sábado, 23 de setembro de 2017
Tereza Cruvinel: Chanceler cubano defende Lula na ONU
Chanceler cubano defende Lula na ONU

Falando nesta sexta-feira na Assembléia Geral da ONU, o chanceler cubano Bruno Rodriguez Parrilla hipotecou solidariedade e denunciou a perseguição judicial contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com vistas a impedir sua candidatura presidencial.
- Expressamos nossa solidariedade ao ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que é vítima de uma perseguição política, para impedir sua candidatura nas eleições presidenciais diretas de 2018, mediante uma inabilitação judicial. Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores terão sempre Cuba a seu lado – discursou Rodríguez para uma assembleia de líderes políticos mundiais.
Apesar de sete vezes denunciado, e já condenado por Sérgio Moro em um dos processos, e apesar da delação de seu ex-ministro Antonio Pallocci, Lula continua crescendo nas pesquisas, batendo todos os adversários em todos os cenários. Nesta sexta-feira, a direção nacional PT suspendeu Pallocci do partido por 60 dias, até que o diretório de Ribeirão Preto conclua o processo de sua expulsão.
"Ao mentir, sem apresentar provas e seguindo um roteiro pré-estabelecido em seu depoimento na 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, no último dia 06 de setembro, Palocci colocou-se deliberadamente a serviço da perseguição política que é movida contra o presidente Lula e o PT “ – disse o partido em nota. A senadora Gleisi Hoffman, presidente do partido, conduziu a deliberação. Lula não participou da reunião.
Fonte: 247
Tereza Cruvinel: 2018: Se não cair antes, Temer será a Geni da campanha
2018: Se não cair antes, Temer será a Geni da campanha

São crescentes os sinais de que a campanha presidencial de 2018 terá fortes semelhanças com a de 1989, a primeira após o fim da ditadura. Uma delas será a presença de um presidente altamente impopular e rejeitado, contra o qual todos os candidatos vão atirar impiedosamente. A Geni da música de Chico Buarque. Assim foi com o então presidente José Sarney em 1989. Fernando Collor, que bateu mais, levou. Mas Temer, que não pode ir às ruas e nem mesmo aparecer nas redes sociais, pode cair antes, com a aprovação da segunda denúncia contra ele pela Câmara.
Em 1989 Sarney tinha de 7% de aprovação, o dobro do que tem Michel Temer hoje, 3,4%. A rejeição a Sarney era de 60% no final do mandato. A de Temer, segundo a pesquisa Ipsos, era de 94% em Julho. Sarney não apoiou nenhum candidato em 1989. Todos eram de oposição a seu governo, inclusive o do PMDB, Ulysses Guimarães, que também por conta da filiação de Sarney a seu partido, para poder ser vice de Tancredo Neves, amargou um quinto lugar no resultado final, apesar de ter sido o comandante da oposição ao regime militar, e ter sido o Senhor Diretas e o Senhor Constituinte. Temer também não terá candidato. Mesmo que queira, ninguém aceitará receber o beijo da morte de seu patrocínio.
Em 1989, foram 22 os candidatos a presidente. Para 2018, o número dos postulantes tem crescido dia a dia. E como o quadro partidário hoje é muito mais fragmentado, podemos chegar à mesma dispersão de candidaturas. Já temos a candidatura de Lula, o preferido em todas as pesquisas, mas condicionada ao trâmite dos processos que ele enfrenta na Justiça, com o objetivo claro de inabilitá-lo para a disputa. E ainda as de Bolsonaro (PSC), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (ou Dória, pelo PSDB), Alvaro Dias (Podemos) e Chico Alencar (PSOL). O DEM garante que terá candidato próprio. E haverá, é claro, uma constelação de candidatos de pequenas sigas, o que tornará o horário eleitoral insuportável.
Se Temer não cair antes, será a Geni de todos eles. Lula não o tem poupado. Álvaro Dias subiu o tom, agora chama Temer de chefe de quadrilha. Marina também está corrigindo seu discurso equivocado. Alckmin e Dória, por conta do apoio do PSDB ao Governo e da parceria com o PMDB no golpe, estão sendo indulgentes com Temer, e quando perceberem o erro que estão cometendo, pode ser tarde. Mas com certeza, acabarão direcionando o cano da espingarda para o ocupante do Planalto. Isso se ele ainda estiver na cadeira em 2018.
Pois crescem a olhos vistos as possibilidades de acolhimento desta segunda denúncia, apesar da cantilena dos governistas de que irão enterrá-la sem dificuldades e do começo da queima de emendas parlamentares e outros recursos para atender ao apetite dos aliados. Temer agora está com o arsenal fiscal esgotado, com a base dividida, com Rodrigo Maia ressentido e com os militares ameaçando com uma intervenção caso a crise não seja resolvida pelos poderes constituídos. A crise é sua permanência no Planalto.
Paz ou cinismo?
Paz ou cinismo?
POR FERNANDO BRITO · 23/09/2017
Hoje cedo, registrou-se aqui o senhor Raul Jungmann anunciando que a favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, estava “pacificada”.
Os tiroteios de hoje provaram que é apenas mais uma ilusão.
30 anos de uma pacificação falsa, hipócrita, como as capas de jornal, lá em cima, registram.
É impossível mudar isso?
Evidente.
Visitasse você em 1945 as cidades de Berlim ou Tóquio e iria ver ruínas, escombros, gente com fome, furtando o que podia para comer, com crianças sem escola ou no que restava delas.
30 anos depois, duas grandes metrópoles, ricas, pacíficas, com população extremamente educada, preparada, capaz de ser o núcleo do enriquecimento de suas nações.
Nem os japoneses são louros, nem os alemães têm os olhos puxados. Assim, ser mestiço, negro ou de origem indígena, como boa parte dos migrantes nordestinos, não deve ser razão para que não possa dar no mesmo.
Nas ruínas da guerra, porém, não eram considerados outro povo.
Não havia quem nos comentários dos jornais – as então “cartas para a redação” – escrevesse que “clima tropical gera 3 coisas.. Rato , barata, mosca e favelado!! Joga uma bomba atômica e começa tudo do zero!”.
Mas será que alemães e japoneses antes não falavam isso? Quando o nazismo e o imperialismo japonês estava no auge, não falavam assim dos judeus e dos chineses e coreanos que estavam como seus vassalos?
Não, não tem nada a ver com o clima tropical. como diz o imbecil citado.
Tem a ver com o título do clip que o Michael Jackson gravou no morro próximo, o Santa Marta.
They don’t care about us.
*atualizado, com correção do local do clip do Jackson.
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