sábado, 11 de janeiro de 2020

Os destaques da noite no 247


Bivar ataca Bolsnaro: estava ensandecido pelo fundo partidário

Ucrânia diz que Irã pediu desculpas e promete punição por desastre aéreo

Facebook e Instagram decidem remover posts em apoio a Soleimani

Secretário de Saúde de São Carlos denuncia 'esquema' de Carla Zambelli

Nassif: indústria cairá em 2019 e ainda ficará 15% abaixo de 2013

Franceses derrotam Macron e impedem reforma da Previdência

Rio de Janeiro registra sensação térmica de 54,8 graus Celsius

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Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Quando meio século é igual a 1 ano!
Há meio século, em 1970, dois gigantes da música popular brasileira se encontraram e compuseram uma música que ficou anos “esquecida” por que a censura imposta pelos militares não permitia a gravação.
Estamos falando de Geraldo Vandré e Geraldo Azevedo, ambos perseguidos, que compuseram a música “Canção da Despedida”. Na letra da música, belíssima, vamos encontrar a seguinte frase: “Um rei mal coroado / Não queria / O amor em seu reinado / Pois sabia / Não ia ser amado”.
Cinquenta anos depois, um “rei mal coroado”, ou “coroado” através de falcatruas judiciárias, também não quer o amor em seu reinado. Diretos para os trabalhadores e para o povo? Não, isso é proibido! Liberdade de opinião? De maneira alguma! Educação pública de qualidade e libertadora? Mas nem pensando!
Um ano de governo insano e vivemos novamente a ameaça de “um rei mal coroado”. E lembramos que, em 1837, um dinamarquês chamado Hans Christian Andersen escreveu uma fábula que todos conhecem: “A roupa nova do rei”. O grito do menino daquela história precisa ser novamente ouvido, porque “o rei está nu”!
Um ano de insanidade na educação. O que esperar de um “ministério” que tenha como dirigente máximo um economista, investidor do mercado financeiro e fiel seguidor do “filósofo” Olavo de Carvalho? O que esperar de um ministro que, em menos de um ano, colecionou uma quantidade tão grande de besteiras ditas e graves atentados escritos contra o nosso idioma?
Do que sabemos, através de pesquisas, notícias diversas e relatórios oficiais, as décadas de 2000 e 2010 foram marcadas pela expansão da educação pública no Brasil, com aumento de cotas universitárias, multiplicação de bolsas de pesquisa, estruturação e consolidação de instituições federais. Mas o ano de 2019 vai fechar a década tendo como características a instabilidade institucional e uma retração no investimento público no setor.
Os livros didáticos têm muitas coisas escritas, muitas palavras. Então serão trocados por livros com imagens da bandeira brasileira e a letra do hino nacional, diz o presidente insano. E nós, aqui no Informativo, ficamos imaginando como substituir, por exemplo, em um livro de química as palavras ácido, aminoácido, coloide ou hidrocarbonetos por “lábaro” ou “flâmula”. Em um livro de física, como substituir as palavras difração, reflexão, cargas elétricas e outras por “raios fúlgidos”? Como vamos substituir “a soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa” por “do que a terra mais garrida, teus risonhos lindos campos têm mais flores”?
Um ano de mais militarização! Duas questões nos chamam a atenção nesse governo demente: por um lado, a incorporação (numérica) efetiva de militares nos campos da administração estatal. E não se trata apenas do presidente ou vice-presidente da República e dos oito ministros que compõem o gabinete hoje: existem mais de 2.500 militares em cargos de gerência e assessoria. Somente na Secretaria de Segurança Institucional existem 1.061 militares, e na Vice-Presidência, dos 3 que estavam em alta, foi passada para 65. Um dos ministérios que quase dobrou a participação das Forças Armadas nos níveis de decisão é a da Justiça (de 16 a 28), onde, de acordo com uma disposição interna, toda quinta-feira os militares devem se apresentar com seu respectivo uniforme. É um ministério fundamental por muitas razões, mas também pelo fato de estar encarregado da Segurança Pública, um campo em que, desde o ínterim de Michel Temer, a presença dos militares vem ganhando espaço.
Por outro lado, vemos o país que tem uma longa tradição em formação pedagógica, com grande influência em toda a América Latina,            observar a “militarização das escolas” promovida por ex-capitão reformado é um indicador da direção em que ele deseja levar seu projeto político.
Em princípio, analisando a “lei” criada pelo insano (sob a supervisão do “guru” astrólogo) a delimitação de funções é supostamente clara: os professores civis assumem a questão pedagógica e os militares gerenciam o estabelecimento. Mas as fronteiras estão confusas e isso foi denunciado por várias organizações que defendem os direitos de crianças e adolescentes.
E o “ministro da deseducação” continua escrevendo “imprecionante”!
“Y love you, Trump”! O insano que governa o Brasil, muito “macho”, anunciou seu apoio aos EUA, minutos depois do assassinato do general iraniano em um aeroporto iraquiano, autorizado por Trump. E não perdeu tempo para declarar seu “amor” incondicional.
O Brasil vai sediar nos dias 5 e 6 de fevereiro um encontro entre aliados militares dos EUA, que será usado por Donald Trump para pressionar aliados internacionais a apoiar a ofensiva contra o Irã, divulgou na segunda-feira (06) o jornalista Jamil Chade.
Em reportagem publicada pelo portal UOL, fontes ouvidas pelo jornalista disseram que os aliados de Trump serão "cobrados e testados" sobre sua aliança com Washington durante a conferência que será realizada no Brasil.
Diplomatas ouvidos pelo jornalista afirmaram que a nota em apoio às ações de guerra dos EUA, emitida pelo Itamaraty na sexta-feira (03) rompe com a tradição diplomática brasileira, que sempre prezou pelo diálogo, colocando o país numa posição de “lacaio”.
A resposta foi imediata. O governo do Irã convocou a encarregada de negócios da embaixada do Brasil no país, Maria Cristina Lopes, para prestar esclarecimentos a respeito da nota do Itamaraty sobre a morte do general Qassim Suleimani, ocorrido por um bombardeio estadunidense no aeroporto de Bagdá, no Iraque, na quinta-feira (02). A informação foi confirmada pelo Itamaraty na noite de segunda-feira (06).
“Informamos que a Encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, assim como representantes de países que se manifestaram sobre os acontecimentos em Bagdá, foram convocados pela Chancelaria iraniana. A conversa, cujo teor é reservado e não será comentado pelo Itamaraty, transcorreu com cordialidade, dentro da usual prática diplomática”, informou o Ministério das Relações Exteriores.
Em comunicado divulgado na sexta-feira (03) pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro manifestou “seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo”.
Mas o “heroico militar” insano, na terça-feira (07), disse que pode não ir à Suíça para participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, por conta da escalada do conflito entre Washington e Teerã.
Meia volta, volver... O demente que diz governar o país anunciou na terça-feira (07) que o Brasil pretende manter as relações comerciais com o Irã e afirmou que repudia o terrorismo. “Nós repudiamos o terrorismo em qualquer lugar do mundo e ponto final. Temos comércio com o Irã e vamos continuar esse comércio”.
Cheio de medo, ele disse ainda que vai conversar com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a possibilidade de pedir uma reunião com os diplomatas iranianos no Brasil.
Nesta semana, o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou os representantes diplomáticos brasileiros a comparecerem à Chancelaria iraniana para explicar o teor da nota divulgada no último dia 3. A convocação foi atendida pela encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, Maria Cristina Lopes, na ausência do embaixador Rodrigo Azeredo, que está de férias. Mas o Itamaraty não revelou o teor da conversa, afirmando que trata-se de assunto reservado. “A conversa, cujo teor é reservado, e não será comentado pelo Itamaraty, transcorreu com cordialidade, dentro da usual prática diplomática”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Adiante, no Informativo, mais notícias sobre os desdobramentos do atentado.
Protestos contra aumento da tarifa do transporte em SP. Noite de quinta-feira (09). A Polícia Militar lançou bombas em confronto com manifestantes que fazem o segundo ato contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo. A confusão aconteceu em frente à estação República do Metrô, no Centro da capital. Duas pessoas foram detidas e liberadas após a assinatura de um termo circunstanciado.
O protesto começou durante a tarde na Praça da Sé, também no Centro, e seguiu em caminhada sob chuva pela região.
Os manifestantes são ligados ao Movimento Passe Livre (MPL) e, segundo a organização do protesto, o ato seguiu o seguinte itinerário: Praça João Menes, Rua Anita Garibaldi, Rua Boa Vista, Rua Líbero Badaró, Viaduto do Chá, Avenida São João, Avenida Ipiranga e Estação República.
No anúncio do protesto nas redes sociais, os manifestantes dizem que os governantes anunciaram o aumento de R$ 0,10 como algo menor, mas, para eles, a tarifa deveria ser reduzida. A tarifa subiu de R$ 4,30 para R$ 4,40.
O movimento teve início na terça-feira (07), na estação Trianon-Masp do Metrô, e se desdobrou através das redes sociais. Mas os nossos jornais não estão divulgando ou apenas colocando em matérias pequenas, bem escondidas entre outras notícias. Será medo do presidente insano?
Orelhudo e mentiroso! O ex-militar demente mentiu ao dizer que o aumento do salário mínimo para 2020 foi “acima do que seria se a lei do PT estivesse em vigor”. A lei orçamentária para este ano aprovada pelo Congresso em dezembro previa que o mínimo deveria ser de R$ 1.031, reajuste de 3,3%. No entanto, como o Índice Nacional do Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 4,1%, o governo estabeleceu um reajuste R$ 8 maior, para R$ 1.039.
A declaração é falsa. A Lei nº 12.382, sancionada por Dilma Rousseff em 2011, estabelecia que, entre 2012 e 2015, o salário mínimo seria reajustado pelo índice de inflação do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes. Com isso, além dos 4,1% da inflação, o salário mínimo deveria ser acrescido de mais 1,3%, que foi o crescimento do PIB em 2018.
As manipulações escandalosas! Governo e parte da mídia celebraram o resultado, no dia 19 de dezembro, do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado pelo Ministério da Economia: saldo de 99.232 vagas com carteira assinada em novembro, crescimento de 0,25% no estoque de empregos formais no país. Mas os dados mostram que o aumento se concentrou basicamente no comércio, com saldo de 106.834 (1,18%), sendo 100.393 no varejo e 100.936 em estabelecimentos com até 19 funcionários, indicando contratações temporárias para o fim de ano. A indústria de transformação fechou vagas, assim como a construção civil e a agropecuária enquanto o setor de serviços teve expansão modesta. No portal Rede Brasil Atual
Além disso, 13,5% do saldo de novembro é referente a trabalho intermitente (11.354 admissões) e parcial (2.122), também de caráter temporário e com menor grau de proteção. Sem contar que os desligamentos “por acordo”, que totalizam 15.754 no mês passado, superam as contratações intermitentes e parciais (13.476).
Todo mundo sem dinheiro! Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que apenas 11% dos consumidores brasileiros têm condições de pagar as despesas sazonais deste período, como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e material escolar, com os próprios rendimentos, sem que seja necessário fazer uma economia ou reserva financeira ao longo do ano. A pesquisa ainda mostra que 22% dos entrevistados não fizeram qualquer planejamento para pagar esses compromissos em 2020.
De acordo com o levantamento, para este novo ano, a maior parte (26%) dos entrevistados teve de economizar nas festas e com as compras de Natal para conseguir pagar as despesas de início de ano. Outros 21% guardaram ao menos parte do 13º salário para honrar os compromissos, ao passo que 17% disseram ter montado uma reserva ao longo de 2019 para cobrir os gastos no futuro. Outra descoberta é 14% passaram a fazer algum bico para acumular uma renda extra.
Derrota para Trump. A CIA havia preparado, treinado e financiado um “boneco de ventríloquo” para desestabilizar o governo legítimo de Nicolás Maduro. Em uma farsa de reunião na Assembleia que ele presidia, sem a presença do partido do governo, Juan Guaidó foi eleito presidente da Câmara e se autoproclamou Presidente da Venezuela.
É claro que todos os governos que “babam o ovo” dos EUA correram para reconhecer o novo governo, montando o que seria o início de um golpe. Mas todas as tentativas feitas esbarram na resistência popular e o tal golpe não saia, irritando Trump a cada manhã sem notícias novas e positivas da Venezuela.
Agora mesmo é que tudo desabou na cabeça dos golpistas. Os deputados da Venezuela elegeram no domingo (05) um novo presidente da Assembleia Nacional, órgão legislativo do país, derrotando o então chefe do Parlamento e autoproclamado mandatário venezuelano Juan Guaidó, integrante do partido Vontade Popular.
A nova junta diretiva será formada pelos deputados Luis Parra, do Primeiro Justiça, que assumirá o cargo de presidente, Franklin Duarte, do Copei, e José Gregorio Noriega, do Vontade Popular, como primeiro e segundo vice-presidentes. "Hoje queremos abrir a porta para o futuro deste Parlamento", afirmou Parra.
Os três novos integrantes da direção da AN, todos opositores de direita ao governo do presidente Nicolás Maduro, foram apoiados por outras legendas da oposição que não reconheciam mais a liderança de Guaidó e também dos deputados do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do presidente Nicolas Maduro.
Em outras palavras, até seus aliados já não confiam nele e estão enviando um recado para Trump. Entenda quem for capaz.
Tchauzinho Guaidó! O deputado Luis Parra, ex-integrante do partido Primera Justicia, foi eleito presidente da Assembleia Nacional com 81 dos 104 deputados presentes. E vale destacar que nenhum deputado chavista compões a nova diretoria. O congresso é composto de 167 deputados, o quórum mínimo é de 84 parlamentares e bastavam 76 votos para eleger a nova diretoria.
O presidente da Assembleia Nacional, Luis Parra, reconhecido pelo presidente Nicolás Maduro, destacou que o objetivo da nova diretoria é diminuir a polarização entre chavistas e opositores. “Nós vamos abrir caminho para transitar a despolarização do país e do parlamento. Nossa primeira mensagem a Nicolás Maduro é que ele tem voltar a dar a cara no Parlamento, mas também respeitar o Parlamento que legitimamente eleito por 14 milhões de venezuelanos”, disse Parra em seu primeiro discurso como presidente do Congresso.
O deputado também falou sobre possíveis sanções dos EUA, que divulgaram um comunicado no mesmo dia da eleição onde afirmam que sancionariam os deputados opositores que não votassem em Juan Guaidó. “Nós vamos defender as decisões legítimas do parlamento. Quem vai por esse lado da censura, da ameaça, se equivoca, porque esse parlamento está decidido. Não tenho conta nem bens nos EUA e não há nada que me importe além do povo da Venezuela. Pedimos respeito aos governos, assim como em algum momento pedimos ajuda e seremos agradecidos. Agora pedimos respeito ao parlamento venezuelano”, disse o presidente Luis Parra.
“Assembleia paralela”? Coisas que só poderiam sair da cabeça de um louco varrido como Trump. O deputado de direita e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, foi reeleito para a presidência de um Parlamento paralelo na noite do domingo (05) por uma assembleia realizada na sede do jornal venezuelano El Nacional.
A sessão não oficial, que contou apenas com a presença de parlamentares da oposição aliados a Guaidó, foi realizada após o autoproclamado presidente interino ser derrotado no Parlamento em votação que elegeu uma nova junta diretora para a Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, tendo como presidente o deputado Luis Parra, membro do partido opositor Primeiro Justiça.
Argentina retira credenciais de embaixadora venezuelana nomeada por Guaidó. (Matéria em Opera Mundi) O governo da Argentina decidiu nesta terça-feira (07) retirar as credenciais diplomáticas de Elisa Trotta Gamus, que havia sido nomeada por Juan Guaidó como embaixadora da Venezuela no país.
“Escrevo com o objetivo de informar que, a partir desta data, sua missão especial na República da Argentina e suas funções dentro da estrutura foram encerradas”, diz a nota do Ministério das Relações Exteriores.
Trotta havia entregado suas credenciais a Jorge Faurie, então chanceler do ex-presidente Mauricio Macri, que reconheceu a venezuelana como representante diplomática da Venezuela no país.
A decisão de Macri veio após o seu governo reconhecer, em abril, o deputado de direita Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela, após o parlamentar se autoproclamar mandatário, em janeiro de 2019.
Em dezembro, o ministro das Relações Exteriores do presidente Alberto Fernández, Felipe Solá, havia dito ao jornal Clarín que as atividades desempenhadas por Trotta “eram ilegais” e que o governo peronista não “buscaria desculpas”.
Quando os jornais mentem... Em junho de 1966, sentindo a necessidade de promover um debate que elevasse o grau de consciência do operariado chinês e sabendo que os jornais estavam sob controle de grupos contra o partido comunista, Mao Tsé-tung passa a incentivar os chamados “dazibaos”, cartazes escritos em grandes caracteres (dazibaos) e que eram expostos em muros, em vários pontos da China. A organização ficava por conta de grupos marxista-leninistas e tinha início a Grande Revolução Cultural Proletária.
Não temos qualquer intenção igualar os fatos, mas, no Chile, diante da cumplicidade da imprensa local com o governo repressor de Sebastián Piñera, mulheres pesquisadoras e comunicadoras chilenas criaram o coletivo Sin medios/Sin miedo e estão criando um registro nos muros da cidade de Santiago, que durante os meses de outubro, novembro e dezembro se transformaram no suporte das informações, denúncias, anseios e demandas da cidadania durante os protestos no Chile.
O trabalho exposto nos muros em letras grandes reúne parte de milhares de frases que podem ser observadas nas ruas de Santiago no setor da cidade entre o Palácio de La Moneda e a Praça da Dignidade – outrora Praça Itália, rebatizada pela população mobilizada.
No percurso, é possível ver temáticas diversas, desde as demandas por melhores aposentadorias, moradia, saúde digna ou Assembleia Constituinte, até reclamações pelo papel da imprensa, ou dos meios de comunicação durante o que alguns denominam “explosão social”.
Para a jornalista Paola Cornejo, “alguns meios [de comunicação] optaram pelo esvaziamento, ou mesmo pela omissão, em suas coberturas, mas os jovens, as mulheres, os artistas, os coletivos e os muralistas decidiram utilizar o espaço das ruas para contar suas verdades, tudo aquilo que parte da imprensa não está informando atualmente. Assim, os muros da cidade se transformaram em meios de comunicação”.
França: continua o movimento contra a reforma da previdência. Novas manifestações foram convocadas pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), Federação Unitária de Sindicatos (FSU) e sindicatos Solidariedade, entre outros, neste sábado (11).
Já são 37 dias de greve nos setores de transporte público contra a reforma previdenciária do governo do presidente Emmanuel Macron, que informou que “está disposto a retirar temporariamente” os 64 anos de idade projeto de lei.
Esta é a segunda manifestação sindical em apenas 48 horas e, nas duas ocasiões, houve confrontos entre a polícia e grupos radicais encapuzados que fizeram fogueiras nas ruas. Agentes do batalhão de choque lançaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersá-los. Mas o governo neoliberal continua defendendo o trabalho da polícia contra acusações de uso excessivo de violência para reprimir manifestantes, cujas imagens levaram à abertura de investigações internas dentro da aplicação da lei.
Os protestos também foram registrados em outras cidades da França, incluindo Marselha, Toulouse, Lyon e Nantes.
Devido aos incidentes, o Executivo francês anunciará propostas com o objetivo de encontrar uma solução para o conflito pela reforma previdenciária que pretende substituir os 42 esquemas de aposentadoria atuais, bem como uma idade de 64 anos para acessar a aposentadoria sem descontos.
Além dos trabalhadores de transporte, já aderiram ao movimento os funcionários de ferrovias, advogados, magistério e refinarias.
Iraque quer retirada de tropas estadunidenses. O Parlamento do Iraque aprovou no domingo (05) uma resolução pedindo ao governo que cancele a assistência militar dada por Washington ao país, o que poderá significar a retirada das tropas dos EUA do território iraquiano.
Além disso, o governo ainda apresentou uma denúncia à Organização das Nações Unidas (ONU) contra ataque ordenado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao aeroporto internacional de Bagdá que deixou sete pessoas mortas, incluindo o general iraniano Qassem Soleimani e o líder iraquiano Abu Mahdi al-Mohandis.
O Ministério das Relações Exteriores iraquiano disse que a queixa foi apresentada à Secretaria Geral da ONU e ao Conselho de Segurança. O tema são os “ataques estadunidenses e agressões contra posições militares do Iraque, o assassinato de iraquianos e aliados de alto escalão e comandantes militares em solo iraquiano”.
O governo iraquiano também convocou um diplomata que representa os Estados Unidos em Bagdá para protestar contra a “violação da soberania” cometida com o ataque da última quinta-feira (02). Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que a convocação do embaixador se deve aos repetidos ataques aéreos feitos pelos EUA no território iraquiano nos últimos dias.
Trump diz que não sai! O insano do Norte, Donald Trump, disse a repórteres a bordo do avião presidencial que o país não sairá do Iraque até que Bagdá pague pela base aérea dos EUA. E ainda ameaçou implementar sanções contra o Iraque caso continuasse com a exigência de que as tropas estadunidenses deixassem o país.
“Se eles nos pedirem para sair e se não fizermos isso de uma maneira muito amigável, imporemos sanções como nunca haviam visto antes. Isso fará as sanções contra o Irã parecerem um pouco chatas. Temos uma base aérea extraordinariamente cara lá. Seu custo de construção bilhões de dólares. Muito antes da minha chegada. Não sairemos a menos que nos paguem”, disse Trump.
Não se sabe exatamente qual é a base militar, mas é provável que Donald Trump tenha se referido à base aérea de Al Asad no oeste do Iraque. A base foi construída entre 1981 e 1987 por um consórcio iugoslavo encomendado pelo governo iraquiano e foi capturada pela coalizão liderada pelos EUA em 2003. Desde então, os militares dos EUA se estabeleceram lá até 2011, apenas para retornar em 2014: desta vez em conjunto com as tropas iraquianas.
Ao mesmo tempo, o presidente dos EUA ameaçou novamente destruir a herança cultural do Irã, caso o país persa respondesse ao assassinato do general Qasem Soleimani, ignorando os estatutos do Conselho de Segurança da ONU que proíbem expressamente atacar a herança cultural.
Câmara dos EUA vai limitar ações do insano. A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou na quinta-feira (09) uma resolução para limitar a capacidade de Trump de se envolver em um conflito armado com o Irã, dias depois de ele ordenar um ataque com drones que matou o general iraniano Qassim Soleimani.
O problema é que a resolução não é vinculante – ou seja, não precisa ser obrigatoriamente respeitada pela Casa Branca! Então, por que votaram?
A Guarda Revolucionária do Irã assume o engano derrubando o avião. O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (CGRI) do Irã assumiu a responsabilidade pelo incidente da aeronave Boeing 737 da companhia Ucrânia International Airlines, abatida por engano em 8 de janeiro após decolar do aeroporto de Teerã em direção a Kiev
“Depois de ouvir sobre o incidente no avião ucraniano, eu queria estar morto, para não testemunhar essa tragédia”, disse o comandante da Força Aeroespacial da CGRI, Amir Ali Hajizadeh, durante uma entrevista coletiva. O oficial militar disse que a defesa aérea tomou o avião como um míssil de cruzeiro localizado a 19 quilômetros de distância.
“Somos totalmente responsáveis ​​por isso e, independentemente da decisão tomada pelas autoridades, obedeceremos”, acrescentou o alto comando.
Já aconteceu antes. Sim, derrubadas de aviões civis por engano de militares ou erros de equipamentos já ocorreram outras vezes. A imprensa logo faz cair no esquecimento, mas temos uma relação dos principais e mais graves desses erros.
1) Uma aeronave DC-9-15 da companhia aérea italiana Aerolinee Itavia , que percorreu a rota de Bolonha a Palermo, explodiu perto da ilha de Ustica, na Sicília. Os 77 passageiros a bordo da aeronave, incluindo 13 crianças, morreram no acidente. Foi derrubado por um míssil da OTAN, disparado por engano durante uma manobra, e um combate aéreo entre caças que acompanhavam um avião no qual o então líder líbio Muammar Gaddafi;
2) um avião de passageiros Airbus A300 B2-203 pertencente à empresa Iran Air foi abatido nas águas territoriais iranianas, no Golfo Pérsico, por um míssil lançado da fragata estadunidense Vincennes, que patrulhava o Estreito de Ormuz: os militares o identificaram por erro como um F-14 iraniano. A tragédia matou quase 300 pessoas;
3) 66 passageiros e 12 tripulantes morreram quando um Tu-154M da companhia aérea Sibir, que voava de Tel Aviv (Israel) para Novosibirsk, caiu sobre o Mar Negro, a cerca de 200 quilômetros de Sochi. A investigação realizada pelo Comitê de Aviação Interestadual mostrou que a aeronave foi atingida por um míssil ucraniano, lançado por engano durante uma manobra militar. Em 2003, as autoridades do país compensaram as famílias de todas as vítimas da catástrofe.

Os destaques da manhã no 247

Irã reconhece ter derrubado avião ucraniano por "erro humano"

Presidente da Ucrânia cobra reparação total do Irã por desastre com Boeing

Bolsonaro faz sua primeira crítica aos banqueiros e defende queda dos juros

Mourão manda recado a Bolsonaro e defende política externa independente

Randolfe recebe ameaças após Luciano Hang espalhar informação falsa

Filho de jornalista da ESPN morre ao cair de quinto andar no Guarujá

Edir Macedo diz que dízimo está na bíblia ao defender cobrança de fiéis

A idiotice do Trump matou 176 inocentes

Sábado, 11 de janeiro de 2020
A idiotice do Trump matou 176 inocentes

Enquanto a gente estava tentando esquecer do mundo um pouco durante a virada do ano, os EUA e Irã chegaram até a beira de uma guerra. Nas duas últimas semanas, o mundo assistiu à trocas de agressões dramáticas –  mas esse conflito não começou agora. E também não morreu quando Trump disse que "está tudo bem" no Twitter após a saraivada de mísseis que o Irã lançou em uma base militar dos EUA no Iraque.

Não está tudo bem. Mesmo se a guerra não acontecer, danos sérios já foram feitos. Na quinta-feira, foi divulgado um vídeo que aparentemente mostra o voo 752 da Ukraine International Airlines sendo atingindo por um míssil. O avião caiu em Teerã horas depois dos ataques do Irã à bases militares americanas. Agências de inteligência dos EUA e Canadá acreditam que o Irã atirou no avião acidentalmente, confundindo-o com um ataque americano. O Irã nega. De qualquer jeito, um acidente desse nunca teria acontecido se Trump não tivesse decidido de brincar de guerra. Pelo menos 176 pessoas inocentes estão mortas agora por causa dele.

Como eu sou dos EUA, meus colegas do Intercept Brasil queriam saber o que eu estava pensando sobre tudo isso e pediram que eu escrevesse essa newsletter para compartilhar alguns dos pontos mais importantes desse conflito, e (quase) tudo o que você precisa saber para entender os próximos passos.

Mas antes, vou resumir rapidamente os últimos acontecimentos para nós ficarmos na mesma página:

• 27 de dez – Uma milícia pró-Irã lança mais de 30 foguetes em uma base militar americana/iraquiana no Iraque e mata cidadãos dos dois países;
• 29 de dez – Os EUA bombardearam as milícias pró-Irã no Iraque e matam 24 pessoas;
• 31 de dez – Milicianos e manifestantes atacam a embaixada americana em Bagdá, que fica sitiada por quase um dia;
• 3 de jan – Um drone americano mata o general iraniano Qassim Suleimani e líderes de milícias pró-Irã. Suleimani era o 2º político mais importante do país;
• 8 de jan – O Irã lança aproximadamente 20 foguetes contra duas bases militares dos EUA e Iraque. Ninguém morreu;
• 8 de jan – Voo 752 da Ukraine International Airlines cai perto de Teerã, matando todos os 176 passageiros;
• 8 de jan – Em discurso, Donald Trump sinaliza uma desescalada no conflito. "O Irã parece estar abandonando sua postura [de agressão]. O que é bom para todas as partes envolvidas", ele disse, completando: "o povo americano deve estar extremamente grato e feliz".

Agora, o que você precisa saber sobre isso?

1. Os americanos são desequilibrados
Os EUA mostraram que são impulsivos, incoerentes, criminalmente agressivos e não têm conhecimento sobre o cenário. Na sua campanha de 2016, Trump prometeu retirar os EUA das "guerras eternas" do Oriente Médio. Fez o contrário: com o assassinato do Suleimani, arriscou criar mais uma (e contra seu adversário mais poderoso da região). Além disso, analistas concordam que o ataque foi ilegal e criou precedentes perigosos.

Enquanto isso, o Irã foi razoável, estratégico e inteligente — mesmo sendo, às vezes, brutal. Essa descrição vale para agora, mas também é verdade desde 2001.

2. O Irã não quer guerra
O Irã não quer uma guerra com os EUA. Nunca quis. Você não precisa concordar com as aiatolás para reconhecer que eles são mestres na arte de auto-preservação. Eles sabem que uma guerra com o maior exército do mundo significaria a destruição do seu país e o fim do seu governo.

O Irã condenou os ataques de 11 de setembro de 2001 como atos terroristas e ajudou os EUA para derrotar a al Qaeda. Mas o governo Bush estava delirante com o desejo de refazer o mapa do Oriente Médio (e a equipe focada nisso, por acaso, estava fazendo reuniões clandestinas com executivos de petroleiras). Os americanos não apenas recusaram a oferta, como logo depois declararam que o Irã, junto com Coreia do Norte e seu inimigo Iraque, fazia parte do "Eixo do Mal". Até agora não existe um pingo de evidência que qualquer desses países tenha algo a ver com 11 de setembro ou al Qaeda.

Depois do atentado, os americanos rapidamente invadiram o Afeganistão (vizinho do Irã) sob o pretexto de acabar com al Qaeda. Mas antes mesmo disso, eles já começaram a traçar planos para invadir o Iraque (também vizinho do Irã), estabelecer um novo governo lá em alguns meses e, logo depois, partir para uma terceira invasão: Irã.

Os aiatolás, com Suleimani servindo como seu escudo, adotaram uma estratégia defensiva. Eles bagunçaram os planos dos americanos na Afeganistão e no Iraque para que eles nunca chegassem a executar a última fase do plano. Funcionou. Agora só falta o último objetivo: tirar as tropas americanas da região.

3. Trump é 100% responsável
A nova vida política do Trump começou com ele ganhando atenção por argumentar (sem nenhuma prova) que Obama não deve ter nascido nos EUA e deveria apresentar sua certidão de nascimento. Racismo que chama. A campanha presidencial do Trump foi basicamente uma campanha anti-Obama: se Obama fez deve ser ruim. Como a principal conquista dele foi o acordo nuclear com Irã — fruto de uma longa negociação que abriu o caminho para relações normais com o país que Bush demonizou em 2001 –, Trump prometeu rasgar o acordo. Fez isso em maio de 2018.

Desde então, a relação bilateral degringolou: sanções econômicas, troca de ameaças, uma série de incidências diplomáticas e militares, um bombardeio do Irã que Trump cancelou no último minuto. Nada disso teria acontecido se Trump não tivesse saído do acordo. Mesmo assim, o Irã continuou respeitando os termos – isso só mudou depois do assassinato do Suleimani, quando avisou que recomeçaria o enriquecimento nuclear mas continuaria permitindo inspecções.

4. A resposta do Irã foi perfeita
O Irã elaborou 13 opções de planos para vingar a morte do Suleimani. Decidiram lançar mísseis exatamente nas bases que foram usadas para atacar suas forças, um ato dentro do direito de resposta previsto na lei internacional. Foi um retruque claro e lógico.

Como a base é usada pelos americanos e os iraquianos — que são aliados próximos do Irã –, eles tinham a obrigação de avisar o governo do Iraque antecipadamente. O Iraque, por sua vez, tinha a obrigação de avisar os seus aliados, os americanos. O Irã não podia avisar os americanos diretamente sem parecer fraco, mas ao mesmo tempo não queria matar ninguém porque seria uma provocação que Trump teria que responder.

Usaram mísseis cirúrgicos: ninguém foi morto. Mas, na imprensa iraniana, o governo afirmou que mataram 80 soldados e que foi uma grande "tapa na cara". No final, os dois lados podiam declarar vitória e ninguém precisava acelerar a crise.

5. Iraque pode expulsar as tropas dos EUA
O Iraque é um país majoritariamente xiita, igual ao Irã (algo que aparentemente Bush não entendia quando lançou a guerra que derrotou o governo sunita do Saddam Hussein), e seus governos têm laços fortes desde a invasão de 2003. Enfurecido com o assassinato ilegal de Suleimani em seu território, o congresso iraquiano votou para expulsar as tropas americanas. A resolução foi não vinculativa, o que significa que o primeiro ministro não é obrigado de cumprir.

Se isso acontecer, seria uma grande humilhação para Trump. Mesmo que fale publicamente que quer tirar as tropas do Oriente Médio, ele quer fazer nos seus próprios termos.

Eu teria que escrever vários livros para explicar tudo sobre essa situação super complexa, mas espero que essa newsletter tenha ajudado a esclarecer alguns pontos importantes. O risco de guerra é menor do que era uns dias atrás, mas ainda é muito maior do que seria caso Trump não fosse o presidente. Mas podemos ter uma luz no fim do túnel: a eleição presidencial nos EUA é em novembro.

Quer saber mais sobre a política doméstica e estrangeira dos EUA? Me manda um e-mail com seu pedido e talvez eu faça uma newsletter ou vídeo sobre o assunto no futuro.
Andrew Fishman
Editor Geral

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