terça-feira, 10 de abril de 2018
ENTREVISTA COM FRANKLIN MARTINS - Jornalista político brasileiro
https://www.youtube.com/watch?v=JaZrEuwT25c
Enquanto o povo chora, o Brasil prostíbulo comemora
Enquanto o povo chora, o Brasil prostíbulo comemora. Por Carlos Fernandes
inShare
A prisão do ex-presidente Lula demonstrou, por diversas formas e ângulos, de que matéria são feitos os dois espectros políticos que rondam o cenário de terra arrasada do Brasil atual.
As demonstrações de apoio e solidariedade ao maior líder popular da América Latina desde os primeiros minutos em que o juiz Sérgio Moro decretou seu encarceramento, mostraram ao mundo que Lula não está só e que sua importância para a reconstrução da democracia brasileira aumenta substancialmente a cada arbitrariedade cometida pelo judiciário desse país.
Ter sido carregado pelo verdadeiro povo brasileiro – esse formado pelos pobres, humildes e injustiçados do dia a dia – no momento de seu maior martírio, entrará, seguramente, para a galeria de honra das imagens mais bonitas e emocionantes já presenciadas na história da política nacional.
PUBLICIDADE
Pessoas comuns de todas as cores, idades, crenças, etnias e orientações sexuais choraram no momento em que o homem que mais ajudou os despossuídos do Brasil se entregava a seus carrascos.
Enquanto tudo isso acontecia, não muito distante dali realizava-se uma comemoração, cujas proporções deixaria o próprio Baco com inveja, exatamente pelo mesmo motivo.
Oscar Maroni, um dos maiores empresários voltados para a prostituição de luxo no país, distribuía no seu desavergonhado estabelecimento cervejas e mulheres (sua mercadoria, por assim dizer) gratuitamente para cidadãos de bem defensores da família, das tradições e dos bons costumes.
Tratava-se do pagamento de uma promessa feita pelo cafetão caso Lula fosse efetivamente preso.
No vídeo que viralizou nas redes sociais, o proxeneta da High Society brasileira parecia não se contentar apenas com a prisão do ex-presidente. Para Maroni, felicidade mesmo é se alguém o matasse na cadeia. De preferência com requintes de crueldade, claro!
Para que tudo espelhasse com fidedignidade o espírito da ocasião, montou-se um cenário à altura. No palco, vestido de presidiário, Maroni amordaçava com ar de superioridade e violência uma de suas “propriedades” seminuas.
A cena não poderia ser mais simbólica.
Como deboche pouco é bobagem. Para abrilhantar ainda mais a festa, não poderia faltar os cartazes na frente do puteiro em referência aos seus dois grandes homenageados: Sérgio Moro e Cármen Lúcia.
Sejamos justos. A coisa toda faz muito sentido.
É inquestionável que Oscar Maroni deve muito a Moro e Carminha o fato do seu tipo de comércio ter se transformado praticamente na mais confiável e justa representação do Brasil pós-golpe.
O que ambos fizeram para promover a maior crise institucional que se tem notícia no país desde a redemocratização, foi algo digno da mais suja e desqualificada prostituição moral e ética praticada nesse tipo de ambiente.
Tudo posto e escancarada as diferenças gritantes que separam um lado do outro, restaram cristalinas as duas ideias distintas de justiça, dignidade e soberania que ditam o debate político nesse triste e desesperançado território.
Tudo perfeitamente às claras e rigorosamente atendidos os sentimentos de tristeza e alegria que hoje povoam a republiqueta, uma única observação:
Do lado dos que se regozijaram com a injustiça e a truculência de um Estado sem lei, lugar melhor e mais apropriado para festejar seria os salões nobres do próprio STF.
Carminha iria adorar.
‘Deram leite ao gato’, diz dirigente dos petroleiros sobre Moreira no MME
‘Deram leite ao gato’, diz dirigente dos petroleiros sobre Moreira no MME
POR FERNANDO BRITO · 10/04/2018
Recebo e reproduzo da Federação Única dos Petroleiros, artigo do coordenador da FUP, José Maria Rangel, sobre a indicação de Moreira Franco para o Ministério de Minas e Energia. “É um recado claro dos golpistas de que irão acelerar a privatização da Eletrobrás, a entrega do Pré-Sal e o desmonte da Petrobrás”, alerta o ele, pelos antecedentes do “Gato Angorá”.
Deram leite para o gato
José Maria Rangel, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros
Com os holofotes da mídia voltados para a prisão política do ex-presidente Lula, Temer concluiu nesse final da semana a sua reforma ministerial. Ao todo, nove ministros deixaram o governo para assumirem candidaturas nas eleições de outubro. Com a dança das cadeiras, o Ministério de Minas e Energia foi entregue ao mais que suspeito Moreira Franco, acusado por corrupção e denunciado pelo ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, por crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa.
O novo cargo, além de mantê-lo sob foro privilegiado, é um recado claro dos golpistas de que irão acelerar a privatização da Eletrobrás, a entrega do Pré-Sal e o desmonte da Petrobrás. Citado 34 vezes em delação premiada da Operação Lava Jato, por receber propinas em troca de favores prestados à empreiteira Odebrecht, Moreira Franco ganha mais um fôlego para escapar da Justiça e se consolida como um dos principais protagonistas da maior privataria da história do país.
Cúmplice do golpe, ele ganhou de presente de Temer a Secretaria Geral da Presidência da República, com status de ministro para que pudesse ter foro privilegiado e continuar escapando da Justiça. Sua principal missão foi comandar o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), criado para privatizar mais de 200 empreendimentos e bens públicos, desde estatais, como a Eletrobrás e a Casa da Moeda, a ferrovias, portos e aeroportos, além de concessões de blocos de petróleo e lotes de energia elétrica.
A estratégica área de energia sempre foi considerada a cereja do bolo por Moreira Franco, que conduziu uma série de projetos de desestatização do sistema elétrico e da cadeia de óleo e gás. Defensor da desregulamentação do setor, é um dos responsáveis pelo desmonte do Sistema Petrobrás. Sob o seu comando, foi elaborado o programa ‘Gás para Crescer’, que resultou na privatização da Liquigás, da Transportadora Associada de Gás (TAG), da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), da Nova Transportadora do Nordeste (NTN), da Transportadora Brasileira do Gasoduto Brasil-Bolívia (TBG), além da venda dos terminais de regaseificação da Bacia de Guanabara (RJ) e de Pecém (CE).
Moreira Franco foi ainda um dos arquitetos do novo marco regulatório de mineração, que flexibilizou as leis do Código de Mineração e criou a Agência Nacional de Mineração (ANM), uma autarquia federal cujo objetivo é facilitar a entrega das jazidas do país às multinacionais.
Essa é a ficha corrida do novo ministro de Minas e Energia, cujas mãos sujas ameaçam a já cambaleante soberania nacional e colocam em risco o que ainda resta de garantia de futuro para as próximas gerações de brasileiros. A nação não pode ficar inerte diante de afrontas como esta.
O roteiro do golpe não vai parar por aí. A prisão do ex-presidente Lula foi a forma que encontraram de tentar deter os que estancariam essa sangria. É urgente que o povo se levante e cerre fileiras ao lado dos segmentos organizados da sociedade que estão na luta em defesa do Estado Democrático de Direito e da soberania nacional. Tempos ainda mais difíceis virão. A resistência só está começando.
Inocente, Lula vira preso político. Por Dilma Rousseff
Inocente, Lula vira preso político. Por Dilma Rousseff
Publicado originalmente no site de Dilma
POR DILMA ROUSSEFF
Em nota, a ex-presidente da República aponta que Lula tornou-se um preso político, vítima de uma perseguição implacável de adversários, que lançam mão do lawfare para calá-lo e destruí-lo, no esforço de desqualificar seu papel perante a história e o povo brasileiro
NOTA À IMPRENSA
“O Brasil assistiu neste sábado, 7 de abril, a um dos mais tristes episódios de sua história: a injusta e cruel prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, o mais importante líder político brasileiro desde a redemocratização do país, reconhecido mundialmente pela sua imensa capacidade de promover inclusão social e fazer política em benefício dos mais necessitados.
Lula tornou-se um preso político, vítima de uma perseguição implacável de adversários, que lançam mão do lawfare para calá-lo e destruí-lo, no esforço de desqualificar seu papel perante a história e o povo brasileiro.
A mídia brasileira golpista tenta, de forma vergonhosa, negar-lhe a condição de preso político. Assim como negou a ocorrência do Golpe de 2016 e finge não enxergar a ascensão do fascismo no País e a violência da extrema direita.
Prenderam-no sem provas. Condenaram-no injustamente. Promovem a injustiça usando o sistema judiciário. Tentam impedi-lo de voltar pelo voto ao poder. Há poucos dias, até um atentado com tiros foi montado para tentar calar Lula.
O país segue dividido, diante de uma escalada fascista e perigosa, com o risco da implantação em definitivo de um Estado de Exceção. Lula foi preso porque é o líder da corrida presidencial. Querem impedi-lo de reconquistar pelo voto direto e popular a Presidência da República.
Sua prisão é mais uma etapa do golpe iniciado em 2016 com o meu impeachment, aprovado pelo Congresso Nacional sem que houvesse sequer qualquer tipo crime cometido.
Nossa resistência permanece e não vamos nos calar diante do arbítrio e da injustiça.
Somos a sua voz, somos o seu corpo e sua alma, somos a sua luta.
Nossa frágil democracia brasileira está gravemente ameaçada, mas será defendida nas ruas, nas praças, nos parlamentos e nos tribunais.
Denunciamos a prisão política, injusta e arbitrária de Lula, que os golpistas tentam esconder.
Lula é inocente! #LulaÉPresoPolítico #LulaLivre
Dilma Rousseff
Em áudio vazado, Chico Pinheiro critica Moro e deseja "calma e sabedoria" a Lula na prisão
https://www.youtube.com/watch?v=o0pJ3HzkBWA
Estratégia da extrema-direita é a provocação
Estratégia da extrema-direita é a provocação
POR FERNANDO BRITO · 10/04/2018
Os episódios de ontem, quando um bolsonarista fingiu ser apoiador de Manuela Dávila para gravar um vídeo pró-fascista e a estupidez de um imbecil que foi criar caso com Ciro Gomes na saida de um evento público provam, para quem ainda não percebeu, que os grupos de extrema direita estão agindo com uma estratégia – e, talvez, um comando – em comum.
Estão loucos para levarem uns tapas ou serem xingados, gravando em vídeo, e se exibirem como “vítimas da violência”.
Sabem que contam com a cumplicidade da mídia, que os trata como se fossem atores legítimos do processo político – e não são.
São reles agentes provocadores e, como tal, deveriam ser, quando passarem do ponto em que é possível ignorá-los, levados pela polícia e responsabilizados na Justiça.
O “problema” é que, tal como a mídia, polícia e Justiça, em parte,são cúmplices destes monstrinhos.
Sim, tem-se de reconhecer que algumas pessoas, achando que isso é ser de esquerda, fizeram também provocações e “escrachos”, algo bem diferente de protestos, estes legítimos.
Importante, porém, é entender qual é a razão disso e, por ela, conservar a calma, acima e além do que seria razoável.
A polarização, no Brasil, tornou-se, além de absurda, generalizada.
E não por culpa da esquerda.
O sistema midiático-judicial nos jogou nisso.
E tenta nos fazer esquecer que o povão está, até agora, observando e tentando entender o que se passa, mesmo que muitas vezes acabe por repetir a cantilena da imprensa.
Quem está sendo vítima de arbítrio, repressão e constrangimento é o campo progressista, a começar por Lula, encarcerado em Curitiba.
O que está acontecendo é revelador e há outros indícios de que agressão e desespero se espraiam por áreas que, em tese, dizem ter sido “beneficiadas” politicamente com o prisão de Lula.
Ou ACM Neto desistiu da candidatura por desambição e responsabilidade com suas funções de prefeito de Salvador?
Pensem, reflitam, não se deixem levar pela justa indignação com o que está se passando. Transformem-na em diálogo com a população, sigam o conselho de Lula no seu discurso: andem por suas pernas, falem por sua boca, partilhem com ele a serenidade com que se arrosta o destino.
Recordo aos amigos a frase de Brizola : vamos em frente, com a tranquilidade de quem tem a verdade, a certeza e a História a seu lado.
‘Sou uma idéia’ não foi só uma frase de Lula
‘Sou uma idéia’ não foi só uma frase de Lula. Por Bob Fernandes
POR FERNANDO BRITO · 10/04/2018
O comentário, para pensar muito, de Bob Fernandes, ontem à noite, no Jornal da Gazeta (vídeo ao final):
Lula preso. Voracidade, forma, urgências política, midiática e jurídica desse processo cobrarão, rapidamente, um preço. Preço cada dia maior num ano eleitoral.
Cobrarão ao menos uma cabeça grande do “outro lado”. Não só do MDB. Ou de um Paulo Preto; cobrarão cabeça de um dos chefes do PSDB.
Voracidade, urgência. Essa a lógica política e midiática imposta via Justiça.
Mesmo os mais lentos perceberam a pressa. Devorados sofregamente os prazos, Lula foi oficialmente condenado pelo TRF/4 em 24 de janeiro.
Na prática foi condenado 1 ano e 4 meses antes. Em 22 de setembro de 2016. Naquele dia esse mesmo TRF/4 julgou representação contra Moro.
O juiz havia vazado conversa entre Lula e Dilma; que não era investigada naquele processo.
Longo trecho daquela conversa gravada ilegalmente. Segundo Teori e Marco Aurélio, do Supremo, ao vazar, e no mesmo dia, o juiz agiu “fora da lei”. Cometeu “crime”.
Mas esse mesmo TRF/4 que julgaria Lula absolveu Moro, por 13 a 1…
…E informou: a Lava Jato não precisaria seguir regras do Direito comum. Teria direito a “soluções inéditas”.
Presidente, assessores do Tribunal indicaram, até cobraram publicamente condenação.
Juízes, editoriais, generais…Tudo mais seria crônica da anunciadíssima condenação.
Para outros o estrondoso silêncio. Palocci disse a Moro que poderia entregar bancos e mídias. Cadê? Não tinha provas? Prevaricam?…
… Janot saiu, Dodge entrou. Procuradores não aceitaram mais nem uma delação: Palocci, OAS. Nada. Por quê?
Partidos, candidatos que queiram aprender como derrotar Lula, nas urnas, já têm um manual. Um tutorial.
Basta ler, ver ou ouvir, entender a despedida em São Bernardo.
Entender por que, daquela forma e para quem, a apresentação de cada um dos que estavam no palanque. E os 55 minutos do discurso.
Entender o como e o porquê aquele conjunto de mensagens para os que estavam na rua… Nas ruas.
.
“(…) não sou mais um ser humano, sou uma ideia” não é só uma frase para a História.
.
“(…) não sou mais um ser humano, sou uma ideia” não é só uma frase para a História.
Papel de Cármen Lúcia com Lula é o mesmo de Cunha no impeachment, diz professor
Papel de Cármen Lúcia com Lula é o mesmo de Cunha no impeachment, diz professor
Texto publicado na Rede Brasil Atual.
Para o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do ABC (UFABC), o comportamento da ministra Cármen Lúcia à frente do Supremo Tribunal Federal (STF) se assemelha ao papel cumprido por Eduardo Cunha como presidente da Câmara dos Deputados no processo do golpe do impeachment contra Dilma Rousseff em 2016. Como presidente da Câmara, Cunha tinha o poder de admitir ou não o ingresso do pedido de impeachment, mesmo sem crime de responsabilidade, que levou à derrubada da presidenta eleita.
Segundo ele, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é resultado de manobra da presidenta do Supremo. “Cármen Lúcia tem a capacidade praticamente ilimitada de interferir na pauta e definir os caminhos da Corte. E tem manobrado de forma a garantir a prisão do ex-presidente Lula”, afirma Marchetti em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual nesta terça-feira (10).
Ele ressalta que o poder de manobra fica bastante óbvio na opção de Cármen Lúcia por ter colocado para votar o habeas corpus de Lula, em vez de ter optado por apreciar as duas ações de declaração de constitucionalidade (ADCs) que contestam a possibilidade de prisão em segunda instância.
“Se a gente olhar em perspectiva histórica, hoje Cármen Lúcia cumpre, para essa continuidade do processo que tomou o país – de rompimento do funcionamento normal das instituições democráticas e avanço da Lava Jato sob o sistema político – um papel muito próximo do que foi o de Eduardo Cunha lá trás, no avanço do impeachment da presidenta Dilma”, comparou.
Ele diz que, durante o impeachment de Dilma, até mesmo os analistas políticos ficaram estarrecidos com a falta de limites e irresponsabilidade das manobras realizadas por Cunha para atender aos interesses dos grupos que almejavam depor a ex-presidenta. “Ele foi um artifício importantíssimo do golpe, revelando o poder que um presidente da Câmara tem, ignorado por todos até então. Agora, a gente está lidando com a mesma situação.”
Na mesma entrevista, Marchetti também comenta a prisão do operador de propinas do PSDB Paulo Preto, na última sexta-feira (6), enquanto todas as atenções se voltavam para Lula. Segundo ele, tratou-se de uma tentativa da Lava Jato de demonstrar que pode atingir a todos, tentando assim afastar as acusações de atacar um dos campos da política, enquanto protege outros.
O professor é cético em relação ao processo contra Preto, que pode atingir figuras de proa do PSDB, como o candidato à Presidência Geraldo Alckmin e o senador paulista Aloysio Nunes.
“A minha desconfiança é simplesmente pelos fatos históricos. É só a gente olhar para todos os escândalos que envolveram o governador Geraldo Alckmin para deduzir que, por enquanto, podemos imaginar que a prisão de Paulo Preto não vá gerar grandes efeitos sobre essas lideranças políticas. A gente por enquanto não tem nenhum indício que essas ações vão ser tratadas com a mesma celeridade e dedicação, seja dos juízes de primeiro grau ou dos ministros do STF.”
9 governadores, milhões de votos. Mas não vem ao caso, isolem Lula!
9 governadores, milhões de votos. Mas não vem ao caso, isolem Lula!
POR FERNANDO BRITO · 10/04/2018
Nove governadores – um terço dos 37 que têm o país – não puderam visitar Lula.
Segundo deu ordem à juíza de execução, Sérgio Moro – e no que é repetido pela grande imprensa – quer “evitar regalias”.
Que regalias?
A visita aos presos é assegurada pela Lei de Excução Penal, artigo 41, inciso 10, inclusive para amigos.
Claro que isso tem de ser disciplinado pelo juiz penal e pela direção da instituição onde está o preso.
Mas não há nada que restrinja isso a uma visita por semana e, ainda que seja assim, não se possa permitir mais.
Até pela representatividade de gente que foi eleita com dezenas de milhões de votos.
É evidente que a razão não era, como alega Moro, “o bom funcionamento da unidade”, seja porque os diretores da PF receberam os governadores – e três senadores – , seja porque o compartimento onde Lula está detido fica num andar isolado.
Tião Viana (AC), Waldez Góes (AP), Flávio Dino (MA), Camilo Santana (CE), Wellington Dias (PI), Ricardo Coutinho (PB), Renan Filho (AL), Paulo Câmara (PE) e Rui Costa (BA) tiveram de deixar um bilhete, manuscrito apressadamente para que os policiais se dignassem a entregar a Lula, dizendo que estiveram ali e estão solidários a ele.
Não é a primeira vez que se nega uma visita a Lula na prisão. No dia 14 de maio de 1980, Leonel Brizola tentou visitar Lula, preso pela Lei de Segurança Nacional por liderar uma greve dos metalúrgicos do ABC paulista.
Era, porém, o tempo da ditadura. Em plena democracia, que deveria ser o regime de tolerância, que mal faria, até pela solidariedade humana, que Lula recebesse o abraço da comitiva de governadores e trocasse algumas palavras, por meia ou uma hora?
Ah, mas “são as regras carcerárias”, dizem os energúmenos. Ao que o governador do Maranhão, Flávio Dino, ele próprio ex-juiz federal por mais de 10 anos, entre a lei e as regras da carceragem, prevaleceria a lei. E, claro, o bom senso.
Então, fica lá o preso Lula, numa “solitária light”, numa excução de pena que é antecipada e precária, cujo mérito está (ou estava, porque a covardia talvez o impeça de examiná-lo), esperando “dar quarta-feira” para que possa ver alguém alem dos advogados que, evidente, têm de guardar segredo das estratégias jurídicas.
Moro vai insistir quanto puder nesta estatégia perversa e autoritária, como um Bolsonaro prisional, onde “preso bom é preso na solitária”. Que, claro, não vai prevalecer, até porque basta Lula constituir como advogado também um interlocutor político, e advogados não faltam.
Se quisesse confornto e tumulto, Lula estaria enviando, por seus advogados, conclamações e brados de insubmissão. Não está fazendo, é óbvio.
Mas será inevitável que o faça, se continuarem com essa inflexibilidade autoritária.
VÍDEO: Em show em Buenos Aires, Elza Soares cita trecho de discurso de Lula e é ovacionada
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/video-em-show-em-buenos-aires-elza-soares-cita-trecho-de-discurso-de-lula-e-e-ovacionada/
Assinar:
Postagens (Atom)