segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Quem sequestrou a OAB?

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sam. 6 nov. à 10:57
oab seq

QUEM SEQUESTROU A OAB?

Aldemario Araujo Castro
Mestre em Direito
Procurador da Fazenda Nacional
Coordenador-Geral do
Observatório da Transparência e Combate à Corrupção no Distrito Federal
Candidato a Vice-Presidente da OAB/DF pela chapa
NOSSA ORDEM É DEMOCRÁTICA
Brasília, 5 de novembro de 2021

A quadra atual da vida das brasileiras e brasileiros é das mais tristes e delicadas. De um lado, cresce significativamente a pobreza. Cenas absurdas de disputas por restos de alimentos são veiculadas pelos grandes órgãos de imprensa.  De outro lado, o Chefe do Poder Executivo Federal afronta as bases do Estado Democrático de Direito e não perde a oportunidade de ameaçar o regular funcionamento de indispensáveis instituições estatais, como o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso Nacional.

Na seara da advocacia, as advogadas já superam os advogados entre os inscritos na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Entretanto, nenhuma mulher foi eleita para o cargo de presidente das seccionais estaduais e distrital da OAB no atual triênio de gestão. Os dados da precarização da situação socioeconômica da maioria das advogadas e advogados são alarmantes. Com efeito, 44% dos integrantes da advocacia contam com renda mensal inferior a R$ 2,5 mil e 67% são autônomas e autônomos, segundo pesquisa do DataFolha.

Nesse triste contexto, com os traços destacados e outros tantos não abordados, a OAB percorre uma trajetória de contínua perda de legitimidade. As mais importantes lutas democráticas e por direitos sociais praticamente não contam com presença ativa da OAB. Percebe-se um lamentável sentimento de abandono no seio da sociedade civil, saudosa de outros tempos de protagonismo da Ordem. No seio da advocacia não é diferente. A integração à OAB é encarada como uma mera obrigação, um verdadeiro estorvo. Não existe um sentimento de pertencimento a uma instituição forte e capaz de proteger seus membros e garantir seus direitos e prerrogativas.

A pista, mais do que segura, para responder a pergunta posta no título deste escrito é um olhar cuidadoso sobre as campanhas eleitorais nas seccionais da OAB. Aliás, a OAB tem uma forte tradição de combate aos abusos e desvios eleitorais. Foi o Conselho Federal da OAB o autor da ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que implicou no afastamento, por decisão do STF, do financiamento bilionário de campanhas eleitorais por empresas.

Ocorre que as campanhas eleitorais para ocupação dos órgãos diretivos da OAB, realizadas em todas as unidades da Federação nos meses de outubro e novembro de 2021, são marcadas, com honrosas exceções, por uma sucessão estarrecedora de eventos e festas onde ocorre farta distribuição gratuita de bebidas e comidas. Além desses itens, completam os gastos de milhões de reais, comitês espaçosos, amplas estruturas de propaganda e marketing, incluídas numerosas pesquisas. No Distrito Federal, uma das “grandes” chapas na disputa, entre dezenas de encontros, convidou advogadas e advogados para um “café da manhã com espumante e festa”. Um escárnio, repita-se, um escárnio, diante da realidade da maioria das brasileiras, brasileiros, advogadas e advogados.

Esse é o retrato de uma instituição que foi paulatinamente se distanciando de suas missões e se transformando preponderantemente num clube de grandes escritórios e grandes advogadas e advogados. São esses atores os responsáveis pelo sequestro da OAB. Um mecanismo de busca na internet revela onde atuam profissionalmente os advogados ocupantes dos postos mais relevantes nas chapas milionárias nas disputas de norte a sul do Brasil.

Esse sequestro tem os dias contados. Existem opções políticas e eleitorais para retomada da OAB para a imensa maioria das advogadas e advogados em praticamente todas as unidades da Federação. A crescente consciência da advocacia definirá um fim a esse estado de coisas. Afinal, “pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo” (frase atribuída a Abraham Lincoln).

A advocacia, advogadas e advogados conscientes de suas responsabilidades e de suas relevantes funções sociais, resgatará a OAB para o integral, efetivo e salutar cumprimento do art. 44 do seu Estatuto. Lá está escrito, com todas as letras:

“A Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade:

I – defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;

II – promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil”.


Revista Focus Brasil

 

FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO
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Tem cara e cheiro de campanha

 

Segunda-feira, 8 de novembro de 2021
Tem cara e cheiro de campanha

Sergio Moro bombando na mídia, Lula viajando o país, Arthur Lira articulando compra de votos abertamente e durante votação transmitida pela TV, Bolsonaro falando para apoiadores enquanto conversa com o presidente da Turquia, Ciro Gomes e sua estratégia nas redes sociais. Os sinais estão por toda parte e os fatos não negam: a campanha de 2022 já começou e está aceleradíssima

Essa premissa não vale apenas para a disputa presidencial. Há outras movimentações estratégicas que já estão em curso e que podem ser decisivas para o nosso futuro. A candidatura de Marcelo Freixo no Rio de Janeiro, estado que abriga o coração das milícias, e as negociações em São Paulo, que certamente vão ditar o caminho das alianças nacionais, são dois grandes exemplos disso. 

Para que lado vai o poderosíssimo bonde de Gilberto Kassab? Quem terá o apoio de Lula? Quais serão os palanques de Jair Bolsonaro? E a pergunta de ouro: os tribunais conseguirão se mexer contra a ofensiva digital que será ainda mais forte do que em 2018?

Intercept, você sabe, se interessa por todos esses assuntos, mas não só. Não fazemos uma cobertura do cotidiano das eleições. Não queremos repetir análises cheias de achismos ou aspas de autoridades. Não é isso que você encontra nas nossas reportagens. 

Nós gostamos de duas coisas: investigação e impacto. É por isso que nossa cobertura precisa começar cedo. E se as peças desse tabuleiro já estão se movendo, nós não queremos ficar parados. 

Tem muita, mas muita coisa do jogo que está sendo jogado nesse momento para ser investigada, documentada, fuçada. Não dá para aceitarmos que uma possível candidatura de Sergio Moro seja motivo de delírios e rosas como faz a grande imprensa. Como não dá para cairmos nessa conversa furada que reduz o fim do Bolsa Família e a PEC dos Precatórios ao debate "fura teto". Quem está ganhando com isso? O que Arthur Lira vê lá na frente? 

Aliás, me conta, quantas matérias investigativas você já viu na imprensa sobre o atual presidente da Câmara dos Deputados?

É de olho nesses assuntos, mas do nosso jeito, que o Intercept tem planejado suas novas pautas. Escrevo este e-mail porque precisamos de ajuda para tocar algumas delas. O orçamento do ano está no limite e para fazer coisas novas precisamos dar um gás na nossa vaquinha mensal

Queremos expor as negociatas, os interesses e os acordos sujos que estão por trás de toda essa movimentação que acontece hoje com foco em 2022. Temos os caminhos para isso e algumas ideias para, digamos, sacudir a República, daquele jeito que só o Intercept sabe fazer. 

Não posso adiantar nada nesta mensagem, você sabe. Mas peço, por favor, o seguinte: se você confia no nosso trabalho, clica aqui para ajudar

Nossa meta é conseguir 250 novos doadores até a próxima semana. 

Você pode apoiar com qualquer valor e com isso garantir a publicação de novas reportagens. Vamos expor aquelas negociações e conversas que os poderosos gostam de manter bem escondidas?

QUERO SACUDIR A REPÚBLICA →  

Abraço,

Paula Bianchi
Editora
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