domingo, 9 de março de 2014

O nome disso é escárnio

O nome disso é escárnio

O sultanato de jaleco branco trata a saúde como um mercado de camelos; alia-se ao conservadorismo retrógrado e tem na embaixada dos EUA um corredor de fuga.

Saul Leblon

Algo outrora inescapável  do epíteto de um escárnio contra o povo brasileiro  está em curso nos dias que correm.

O ruído que provoca -- tanto das fileiras do governo, quanto nas de segmentos que se avocam à esquerda dele--  é incompreensivelmente desproporcional a sua gravidade.

Que as sininhos não badalem  e, igualmente, seus carrilhões silenciem, é ilustrativo do fosso existente entre o inflamável alarido anti- Copa bimbalhada nas ruas e a real preocupação com o futuro do país e  a sorte da população.  

A Associação Médica Brasileira, em sintonia com a embaixada dos EUA e aliada à coalizão  demotucana, tendo respaldo e torcida da mídia, opera abertamente para destruir um programa de saúde pública emergencial voltado  às regiões e contingentes mais vulneráveis do país.

Não há resguardo das intenções, nem pudor na propaganda da ação.

A entidade que se proclama representante da corporação médica brasileira acolhe e viabiliza deserções de profissionais cubanos fisgados  pelo redil conservador em diferentes regiões e municípios.

O Estado brasileiro  investirá este ano R$ 1,9 bi em recursos públicos nesse programa, para agregar  43 milhões de atendimentos/ano ao SUS a partir de abril, quando o Mais Médicos atingirá seu efetivo pleno, com mais de 13 mil profissionais em ação, sendo seis mil cubanos.

A embaixada dos EUA  no Brasil  --em sintonia com a Associação Médica e lideranças dos partidos conservadores--opera abertamente para que não seja assim.

O  tripé orienta e encaminha pedidos de vistos especiais, a toque de caixa,  para que o maior número de desistentes possa rumar a  Miami, onde os espera a estrutura da ‘Solidariedade Sem Fronteiras’.

A ONG de fachada humanitária  tem como principal negócio –financiado por recursos orçamentários que a bancada cubana assegura no Congresso--   promover e operar deserções em  convênios de saúde firmados entre Havana e 66 países  nesse momento.

São mais de 43 mil  médicos cubanos em ação na América Latina, Ásia e África. Devem atingir  um recorde de 50 mil em dois meses, quando o convênio brasileiro estiver plenamente implantado.

Um aspecto da remuneração desses profissionais deliberadamente pouco divulgado  é que nem todos os convênios internacionais de Havana são pagos.

Na verdade, dos 66 países assistidos nesse momento apenas 26 se enquadram  no que se poderia chamar de prestação de serviços pagos.

Outros  40 países recebem contingentes médicos gratuitamente.

O mesmo ocorre com missões de educação ou esporte.

A ‘exportação’ de serviços rende a Havana, segundo a chancelaria cubana, cerca de US$ 6 bi/ano (três vezes mais que a segunda fonte de divisas do país,  representada pelo turismo).

A exportação de serviços  pagos - principalmente na área de saúde –  financia  as missões solidárias destinadas a países de extrema precariedade econômica e material ou focadas em situações de calamidade devastadora.

É assim desde 1960,  quando Cuba enviou  sua primeira missão de solidariedade ao Chile, vítima de um terremoto.

Eis a principal razão para a diferença entre o salário efetivamente recebido pelo profissional de uma missão e aquilo que o governo cubano arrecada pelo serviço prestado.

Uma parte do  saldo  financia as missões gratuitas que, repita-se,  são a maioria.

Outra sustenta a Escola Latino-americana de Medicina, que possuía em 2013 cerca de  14 mil alunos estrangeiros,  gratuitamente cursando ou com subsídio quase integral.

Com pouco mais de 11 milhões de habitantes, Cuba investe pesado em pesquisa na área de saúde e formação de médicos:  são quase 83 mil (1/138 habitantes).

O investimento tem duplo objetivo: zelar pela população que tem a menor taxa de mortalidade infantil do mundo, e gerar receita numa economia asfixiada  há 50 anos pelo embargo comercial norte-americano.

Também isso se financia através das missões remuneradas.

A ideia de que a doutora Ramona Rodriguez possa ter  desembarcado no Brasil desinformada dessas particularidades acerca de seu salario, subestima a conhecida determinação de Havana, de ressaltar interna e externamente aquela que é a marca inegável de sua ação internacional: a solidariedade.

A mesma alegação de ignorância tampouco se pode conceder –neste aspecto--  ao colunismo isento, que cuida de  festejar as deserções  –por  ora pontuais --  como se fossem o preâmbulo de uma diáspora libertária, em marcha épica rumo a Miami.

A participação  da embaixada norte-americana no jogo de aliciamento e hipocrisia  é ainda mais grave.

Trata-se de uma tentativa de sabotagem de um programa soberano de saúde pública emergencial, cujo desmonte poderá agregar novas vítimas e mais sofrimento num universo de milhões de brasileiros desassistidos.

Se a intrusão é desconcertante, não se pode dizer que surpreenda.

Quando o governo Lula decidiu quebrar a patente de anti-virais , em 2007, a embaixada norte-americana operou para sabotar a medida.

Agiu em contato direto com as múltis do setor farmacêutico, o Departamento de Estado do governo Bush  e ‘amigos’ locais -- não se sabe se os mesmos que hoje cerram fileiras com o duplo interesse de  implodir o ‘Mais Médicos’ e sangrar Havana.

Telegramas  secretos da época, obtidos pela organização  Knowledge Ecology International (KEI),  revelam ameaças de represália enviadas então a Brasília:

“(...) uma licença compulsória pode fazer com que fabricantes de produtos farmacêuticos evitem introduzir novos remédios no mercado e seria mais difícil para o Brasil atrair os investimentos que tanto necessita", relatava um deles sobre o teor de reuniões com autoridades e políticos locais.

Lula oficializaria em maio de 2007 o licenciamento compulsório do anti-retroviral  Efavirenz, usado por 75 mil pacientes de Aids atendidos pelo SUS. Um genéric importado da Índia passou a ser usado ao preço de  US$ 0,45, contra US$ 1,59 cobrado pela  multinacional norte-americana.  Uma  economia de US$ 30 milhões até 2012.

Volte-se um pouco mais no tempo, até as vésperas do golpe de 64,  e lá estarão, de novo,  os mesmos protagonistas, com idênticos propósitos.

O embaixador dos EUA, Lincoln Gordon, fileiras udenistas e lacerdistas, múltis do setor farmacêutico e sabujos da mídia, a ganir a pauta da estação.

Eram tempos de inflação galopante e dinheiro curto: a saúde corria risco.

O então ministro da Saúde, Souto Maior, lutava para obter uma redução de 50% sobre os preços de 70 medicamentos mais usados pela população.

Laboratórios das multinacionais abriram guerra contra o tabelamento.

Às favas a saúde: primeiro, os interesses das corporações.

Lembra algo do comportamento atual da embaixada que se orienta pelos mesmos valores e da Associação Médica Brasileira que tanto quanto os abraça?

No famoso comício da Central do Brasil, sexta-feira, 13 de março de 1964, João Goulart decretou a expropriação de terras para fins de reforma agrária, encampou refinarias e anunciou estudos para fabricação estatal de medicamentos no país.

O conjunto era fiel aos preceitos do ‘sanitarismo-desenvolvimentista,’ abraçado  então pelas fileiras progressistas da medicina brasileira.

Médicos como Samuel Pessoa, Mário Magalhães,  Gentile de Melo e Josué de Castro –autor do clássico ‘Geografia da Fome ‘ e primeiro secretário- geral da FAO, que faleceu no exílio , cassado pela ditadura e impedido de retornar ao Brasil mesmo para morrer – eram alguns de seus  expoentes.

Profissionais que hoje seriam olhados com suspeita, enxergavam a luta pela saúde como indissociável da luta pela desenvolvimento econômico e humano do país.

Em setembro de 1963, Jango, com apoio deles,  restringiu a remessa de lucros da indústria farmacêutica. Mister Lincoln Gordon foi à luta:  a USAID retaliou no lombo da pobreza cortando a ajuda no combate à malária – que se destacava como uma das principais doenças tropicais na época.

A ofensiva apenas fortalecia as convicções dos sanitaristas-desenvolvimentistas.

Embora heterogêneos nas filiações ideológicas, seus  representantes  entendiam que doença e pobreza  caminhavam juntas. Como tal deveriam ser enfrentadas  em ações soberanas, abrangentes e desassombradas, que rompessem a fragmentária  estrutura de uma sociedade retalhado por interesses que não eram os de seu povo.

Compare-se isso com o sultanato de jaleco branco.

Esse que  hoje trata a saúde como um entreposto de camelos; alia-se ao conservadorismo mais retrógrado  e tem na embaixada dos EUA um corredor de fuga em prontidão obsequiosa.

Bajulado pela mídia, o conjunto quer implodir o ‘Mais Médicos’. 
O nome disso é escárnio. E Brasília deveria dizê-lo  claramente ao embaixador gringo, ao chamá-lo a prestar esclarecimentos sobre ingerência e sabotagem em assuntos internos.




A pedagogia dos médicos cubanos

A PEDAGOGIA DOS MÉDICOS CUBANOS

Emir Sader

As médicas cubanas parecem empregadas domésticas.” A afirmação, a mais expressiva da onda de expressões de intolerância e de discriminação racista, feita por uma jornalista brasileira de direita, representa, sem perceber, o mais significativo elogio de Cuba.
Diante das necessidades de atendimento médico da população, o governo brasileiro, depois de convocar a médicos brasileiros a ocupar os postos nas regiões do país com mais necessidades e menor atenção, fez um convênio com o governo de Cuba para trazer ao Brasil a profissionais de saúde do país que inquestionavelmente tem uma das melhores, senão a melhor medicina social do mundo. Os extraordinários índices de saúde da população cubana – da mortalidade infantil à expectativa de vida ao nascer -, ainda mais pelo nível de desenvolvimento econômico do pais, confirmam essa avaliação.

Esse convênio, que poderia passar simplesmente como um a mais entre tantos outros assinados entre o Brasil e Cuba, gerou uma onda de reações que propiciam um diagnóstico social de uma e de outra sociedade, inédito e de uma profundidade inesperada.  Começando pelos próprios médicos brasileiros, na sua grande maioria formados em universidades públicas – as melhores do país -, mas que não são obrigados a entregar praticamente nenhuma contrapartida à sociedade que os formou, de forma gratuita. Frequentemente concluem seus cursos e abrem consultórios nos bairros melhor situados das grandes cidades brasleiras, para atender a uma clientela de grande poder aquisitivo.

 Como resultado, o mapa das doenças do país e a localização dos médicos costuma ser brutalmente desencontrado, praticamente oposto: onde estão as doenças, não estão os médicos; onde estão os médicos, não estão as doenças.

Mesmo assim, depois de se negar a atender a população mais pobre – a grande maioria – tentaram impedir que o governo brasileiro trouxesse médicos de fora do pais – de outros países, alem de Cuba – para atender à população. Fizeram manifestações, criaram situações de constrangimento para os médicos cubanos na sua chegada, anunciaram que fariam campanhas contra a reeleição da Dilma, acreditando dispor de autoridade política com seus pacientes.

A declaração com que começa este artigo se insere nesse cenário de elitismo e de falta de sensibilidade social de médicos brasileiros. A frase, que pretende desqualificar a médicas cubanas, porque no lugar da imagem do médico homem, branco, com fisionomia dos doutores dos filmes de Hollywood, são pessoas nascidas no meio do povo cubano, se revela como um imenso elogio da sociedade cubana e em uma crítica da brasileira. Mulhres de origem humilde, que no Brasil seria empregadas domésticas, em Cuba é normal que possam se formar como médicas e expressar sua solidariedade com outros povos, necessitados dos profissionais que Cuba consegue formar em excesso para as necessidades do seu país.

Essa reversão do sentido da frase se deu também no plano mais geral da sociedade brasileira que, confundida no começo, muito rapidamente reagiu de forma muito positiva, com mais de 80% apoiano a vinda dos médicos cubanos ao Brasil. Pelas necessidades que passaram a ser atendidas por esses médicos, assim como também pela atenção que imediatamente começaram a receber setores populares muito amplos do Brasil, até ali sem nenhuma assistência ou com atenção médica absolutamente precária. Cidades que nunca tinham tido a presença de médicos, em que a população tinha que se deslocar quilômetros de distância para ter uma assistência esporádica, começam a conhecer um direito essencial à atenção médica direta e permanente, graças aos médicos cubanos.

É um programa de saúde pública, mas que encerra em si mesmo uma lição, uma pedagogia política de grande evidência – que é o que mais incomoda à direita brasileira. Pessoal formado em universidades públicas – e em Cuba todas o são – tem que atender prioritariamente as necessidades fundamentais do seu povo, que além de tudo paga os impostos que financiam as universidades públicas, mas que, via de regra,  não pode ter seus filhos com acesso a essas mesmas universidades – mais ainda aos cursos de medicina.

 O Brasil está avançando como nunca na sua história no combate à desigualdade, à pobreza e à miséria, mas não encontra ainda correspondência nas estruturas educacionais que formam os profissionais de medicina. Daí o apoio de Cuba – que a Dilma agradeceu a Fidel, por ocasião da recente reunião  da Celac em Havana, quando se inaugurou a primeira parte do porto de Mariel, que o Brasil constrói na Ilha, colaborando com a ruptura do bloqueio imposto pelos EUA.

Os médicos cubanos são melhores que grande parte dos médicos que o Brasil tem hoje porque – além da sua excelente formação profissional -, são melhores cidadãos, formados por uma sociedade orientada não pela medicina mercantil, mas pelas necessidades reais da população. A vinda dos médicos cubanos permite, como nenhum manual de educação política, esclarecer princípios das sociedades capitalistas – voltadas para os valores de troca – e das sociedades socialistas – voltadas para os valores de uso. Uma atendendo demandas do mercado, a outra, as necessidades das pessoas.




Torturado em público

Homem torturado em público na ditadura tem identidade revelada




A Comissão da Verdade de Minas Gerais pode estar prestes a esclarecer um dos maiores mistérios envolvendo a ditadura militar e a população indígena.

A Comissão da Verdade de Minas Gerais pode estar prestes a esclarecer um dos maiores mistérios envolvendo a ditadura militar e a população indígena
A Comissão da Verdade de Minas Gerais pode estar prestes a esclarecer um dos maiores mistérios envolvendo a ditadura militar e a população indígena
A descoberta de um vídeo mostra um homem sendo carregado por dois índios em um pau de arara, instrumento de tortura, durante uma parada militar nos anos 70, em Belo Horizonte. As imagens foram encontradas no Museu do índio, no Rio de Janeiro, em 2012, pelo pesquisador Marcelo Zelic, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais/SP.

O registro foi deixado pelo brasileiro descendente da Alemanha Jesco von Puttkamer. O fotógrafo, que já foi preso pela Gestapo, integrou uma expedição em busca de tribos indígenas isoladas no Brasil. Essa viagem lhe rendeu 43 mil slides, 2.800 páginas de diários de campo e 330 km de filmes na bitola 16mm.

Uma das gravações mostra a formatura da primeira turma de alunos da Guarda Rural Indígena (Grin). A unidade de segurança era uma estratégia do regime militar para continuar seus planos de expansão ao interior das reservas amazônicas e pantaneiras sem ceder às pressões externas. Já havia, na época, grupos que denunciavam mortes e até genocídio de indígenas pela ditadura. Na ocasião, 84 índios, originados dos povos xerente, maxacalo, arajá, krahô e gaviões aparecem, no vídeo de Jesco, desfilando em uma parada militar.

A cena mais misteriosa do material recuperado desvenda um fato não noticiado pela imprensa na época: soldados indígenas, visivelmente desconfortáveis com os uniformes, carregando um homem pendurado em um pau de arara. A cena ocorre diante de milhares de pessoas. O sujeito até então era desconhecido. A Comissão da Verdade de Minas Gerais, criada em setembro de 2013, pode estar próxima da resolução desse mistério.

Em texto na Internet, o fotojornalista Rodrigo Dias disse: “Com a palavra Márcio A. Lima: “Caro Aloísio Morais. A partir da imagem pesquisei e localizei que cena é esta. Não menos terrível do que se parece, trata-se na realidade de uma demonstração de como torturar. Fez parte da Formatura da Guarda Rural Indígena montada pela ditadura em Belo Horizonte em 1970.

A festividade teve a presença do Governador Israel Pinheiro, do vice-presidente Josè Maria de Alckimim e do Ministro do Interior Costa Cavalcanti. Esta foto faz parte do vídeo do documentarista alemão Jesco von Puttkamer (1919-94) e doado em 1977 ao IGPA (Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia), da Pontifícia Universidade Católica de Goiás”.



Apoio à Revolução Bolivariana

CIENTOS DE MILES DE TRABAJADOR@S MARCHARON EN CARACAS 

PARA APOYAR A LA REVOLUCIÓN

Maduro: "El poder es del pueblo y no está en negociación"

Horas después de que el dirigente opositor Leopoldo López se entregara a la Justicia venezolana, el presidente Nicolás Maduro, frente a una multitud, denunció "al fascismo que le provoca dolor al pueblo", y le reprochó a su par de Colombia, Juan Manuel Santos, que pretendiera dar "lecciones de democracia". Por último afirmó que "no hay derecho a someter a un país a la violencia psicológica. No hay derecho en un país con plenas libertades democráticas".

Nicolás Maduro dedicó buena parte de su discurso a atacar por igual al colombiano Santos y al líder del partido Voluntad Popular, Leopoldo López: "Sacó 300.000, 400.000 votos en todo el país, y 18 alcaldes, pero en enero nos sorprendió diciendo que él decidió que este gobierno debía irse". Más adelante, Maduro celebró que "el líder fascista ya está en manos de la Justicia".
En otro párrafo, en el que también nombró al chileno Sebastián Piñera, Maduro le preguntó a Santos "qué haría si un opositor llama a una marcha para sacarlo del Palacio de Nariño: ¿defiende el Estado o le entrega el poder a un sedicioso?". "Santos no me va a venir a dar a mí lecciones de democracia, cuando lo que estoy haciendo es defendiendo la paz de Venezuela. Ya basta, carajo", afirmó, mientras la multitud respondió "así, así, así se gobierna".
El mandatario bolivariano lamentó que Santos "se deja llevar por su corazoncito y las simpatías con el fascismo", y se preguntó si "el presidente de EEUU, Barack Obama, pretende que condecore a los enmascarados", a quienes responsabilizó por los hechos de violencia de la última semana. Luego de recordar que todavía no tiene ni siquiera 10 meses al frente del Ejecutivo, "esta oposición ensayó uno, dos y vaya a saber cuántos mecanismos" para matarlo, derrocarlo y "hacerle daño al pueblo". "Basta de sembrar tanto odio, tanto racismo, tanta intolerancia. Yo jamás me atrevería a esas bajezas de atacar a una familia porque piensa distinto", subrayó.
"La única forma de combatir el fascismo en una sociedad -continuó- es, como cuando uno tiene una infección fuerte, buscar el antibiótico más fuerte y hacer un tratamiento intensivo. El único tratamiento es justicia, acabar con la impunidad. No hay derecho a someter a un país al dolor de las muertes", sentenció Maduro.
Aceptó luego la necesidad de dialogar pero aclaró que el diálogo es "con las masas, con las mujeres, con la juventud, y no un diálogo de cúpulas", porque "eso se acabó en Venezuela". "Salen a decir que Maduro debe convocar al diálogo. Y yo mantengo la convocatoria, pero para trabajar por la paz, no para negociar cupo, puestos, poder. El poder es del pueblo y no está en negociación", concluyó.
GLORIA AL BRAVO PUEBLO









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Ante arremetida fascista
Maduro: Venezuela no acepta amenaza de nadie, ¡fuera gringo, yanqui go home! 


Febrero 18, 2014 



En repudio a las acciones injerencistas encabezadas por el gobierno de Estados Unidos el presidente de la República, Nicolás Maduro, dejó claro que "Venezuela se respeta y no acepta amenaza de nadie, ¡fuera gringo, yanqui go home!"

En medio de un discurso desde el palacio de Miraflores, al calor de miles de trabajadores y trabajadores de la industria petrolera venezolana, hizo un llamado a la política injerenciasta del gobierno de Obama.

"Rectifiquen, reflexionen y respeten al pueblo de Venezuela. ¡Basta de su abuso y arrogancia, basta de su injerencia!", exaltó el líder Bolivariano en defensa de la soberanía del país.

Recordó que los diplomáticos estadounidenses expulsados del país estaban visitando las universidades donde normalmente se generan los disturbios para ofrecer visas y cursos a los estudiantes.



“Veníamos haciendo seguimiento a la conspiración, estaban haciendo esas labores sin permiso de nuestro gobierno. En Estados Unidos no podríamos hacer eso, si nosotros quisiéramos hacer eso allá tendrámps que pedir permiso", comentó.



El primer mandatario nacional dejó claro que Venezuela quiere mantener relaciones de respeto en condiciones de igualdad, "lo nuestro es el Sur", dijo.

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Presidente de Venezuela: Hemos frenado el ataque de la derecha venezolana

alt El jefe de Estado venezolano agradeció al presidente de la Asamblea Nacional, Diosdado Cabello, para gestionar la detención del dirigente de la derecha, Leopoldo López (Foto: @tmaniglia)
El presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, exhortó este martes a los venezolanos a salir al combate por la paz y la defensa de la independencia. Al tiempo que resaltó que el líder de la oposición, Leopoldo López, ya está bajó órdenes de las autoridades para que responda por la violencia.

El presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, aseguró que el ataque fascista que ha estado ejecutando la derecha venezolana desde el pasado 12 de febrero y que ha generado al menos tres víctimas fatales y gran cantidad de heridos, ha sido frenada.
“He estado personalmente conduciendo las operaciones para garantizar la paz, ante la convocatoria del fascismo hoy. A esta hora hemos garantizado y hemos contenido el ataque”, aseguró el mandatario nacional a su llegada al Palacio de Miraflores donde se reúne con trabajadores petroleros para la firma del nuevo contrato colectivo.
Asimismo aprovechó el momento para convocar a todos los venezolanos “al combate por la defensa de la paz, de la patria, de la independencia y del derecho que tiene el pueblo a existir y a vivir”.
“Que viva la clase obrera venezolana, que viva la clase obrera de la revolución, que viva la juventud (...) ésta es la casa de la clase obrera, ésta es la casa eterna de Hugo Chávez, que es la casa del pueblo venezolano”, agregó el dignatario, quien comentó que ha estado en constante comunicación con el Ministro de Interior, Justicia y Paz, Miguel Rodríguez Torrez, y demás miembros del comando militar para garantizar la tranquilidad de los venezolanos.
En este sentido comentó que fue detenido el líder del partido de oposición Voluntad Popular, Leopoldo López, y quien convocó a las manifestaciones en todo el territorio nacional.
En cuanto a esta detención, el jefe de Estado felicitó la gestión del presidente de la Asamblea Nacional, Diosdado Cabello, que gestionó la detención del dirigente de la derecha. "Estuvimos conversando por tres madrugadas con la familia de Leopoldo López, quería matarlo y por eso como el Gobierno humanista que somos, lo estamos protegiendo".
Maduro informó que el dirigente será trasladado a una cárcel del interior del país para que responda por la violencia generada. La presidenta del multiestatal teleSUR, Patricia Villegas, confirmó a través de su cuenta twitter que Cabello maneja personalmente el carro que traslada a López. "@dcabellor maneja el carro en el que viaja Leopoldo López hacia una cárcel fuera de #Caracas", escribió.
“Hoy deben saber ustedes que se desarrollaron acontecimientos pacíficos, con la entrega como debía ser de este jefe político de la derecha venezolana, tiene que responder ante la fiscalía, y la justicia venezolana.” indicó Maduro tras “la amenaza de que hoy 18 de febrero derrocaban al Gobierno Nacional, no hay derecho de someter a un país a la guerra psicológica, a la zozobra!, dijo el mandatario.
Con respecto a las críticas del presidente colombiano, Juan Manuel Santos, sobre la actuación del Gobierno venezolano “me va a venir (Santos) a mí a dar lecciones de democracia (...) ya basta carajo de abusos, los problemas de los venezolanos los resolvemos los venezolanos”.
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Aclaró que Santos no le dará lecciones de democracia
Maduro a Santos: “los problemas de los venezolanos los resolvemos los venezolanos"


Febrero 18, 2014 -Por MAYERLING JIMENEZ


El presidente juró con contundencia ante el pueblo, por el comandante Hugo Chávez, que quiere la paz y el dialogo (Foto. Archivo)

“El Presidente Santos nuevamente ha cometido un error al dejarse llevar por la derecha venezolana”, afirmó el presidente de la República Nicolás Maduro, quien llamó al presidente colombiano Juan Manuel Santos a no meterse en los asuntos internos de Venezuela.

“Basta de que se metan en los asuntos internos de nuestra patria, los problemas de los venezolanos los resolvemos los venezolanos" dijo.

Aclaró que Santos, no le dará lecciones de democracia y que lo que quiero es paz, y convivencia para la patria, y en cambio la derecha lo que busca es derrocarlo atacando a las familias venezolanas.

Maduro afirmó, que "el fascismo es una infección en la política venezolana y en el mundo. “Basta de sembrar tanto odio e intolerancia, basta de tanto racismo, tenemos que reflexionar colectivamente. La única forma de atacar al fascismo, es la justicia y acabar con la impunidad”, expresó.

El presidente juró con contundencia ante el pueblo, por el comandante Hugo Chávez, que quiere la paz y el dialogo.

Denunció que en 10 meses la oposición ha implementado todos los mecanismos existentes para derrocarlo.

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Grupos fascistas asesinaron a trabajador de fábrica textil en Caracas

18 de febrero 2014

Desde horas del mediodía, usuarios en la red social twitter denunciaron la presencia de bandas de motorizados de alta cilindrada al este de Caracas (foto: @YusmarySierra)
La Ministra de Comunicación e Información dijo que estos grupos de motorizados de alta cilindrada dispararon a mansalva contra los trabajadores de la fábrica Tocome, ubicada en la urbanización Los Cortijos (este de la capital).

El Ministro del Despacho de la Presidencia y Seguimiento de la Gestión de Gobierno de Venezuela, Hugo Cabezas, confirmó este martes a través de su cuenta twitter la muerte de un trabajador de una fábrica textil al este de Caracas (capital).
"Un grupo fascista del este caraqueño, conduciendo motos de alta cilindrada asesinan a un camarada de la fabrica textil en Tocome!!!", escribió el Ministro para corroborar la información dada a conocer más temprano por la ministra de Comunicación e Información, Delcy Rodríguez a través de @DRodriguezMinci.
Rodríguez había indicado que producto de estos hechos también se encontraba un trabajador herido de gravedad. "..Otra persona de gravedad! Estos grupos violentos ejecutan guión golpista diseñado en los EUA", informó la Ministra.
De acuerdo a la información que suministró la funcionaria, estos grupos dispararon a mansalva contra los trabajadores. Por ahora, las autoridades competentes se encuentran investigando para esclarecer estos hechos violentos que buscan continuar la desestabilización en el país.
Este lunes se divulgó un audio que evidencia los planes de la extrema derecha venezolana para sembrar la violencia en Venezuela.
Violencia fascista en Carabobo
El gobernador del estado Carabobo (centro de Venezuela), Francisco Ameliach, denunció este martes el ataque de grupos fascistas contra la sede del Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) en la región.
El mandatario regional informó lo sucedido a través de su cuenta en Twitter @AmeliachPSUV, “grupos violentos de la Mesa de la Unidad (MUD) atacan casa del PSUV-Carabobo. Hay un camarada chavista herido de bala en este momento”, afirmó Ameliach refiriendo la agresión contra el militante Anibal Chávez.
Asimismo, Ameliach escribió otro tuits que tienen identificado a unos de los responsables de estos actos en los que agredieron al pueblo revolucionario, por lo que instó a la bancada socialista a mantener la calma. “Hago un llamado a nuestra militancia a no caer en confrontación y en el juego de la derecha fascista”, invitó.
El gobernador recordó además que desde Carabobo ha denunciado quienes son los que ejercen la violencia por lo que pidió justicia y celeridad en las investigaciones.
Los actos violentos ocurrieron mientras miles de revolucionarios estaban en un destacamento de la Guardia Nacional Bolivariana (GNB) de la región en defensa de la democracia venezolana en el marco del llamado a construir la paz.
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Grupos fascistas llaman a la violencia a través de aplicación Zello 

 Febrero 18, 2014 
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YVKE Mundial / CZ
A través de su cuenta Twitter, la ministra del Poder Popular para la Comunicación y la Información, Delcy Rodríguez, denunció la utilización de la aplicación Zello para teléfonos inteligentes por parte de gupos opositores, la cual convierte los celulares en walkie talkies. 
"Opositores golpistas se comunican por aplicación Zello que convierte celulares en walkie talkies, al mejor estilo de bandas organizadas!", escribió Rodríguez.
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ALBA rechaza fascismo y desestabilización en Venezuela

alt ALBA y sus movimientos sociales apoyan al Gobierno del presidente Nicolás Maduro. (Foto: teleSUR)
Bernardo Álvarez, en representación de la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA), reafirmó “la solidaridad del ALBA con el Gobierno de (Nicolás) Maduro” y rechazó el “fascismo, odio y desestabilización” en Venezuela.
El vocero de la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA), Bernardo Álvarez, expresó el repudio del mecanismo de integración al “fascismo, odio y desestabilización”  en Venezuela.
En declaraciones a teleSUR, durante la manifestación de trabajadores petroleros en apoyo a la paz  que llegó hasta el Palacio de Miraflores (casa de Gobierno), Álvarez reafirmó “la solidaridad del ALBA con el Gobierno de (Nicolás) Maduro”.
Manifestó que las protestas de este martes son reflejo de una “jornada extraordinaria de paz, por la paz”, protagonizada por el pueblo venezolano.
Sin embargo, advirtió que si hay “intereses de intervenir a Venezuela” , ese mismo pueblo saldrá a las calles a defender la democracia.
Este martes, tanto los seguidores del Gobierno como quienes le hacen oposición salieron a las calles para manifestarse a favor y en contra del Gobierno que encabeza el presidente Nicolás Maduro.
Durante la movilizacion de oposición se entregó a las autoridades el representante del partido de extrema derecha Voluntad Popular, Leopoldo López, quien dirigió la violencia en Venezuela.
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Intelectuales del mundo manifiestan apoyo a la Revolución Bolivariana
Intelectuales de 42 países del mundo manifestaron este martes su apoyo a Venezuela, frente a los ataques de la derecha, que han dejado un saldo de tres muertos y múltiples heridos.
Durante la XXIII Feria Internacional del Libro, Cuba 2014, los periodistas Graciela Ramírez y Javier Salado, de Argentina y Cuba, respectivamente, corresponsales de Resumen Latinoamericano en la Isla, miembros de la Coordinadora de Solidaridad con Venezuela y los Países del Alba y del Comité Internacional por la Libertad de los Cinco, destacaron que las fuerzas neoliberales atentan contra los pueblos independientes de la región.
"Creemos que el imperialismo está muy asustado justamente por el avance de la Venezuela bolivariana, por el éxito de la Celac y es ese enorme susto que tienen el que trata de dinamitar los procesos revolucionarios, los procesos progresistas de la región", dijo Ramírez, de acuerdo con una nota de prensa.
Por su parte, Salado indicó que los pueblos de América Latina y el Caribe deben estar alertas ante las acciones fascistas que "ha salido a las calles en estos días", pues "nos está enseñando que todavía nos queda mucho por luchar y por defender las ideas de (Hugo) Chávez".
Del mismo modo, el último presidente del Consejo de Ministros de la extinta República Democrática Alemana, Hans Modrow, declaró en nombre de los políticos de izquierda de Alemania "continuar siendo solidarios con Venezuela, especialmente en estos momentos difíciles, en los que se necesita una solidaridad más activa con el proceso bolivariano".
El apoyo hacia el pueblo venezolano también fue expresado por los activistas de la organización solidaria Cuba Sí, quienes se sumaron al rechazo a la injerencia de Estados Unidos en los asuntos internos de Venezuela.
"¡Nos solidarizamos con Maduro y con Chávez, la lucha sigue!", expresó Tobias Thiele, de Alemania.
Grupos de choque de la derecha han generado hechos violentos en los últimos días, con destrozos a sedes de instituciones, instalaciones y espacios públicos.
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Felicitó al presidente de la Asamblea nacional Diosdado Cabello

Maduro ratifica que Leopoldo López fue trasladado a una cárcel fuera de Caracas 

 Febrero 18, 2014 -
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El presidente afirmó que habrá justicia con paz, combinada para que el pueblo pueda disfrutar de la patria (Foto. Archivo)
Promedio:

YVKE Mundial/ Mayerling Jimenez/
El Mandatario Nacional Nicolás Maduro, ratificó este martes que el dirigente político opositor Leopoldo López, fue trasladado a una cárcel fuera de Caracas para que responda ante la justicia.

 
“Vean lo que hace una revolución para garantizar la paz, terminamos cuidando la vida de Leopoldo López, su padre y su madre así estén en contra de nosotros, saben que nosotros salvamos la vida a hijo”, dijo el presidente.

 
Maduro felicitó al presidente de la Asamblea nacional Diosdado Cabello quien hablo 3 madrugadas seguidas, con la familia de López para resguardar su vida, “conversando con paciencia y se llegó a un acuerdo amigable para cumplir la ley y López acepto entregarse en paz a la justicia venezolana”, dijo.
El presidente afirmó que habrá justicia con paz, combinada para que el pueblo pueda disfrutar de la patria, “no podemos dejarnos llevar a la locura del enfrentamiento pueblo contra pueblo”.
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Embajadores del ALBA en Argentina y organizaciones kirchneristas
se solidarizaron con Venezuela Bolivariana y
repudiaron escalada fascista

Militantes de organizaciones kirchneristas que se encuadran en Unidos y Organizados se manifestaron este martes frente a la embajada de la República Bolivariana de Venezuela en Argentina, para solidarizarse con el gobierno de ese país.
En esta ocasión, hablaron el sindicalista Hugo Yaski, el diputado del Frente para la Victoria, Edgardo de Petris y el dirigente social y del partido MILES, Luis D'Elía. Todos coincidieron en manifestar su repudio a la escalada fascista en Venezuela, que es monitoreada por el gobierno estadounidense. También señalaron que este mismo ataque, pero proveniente de las patronales sojeras y del mercado financiero, está soportando el gobierno de Cristina Kirchner.
Finalmente, hablaron los embajadores del ALBA allí presentes, el de Cuba, Jorge Lamadrid, de Nicaragua, Norma Moreno, de Bolivia, Liborio Flores y un diplomático ecuatoriano.


  El ministro Consejero de la embajada venezolana Juan José Valero, rodeado del embajador cubano Jorge Lamadrid , 
  la embajadora nicaragüense Norma Moreno y el embajador de Bolivia, Liborio Flores.







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Brigadistas internacionales:
DECLARACIÓN SOLIDARIA CON EL PUEBLO DE VENEZUELA*
Nosotras, Nosotros, trabajadores, estudiantes, militantes solidarios de
diferentes partes del mundo, muchos de los cuales participamos de la VI
Brigada Internacional de Solidaridad con Cuba.

Repudiamos enérgicamente el intento de golpe de estado que sufre hoy el
hermano pueblo Venezolano, el mismo imperio norteamericano que derroco a
Salvador Allende, que saboreó la derrota a manos del heroico pueblo Cubano
en Playa Girón, hoy posa sus garras sobre la patria bolivariana.

El despertar de los pueblos del mundo en búsqueda de su dignidad y
autodeterminación, hiere los intereses del imperio  que utilizando como
mano de obra a la derecha local apátrida y cobarde, pone en movimiento una
ofensiva genocida contra los libres del mundo, utilizando los más viles
métodos de manipulación de información y apelando como siempre a la muerte
para sembrar confusión y terror.

Desde lo más hondo de nuestra solidaridad gritamos bien fuerte que
Venezuela Bolivariana no está sola, que desde nuestras diversas latitudes y
lugares de trabajo, forjaremos la necesaria unidad y movilización para qué
el incondicional respaldo a la revolución bolivariana se haga efectiva en
las calles.


*"no van a pasar, llámense como se llamen, si quieren, traigan a los
gringos a los marines, pero no van a entrar"*

Viva La Revolución Bolivariana

Hasta La Victoria Siempre, Viviremos y Venceremos


*Brigadistas de: Argentina, Brasil, México, Colombia, Honduras, Turquía, El
Salvador, Ecuador, Perú, Nueva Zelanda, Chile, Alemania*





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Daniel Feldman Israel (Mtb - 33154/RJ) 
Jornalista

A ameaça fascista na Venezuela

A ameaça fascista na Venezuela
Atilio A. Boron

A crescente desestabilização pela qual passa atualmente a Venezuela tem um objetivo irredutível: a queda do governo de Nicolás Maduro. Não há espaço para outras interpretações nessa afirmação que, inclusive, foi expressa em diversas ocasiões não apenas por manifestantes da direita, mas também pelos seus principais líderes e inspiradores locais: Leopoldo López y Maria Corina Machado.


Em algumas ocasiões referiram-se a seus objetivos, usando a expressão utilizada pelo Departamento de Estado: “Mudança de regime”, uma maneira amável de se referir ao “golpe de Estado”. Esta feroz campanha contra o governo bolivariano tem raízes internas e externas, intimamente imbricadas e solidárias a um objetivo comum: por fim ao pesadelo instaurado pelo comandante Hugo Chávez desde que assumiu a presidência, em 1999.

Para os Estados Unidos, a autodeterminação venezuelana – firmada sobre as maiores reversas comprovadas de petróleo do mundo – e seus extraordinários esforços a favor da unidade da Nossa América equivale a um intolerável e inadmissível desafio. Para a oposição interna, o chavismo significou o fim de sua coparticipação no saque e na pilhagem organizada pelos EUA e que teve os líderes e organizações políticas da Quarta República como seus sócios minoritários e operadores locais. Alguns já esperavam a derrota do chavismo, uma vez morto o seu comandante, mas com as eleições presidenciais de 14 de abril de 2013 as suas esperanças esfumaram-se, mesmo que por uma porcentagem muito pequena de votos. A resposta destes falsos democratas foi organizar uma série de tumultos que custaram a vida de mais de uma dezena de jovens bolivarianos, além da destruição de diversos edifícios e propriedades públicas.

Tiveram que conter-se porque a resposta do governo foi muito clara e com a lei ao seu lado. Também porque confiavam que as eleições municipais de 8 de dezembro, concebida como um plebiscito, lhes permitiriam derrotar o chavismo para exigir imediatamente a destituição de Maduro ou um referendo revogatório antecipado. Todavia a brincadeira saiu pela culatra porque perderam por quase um milhão de votos e nove pontos percentuais de diferença.

Atônitos frente ao inesperado resultado – que, pela primeira vez, oferecia ao governo bolivariano a possibilidade de governar dois anos e administrar a economia sem ter que envolver-se com virulentas campanhas eleitorais – peregrinaram para Washington para receber conselhos, dinheiro e ajudas de todo tipo para levar adiante o seu plano. Agora a prioridade seria, como foi exigido por Nixon para o Chile de Allende em 1970, “fazer a economia chiar”. Então surgiram as campanhas de escassez de abastecimento programadas e, segundo o especialista da CIA, Eugene Sharp, a especulação mudaria com os ataques da imprensa – na qual as mentiras e o terrorismo midiático não tinham limites – e logo, o “esquentar das ruas” buscando criar uma situação similar a de Benghazi, na Líbia, que arruinasse de vez a economia e que gerasse uma gravíssima crise de governabilidade que tornaria inevitável a intervenção de alguma potência amiga, que já sabemos quem é, que pudesse acudir com auxilio para restaurar a ordem.

Nada disso ocorreu, mas não foi o fim de seus propósitos rebeldes. López se entregou para a Justiça e é de esperar que isso faça cair, sobre ele e Machado, todo o peso da lei. Carregam várias mortes sobre suas mochilas e o pior que poderia ocorrer na Venezuela seria que o governo, ou a Justiça, não advertissem sobre o que se esconde dentro do ovo da serpente. Um castigo exemplar, sempre dentro do marco da legalidade vigente, e a ativa mobilização das massas chavistas para sustentar a Revolução Bolivariana, são o único caminho que permitirá enfrentar o perigo de um assalto fascista ao poder, ao invés de dar um sangrento fim à gestão bolivariana. E o que está em jogo é não apenas o futuro da Venezuela, mas, indiretamente, de toda América Latina.


*cientista político e diretor do Programa Latino-americano de Educação a Distância em Ciências Sociais (PLED), do Centro Cultural de Cooperação “Floreal Gorini”.


Ucrânia: corda e nó no pescoço da diplomaCIA dos EUA








28/2/2014, [*] Nikolai BobkinStrategic Culture
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Casa Branca por Matteo Bertelli
A Casa Branca resolveu que a Ucrânia entrará num período de transição, embora não se saiba para onde, exatamente, caminha o país. O presidente Obama prometeu cooperar com todos os partidos, sem ter sequer ideia do que, exatamente, estava dizendo.

Não se sabe, sequer, quem ganhou e quem perdeu, por efeito da intervenção norte-americana, mas o massacre pelo qual está passando a Ucrânia permite dizer que já é estado não existente. Os EUA não podem se mostrar distantes dos eventos na Ucrânia, mas tampouco têm meios para agir sozinhos.

Os EUA sabem como desestabilizar outros países, mas, como agora, gostariam muito de contar com a ajuda de Moscou para acertar as coisas na Ucrânia...

Washington nunca pensou na Ucrânia, quando o país vivia em calma, pelo menos jamais manifestou qualquer interesse em desenvolver laços bilaterais. Os EUA estão no décimo lugar, na lista dos maiores investidores na economia da Ucrânia, com estoque de apenas 1 bilhão de dólares. Nunca se dedicaram a conhecer os interesses do parceiro. 

Centenas de pessoas em  New Brunswick protestaram entre 26/10 e 5/1/2013 contra a 
extração de gás de xisto (shale gas) a mesma coisa que os EUA pretendem fazer na Ucrânia
Os EUA promovem a produção não tradicional de gás, nos depósitos ocidentais pouco lucrativos, onde a população não está inclinada a apoiar a “amizade do xisto” com os EUA [1]. Nenhum projeto de investimento em outro setor de energia existe e nada há que vise a aumentar as trocas comerciais. As trocas, aliás, são mínimas: as exportações dos EUA para a Ucrânia não passam dos 200 milhões de dólares, e as exportações ucranianas para os EUA mal chegam a $60-70 milhões.

Diferente disso, os laços entre Ucrânia e Rússia são muito mais próximos; de fato, não há comparação possível. O comércio entre Rússia e Ucrânia ultrapassa 40 bilhões de dólares; a Rússia é o principal mercado para a Ucrânia (aproximadamente 10 bilhões de dólares).

Quando Yanukovich chegou ao poder em 2010, os EUA concentraram seus esforços em desenvolver alguma cooperação no campo da não proliferação nuclear; as partes concordaram que a Ucrânia não teria urânio altamente enriquecido. Os EUA prometeram ajuda na descontaminação do território afetado pelo desastre nuclear de Chernobyl. Essa ajuda jamais chegou. Já faz muito tempo que os EUA vêm substituindo dinheiro por promessas, em ouvidos sempre prontos a acreditar em palavras ocas.

Os cérebros da política exterior de EUA e Grã-Bretanha, John Kerry e William Hague, jamais discutiram qualquer ajuda urgente à Ucrânia, em nada que se parecesse a alguma reunião especial. No máximo, trocaram ideias sobre o tema, quando se cruzaram nos corredores da Conferência sobre Abusos Sexuais e Conflitos Armados que se realizou em Washington (?).

William Hague (E) e John Kerry (D)
O Secretário do Exterior da Grã-Bretanha disse que os novos líderes políticos em Kiev ainda teriam de comprovar que seriam capazes de implementar reformas e combater a corrupção. Hague acredita que, assim, melhorarão as chances de o país obter ajuda financeira da comunidade internacional. Quer dizer, portanto, que é outra vez, como sempre, chantagem e queda-de-braço, dessa vez aplicadas contra gente que depositou suas esperanças na ajuda ocidental. A única coisa sobre a qual não há dúvida alguma é que não haverá dinheiro dos EUA para a Ucrânia.

Do ponto de vista dos EUA, Yanukovich nunca foi o pior presidente da Ucrânia. Foi derrubado por golpe, movimento que anda ao arrepio dos princípios norte-americanos de respeito à lei e à democracia.

Os norte-americanos perguntam-se o que Obama faria se seus adversários se armassem e se pusessem a lançar coquetéis molotov contra o Capitólio, invadissem a Casa Branca e quebrassem as vidraças do Salão Oval? O presidente dos EUA aceitaria calmamente que o Congresso, de repente, lhe tirasse todos os seus poderes e o demitisse, sem aviso prévio e sem nenhum dos procedimentos que a lei exige para demitir o presidente, e em momento em que agitações e o caos tomassem conta do país?

Barack Obama
Norte-americanos sérios e respeitadores da lei absolutamente não entendem como é possível que Obama tenha dito a Yanukovich que tirasse as forças de segurança das ruas, quando havia combate nas ruas de Kiev e já havia mortos. Como é possível?

Para muitos, nos EUA, a reação de Obama foi, de fato, de incitamento ao golpe e à violência. Na verdade, o governo dos EUA emitiu uma licença para matar, e é responsável por dúzias de vidas humanas perdidas em Kiev. Vergonha, para os EUA.

O fato de que Obama tentou esconder-se por trás de funcionários nomeados por ele e que trabalham para ele e fugiu de qualquer encontro direto com Yanukovich, não é desculpa para suas ações. A política dos EUA para a Ucrânia foi entregue nas mãos do vice-presidente Joe Biden naqueles dias críticos. Foi Biden quem falou NOVE VEZES com Yanukovich pelo telefone... Agora, é o secretário de Estado John Kerry que se põe a falar sobre a Ucrânia do modo mais absurdo e confuso, tentando encobrir o estúpido fracasso da diplomacia dos EUA.

Sergey Lavrov, Ministro das Relações Exteriores da Rússia
Falando sobre os eventos, Kerry diz que não é “jogo de soma zero”. Ora essa! Em jogo de soma zero, o vencedor ganha tudo que o perdedor perca. O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, observou que Kerry tinha dificuldades com números, quando falou sobre a Ucrânia na Conferência de Munique. O secretário de Estado disse que Kiev teria de escolher entre o mundo todo e um único país. Agora, o mesmo secretário de Estado já começou a falar de “trabalhar em conjunto com a Rússia”.

A Casa Branca expôs seu apoio à integridade territorial da Ucrânia. Já começou a enfatizar, até, a importância da participação da Rússia no gerenciamento da crise. O Secretário do Exterior da Grã-Bretanha William Hague admitiu que seria importante que a Ucrânia cooperasse com ambos: com a Rússia e com a União Europeia.

Sim, mas... A questão importante não é o que eles pensem. A questão importante é se a Rússia quer cooperar com o novo regime em Kiev. 

Moscou condena resoluta e veementemente o crescimento de sentimentos neonazistas e neofascistas na parte ocidental da Ucrânia, as ideias de proibir o idioma russo, de converter os falantes de russo em “não cidadãos”, de limitar a liberdade de expressão e de extinguir todos os partidos políticos não prestigiados pelo novo regime. Washington precisa entender também que os líderes da Praça Maidan, que juraram fidelidade a valores europeus, lá estavam em flagrante violação de normas fundamentais da Constituição da União Europeia, relacionadas ao modo de tratar nacionalidades minoritárias, inclusive minorias que falem seus próprios idiomas.

Zbigniew Brzezinski
Nesse contexto, as predições de Zbigniew Brzezinski, essa semana, no Financial Times, de que a maioria dos ucranianos converter-se-ão em inimigos da Rússia soam, só, como piada macabra de russófobo decrépito. Essa semana, Zbigniew Brzezinski recomendou explicitamente a finlandização da Ucrânia. [2] Implica respeito mútuo, amplos laços econômicos com Rússia e com a União Europeia, não alinhamento com nenhuma das alianças militares que a Rússia vê como hostis. Assim, a cooperação entre Rússia e Europa faria progressos. Em resumo a finlandização está sendo oferecida como padrão de relações entre Ucrânia, União Europeia e Rússia. Ok, mas... Que conversa é essa?!

Não foi a Rússia, mas a União Europeia, quem disse que a Ucrânia teria de escolher entre a Europa e a Rússia. Foi o ultimatum lançado pela União Europeia, que Yanukovich teve de enfrentar. O presidente Putin da Rússia só fez perguntar por que, afinal, a Ucrânia teria de escolher, fosse o que fosse. Segundo ele, Moscou estava pronta para ajudar e a impedir o colapso da Ucrânia, unindo esforços com o ocidente. A ajuda poderia vir na forma de um pacote de ajuda tripartite. Washington e Bruxelas recusaram.

eles, portanto, não à Rússia, é que Brzezinski deve dar suas lições de finlandização. Moscou jamais esqueceu que os ucranianos são nação-irmã – a Rússia e a Ucrânia são duas partes de uma mesma civilização.

Por isso, exatamente, o ocidente jamais inclui a Ucrânia na lista de seus aliados incondicionais.



Notas dos tradutores

[1] P. ex.; 5/12/2013, NB MEDIA CO-OP, Najat Abdou-McFarland em: View from the Longhouse: hundreds unite in peace and friendship against shale gas

[2] 24/2/2014, Zbigniew Brzezinski, em: Russia needs a “Finland option” for Ukraine [A Rússia precisa de uma “opção Finlândia” para a Ucrânia], Financial Times (só para assinantes) . Excertos:

Os EUA podem e devem fazer saber claramente ao Sr. Putin que os EUA estão preparados para usar sua influência para garantir que uma Ucrânia verdadeiramente independente e territorialmente íntegra trabalhará a favor de políticas para a Rússia semelhantes às efetivamente praticadas pela Finlândia: relações respeitosas de vizinhança, com amplas relações econômicas com a Rússia e com a União Europeia; nenhuma participação em qualquer aliança que Moscou considere como dirigida contra ela, mas expandindo sua conectividade europeia.

[Essa finlandização da Ucrânia seria necessária, para Brzezinski, porque]

A Rússia ainda pode lançar a Ucrânia numa destrutiva e internacionalmente perigosa guerra civil. Pode induzir e depois apoiar a secessão na Crimeia e em algumas partes industrializadas do leste do país

O artigo de onde foi tirada a frase acima: The Finlandization of Ukraine? não nos interessou, porque, se Brzezinski escreve como perfeito doido russófobo senil, o autor do artigo escreve como doido-de-repetição, ainda mais atrasado-atrasante.
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[*] Nikolay Bobkin é Ph.D. em Ciências Militares, professor associado e pesquisador sênior no Center for Military-Political Studies, Institute of the U.S.A. & Canada. Colaborador especialista na revista online New Eastern Outlook. Escreve habitualmente para diversos sites e blogs tais como: Strategic Culture, Troubled Kashmir, Make Pakistan Better e muitos outros.