segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Vaza Jato revela novo abuso da Lava Jato contra Lula

 

Vaza Jato revela novo abuso da Lava Jato contra Lula

Reportagem do jornalista Rafael Neves, publicada no Intercept, mostra como o Ministério Público do Distrito Federal vazou investigação sigilosa contra o ex-presidente à força-tarefa de Curitiba

Lula, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol
Lula, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: 247 - Reuters)
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247 – Uma nova reportagem da série Vaza Jato, publicada pelo site The Intercept, revela mais um abuso judicial cometido contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Lava Jato, investigação que foi decisiva para derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff e permitir a ascensão do bolsonarismo no País. "A força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba recebeu uma investigação sigilosa sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de fazer um pedido formal para o compartilhamento dela. O caso ocorreu durante os preparativos para a operação que obrigou o petista a prestar depoimento, em 2016. Semanas antes da condução coercitiva de Lula, os procuradores de Curitiba obtiveram a cópia de uma apuração que, oficialmente, só seria compartilhada um mês depois por colegas do Ministério Público Federal no Distrito Federal", aponta a reportagem do jornalista Rafael Neves.

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Segundo aponta o jornalista, "a apuração sigilosa era um Procedimento Investigatório Criminal, ou PIC, instrumento usado pelo Ministério Público Federal para iniciar investigações preliminares sem precisar de autorização da justiça."  Ele lembra ainda que, desde que foi obrigada a entregar seu banco de dados à Procuradoria-Geral da República, no início de julho, a força-tarefa afirma que "o compartilhamento de PICs é indevido e que deveria ser pontual, feito apenas mediante justificativa cabível e pedido formal" e que "o compartilhamento atualmente está suspenso por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal."

No entanto, quando o alvo era o ex-presidente Lula, nenhuma regra era respeitada. "Quando lhe foi conveniente, porém, a equipe liderada por Deltan Dallagnol se aproveitou da falta de normas claras sobre compartilhamento de provas no Ministério Público para 'dar uma olhadinha' em investigações de colegas", aponta o jornalista Rafael Neves. "Na prática, isso quer dizer que os procuradores de Curitiba não julgaram necessários os ritos e formalidades que agora exigem da PGR."

Em um desses PICs, aberto por procuradores do MPF em Brasília, apurava-se um possível tráfico de influência de Lula para ajudar a empreiteira Odebrecht a fechar contratos com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, no exterior.

Leia a íntegra da reportagem do Intercept e confira a entrevista de Leandro Demori, editor do site, à TV 247:

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“Moro era um juiz perseguidor”, afirma o jurista Afrânio Silva Jardim

 

“Moro era um juiz perseguidor”, afirma o jurista Afrânio Silva Jardim

"Ele queria prejudicar o réu, isso ficou bastante claro, e já se sabia isso, não é novidade nenhuma", disse Afrânio Silva Jardim à TV 247. Assista

Afrânio Silva Jardim e Sergio Moro
Afrânio Silva Jardim e Sergio Moro (Foto: Divulgação | Abr)
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247 - O renomado jurista Afrânio Silva Jardim, professor de Direito na UERJ, falou à TV 247 sobre a postura do ex-juiz Sergio Moro na condução do processo da Lava Jato contra o ex-presidente Lula, que sofreu uma perseguição judicial no âmbito das investigações da força-tarefa.Comentando as duas vitórias de Lula nesta semana no STF, sendo uma delas a retirada de trecho da delação do ex-ministro Antonio Palocci da ação em que o ex-presidente é acusado de receber imóvel de R$ 12 milhões da Odebrecht, Afrânio Silva Jardim aponta mais uma vez a parcialidade de Moro no processo e afirma que os votos dos ministros do STF Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski apontam para a suspeição do ex-juiz. 

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“Ele era um juiz que naquele processo perseguia o réu, um juiz perseguidor, não um terceiro imparcial, não um juiz equidistante dos interesses das partes. Ele queria prejudicar o réu, isso ficou bastante claro, e já se sabia isso, não é novidade nenhuma. Ao decidir dessa maneira, os ministros Lewandowski e Gilmar argumentaram mostrando a parcialidade dele, o interesse talvez político ou ideológico de prejudicar o réu”.

Sobre o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no STF - paralisado por um pedido de vistas - que pede a suspeição de Moro, o jurista retomou o placar da votação e questionou a demora da volta do HC à pauta do Supremo. “Nessa ação de habeas corpus o Lula teve dois votos não favoráveis, do ministro Fachin, como sempre, e da ministra Cármen Lúcia. O ministro Gilmar Mendes pediu vistas. Gilmar Mendes e Lewandowski, evidentemente, vão dar procedência ao pedido na ação de habeas corpus para anular o processo por suspeição do juiz Sergio Moro. Fica o voto do CElso de Mello, que estava doente e que se aposenta compulsoriamente. O ministro Gilmar Mendes disse que ele só colocará em pauta para julgamento quando tiver condições de ter um julgamento presencial. É mais uma perplexidade, é um habeas corpus, habeas corpus tem preferência, tem que ser julgado com rapidez, não se sabe politicamente o que está havendo. O ministro Gilmar Mendes é simpático à causa do ex-presidente Lula e diz que não vai colocar em julgamento. Qual será a estratégia? Não sei”.

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Leandro Demori: Moro é fascistóide e mais ardiloso do que Bolsonaro

 

Leandro Demori: Moro é fascistóide e mais ardiloso do que Bolsonaro

Editor do site Intercept Brasil, que publicou a Vaza Jato, o jornalista disse à TV 247 que Sergio Moro nada mais é do que “um bolsonarismo que usa terno preto”, já que “é extremista da mesma forma [que Bolsonaro]”. Assista

Sergio Moro e Leandro Demori
Sergio Moro e Leandro Demori (Foto: ABR | Divulgação FNDC)
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247 - Jornalista e editor do site Intercept Brasil, veículo responsável pela publicação da Vaza Jato, Leandro Demori conversou com a TV 247 sobre o futuro do ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro. Demori afirmou que vê Moro como forte candidato para a eleição presidencial de 2022, mas advertiu: “Moro tem más intenções tanto quanto o Bolsonaro”.

Para o jornalista, o ex-juiz e ex-ministro tem seu modus operandi muito próximo ao do bolsonarismo, mas com uma roupagem falsa de moderação, ponderação e civilidade. Leandro Demori disse ainda que Moro é tão extremo e tão fascista quanto Jair Bolsonaro. “Acho que talvez a gente tenha uma eleição histórica com dois candidatos da direita, da extrema direita no segundo turno: Moro e Bolsonaro. Ele é claramente um candidato do mainstream que não é louco. Apesar de as pessoas acharem que o Moro é um cara ponderado e tal, acho que ele está muito mais próximo do Bolsonaro do que muita gente acha”. 

“Ele é um bolsonarismo que usa terno preto, só isso, porque é extremista da mesma forma, queria passar pacote anticrime, não acredita em direito de defesa. Mas o Moro tem cacife eleitoral, não sei ele vai ser jogado para fora da bacia. O Moro é um cara mais ardiloso, tem um pouco mais essa imagem de que é um cara ponderado, técnico, não sei o que e que na minha opinião é uma bobagem. [Moro] tem más intenções tanto quanto o Bolsonaro, acredita em um governo de extrema direita, quem quer passar um pacote anticrime com excludente de ilicitude é extrema direita que tem ideias fascistoides, isso é claro e cristalino para mim”, falou.

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Entenda a vitória de Lula no STF e o reconhecimento da parcialidade de Moro

 https://www.youtube.com/watch?v=TCRac90E0Io&feature=push-u-sub&attr_tag=NtWH4IPQ_UtMS5zc%3A6

Roda Viva | Dom Pedro Casaldáliga | 1988

 

Roda Viva | Dom Pedro Casaldáliga | 1988

https://www.youtube.com/watch?v=n1ppEJxr6m8&feature=share&fbclid=IwAR0xhQ9uAe89B6Z1wvsWPdXxnkaXJWp6QiSkiTOE0Rt4nGDYzkWURkrBsnQ

Homem chama negro de "macaco" e tenta fugir ao descobrir que ele é delegado no DF

 

Homem chama negro de "macaco" e tenta fugir ao descobrir que ele é delegado no DF

Pedro Henrique de Martins Mendes e o delegado Ricardo Viana

247 - O delegado-chefe da 3ª DP, Ricardo Viana, sofreu ataques racistas em uma lanchonete no Distrito Federal durante o fim de semana. Viana lanchava no local quando foi abordado por Pedro Henrique de Martins Mendes, de 34 anos, e chamado de “macaco”. 

Segundo o delegado, Martins estava fora de si e tentou fugir quando descobriu que Viana era delegado, mas foi preso na sequência, revelou reportagem do Bom Dia Brasil. 

Pedro Henrique de Martins Mendes passou por audiência, pagou R$ 3.100 reais de fiança e terá que usar tornozeleira eletrônica por três meses. 

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