quarta-feira, 14 de julho de 2021

Os destaques da noite no 247

 

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Mourão embarca para Angola enquanto Bolsonaro é transferido para possível cirurgia

Diretora da Precisa contradiz outros depoentes sobre versão da compra da Covaxin

Lula afasta especulações sobre vice e diz que nome deve "conhecer como vive o povo pobre desse país"

 

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Bolsonaro está à beira de um ataque de nervos e será preso se não for reeleito, diz empresário e ex-aliado

Se empurrar, o indicado de Bolsonaro ao STF cai


O esforço coletivo de vários jornalistas revelou o mercado paralelo de vacinas

O esforço coletivo de vários jornalistas revelou o mercado paralelo de vacinas
por Alice Maciel e Bruno Fonseca
 
Um verdadeiro barril de pólvora: a entrevista à repórter Constança Rezende, da Folha de S. Paulo, em que o cabo Luiz Paulo Dominguetti — representante da Davati Medical Supply – denunciou um suposto esquema de corrupção nas negociações de vacinas no Ministério da Saúde foi como uma explosão nas redações de todo o Brasil. 

Na Pública não foi diferente. Minutos depois de publicada a entrevista, nós começamos a correr atrás de mais informações e a buscar os outros personagens envolvidos neste enredo quase inacreditável: um policial militar negociando vacinas junto ao governo federal na maior pandemia em décadas. 

No mesmo dia, descobrimos, a partir de um site de um grupo de vereadoras do município de Ijuí (RS), que uma organização evangélica, a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), atuou como intermediária da Davati na negociação dos imunizantes. 

Puxando o fio da Senah, chegamos ao seu presidente, o reverendo Amilton Gomes de Paula, peça-chave nas negociações paralelas de vacinas. Nós mostramos essa história na reportagem publicada em 1º de julho, enquanto o cabo Dominguetti iniciava seu depoimento à CPI da Covid. Segundo o policial, foi o reverendo quem abriu as portas do Ministério da Saúde para a Davati.

Para uma história que já começou explosiva, a reportagem da Pública foi uma segunda combustão. Depois de publicada, diversas outras redações passaram a investigar o grupo religioso. De uma cobertura que estava focada no insólito PM de Minas, jornalistas de todo o Brasil também começaram a tentar entender quem era e o que fazia o reverendo que negociava vacinas. 

Dois dias depois, lá estavam Amilton e a Senah, estampados em reportagem do Jornal Nacional. Apesar de o JN ter descoberto que o Ministério deu aval ao reverendo para negociar as vacinas em nome do governo, a matéria foi para o Globoplay com o título "E-mails obtidos pelo JN revelam um novo intermediário na negociação de 400 milhões de doses da AstraZeneca" – sem nenhuma menção ou crédito à apuração da Agência Pública, que já tinha revelado o "novo intermediário" dias antes. 

A cobertura de jornalistas de diversos veículos aprofundou ainda mais a trama. Nós mostramos que um deputado da bancada evangélica também cruzou os caminhos do reverendo, história que também foi publicada por repórteres da Folha. Roberto de Lucena, do Podemos, havia escrito uma carta dando apoio à Senah para negociar vacinas no governo federal.

Dias depois, a partir de mais apuração e informações divulgadas pelo Fantástico, descobrimos a identidade do “coronel Guerra”, militar com quem Dominguetti trocou mensagens de celular sobre a negociação de vacinas para o Brasil. Conforme revelamos, trata-se de Glaucio Octaviano Guerra, coronel da Aeronáutica reformado em 2016 que ocupou um posto estratégico na Aeronáutica nos Estados Unidos. 

Ainda há muita coisa não dita e mal explicada nessa história. E nós vamos continuar investigando a fundo para descobrir outras peças desse quebra-cabeça. Não temos dúvida de que uma grande cobertura como essa é fruto do trabalho de vários jornalistas, em vários veículos. Diariamente surgem no noticiário novos episódios e personagens envolvidos em negociações de vacinas junto ao poder público. É a partir desse trabalho coletivo da imprensa que iremos entender melhor os negócios suspeitos que aconteceram nos bastidores do poder.  

Na Pública, nosso trabalho aprofunda e apura informações inéditas, mas também credita os avanços que repórteres de outros veículos conseguiram. Nós fazemos questão de valorizar o esforço dos nossos colegas porque sabemos o trabalho que dá descobrir aquilo que governos, empresas, militares, reverendos e policiais querem esconder. 

Nossas reportagens são abertas a todos e podem ser reproduzidas por qualquer veículo, sem custo, desde que dê crédito à Agência Pública e aos repórteres. Fazemos isso porque acreditamos que a informação é Pública! E queremos que as falcatruas que a Pública descobre alcancem o maior número de leitores possível. 

 
Alice Maciel é repórter da Agência Pública. 
Bruno Fonseca é repórter e editor da Agência Pública. 

Rolou na Pública
 

Coronel Guerra na CPI. No mesmo em dia que revelamos quem é o coronel Glaucio Octaviano Guerra, citado pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti em conversas sobre negociação de vacinas, o Senador Randolfe Rodrigues pediu a convocação do militar para a CPI da pandemia.

Impacto do caso Klein. O vereador Professor Toninho Vespoli, do PSOL de São Paulo, quer cancelar o título de cidadão paulistano de Samuel Klein, fundador das Casas Bahia. A ação do vereador é baseada nas reportagens da Pública que revelam que, durante 30 anos, Klein teria mantido uma rede de exploração sexual de meninas.

Adolescentes em comunidades terapêuticas. No ano passado, reportagem da Pública revelou que adolescentes eram torturados em uma comunidade terapêutica evangélica financiada pelo governo em Minas Gerais. A investigação da Pública é citada em liminar que na última segunda-feira suspendeu o financiamento federal e a regulamentação para a internação de adolescentes em comunidades terapêuticas.

 

Os destaques da manhã no 247

 

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