O
discurso da violência!
Dados do TSE mostram que 147,3 milhões de brasileiros
estão aptos a votar agora, o que representa um crescimento de 3% em relação a
2014. Porém, o fato concreto é que 57 milhões de pessoas (38% dos eleitores)
declaram saber ler e escrever, mas não completaram o Ensino Fundamental. Serão
esses mais vulneráveis ao discurso que defende o aumento do autoritarismo no
país?
Por que o discurso truculento do vice de Bolsonaro, ao
dizer que os índios são indolentes e os negros malandros, não produziu uma
reação imediata, com exceção de uma pequena parcela de intelectuais da
esquerda? Sequer os partidos e militantes da esquerda, de forma organizada,
denunciou a clara demonstração de preconceito e de incentivar a discriminação
racial, proibida pela nossa Constituição de 1988.
O juiz Sérgio Moro, um mequetrefe de segunda vara, é
acompanhado por 12 agentes federais. Até para ir ao banheiro ele é acompanhado
por dois agentes de segurança! Recebe auxílio moradia, duplo (ele e sua mulher),
mesmo morando na cidade onde exerce suas funções. E tudo isso é pago com o
dinheiro do contribuinte.
Os “senhores” ministros do STF também recebem o auxílio
moradia, segurança privada, carros e outras mordomias. Mais recentemente, para
a “segurança” desses oportunistas togados, passaram a ter um espaço reservado
em todos os aeroportos! E o povo vai pagando.
Quando um desembargador federal concedeu um habeas
corpus para a libertação do Presidente Lula toda essa corja se movimentou em
questão de segundos, mesmo sendo um domingo. O juizeco Moro, que estava em
Portugal, fretou um avião para voltar correndo (aliás, o povo pagou pela
aventura aérea). Tudo para impedir que a Justiça fosse feita.
No entanto, cinco meses depois do assassinato da
vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, a “justissa” ainda discute se
será ou não montada uma equipe especial para apurar os fatos e se a Polícia
Federal deverá participar dessa equipe! Não definiram, ainda, quem vai apurar o
crime.
As recentes estatísticas mostram que, oito meses depois
de decretada a intervenção federal no Rio de Janeiro, com tropas militares
mobilizadas e um orçamento astronômico disponível (às custas do nosso
dinheiro), o problema da violência não foi resolvido. Aliás, tudo piorou
bastante. Houve um crescimento de 38% no número de chacinas no estado (nota: é
considerada “chacina” quando são três ou mais pessoas mortas). O número de
pessoas mortas subiu 128%. E, curiosamente, o número de armas (fuzis e
metralhadoras) apreendidas pela polícia caiu 39%. De que serve todo esse
aparato militar que vemos diariamente nas ruas?
Mas isso não ocorre apenas no Rio de Janeiro. Os
números mostram que, nos últimos dois anos, disparou a violência no país. E
isso, é claro, atrai o discurso de certos “candidatos” que oferece ao povo mais
violência como forma de combater um problema que é social e criado pelo
sistema.
Portanto, não podemos nos surpreender com os resultados
de um recente estudo do Instituto da Democracia e da Democratização da
Comunicação, que revela a falta de apreço à soberania popular manifestada por
um crescente setor da sociedade. Ao menos um terço dos entrevistados disse
preferir a ditadura “em algumas situações” (20,8%) ou disseram que “tanto faz”
a forma de governo, democrática ou não (13%). Os porcentuais atingem
praticamente o dobro do auferido em 2014. Surpresa? Bem-vindos ao Brasil do
discurso fascista.
• Aumenta o número de tiroteios no Rio. Nos últimos meses, o Rio de Janeiro registrou aumento
de 40% no número de tiroteios, passando de 3.477 para 4.850 e, no mesmo
período, houve uma migração de determinados tipos de crime, como o roubo de
cargas, para o interior do estado. A conclusão está no estudo denominado Vozes
sobre a Intervenção, com 40 páginas, divulgado na quinta-feira (16).
O relatório destaca a preocupação com as taxas de
homicídios e chacinas, assim como as disputas entre quadrilhas, incluindo
milicianos e ressalta que o município de Queimados registrou o maior índice de
mortes violentas do Brasil.
O estudo mostra ainda que há disparidade de crimes
entre a zona sul do Rio, a Baixada Fluminense e as outras regiões do estado.
Nos últimos seis meses, Copacabana, na zona sul, registrou seis roubos de
veículos, enquanto São Gonçalo, na região metropolitana, teve 2.304.
As mortes decorrentes de ação policial também
apresentam discrepância de números: em Botafogo, zona sul, uma pessoa foi morta
nessas condições, enquanto na Baixada Fluminense - em São Gonçalo, houve 58
vítimas e 44 em Nova Iguaçu.
E os cálculos sobre o custo total da intervenção
federal no Rio de Janeiro foram apresentados pelo interventor militar, general
Walter Braga Netto. De acordo com o oficial e sua equipe, seriam necessários R$
3,1 bilhões — quantia que corresponde a quase metade do gasto total previsto
para a saúde (R$ 6,4 bilhões) na proposta de orçamento do estado para 2018.
• Assassinatos de jovens. Dados do Atlas da Violência 2018 mostram o alarmante número de jovens,
entre 15 e 29 anos, assassinados no país. No entanto, essa grave situação
permanece sem a devida resposta em termos de políticas públicas que
efetivamente venham a enfrentar o problema. Os dados de 2016 indicam o
agravamento do quadro em boa parte do território nacional: os jovens, sobretudo
os homens, seguem prematuramente perdendo as suas vidas.
Em 2016, lamentavelmente, 33.590 jovens foram
assassinados no país, 94,6% eram do sexo masculino, representando um aumento de
7,4% em relação ao ano anterior. Se, em 2015, pequena redução fora registrada
em relação a 2014 (-3,6%), em 2016 volta um crescimento do número de jovens
mortos violentamente.
Vinte estados brasileiros registraram um aumento na
quantidade de jovens assassinados, em 2016, que chamam a atenção: o Acre teve
84,8%, o Amapá registrou 41,2%, seguidos pelos grupos do Rio de Janeiro, Bahia,
Sergipe, Rio Grande do Norte e Roraima, que apresentaram crescimento em torno
de 20%. Pernambuco, Pará, Tocantins e Rio Grande do Sul, tiveram crescimento
entre 15% e 17%. De forma positiva, em apenas sete estados verificou-se uma
redução, com destaque para Paraíba, Espírito Santo, Ceará e São Paulo, onde
houve diminuição entre 13,5% e 15,6%.
• Pode
piorar? As eleições neste ano podem definir muita coisa do
futuro: continuar essa política econômica neoliberal, atendendo a todas as
recomendações dos chefes lá de fora ou reiniciar a mudança que tínhamos
começado em 2003 e que foi duramente interrompida por um golpe?
Uma antiga
piada voltou ao Brasil de hoje. Dizem que um presidente teria encomendado uma
pesquisa sobre a opinião do povo. Três meses depois os pesquisadores voltaram
com o resultado: “para facilitar a pesquisa, dividimos o povo em duas
categorias – os otimistas e os pessimistas”. O presidente pediu: “digam
primeiro o que pensam os otimistas” e recebeu a seguinte informação: “os
otimistas acham que, dentro de um ano, todos estarão comendo merda”! Assustado
o presidente pediu: “se os otimistas estão pensando isso, o que dizem os
pessimistas?”. E recebeu a seguinte resposta: “é que não vai ter merda para
todo mundo.”
Pois é.
Com a economia estagnada e a legalização do “bico”, o que mais aumenta no País
é o desalento, o trabalho precário e a falta de esperança e de oportunidades.
Quase cinco milhões de brasileiros sequer têm forças para procurar uma vaga no
mercado de trabalho, depois de meses e meses de tentativas frustradas.
A Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) trimestral divulgada, na
quinta-feira (16), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
mostra que, atualmente, no Brasil, falta trabalho para 27,6 milhões de pessoas.
Mas, como
na piada, o quadro pode ser pior. Outros 4,8 milhões de brasileiros desistiram
de procurar emprego. Eles formam o exército que o IBGE chama de desalentados,
pessoas que não têm mais esperança de conseguir uma recolocação. Esse é maior
número de desalentados da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, e
representa um aumento de 800 mil pessoas se comparado com o 2º trimestre de
2017.
A taxa de
subutilização da força de trabalho, que inclui os desempregados, pessoas que
gostariam e precisam trabalhar mais e aqueles que desistiram de procurar
emprego, ficou estável em 24,6%: 13 milhões de desempregados (12,4%), 6,5
milhões de subocupados e 8,1 milhões que poderiam trabalhar, mas não trabalham,
grupo que inclui os que desistiram de procurar emprego.
Do total
de 13 milhões de desempregados no Brasil, 64,1% são pretos e pardos e 35% são
brancos. Se comparado com o 1º semestre de 2012, quando o Brasil vivia
praticamente o pleno emprego, dos 7,6 milhões de desempregados, o total de
pretos e pardos desempregados correspondia a 59,1% e de brancos 40,2%.
• E é o nosso salário que provoca a crise? De janeiro até agora o Brasil deixou de arrecadar mais
de R$ 353 bilhões por causa da sonegação de impostos, segundo o Sindicato
Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). O montante é
atualizado em tempo real pelo Sonegômetro, ferramenta criada pelo Sinprofaz
(disponível na Internet e facilmente consultável).
“Se somarmos as sonegações, as renúncias fiscais, que
no orçamento para 2019 estão estimadas em R$ 303,5 bilhões, aos subsídios, que
são outras centenas de bilhões, se tem uma ideia do tamanho da crise fiscal”,
diz o assessor do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Roberto Piscitelli.
Há um esquema bem montado para isso. As grandes
empresas têm um corpo técnico de planejamento tributário cujo trabalho é se
aproveitar das brechas da lei, mesmo que não seja uma coisa flagrantemente
legal, para se beneficiar pagando menos e/ou sonegando impostos.
“Eles têm consultores, advogados, relações que lhes dão
uma margem de atuação mais ampla, conhecem políticos e transitam entre
poderosos. Claro que uma grande empresa que atua em mercados externos provavelmente
tenderá a sonegar através de ciclos de transações mais sofisticados, remessas
ilegais de moeda ao exterior, super e subfaturamento, coisas mais difíceis de
serem feitas por quem não está nos circuitos internacionais e tem uma área de
atuação limitada, com uma economia doméstica, um pequeno corpo e atuação em
território nacional”, explica o economista.
Recentemente, o jogador Neymar esteve envolvido em
processos de sonegação de impostos entre 2011 e 2013. Depois de obter vitória
no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), a Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional desistiu do recurso contra esta decisão no processo fiscal que
chegaria hoje a R$ 200 milhões (com correção monetária).
Quase 30% da renda do Brasil está nas mãos de apenas 1%
dos habitantes do país, a maior concentração do tipo no mundo, revelou pesquisa
no final do ano passado e, um dos mecanismos para amenizar essa concentração
seria uma reforma tributária que merecesse esse título, “e não essas que são
propostas periodicamente, como a do Haully [Luiz Carlos Haully/PSDB-PR] que
está tramitando na Câmara, argumentou.
• Israel também cobiça o Aquífero Guarani? Já comentamos, há algum tempo, que o Aquífero Guarani
(fronteira entre o Brasil, a Argentina e o Paraguai) é a segunda maior reserva
de água do planeta e perde apenas para o aquífero Alter Chão, na Amazônia. Em
um artigo passado escrevemos que os EUA fazem discurso de “células terroristas”
na Tríplice Fronteira e ali foi instalada uma base aérea (a maior estadunidense
na América Latina). Mas agora sabemos que há mais interesses na nossa água.
Com o pretexto de controlar o contrabando de drogas e
mercadorias procedentes do Paraguai, quatro lanchas militares do tipo MKII, com
tripulação e assessores israelenses, estão desde domingo (05?08) em Posadas,
capital de Missiones, no norte da Argentina, situada na chamada Tríplice
Fronteira, com Brasil e Paraguai, com a missão de patrulhar cerca de mil
quilômetros nas águas dos rios Paraguai e Paraná.
Diálogos do Sul tem informado que nesses dois últimos
anos, foram firmados acordos de segurança e de cooperação militar entre o governo
do presidente argentino Maurício Macri com os Estados Unidos e Israel. O acordo
prevê a compra de equipamentos e armas e a instalação de bases militares, tanto
no extremo sul do país, como nas zonas de fronteira a noroeste e nordeste. O
governo também autorizou a presença de tropas estadunidenses do Comando Sul,
sem que tivesse sido previamente autorizado pelo Congresso.
Paralelamente, avançam na construção de uma base
militar na província de Neuquén, iniciada em 2017 pelo Comando Sul (EUA). É
certo também que planejam a instalação de pelo menos mais duas bases militares
na Tierra del Fuego, conhecida como Ilha do fim do mundo.
• Aumenta o risco de uma intervenção contra a Venezuela. Noticiamos em nosso Informativo que o novo presidente
colombiano, Iván Duque, anunciou que retiraria seu país da Unasur (União das
Nações Sul-Americanas), mas isso não foi surpresa para ninguém. Desde a sua
campanha ele já anunciava essa medida se chegasse ao poder e, é claro, assim ia
angariando apoio e ajuda financeira de Washington.
A medida é apenas uma parte da estratégia traçada pelo
Pentágono contra os países latino-americanos que se atreveram a romper com o
projeto neoliberal e o poder do Império na região. Golpe em Honduras, no
Paraguai, no Brasil, na Argentina, etc. Tudo parte de um só plano e, agora,
acabar com a Venezuela e Nicolás Maduro seria a “cereja do bolo”. A Bolívia
seria alvo fácil depois disso.
O fato concreto é que a retirada da Colômbia da Unasur
desarticula quase que integralmente o criado Conselho de Defesa do Sul,
entidade criada com a finalidade de deter qualquer agressão de uma potência
estrangeira contra um país da região. E é preciso lembrar que a Colômbia, por
acordos anteriores, já permite a existência de cinco bases militares
estadunidenses em seu território.
James Mattis, atual secretário de Defesa dos EUA,
iniciou no dia 12 de agosto um “passeio” pela América do Sul. Seu roteiro
compreende Brasil (veja matéria a seguir), Argentina, Chile e Colômbia. A
“intenção” revelada à imprensa seria “reforçar laços de aliança e cooperação
militar”. O objetivo real? Acabar com os governos da Venezuela, Nicarágua e
Bolívia! Nada mais.
A ideia básica é construir, mesmo que de forma forçada,
um “incidente” internacional que levaria os países “amigos” a fazer “pressão
diplomática” para uma ação contra Nicolás Maduro. As constantes sabotagens de
grupos de mercenários que provocam cortes no fornecimento de energia elétrica
em algumas regiões venezuelanas seria uma das táticas que já estão sendo
usadas. Mas, no plano do Pentágono, não está descartada a hipótese de explosões
em pontes e locais estratégicos para paralisar as vias de transportes internos
no país.
Os planos não descartam, também, forjar um “ataque de
militares venezuelanos contra tropas regulares da Colômbia”, o que causaria um
problema internacional. E como a Colômbia, agora, é país membro da OTAN estaria
justificada uma ação armada conjunta contra a Venezuela.
• James Mattis no Brasil! O secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, se reuniu na segunda-feira
(13) com os ministros brasileiros da Defesa e das Relações Exteriores para
debater assuntos de interesse bilateral e regional. Mas qual o real motivo de
tanto interesse estadunidense pelo Brasil? Por que Mattis nos visita pouco
depois da vinda do vice-presidente Mike Pence?
Oficialmente, “o secretário de Defesa James N. Mattis
se encontrou com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes,
em 13 de agosto, no Palácio do Itamaraty, para reafirmar a longa relação
bilateral entre os Estados Unidos e o Brasil”. Pelo menos foi o que disse a
porta-voz do Pentágono, Dana W. White, em uma das poucas declarações sobre a
visita. E sabemos apenas que na agenda oficial de Mattis, estavam a discussão
de alternativas para avanço da cooperação nas áreas técnica, científica,
político-militar e de indústria de defesa, como no caso do uso, pelos EUA, da
base de lançamento de foguetes de Alcântara, no Maranhão (veja matéria a
seguir).
Mas sabemos que isso é apenas uma parte da verdade.
“Cooperação técnica e científica” só pode ser conversa mole para boi dormir.
Sabemos que entre as principais preocupações de Washington estão a Venezuela, a
Nicarágua, a Bolívia e o crescimento da presença da China na região. E esse
último ponto é visto como um acinte pela Casa Branca que sempre considerou a
América Latina “seu território” ou “seu pátio traseiro”.
Vale lembrar que, segundo o relatório do Banco
Interamericano de Desenvolvimento, a China investiu em uma década em
infraestrutura da região mais do que os EUA em meio século!
• Por que a base de Alcântara? A Base de Alcântara, ou “Centro de Lançamentos de
Alcântara”, no Maranhão, é a única com toda a infraestrutura necessária para
lançamentos de foguetes sob controle soberano dos países da América Latina. Há
outra base, a de Kouru (Guiana Francesa), mas está sob controle da Agência
Espacial Europeia e fora de dominação dos EUA.
Ambas são muito importantes porque situam-se exatamente
na linha do Equador, o que permite aumentar a eficiência e a precisão de
lançamentos espaciais, poupando combustível.
O mais curioso é que, poucas horas antes da visita de
Mattis ao Brasil, Donald Trump anunciou ter criado uma “Força Espacial”
especial, um ramo da defesa aérea estadunidense. A justificativa, como sempre,
seria a de defender-se contra possíveis ataques da Rússia e da China.
Curiosamente, os dois países que estão investindo na América Latina e causando
muitos problemas para os grandes investidores estadunidenses.
Só para recordar, durante seu governo e fazendo parte
dos acordos para a criação da ALCA, FHC já havia cedido a Base para ser usada
pelos EUA. Mas, ao assumir o governo em 2003, uma das primeiras medidas de Lula
foi invalidar o acordo e anunciar que a base seria apenas para uso dos
brasileiros. Entenderam agora?
• Argentina neoliberal... A
inflação acumulada na Argentina, desde janeiro, chegou a 19,6%, após o país
registrar 3,1% só no mês passado. Os dados, divulgados pelo Indec (Instituto
Nacional de Estatística e Censos), mostram também que, entre julho de 2017 e
julho de 2018, a taxa é de 31,2%.
Segundo o relatório do Indec divulgado na quarta-feira
(15), os itens que mais impactaram na inflação de julho na Argentina foram
transporte (aumento de 5,2%), recreação e cultura (5,1%), manutenção do lar
(4,2%) e alimentos e bebidas não alcoólicas (4%). Nos últimos 12 meses, o que
mais pesou no bolso dos argentinos foram os custos com moradia, água,
eletricidade e gás, com aumento de 47%, seguido por transporte (40,9%) e
comunicação (34%).
Para 2018, o governo de Mauricio Macri havia
estabelecido, inicialmente, uma meta entre 8 e 12%; depois, revisou os números
para 15%. Em junho deste ano, o Banco Central da Argentina simplesmente
desistiu de estabelecer uma meta oficial. Em entrevista a uma rádio no final de
julho, o próprio presidente afirmou que o país deve fechar este ano com um
índice próximo aos 30%.
Macri também admitiu falhas na política econômica
implementada desde o início de sua gestão, em 2015. “Outra coisa que
subestimamos foi que o aumento das tarifas tem um impacto muito grande no
índice de inflação. Tivemos que aumentar em 1.000%. Creio que agora estamos
muito mais próximos [da meta] e temos muito mais claro quais são os problemas
com o gasto público”, disse.
Em maio, Macri recorreu a um empréstimo com o FMI (Fundo
Monetário Internacional) para tentar estabilizar a economia argentina após a
crise cambial que o país enfrentou no final do primeiro semestre. Mas foi um
“tiro no pé”!
Antes do anúncio do acordo, o dólar operava na casa dos
$23,50 pesos (após ter fechado em $22,30) e caiu, logo depois do pronunciamento
de Macri sobre o FMI, a $22,46. No começo desta semana, com a crise cambiária
na Turquia, o peso argentino ultrapassou a marca dos $30 por dólar.
• Outro problema para a Casa Branca! Uma nova ameaça se coloca para os estrategistas
econômicos da Casa Branca. Os dirigentes de cinco países costeiros ao Mar
Cáspio assinaram no domingo (12) uma convenção pioneira, regulando o acesso e
uso daquela extensão de água. A cerimônia reunindo Irã, Rússia, Azerbaijão, Cazaquistão
e Turcomenistão, transcorreu na cidade litorânea cazaque de Aktau.
O mar interno tem sido um pomo da discórdia entre essas
nações desde o fim da União Soviética, em 1991 e espera-se que o acordo amenize
as tensões regionais, acelerando o desenvolvimento de projetos lucrativos de
petróleo e gás.
Sua área hoje constitui um grande trunfo econômico, com
enormes reservas de petróleo e gás, que só agora estão começando a ser
extraídas plenamente. As reservas de petróleo para toda a região do Mar Cáspio
são comparáveis às dos EUA. As reservas de gás natural são ainda
maiores, sendo responsáveis por quase dois terços das reservas de hidrocarbonetos. Além disso, grandes quantidades do peixe esturjão vivem nas suas águas, e o
caviar produzido a partir de seus ovos é um bem valioso.
Um dos pontos de disputa entre os cinco países
costeiros é se o Cáspio seria um mar ou um lago, pois cada tipo de massa
aquática está sujeita a leis internacionais diversas. A convenção se refere a
ele como um mar, mas o vice-ministro do Exterior russo, Grifory Karasin,
comentou ao diário Kommersant que certos tópicos do tratado lhe dão "um
status legal especial".
• Turquia: cada vez mais distante dos EUA? Durante muitos anos a Turquia foi fiel aliada
estadunidense na região do Oriente Médio e serviu para apoiar as intenções de
Israel contra a Síria e o Irã, mas parece que a política de Trump e as
besteiras dos negociadores da Casa Branca estão afastando cada vez mais a
Turquia e agora até a OTAN já se preocupa com os desdobramentos, uma vez que há
uma importante base militar naquele país (Base de Íncirlik).
A guerra econômica inicia por Trump, talvez como uma
forma de tentar sufocar a Turquia e fazê-la voltar ao domínio de Washington,
provocou um movimento inverso. A lira turca está se recuperando depois de
fortes quedas na semana passada.
A Turquia anunciou na segunda-feira (13) uma série de
medidas para conter a desvalorização de sua moeda. Em meio à tensão política
com os EUA, o presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, acusa Donald Trump de
armar uma conspiração contra o país, ao duplicar as taxas alfandegárias nas
importações de aço e alumínio turcos, o que provocou a queda da lira.
A resposta foi rápida. O Banco Central turco elevou a
taxa de reservas obrigatórias para os bancos e, a fim de evitar problemas de
liquidez, indicou que irá injetar cerca de 10 milhões de liras, US$ 6 bilhões e
o equivalente a 3 bilhões em ouro. A instituição financeira anunciou que
fornecerá toda a liquidez que os bancos precisam, acrescentando que tomará
"todas as medidas necessárias" para assegurar a estabilidade
financeira.
Na quarta-feira (15) a Turquia anunciou que havia
duplicado as tarifas sobre algumas importações dos EUA, principalmente carros,
álcool e fumo, como resposta ao ataque de Washington.
No centro da batalha entre Estados Unidos e Turquia
está o destino do pastor estadunidense Andrew Brunson, atualmente em julgamento
na Turquia por terrorismo e espionagem. Ele está em prisão domiciliar desde o
final de julho, após um ano e meio na prisão. Trump solicitou a libertação
imediata do pastor que pode pegar até 35 anos de prisão, enquanto a Turquia
pede a extradição de Fethullah Gulen, um pregador turco que vive há quase 20
anos em solo americano e é suspeito de ser o arquiteto do golpe fracassado de
julho de 2016.
• Paúra entre os heroicos defensores de Israel? Paúra pode ser definido como “um medo profundo” ou
“pavor”. E a preocupação é grande.
Uma notícia que está sendo abafada pela grande imprensa
está causando muita dor de cabeça no Alto Comando das Forças de Defesa de
Israel. Em informe apresentado no Parlamento, o Knesset, e logo abafado,
destampou uma grave crise nas FDI.
O informe foi anunciado pelo general da reserva Yitzhak
Brik. Comissário de direitos dos soldados. Ele apresentou uma crise muito grave
e fez uma forte crítica contra a política de pessoas das Forças de Defesa. Ele
listou uma série de conversas tidas com dezenas de oficiais do Exército que
levaram suas preocupações.
O informe descreve uma organização medíocre que leva os
soldados a uma sobrecarga e fala em uma “falta de motivação” entre os oficiais
mais jovens. Segundo ele, esses oficiais, tão logo tenham possibilidade, abandonam
a carreira do Exército para atividades mais lucrativas em empresas civis.
Yitzhak Brik, em sua carta, cita um comandante de
brigada do Exército que diz: “Nós, os oficiais que estamos em campo, estamos
nos convertendo em um grupo de covardes. Fico envergonhado que eu também tenha
deixado de mencionar problemas em encontros e conferências. De toda forma, sei
que tudo cairia rapidamente no esquecimento”.