilidade do que perpetram contra nosso país.

O pagamento desses bilhões precisa ser questionado, mas as veias
abertas da nossa renda petroleira não vão parar de sangrar enquanto a
maioria dos brasileiros de bem não tomem consciência, se unam e se
organizem para a construção de um país digno para que nossos filhos e
netos vivam em paz.

* Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)
http://www.aepet.org.br/

O fim do (petro)dólar: o que a Reserva Federal não quer que se saiba

O fim do (petro)dólar: o que a Reserva Federal não quer que se saiba

China, Rússia e Índia começaram, há anos, a acumular reservas de ouro. Constataram que ativos sólidos irão constituir a medida da verdadeira riqueza - não imprimir dinheiro.

 
02/01/2018 17:57
 
[Shaun Bradley] Publicamos como documento este artigo vindo dos EUA. Para além do seu conteúdo concreto, é importante pelo que revela do sentimento de crise interna na maior potência imperialista e de como vozes do seu interior apontam a perspectiva de um brutal colapso econômico.
A capacidade de os EUA manterem a sua influência sobre o resto do mundo vem diminuindo lentamente. Desde que o petrodólar foi estabelecido em 1971, a moeda dos EUA tem monopolizado o comércio internacional por meio de acordos com a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e de constantes intervenções militares. Existe, contudo, crescente oposição ao padrão americano, e esta ganhou recentemente maior apoio quando vários estados do Golfo Pérsico decidiram bloquear o Qatar, que acusaram de financiar o terrorismo.

Para além da narrativa dominante, existem diversas outras razões pelas quais o Qatar se encontra em apuros. No decurso dos dois últimos anos, realizou transações no valor de 86 milhões de dólares em yuan chineses e assinou outros acordos com a China que abrem caminho a ulterior cooperação econômica. O Qatar também partilha com o Irã a maior reserva de gás natural do mundo, que confere aos dois países uma significativa influência regional para a expansão dos seus acordos comerciais.

Entretanto, a dívida incontrolável e a divisão política interna nos EUA constituem claros sinais de vulnerabilidade. Os chineses e os russos, agindo proativamente, montaram sistemas financeiros alternativos para países que procurem distanciar-se da Reserva Federal. Depois de o FMI ter, em outubro do ano passado, aceitado o yuan no seu cesto de moedas de reserva, investidores e economistas começaram finalmente a prestar atenção. O poder econômico detido pela Reserva Federal tem constituído um fator chave no financiamento do império americano, mas estão a verificar-se rápidas mudanças geopolíticas. A reputação dos Estados Unidos vem sendo manchada por décadas de guerras não declaradas, espionagem interna em massa, e política externa catastrófica.

Um dos melhores ativos remanescentes dos EUA é a sua força militar, mas esta é inútil sem uma economia forte que a suporte. Coligações rivais como os países BRIC não estão a pôr em causa frontalmente a ordem estabelecida, estão antes a optar por debilitar o seu suporte financeiro. Qatar é apenas o mais recente país a tomar medidas para contornar o dólar EUA. Em 2016, a Rússia foi notícia de primeira página ao passar a aceitar pagamentos em yuan e tornar-se o maior fornecedor de petróleo à China, subtraindo no processo uma larga parcela de mercado à Arábia Saudita. O Irã, em resposta ao bloqueio de Trump à entrada de muçulmanos nos EUA, também abandonou o dólar no início deste ano. Como a maré contra o petrodólar prossegue, até os aliados dos EUA irão eventualmente começar a interrogar-se sobre o que é que corresponderá melhor aos seus interesses.

Muitos países membros da UE estão em conflito com a direção não eleita em Bruxelas acerca de questões como imigração, terrorismo, políticas de austeridade. Se não forem encontradas soluções e as coisas vierem a deteriorar-se, outros países poderiam potencialmente seguir o caminho da Grã-Bretanha e abandonar a UE. Começa a tornar-se evidente que países na Europa Oriental procurarão a Leste os recursos de que as suas economias necessitam.

China, Rússia e Índia estão adiantados no percurso e começaram, há anos, a acumular reservas de ouro. Constataram que ativos sólidos irão constituir a medida da verdadeira riqueza – não imprimir dinheiro. A hiperinflação histórica que tem ocorrido nesses países consolidou a importância dos metais preciosos nos seus sistemas monetários. Infelizmente, a maioria dos norte-americanos é ignorante acerca do passado e, muito provavelmente, irá aceitar mais resgates governamentais e mais impressão de moeda quando se deparar com a próxima recessão. Até mesmo funcionários da Reserva Federal já admitiram que mais alívio quantitativo será provavelmente a única via para seguir em frente.

Numerosos destacados investidores têm advertido acerca da transferência em curso do poder econômico de Oeste para Leste, mas os burocratas e os banqueiros centrais recusam a admitir a gravidade que as coisas poderão assumir. O impacto sobre as pessoas comuns poderia ser devastador se não fossem adequadamente educadas e preparadas para o colapso.

O economista e autor James Rickards resumiu a razão por que China e Rússia estão tão interessados na aquisição de metais preciosos:

«Não sabem que fazer aos seus dólares. Temem, com razão, que os EUA inflacionem a sua saída da montanha de 19 milhões de dólares de dívida que têm. A solução da China é comprar ouro. Se emergir a inflação do dólar, os títulos de Tesouro que a China detém irão desvalorizar, mas o preço em dólares do seu ouro crescerá fortemente. Uma ampla reserva de ouro é uma diversificação prudente. Os motivos da Rússia são geopolíticos. O ouro é a arma por excelência do século XXI nas guerras financeiras. Os EUA controlam os sistemas de pagamentos em dólares e, com a ajuda de aliados europeus, podem excluir adversários do sistema de pagamentos internacional chamado Swift. O ouro é imune a semelhantes ataques. O ouro fisicamente na tua posse não pode ser objeto de pirataria informática, apagado, ou congelado. Movimentar ouro é uma forma simples de a Rússia regularizar compromissos sem interferência dos EUA.»

Os comentaristas da opinião dominante continuarão a desviar a atenção das pessoas com os temas otimistas do costume, mas é importante aproveitar a calma atual antes de a tempestade se desencadear. À medida que esta transição se for concretizando, os banqueiros centrais sacrificarão tudo e todos para preservar o seu esquema de Ponzi. Apenas os indivíduos podem tomar a iniciativa de se proteger e de estar em condições de ajudar outros que possam não ter tanta sorte. Aqueles que adotarem uma moeda sã e as cripto-moedas irão singrar nesta nova economia global competitiva. Mas se os EUA falham essa adaptação, a mesma economia de imprimir dinheiro que lhe deu poder irá afundá-la na pobreza.
Fonte: Carta Maior

Roubaram o pré-sal e foram indenizados

PT pede à PGR que investigue pagamento da Petrobras aos EUA

POLÍTICA

PT pede à PGR que investigue pagamento da Petrobras aos EUA

Representação do deputado federal Paulo Pimenta quer impedir pagamento de US$ 2,95 bilhões de dólares a investidores

Jornal GGN
,
Petrobras alega que desembolso é necessário para eliminar riscos de decisões desfavoráveis que impactariam na empresa / Tânia Rego/ Agência Brasil
O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta, entrou no último dia 3, com uma representação na Procuradoria-Geral da República pedindo investigação do acordo de US$ 2,95 bilhões feito pela Petrobras com a Justiça nos Estados Unidos. Ele pede que a procuradora-geral, Raquel Dodge, cobre explicações da direção da empresa e interfira para que este dinheiro não saia da Petrobras rumo aos EUA.
O fato é que a Petrobras anunciou ontem pela manhã que desembolsará cerca de R$ 10 bilhões para ressarcir investidores estrangeiros e encerrar uma ação judicial coletiva que tramita na corte de Nova York. Segundo a notícia, a decisão será analisada por um juiz norte-americano e prevê que, com este montante, os demais processos sejam encerrados. 
A Petrobras alega que este desembolso é necessário para eliminar riscos de decisões desfavoráveis que impactariam na empresa. Mas o valor em questão é muito superior ao que a Lava Jato devolveu à Petrobras, que margeia R$ 1,5 bilhão, como recursos desviados da companhia.
No pedido ao PGR, o líder do PT pede a instauração de um procedimento administrativo de investigação da legitimidade e conveniência do acordo feito pela Petrobras. Pimenta envia também nove perguntas para a Petrobras, a serem enviadas pela PGR em caso de aceite do pedido.
Ele argumenta que o acordo é muito benéfico aos investidores norte-americanos e impactará a Petrobras, reduzindo sua capacidade de investimento e potencializando a perspectiva de eventual prejuízo.
“Nessa perspectiva, é fundamental que o Estado brasileiro, a sociedade brasileira e os acionistas minoritários, no país, tenham todas as informações acerca da proposta de acordo entabulada, de modo que os interesses nacionais não sejam malferidos”, defende ele.
Pelo Twitter, Paulo Pimenta considerou "escandalosa" a decisão de Pedro Parente, presidente da Petrobras, e acusou a Lava Jato de patrocinar "o maior assalto da história da humanidade" com suas ações e investigações.
O interessante é que a Petrobras, através de sua direção, se propõe a pagar este valor absurdo ao mesmo tempo que nega culpa e responsabilidade por irregularidades descobertas pela Lava Jato. Paga se considerando "vítima dos atos revelados pela Operação Lava-Jato".
Veja a íntegra da representação do PT:
“EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA PROCURADORA-GERAL DA REPÚBLICA.
MD RAQUEL DODGE
PAULO ROBERTO SEVERO PIMENTA, brasileiro, casado, jornalista, portador da cédula de identidade de —– – SSP/RS, CPF —–, atualmente no exercício do mandato de Deputado Federal pelo PT/RS e, ainda, Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara Federal, com endereço na Praça dos Três Poderes – Câmara dos Deputados, gabinete 552, anexo IV, e endereço eletrônico dep.paulopimenta@camara.leg.br, vem à presença de Vossa Excelência, com base nas disposições legais e constitucionais aplicáveis, propor a presente
REPRESENTAÇÃO
Para solicitar desse Ministério Público Federal que instaure procedimento administrativo de investigação, com vistas a auscultar, à luz da legislação nacional e dos interesses da sociedade brasileira, inclusive os acionistas minoritários, a legalidade, legitimidade e conveniência do anunciado acordo firmado pela PETROBRAS junto à Corte Federal de Nova York, nos Estados Unidos da América, consoante breves fatos abaixo relatados.
I – Dos fatos
Com efeito, a Petróleo Brasileiro S.A – PETROBRAS, comunicou na data de hoje às autoridades monetárias do País e divulgou ao público em geral, ter firmado uma proposta de acordo com investidores estadunidenses, em que pagará a quantia de US$ 2,95 bilhões de dólares, o equivalente a mais de 9,6 bilhões de reais, para encerrar as demandas judiciais (class action) atualmente em curso, que cobram supostos prejuízos na aquisição de ações da Petrobrás através de títulos emitidos pela Bolsa de Nova York.
Informa a estatal que o acordo não constitui reconhecimento de culpa ou de prática de atos irregulares pela empresa, mas que atende melhor aos interesses da companhia e de seus acionistas tendo em vista o risco de um julgamento influenciado por um júri popular e as consequências financeiras que uma condenação nos Estados Unidos poderá acarretar para a empresa.
Não há maiores informações sobre o estágio em que as ações judiciais se encontram e sobre as eventuais perspectivas de julgamento favorável à Petrobras ou, se derrotada, de condenações menos onerosas à empresa.
O fato é que a proposta de acordo extremamente benéfica aos investidores estadunidenses, da ordem de quase 10 bilhões de reais, impactará sensivelmente a empresa ao longo deste e dos demais exercícios financeiros, reduzindo a capacidade de investimento da estatal e potencializando a perspectiva de eventual prejuízo vindouro.
Nessa perspectiva, é fundamental que o Estado brasileiro, a sociedade brasileira e os acionistas minoritários, no País, tenham todas as informações acerca da proposta de acordo entabulada, de modo que os interesses nacionais não sejam malferidos.
Assim é preciso solicitar da Companhia as seguintes informações:
a) Quais são e quantas são as ações coletivas propostas por investidores estadunidenses contra a Petrobrás nas Cortes Americanas e quais os valores cobrados ou dimensionados para as lides?
b) Em que estágio jurídico processual se encontram tais ações?
c) Foram realizadas avaliações jurídicas acerca da possibilidade de êxito da empresa nas referidas lides? Ou, na eventualidade de insucesso, análises de eventuais valores de condenação, considerando a natureza e a relevância da causa, bem como a práxis processual norte americana?
d) A proposta de acordo foi discutida e aprovada no Conselho de Administração?
e) Quais os parâmetros técnicos e objetivos que fundamentaram a proposta financeira final do acordo?
f) Os valores da proposta de acordo são compatíveis com os montantes de recursos investidos na empresa pelos investidores norte-americanos?
g) A proposta de acordo encerra todas as ações existentes na Justiça norte-americana?
h) Existem ações semelhantes na Justiça Brasileira propostas por investidores nacionais?
i) Serão realizados acordos também nesses processos? Em que parâmetros?
Tratam-se de informações relevantes e fundamentais para que a sociedade brasileira possa avaliar não só a legitimidade, como a conveniência desse acordo, sempre na perspectiva de salvaguardar os interesses financeiros da empresa e o patrimônio nacional.
II – Do Pedido
​Face ao exposto requer-se:
a) A abertura de procedimento investigatório com vistas a apurar as circunstâncias do citado acordo, tendo presente as indagações acima formuladas.
Termos em que
Pede e espera deferimento
Brasília (DF), 3 de janeiro de 2018.
PAULO PIMENTA
Líder do Partido dos Trabalhadores – PT-RS”
Edição: GGN