segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

REINALDO: ATÉ MORO SE QUESTIONA SE NÃO FOI LONGE DEMAIS

Em Londres, solidariedade a Lula e documentário sobre golpe marcam conferência

Em Londres, solidariedade a Lula e documentário sobre golpe marcam conferência

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No sábado (1º) aconteceu em Londres a Conferência Latino-Americana “Adelante”, tradicional evento anual que ocorre desde 2014 e reúne intelectuais, jornalistas, escritores, parlamentares e ativistas para discutir a situação política da América Latina. Além dos intensos debates, a solidariedade ao ex-presidente Lula permeou todo o evento.
Entre dezenas de painéis, seminários e plenárias, os recentes fatos da política brasileira foram objeto de discussão em pelo menos oito atividades. O documentário “O processo”, que registra o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff pelo olhar da diretora Maria Augusta Ramos, foi exibido na Conferência e terá uma sessão especial no Parlamento Britânico nesta terça-feira (4).
Durante a Conferência, o Comitê Lula Livre no Reino Unido manteve um espaço para coletar cartões de Natal para o líder petista, que segue na condição de preso político em Curitiba. O comitê remeteu para o Brasil 46 postais nesta segunda-feira (3).
Também por iniciativa do Comitê Lula Livre, uma carta de agradecimento aos médicos cubanos que atuaram no Brasil foi entregue à embaixadora de Cuba no Reino Unido, que se emocionou a ler o texto aos presentes.
Entre os expositores convidados desta edição da Conferência, estiveram o escritor Tariq Ali, o ex-prefeito de Londres, Ken Livingstone, e John Watts, do Lawfare Institute.

O QUE PODEMOS ESPERAR E COMO NOS PREPARAR PARA O BRASIL DE 2019?

O QUE PODEMOS ESPERAR E COMO NOS PREPARAR PARA O BRASIL DE 2019?

Durante três dias, um grupo de 30 brasileiros discutiu neste final de semana, durante encontro de grupos de oração, os possíveis rumos do país no próximo ano e de que forma podemos nos preparar para o ano que virá.
Entre orações, meditações, silêncios e leituras de textos, repetimos o ritual de sempre nos retiros, como acontece faz 40 anos, a serem completados em 2019.
A partir da iniciativa pioneira de psicanalistas do Rio reunidos em torno de Hélio Pellegrino, em 1979, que queriam aprofundar sua espiritualidade, sob a orientação do dominicano Frei Betto, grupos de orantes foram surgindo também em São Paulo e Belo Horizonte, a partir dos anos 80.
Em São Paulo, participei da formação do primeiro grupo de oração, formado por jornalistas que fizemos uma entrevista com Frei Betto para o “Pasquim”, de saudosa memória.
Para celebrar o aniversário desta grande confraria espiritual, marcamos um retirão para junho, no feriadão de Corpus Christi, em São Lourenço(MG), e estamos agora convidando dezenas de companheiros que passaram pelos grupos durante este período.
O clima generalizado de insegurança, medo de um retrocesso institucional e de perseguições políticas, já anunciadas em diferentes manifestações da nova ordem, pode ser resumido na dúvida lançada por uma professora ligada a movimentos sociais de educação popular:
“Mas será que vai ser possível fazer o retirão no ano que vem?”
Alguns até acharam graça no temor da colega, mas havia boas razões ali para pensarmos juntos em caminhos possíveis para enfrentar os novos desafios que certamente virão.
Nós estávamos preocupados com o que poderia acontecer a Frei Betto, a alma e o coração desses grupos, que foi nominalmente citado como um dos “vermelhos” a ser abatido pelo ministro nomeado por Bolsonaro para a Educação, o colombiano Vélez Rodrigues, indicado por Olavo de Carvalho.
Betto tratou de tranquilizar todo mundo e deixar bem claro: “Aconteça o que acontecer, eu não vou sair do Brasil. Já passei quatro anos preso durante a ditadura, sei o que é isso, mas prefiro ficar preso aqui do que ir embora”.
Quer dizer, se depender dele, vai ter retirão o ano que vem, de qualquer jeito.
Como a maioria dos integrantes dos grupos é formada por profissionais liberais, genericamente classificados de esquerda, jornalistas, advogados e professores, ouviram-se vários testemunhos dando conta de que o cerco já começou, embora falte ainda um mês para a posse do novo governo.
Para se contrapor a essa ofensiva, cada um na sua área também relatou a formação de núcleos de defesa da liberdade de cátedra e de expressão, iniciativas que vão se multiplicando pelo país, sem que haja uma coordenação ou programa comum.
“É preciso fazer alguma coisa antes que seja tarde”, ouvi de vários companheiros nos intervalos de lazer e durante as refeições.
Fazer o quê exatamente, aonde, como, com quem?
Com o gradativo esvaziamento de tradicionais movimentos sociais ligados às igrejas, universidades e sindicatos, dos quais muitos de nós participamos, desde a redemocratização do país, pela qual todos lutamos, parece que os velhos militantes de outrora andam ainda meio perdidos, diante do cenário de ameaças às liberdades democráticas que se avizinha.
Na verdade, nenhum de nós poderia sequer imaginar a repetição de um drama que vivemos, especialmente nos anos 60 e 70 do século passado, no auge da ditadura militar, quando ainda não havia grupos de oração.
Até os grupos de jovens que se formaram nos anos seguintes já têm hoje orantes de cabelos brancos e, os mais veteranos, apenas esperavam viver em paz o tempo de vida que lhes resta.
Uns se preocupam com os filhos ainda pequenos; outros, com o futuro dos netos.
Agora, é preciso reunir forças para começar tudo de novo e não perder os nossos direitos de cidadania, tão duramente reconquistados, nem faz tanto tempo.
Saber que não estamos sozinhos, cada um no seu quadrado, e que as seguidas demonstrações de intolerância ameaçam a todos igualmente, é o primeiro passo para sairmos do imobilismo e nos organizarmos em defesa dos mais vulneráveis.
Com a falência dos partidos e das lideranças da chamada sociedade civil, que entraram em prolongada hibernação faz tempo, o quadro que se desenha à nossa frente é ainda mais preocupante do que no tempo em que nos juntamos todos em defesa das eleições diretas para presidente da República, em 1984.
Quem sabe surjam agora os novos líderes para substituir a geração 68 surgida nas lutas pela redemocratização do país.
Vivemos um final de ciclo, em todas as áreas, e é nestes momentos que se revelam também novos caminhos e lideranças capazes de nos unir novamente em torno do bem comum.
As forças nem tão ocultas, daqui e de fora, que se opõem à democracia e defendem medidas de exceção, são as mesmas que se uniram e venceram em 1964, e nos afundaram na longa noite do arbítrio.
Para quem não quer ver esse filme de novo, só tem um jeito, além de rezar bastante: em primeiro lugar, vencer o medo e, aos poucos, ir criando novas formas de organização no mundo digital dos algoritmos, para podermos lutar com as mesmas armas que decidiram as eleições de outubro.
A dificuldade é maior para dinossauros analógicos como eu, mas, enquanto puder continuar escrevendo aqui, vou cumprindo meu papel de denunciar o que está acontecendo e alertar para o que ainda pode vir pela frente.
Faltam apenas quatro semanas para o dia 1º de janeiro de 2019.
Vida que segue.

QUANDO SERÁ A MUDANÇA DA COR DO SANGUE, DE VERMELHO PARA VERDE?

Moro fará ONU punir Brasil por perseguir Lula


Moro fará ONU punir Brasil por perseguir Lula

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O Blog da Cidadania teve acesso a informação que circula no Comitê de Direitos Humanos da ONU em Genebra, na Suíça, que dá conta de que Sergio Moro selou o destino do Brasil ao aceitar ser ministro de Bolsonaro. Foi a gota d’água, diz membro do Comitê incumbido de analisar denúncias que ali chegam. Para a ONU, está provada a denúncia de Lula.
A primeira denúncia que a defesa do ex-presidente Lula fez à Organização das Nações Unidas foi em julho de 2016. Foi feita denúncia contra o juiz Sergio Moro, acusando-o de violar direitos do ex-presidente.
A petição questionava a “privação de liberdade” representada pela ordem de condução coercitiva na 24ª fase da Lava Jato, em março. Também reclamava do “vazamento de materiais confidenciais” com a divulgação de conversas telefônicas do ex-presidente e de provas apreendidas, também em março.
Para a defesa do ex-presidente, Moro também antecipou juízo de valor ao imputar crimes ao petista em documento ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Os advogados argumentaram que o Brasil assinou um protocolo de adesão a um pacto internacional de proteção aos direitos humanos em 2009, que estava sendo desrespeitado com as atitudes do juiz.
A defesa de Lula, então, contratou um escritório britânico especializado em direitos humanos. O advogado Geoffrey Robertson questionou a imparcialidade de Moro e desde então, a defesa do ex-presidente vem argumentando que Moro condenou Lula porque tinha um projeto político em mente.
Devido a todos os abusos que o ex-presidente sofreu, incluindo a celeridade de seu processo, que, em 6 meses, o julgou em primeira e segunda instâncias, quando processos de políticos de direita, como os do PSDB, demoram anos para percorrer tal caminho.
Em agosto deste ano o Comitê de Direitos Humanos da ONU concedeu liminar a Lula para que a Justiça Eleitoral brasileira permitisse que ele fosse candidato e desse entrevistas à imprensa.
Em setembro, porém, o Tribunal Superior Eleitoral ignorou o Tratado assinado pelo Brasil e negou a Lula o Direito que a Constituição faculta a todos os brasileiros de serem considerados inocentes até que não exista mais possibilidade de recursos judiciais.
À época, vários especialistas avisaram de que a decisão da Justiça Eleitoral brasileira iria causar problemas ao país.
Declarar a inelegibilidade de Lula após ordem da ONU em contrário é violar o Pacto de Direitos Civis e Políticos, do qual o Brasil é signatário. Esse é o argumento dos professores de Direito Marcelo Ramos Peregrino Ferreira e Orides Mezzaroba.
Agora, o Blog da Cidadania obteve a informação de que a adesão de Moro ao governo Bolsonaro logo após ter tomado medidas como juiz, durante a campanha eleitoral, para prejudicar o candidato de Lula, Fernando Haddad, usando o nome do ex-presidente ao liberar a delação de Antonio Palocci, comprova que a denúncia feita por Lula em 2016 era verdadeira.
O Brasil será punido pela ONU até o fim do primeiro semestre d e 2019. A punição consistirá em condenação do Estado Brasileiro (Judiciário) por perseguir politicamente um ex-presidente da República e o então líder da oposição de forma a influir no processo eleitoral de 2018.
O Brasil já sofreu outras condenações por violação de direitos humanos, mas nenhuma desse calibre. A decisão da ONU provocará uma gigantesca pressão internacional contra o Brasil e a possível exclusão do país de tratados internacionais que tenham a democracia e o Estado de Direito como requisitos obrigatórios para os países.
Confira a reportagem em vídeo