domingo, 21 de janeiro de 2018

Requião: promotores da Lava Jato “são analfabetos políticos”

ENTREVISTA

Requião: promotores da Lava Jato “são analfabetos políticos”

Às vésperas do julgamento de Lula, senador paranaense critica ativismo judiciário, Temer e defende soberania nacional

Curitiba (PR)
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Presidente do MDB do Paraná e pré-candidato ao governo do estado, Requião ainda falou do racha no partido e do processo eleitoral deste ano / Leandro Taques
“Não quero julgar o pessoal da Lava Jato com o mesmo critério que eles julgam os outros. Mas eles estão completamente errados e prestando um desserviço ao Brasil. Botar o Lula na cadeia hoje é um crime contra o Brasil e contra a democracia”. A declaração é do senador Roberto Requião (PMDB-PR), ao avaliar o clima que antecipa o julgamento em segunda instância do ex-presidente Lula, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre (RS).
Às vésperas do julgamento do dia 24 sobre o caso envolvendo o triplex do Guarujá (SP), o senador recebeu a equipe do Porém.net. Crítico do atual posicionamento do Poder Judiciário, em especialmente dos promotores e juízes da operação Lava Jato, aos quais compara aos inquisidores Girolamo Savonarola e Tomás de Torquemada, da Santa Inquisição, lançada na fase mais intolerante da Igreja Católica na Idade Média, o parlamentar aponta que Sergio Moro, responsável pela primeira condenação do ex-presidente em Curitiba, foi “cooptado pela vaidade”.
Atribuindo falta de formação aos promotores, o senador referiu-se aos magistrados como os “analfabetos políticos”, citados por Bertold Brecht em seu poema clássico. “Não acho que estão fazendo tudo isso de forma deliberada, mas por má formação, por exacerbação corporativa. São verdadeiros Savonarolas, sem entender de história, de economia, sociologia, não entendem nada. Leram apostilas, fizeram concursos e se acham agora salvadores da pátria por uma absoluta falta de formação. São aquilo que o Brecht chamava de analfabetos políticos”.
Ao rechaçar o direcionamento e parcialidade do poder judiciário, Requião fez uma convocatória aos brasileiros para estarem presentes no dia 24 em Porto Alegre. “A resistência neste momento, mais que um protesto contra o absurdo da condenação do Lula, é uma defesa da democracia. Se não gosta do Lula tudo bem, mas se gosta da democracia esteja lá”.
Presidente do MDB do Paraná e pré-candidato ao governo do estado, Requião ainda falou do racha no partido e do processo eleitoral deste ano. Confira a entrevista na íntegra.
Porém: Como você avalia o clima que antecede o julgamento do ex-presidente Lula?
Requião: Estou confortável na análise por um motivo simples: fui a única oposição no Senado a política econômica do Lula e da Dilma, nunca aceitei a política do Meirelles e muito menos do Joaquim Levy. Votei contra o impeachment da Dilma pois conhecia a cúpula do PMDB e tinha consciência do que era a ‘Ponte para o Futuro’, que pregava abertamente o liberalismo econômico, o entreguismo, um modelo que havia fracassado na Europa.
Esse governo é absolutamente corrupto; ministros estão envolvidos, o Temer utiliza todo poder da máquina pública para evitar uma investigação. Junto a isso vemos corporações extrapolarem seus limites legais, se colocando como gestores do Brasil, como verdadeiros Savonarolas ou Torquemadas.


Essa política econômica do Temer é consequência ou causa do golpe?
A política econômica é a causa do golpe, ela foi o motivo da intervenção no governo da Dilma, pois não havia nenhuma preocupação com corrupção. Ai surge a Lava Jato, e eu saudei ela em prosa e verso na tribuna do Senado até verificar que a Lava Jato tinha um foco: era dirigida ao pessoal progressista, basicamente o pessoal do PT e partidos progressistas. Não estou fazendo defesa ou absolvição de corrupto, eles existem e muitos estão pagando pelo que fizeram, mas a Lava Jato sempre retirou do foco os políticos da direita, os entreguistas, os tais “liberais”. Veja as denúncias contra o Serra, ninguém leva a frente, os processos não andam. Mas passam em Porto Alegre na frente de sete processos para julgar o Lula. Evidente que não estão à procura do Lula, mas sim da consolidação deste projeto de liberalismo econômico que já faliu a Europa e está acabando com o Brasil. O foco não tem a ver com corrupção. Quando eu faço uma convocação para que os brasileiros vão a Porto Alegre não estou só considerando o julgamento do Lula, estou considerando o processo democrático no Brasil que está sendo abalado. Isso está sendo abalado pela interferência do Ministério Público, do Judiciário, da Polícia Federal, e de uma forma absolutamente dirigida.
Foto: Leandro Taques
Moro seguiu o script do mercado e dessa política econômica? Ele está sendo um ator do golpe?
Eles estão seguindo o script da extrapolação dos limites do Judiciário. Essa condução coercitiva não existe na legislação brasileira, é um absurdo total. Começou com o Lula, começou quando não deixaram ele assumir a Casa Civil e hoje um juiz de primeira instância impede que o Temer nomeie a Cristiane Brasil ministra do Trabalho (O governo federal já recorreu três vezes e em todas Cristiane foi impedida de assumir). É fato que ela não tem nenhuma condição de ser ministra, foi um troca de votos com o PTB, uma coisa sórdida para viabilizar a reforma da previdência, mas outro fato é que o juiz não tem nenhuma prerrogativa na lei para impedir a posse de uma ministra. Estão se sobrepondo ao sistema legal, não temos mais estado democrático de direito. Temos a liberdade hermenêutica, que é a ciência da interpretação, querem interpretar a lei apesar da lei. O juiz interpreta a lei segundo sua visão ideológica. Está havendo uma exacerbação, isso é uma ditadura, é o Torquemada e o Savonarola atuando no Brasil em nome de uma proposta ideológica que está na cabeça deles.
Não assusta um juiz virar um “herói” da nação?
Não é questão de assustar, é uma distorção completa do processo judicial. O juiz virou polícia. Mas é uma polícia que não submete as regras da lei, utiliza uma hermenêutica livre, interpreta a lei como quer e no fim ele julga. Quem ele quer ele investiga, quem ele não quer não investiga. Ai sobra à margem todo esse pessoal do PSDB.


E quais as consequências dessa exacerbação do Judiciário?
Pode acarretar o efeito que tento corrigir com a lei do abuso do poder. Mas o problema não é só esse, o problema é que o sistema judiciário está falido, nossa justiça é de base filosófica, ideológica, os princípios são do direito romano e germânico. Ela tem uma série de recursos, apelos e formas de recorrer que se inviabilizam na maneira que a população cresce. A China por exemplo não tem nada a ver com direito romano e germânico, ela resolve seus problemas com conciliação. Que é um acordo entre as partes. E a China tem 130 mil juízes para um bilhão e meio de habitantes. São Paulo deve ter dez vezes mais para uma população de pouco mais de 40 milhões. O sistema jurídico está emperrado, não está funcionando. As associações profissionais se transformaram em sindicatos, em corporações que se colocam acima do conjunto da sociedade. Os erros do Moro são festejados pelas associações profissionais, os absurdos cometidos pelo MP são defendidos pela sua associação de classe. Eles não tem mais nada a ver com o interesse social e a defesa do estado de direito.
Foto: Leandro Taques 
Essa “reforma” do judiciário entraria num debate eleitoral?
Não, o debate eleitoral hoje passa pela revogação das barbaridades do governo Temer. Essa é uma questão que precisa ser discutida com mais profundidade. Veja os advogados que surgiram como milionários neste processo da Lava Jato. O que devem estar ganhando aqueles advogados americanos que fizeram a patifaria da indenização da Petrobras? E os que operaram as delações premiadas no Paraná? São dois ou três. Que espécie de direito é esse. Como um promotor pode descobrir um delito de uma determinada pessoa, lhe atribuir a possibilidade de 100 anos de cadeia, e depois dizer ‘se você delatar o que eu quero, eu reduzo isso a um ano de cadeia’. Depois seis meses com uma tornozeleira e depois vai morar como o Funaro, no Rio Grande do Sul. Como isso é possível? Virou negócio, não tem nada a ver com a lei. É uma esculhambação total e atrás dessa esculhambação um projeto de liberação da economia brasileira, sem que os princípios de fraternidade e valorização do trabalho sejam respeitados. É a volta a barbárie. Eu não diria que todos esses juízes e procuradores estão fazendo isso de forma deliberada. Estão fazendo por má formação, exacerbação corporativa, são verdadeiros Savonarolas, sem entender de história, de economia, sociologia, não entendem nada. Leram apostilas, fizeram concurso e se acham agora salvadores da pátria por uma absoluta falta de formação. São aquilo que o Brecht chamava de analfabetos políticos.
E esses “analfabetos políticos” irão condenar o Lula em Porto Alegre?
Eles estão achando que essa condenação do Lula será a gloria deles. O Lula pode sim ser investigado, o Requião pode ser investigado se houver alguma denúncia que aprofunde a investigação. Mas o Lula era presidente da República, o orçamento do Brasil é uma monstruosidade.
Do ponto de vista do direito, pois sou advogado, não há materialidade do crime e ele não pode ser condenado. Mas o Moro e esse pessoal vem com a história que o convencimento do juiz pode ser feito com uma multidão de indícios. É uma tese que não pode valer nunca para o direito penal, que compromete a liberdade da pessoa e que funciona de certa maneira em uma interpretação do direito civil. Mas se vale essa interpretação para o Lula, o que dizer do Moro com as denúncias do Tacla Duran? As acusações ao Zucolotto? Não acredito nelas, mas se vale para o Moro julgar o Lula deve valer para o julgamento dele também. Ambas não são razoáveis. Acho que o Moro é um equivocado, ele está convencido que está salvando o mundo por falta de conhecimento histórico, sociológico e econômico.


Sobre o processo eleitoral, como avalia as especulações do seu nome para uma candidatura a vice do Lula ou como plano B para a eleição presidencial?
Isso é uma homenagem que alguns companheiros me prestam pelo meu protagonismo no Senado. Nunca falei com Lula sobre isso. Me sinto homenageado, mas sou um militante da mudança. Eu acho que essa mudança deve ser viabilizada por uma profunda discussão do Brasil pelos brasileiros. Precisamos de uma frente ampla, pois aquilo que eu acredito pode ser a minha verdade, mas não a verdade de todo mundo. Temos que enfrentar o liberalismo econômico que é a dominação absoluta do capital financeiro, o capital vadio (Após a entrevista, nas redes sociais, o senador colocou seu nome a disposição do partido para disputar o governo do estado).
Mas não há qualquer possibilidade nestas “especulações”?
Tenho idade suficiente para fazer o que eu quero, dizer o que eu penso, sem me incomodar com consequências. O meu protagonismo é esse, fazer o que eu quero, analisar o que vejo e tomar a posição que acho necessária. Sou um militante político com 76 anos de idade. Te diria que ao invés de procurar cargo, estou mais procurando escrever minha biografia com os atos da minha vida.
Foto: Leandro Taques
O PMDB voltou a ser MDB. O que muda? Porque não te expulsaram?
Não muda nada. Eu sou filiado número 1 do partido no Paraná, sou praticamente o fundador e atual presidente do partido no Estado. Acho que teriam dificuldade de me expulsar do diretório nacional.
É um risco que corro, mas que eles correm também, pois a base do PMDB não tem nada a ver com essa posição corrompida e comprada dessa estrutura burocrática. Na ultima convenção tinha 700 pessoas de pé, o Jucá entrou e foi aplaudido por 27. Quando o Temer entrou esse número baixou para 23, mas na hora da votação eles ganharam. Isso porque os delegados estavam vinculadas aos deputados federais e os deputados tinham sido comprados por favores, emendas, dinheiro para suas bases, nomeações em cargos.
2018 terão eleições, mas até 2019 e o fim do mandato de Temer, o que esperar?
O Brasil é muito grande para ser destruído e os exemplos de reconstrução estão ai. É o protagonismo do Estado. Eles querem implantar o estado mínimo e entregar para banca e o capital financeiro. A Alemanha saiu de uma crise com uma associação do estado e grandes empresas sem muita preocupação social, os EUA na mesma época, em 1929 e 1930, saíram de uma crise com o New Deal (o novo pacto). Hoje com a evolução do mundo, com as conquistas trabalhistas da época do Getúlio Vargas não podemos regredir, eu não acredito que o povo brasileiro seja escravizado. Por isso, termino essa entrevista com um apelo: todo mundo dia 24 em Porto Alegre, pois estaremos evitando uma crise cruel do país. A resistência neste momento, mais que um protesto contra o absurdo da condenação do Lula, é um defesa da democracia. Se não gosta do Lula tudo bem, mas se gosta da democracia esteja lá. É a defesa do processo democrático no Brasil e o Lula é importante neste processo.

Edição: Ednubia Ghisi

EUA estão por trás das ações contra legado dos governos Lula e Dilma, diz Comparato

LAVA JATO

EUA estão por trás das ações contra legado dos governos Lula e Dilma, diz Comparato

Para o jurista Fábio Konder Comparato, Moro "é evidentemente pessoa de toda a confiança" dos EUA

Tutaméia
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Fábio Konder Comparato é professor emérito da USP e fundador da Escola de Governo. / Reprodução
Interesses norte-americanos estão nos bastidores do movimento de ataque ao lulismo, que resultou na derrubada do governo Dilma Rousseff. É o que afirma o jurista Fábio Konder Comparato, 81, em entrevista exclusiva ao TUTAMÉIA.
Ele identifica na cobiça pelas reservas do pré-sal ”fundamentais para a economia do Ocidente” um dos pontos centrais da investida estrangeira no país. Observa que o petróleo descoberto daria uma enorme força econômica ao Brasil, o que não poderia ser tolerado pelos EUA.
Professor emérito da USP, Comparato nota que os norte-americanos tiveram “vantagem extraordinária” com os desdobramentos da operação lava a jato, que estrangulou a Petrobras e as empreiteiras brasileiras que estavam concorrendo com firmas dos EUA em vários mercados. Também o atual enfraquecimento dos BRICs resulta em benefício à força de Washington.
O jurista lembra que Michel Temer é pessoa “de confiança dos Estados Unidos” e que “até a velhinha de Taubaté sabe que José Serra é pró-americano”. Sobre Sérgio Moro, a quem classifica como “respeitável”, Comparato afirma que o juiz “é evidentemente pessoa de toda a confiança do governo norte-americano”, sendo ganhador de prêmios naquele país.
Comparato, que é fundador da Escola de Governo, faz um paralelo entre a situação atual e as circunstâncias que resultaram no suicídio de Getúlio Vargas, em 1954. Nos dois momentos, o objetivo do movimento reacionário foi atacar a figura mais popular no Brasil alegando a existência de desonestidades. Relembra que a única forma encontrada pela direita para tentar desprestigiar o varguismo foi acusá-lo de praticar ladroeira. Agora, segundo ele, “a popularidade crescente de Lula irritou o lado de lá”.
O jurista, que acaba de lançar o livro “A Oligarquia Brasileira” (Contracorrente), prevê que o TRF4 irá condenar Lula, apesar de “as condenações [de primeira instância] não terem um fundamento muito forte”. No caso do apartamento no Guarujá, elas se baseiam “numa presunção; não existe nenhum documento oficial de que o triplex pertence ou pertenceu a Lula. Isso, se não fosse o ambiente político, jamais seria razão suficiente para uma condenação”, diz.
Comparato enfatiza que, apesar de todo o ataque ao lulismo que visa retirar Lula da disputa eleitoral deste ano, as oligarquias estão com grande problema porque não conseguiram ainda se unificar em torno de um candidato _elas “estão brigando entre si”. “Se tivermos eleições livres, não vai ser o [Luciano] Hulk ou o [João] Dória que vão ganhar”, afirma.
Edição: Tutaméia

Mais de 20 países realizam atos públicos em apoio a Lula

MOBILIZAÇÕES

Mais de 20 países realizam atos públicos em apoio a Lula

Paris, Nova Iorque, Londres, Berlim, Madri, entre outras cidades, recebem mobilizações

Caracas (Venezuela)
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Intervenção em ato na cidade de Washington, nos Estados Unidos, neste sábado (20). / Reprodução
As manifestações em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ultrapassaram as fronteiras do Brasil. Entre os dias 20 e 24 de janeiro, brasileiros e estrangeiros realizam atos políticos em mais 20 países para denunciar o que eles consideram ser perseguição uma política contra Lula.
“O que queremos é denunciar no exterior os crimes que estão sento cometidos contra democracia brasileira. A defesa ao Lula é uma resposta à criminalização aos movimentos sociais e à esquerda. Ele é um líder social, reconhecido dentro e fora do Brasil. Ele tem direito a um julgamento justo. E não é o que está acontecendo, porque ele foi condenado sem provas”, afirma a assistente social Marcia Nunes, que mora há oito anos em Estocolmo, na Holanda.
Em Nova Iorque, nos Estados Unidos, os manifestantes pretendem se concentrar na Praça Union Square, no centro da cidade. “Nosso ato acontecerá no domingo (21), em uma praça tem uma história nas lutas sociais. Desde que começou o impeachment contra a presidenta Dilma, que nós consideramos ser um golpe, fizemos vários protestos nessa praça. Achamos um absurdo esse processo contra o Lula. Já está provado que o apartamento não era dele”, afirma um dos organizadores do ato, o professor universitário Eduardo Vianna.
Nas redes sociais, o grupo que organiza o ato em Nova Iorque destacou o que caso Lula consiste em exemplo de Lowfare, que é a uso da Justiça para fins políticos. "O processo contra o presidente Lula no âmbito da Lava Jato constitui um caso de “Lawfare (uso indevido e deturpado do processo penal com fins políticos). A parcialidade e os abusos cometidos pelo juiz [Sergio] Moro e pelo Ministério Público Federal nesta operação estão amplamente documentados”, manifestou o coletivo de brasileiros intitulado de Brazilian Resistance Against Democracy Overthrow - New York (Resistência brasileira contra a derrubada da democracia).
A Frente Internacional Brasileiros no Mundo contra o Golpe, que organizou a construção de vários comitês de brasileiros em diversos países europeus, também participará de vária atos. Essa semana o grupo divulgou uma nota na internet onde declara seu apoio ao ex-presidente. “Apoiar Lula nesse momento é apoiar a volta da normalidade democrática no país, a única chance real que temos de revogar as maldades de Temer”, diz a nota.
Atos em apoio ao ex-presidente Lula são realizados desde o ano passado. Mais de cem cidades ao redor do mundo já fizeram manifestações, meses de debate e encontros sobre o tema. Veja abaixo as atividades que estão programas para essa semana.
Agenda de atos em apoio ao ex-presidente Lula
20 de janeiro
– Zurique: EM DEFESA DE LULA, PELA DEMOCRACIA. – 14:00 às 17:00, Hirschenplatz Zürich. Manifesto Brasil Social
– Washington: March for Democracy and the Rule of Law in Brazil das 11am às 2pm, 200 17th St NW
21 de janeiro
– Estocolmo: Ato Público em apoio à Lula e em defesa da Democracia. Mynttorget, Gamla Stan, das 14h às 16h.
– Berlim: Ato Público em frente ao portão do Brandenburgo, das 13:30 às 14:30.
– Madrid: Acto Cultural en Defensa de la Democracia en Brasil. 19hs. Local: Maloka c/ Salitre, 36 – Lavapiés.
– Cidade do México: Acto en Defensa de la Democracia y Apoyo a Lula – México. 
– Paris: Flashmob Une élection sans Lula serait fraudeleuse! Em apoio à defesa mundial ao direito de Lula ser candidato. às 16h no Parvis des Droits de l’Homme, Trocadéro
– Londres: London Solidarity with Lula International Committee: #LondonStandsWithLula – Speakers’ Corner, Hyde Park, 13h
– Colônia: Colônia por Lula e Pela Democracia Brasileira – 15hs em frente à Catedral de Colônia
– Amsterdam: #StandWithLula: Ato pela defesa da democracia no Brasil. Das 15:30 às 17:30, Dam Plein.
23 de janeiro 

– New York: Democracy in Brazil: Ato Público na Union Square, Manhattan às 19h
– Bruxelas: Ato em defesa de Lula e da Democracia. Em frente à Bolsa de valores às 18 horas, Boulevard Anspac
– Lisboa: Coletivo Andorinha: Eleição Sem Lula é Fraude! Abaixo o Estado de Exceção. 18h, na Praça Luís de Camões.
24 de janeiro
– Berlin: Contra a arbitrariedade -Solidariedade/Against arbitrariness. Brandenburger Tor, Pariser Platz, 17h às 19h 
Para incluir o ato de sua cidade, envie os detalhes pelo grupo no Facebook.

Edição: Simone Freire

Justiça intima João Pedro Stedile, dirigente do MST, por manifestação em Porto Alegre

Justiça intima João Pedro Stedile, dirigente do MST, por manifestação em Porto Alegre

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Movimento dos Sem Terra diz que intimação é "melhor expressão do que é a criminalização dos movimentos sociais”

Do Brasil de Fato
João Pedro Stedile, integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foi intimado nesta quinta-feira (18), por decisão da Justiça Federal do Rio Grande do Sul, que proíbe a realização de acampamento nas proximidades do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
O despacho, assinado pelo juiz federal Osório Avila Neto, foi motivado por uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal daquele estado. Na petição inicial, os procuradores afirmam que os manifestantes que irão às ruas de Porto Alegre em defesa de Luiz Inácio Lula da Silva estariam predispostos a provocar violência e vandalismo.
“Caso haja a ocupação das ruas e praças no entorno do TRF4, certamente haverá grave possibilidade de perturbação do curso do serviço público prestado pelo Judiciário, assim como possível lesão à ordem e à segurança pública, tendo em vista que a ameaça de violência será iminente”, afirma trecho do documento.
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O Setor de Direitos Humanos do MST qualificou a medida como a “melhor expressão do que é a criminalização dos movimentos sociais”. 
Os assessores jurídicos do MST apontam o que chamam de seletividade na decisão e afirmam também que a Constituição brasileira garante o direito à livre manifestação e que o Ministério Público Federal não está autorizado a intuir ou pressupor que protestos políticos serão violentos.
Além disso, indicam que a postura dos procuradores não representa nada de “diferente do que vem sendo feito ao longo desse processo que visa tão somente inabilitar Lula para as eleições presidenciais de 2018 [na tentativa] de se criar um consenso em torno da condenação do ex-presidente”.
De acordo com João Pedro Stedile, para quem os lutadores e lutadoras do povo não devem se deixar intimidar pelas investidas do Judiciário, a iniciativa de acompanhar o julgamento no dia 24 visa “prestar solidariedade ao ex-presidente Lula e deixar ao mesmo tempo um recado bem nítido aos golpistas: não aceitaremos o golpe dentro do golpe. Eleição sem Lula é fraude!”. 
Diversos manifestantes têm se mobilizado em vários estados para irem à capital gaúcha e a expectativa quanto ao número de manifestantes tem aumentado. Para além de Porto Alegre , já existem diversas iniciativas convocadas para todas as demais capitais brasileiras.