terça-feira, 10 de janeiro de 2017

EM 2016, PETROBRAS COMPROMETEU SEU FUTURO

EM 2016, PETROBRAS COMPROMETEU SEU FUTURO

Felipe Coutinho*


O ano de 2016 se caracteriza pelo avanço das privatizações, pelas mentiras repetidas sobre a Petrobras e pelo sucesso na produção do pré-sal que já representa quase 50% da produção nacional e acumula mais de 1 bilhão de barris produzidos.

O Brasil vive dias turbulentos e faz parte de um mundo controlado pelo capital financeiro e em crise. São crises na ordem econômica, ambiental, humanitária, diplomática, além da barbárie das guerras. Povos são divididos pelo acirramento das diferenças religiosas, étnicas, culturais, da língua que se fala e da origem imigrante ou regional. Não percebem que são manipulados, jogados uns contra os outros, enquanto se disputa a nova partilha do poder político para atender a interesses econômicos particulares. Trato da conjuntura política em "A história acelera seus passos, mas quem dá a direção?"

A indústria do petróleo passa mais um ano difícil. O preço do petróleo, apesar de relativamente alto em termos históricos, é baixo para compensar os elevados custos de exploração e produção em termos médios e mundiais. Em "O preço do petróleo e o sinal dos tempos", abordo aspectos estruturais que impactam toda a indústria e a economia em virtude dos limites ao acesso do petróleo barato de se produzir.

Sob o falso argumento de que não há alternativa para lidar com o endividamento, foram alienados ativos rentáveis e estratégicos. Assim a Petrobras compromete o fluxo de caixa futuro e entrega seu mercado a concorrentes ou intermediários. A desintegração ainda traz riscos empresariais desnecessários ao tornar a geração de caixa vulnerável a variação dos preços relativos do petróleo e de seus derivados.

Foram alienados campos de petróleo, malha de gasodutos, unidades petroquímicas, usinas térmicas, terminal de gaseificação e participações na produção de etanol.

Em "Existe alternativa para reduzir a dívida da Petrobras sem vender seus ativos" evidenciamos o equívoco da escolha política e empresarial de alienação de ativos, e revelamos que ela é desnecessária. Apresentamos alternativa que preserva a integridade corporativa da Petrobras e a sua capacidade de investir, na medida do desenvolvimento nacional e em suporte a ele. Enquanto garante a sustentação financeira, tanto pela redução da dívida, quanto pela preservação da geração de caixa a médio prazo.

Em “Venda dos gasodutos da NTS: um prejuízo maior do que o revelado pela Lava-jato? ” a Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) demonstra que a venda dos gasodutos, um monopólio natural, a um intermediário de capital internacional é prejudicial à Petrobras e aos consumidores.

O Plano Estratégico da Petrobras (PE 2017-21) prevê a saída integral da produção de biocombustíveis. A decisão de desistir da produção de biodiesel e de etanol é um erro que compromete a sustentação empresarial e os compromissos ambientais brasileiros apresentados a COP-21, em Paris. A participação dos biocombustíveis é cada vez maior na matriz energética brasileira e mundial, o etanol compete com a gasolina, enquanto o biodiesel ocupa o mercado do diesel. As multinacionais investem pesado em pesquisa e participam cada vez mais do setor, enquanto os acordos multilaterais impõem restrições às emissões de gases do efeito estufa que são gerados pela queima dos combustíveis fósseis. Na contramão dessas tendências a Petrobras regride ao sair da produção do biodiesel e ao vender participações em etanol. O preço deste erro será alto e recairá sobre a estatal e a sociedade brasileira, mais cedo do que se imagina. Revelamos que "A Petrobras erra ao abandonar os biocombustíveis".

A Petrobras declarou, em fato relevante de 22 de julho de 2016, que alterou o modelo de alienação da sua participação na BR Distribuidora, sua subsidiária integral. Encerrou o processo de venda vigente, no qual recebeu três propostas que julgou não atenderem aos objetivos da companhia. Iniciando o novo processo, com novas regras para maximizar o valor do negócio. Em "O valor do controle da BR Distribuidora" demonstro que a operação prejudica a Petrobras, os consumidores e a maioria da população brasileira.

Toda a verdade pôde ser nublada pelo viés ideológico e privatista daqueles que ocuparam o poder e contam com a mídia oligopolista a serviço do capital internacional e do rentismo.

A estratégia adotada pela Petrobras repete os erros cometidos pelas multinacionais de capital privado cujo fracasso relato em "O fracasso da gestão das multinacionais do petróleo e as lições para a Petrobras". E também na "Carta à sociedade brasileira sobre a estratégica da Petrobras".

Defendemos a preservação da Lei da Partilha, demonstramos que a liderança da Petrobras no pré-sal favorece a maioria da população porque garante seu maior acesso aos benefícios da atividade e da renda petroleira. Em vídeo, audiência pública no congresso, entrevistas e documentos detalhamos nossos argumentos.

Neste ano o Congresso aprovou o substitutivo do senador Romero Jucá (PMDB-RR) ao projeto PLS 131/2015 do José Serra (PSDB-SP) que retira da Petrobras a liderança legal na operação no pré-sal, sob o eufemismo de preservar a sua preferência. Documentamos nossos pontos de vista em “AEPET responde aos argumentos do Senador José Serra sobre seu projeto que retira da Petrobras a condição de operadora única no pré-sal”.

Nossas opiniões foram expressas à direção da Petrobras e aos acionistas minoritários em Cartas, Manifestos e Votos divulgados para nossos associados e a sociedade.

* Presidente da Associação de Engenheiros da Petrobrás (AEPET)


Opinião: Os elogios fúnebres a Mário Soares não podem reescrever a história


Opinião: Os elogios fúnebres a Mário Soares não podem reescrever a história


Se o 25 de Abril de 1974 constitui o mais importante acontecimento da história de Portugal até hoje, Mário Soares deve ser recordado como um dos seus mais destacados adversários
Numa vida política tão prolongada e com um trajeto tão contraditório como a de Mário Soares nem todos os aspectos serão negativos. Mas, se se pretender nesta altura fixar o seu lugar na história, há um fato que para o nosso povo e o nosso país é mais relevante do que qualquer outro. Se o 25 de Abril de 1974 constitui o mais importante acontecimento da nossa história até hoje, Mário Soares deve ser recordado como um dos seus mais destacados e encarniçados adversários. Vasco Gonçalves e Álvaro Cunhal identificam nele o principal responsável pela contrarrevolução portuguesa.
Deve ser recordado como alguém que, desde o primeiro dia, apostou em que a revolução de Abril não superasse os limites de uma revolução burguesa. Em que a conquista da liberdade política não trouxesse consigo as transformações económicas, sociais e culturais que garantissem que, com o derrube do regime fascista, os trabalhadores e o povo português viessem a abrir o caminho de uma sociedade não apenas liberta da opressão mas igualmente liberta da exploração, da desigualdade, da dependência e do atraso, os povos das colónias portuguesas conquistassem a efetiva independência nacional.
Essa perspectiva alarmou o grande capital nacional e transnacional. Mário Soares assumiu-se como um dos intérpretes políticos centrais desse alarme. Conspirou, aliou-se e foi apoiado pelos mais reacionários sectores da direita e do imperialismo. Trabalhou incansavelmente para dividir as forças progressistas civis e militares. Fez suas as palavras de ordem mais reacionárias, foi o porta-voz do mais rasteiro e fanático anticomunismo. Não houve golpe contrarrevolucionário em que não estivesse direta ou indiretamente implicado, não apenas em Portugal mas também em África. Deu cobertura e justificação política à ofensiva terrorista da extrema-direita.
Agência Efe

Mário Soares entre o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Antonio Costa, em cerimônia de homenagem ao ex-presidente em julho de 2016
Contido o fluxo revolucionário com o golpe de 25 de Novembro de 1975 (em que esteve à beira de desencadear uma guerra civil) Mário Soares assumiu, como primeiro-ministro, a tarefa de destruir e inverter, a partir do governo, as grandes transformações entretanto desencadeadas pela espantosa criatividade revolucionária das massas em movimento: a Reforma Agrária, as nacionalizações, os direitos dos trabalhadores e das populações. Acordou com a direita sucessivas revisões constitucionais procurando retirar da Constituição as garantias de defesa das conquistas revolucionárias. Culminou a sua nefasta ação destruidora com o processo de adesão à CEE, instrumento decisivo de submissão de Portugal ao grande capital transnacional.
 

Documentos revelam que consulados da Bolívia na América Latina participaram do Plano Condor

Aula Pública com Janaína Teles: como e por que a Argentina enfrentou os crimes da ditadura militar

Morre Mário Soares, ex-presidente de Portugal, aos 92 anos em Lisboa

 
É nestes termos que Mário Soares marca as décadas de 70 e 80 do século passado no nosso país. Décadas de desencadeamento da política de direita, décadas de retrocesso social e democrático, décadas de subalternização e dependência nacional.
Se o seu papel posterior é em alguns aspectos menos negativo, isso deve-se sobretudo a que as políticas e os protagonistas políticos a quem abriu caminho conseguiram ainda agravar as políticas e a ação que iniciara. Foi, como Presidente da República, menos mau do que como primeiro-ministro. Mas nunca abandonou os traços fundamentais da sua opção política e ideológica: a aliança com o grande capital e o imperialismo, a disponibilidade de agir contra qualquer projeto de transformação anticapitalista onde quer que pudesse influenciar, nomeadamente no quadro da Internacional Socialista.
O seu lugar na história é, no fundamental, o de alguém que combateu tenazmente pela liquidação da esperança de Abril. De alguém cuja ação abriu caminho e deu início às políticas que conduziram Portugal à penosa situação atual.
Nenhum elogio fúnebre poderá elidir essa realidade histórica.
Os Editores de odiario.info

*Publicado originalmente em odiario.info, versão online de O Diário, jornal ligado ao Partido Comunista português que circulou em Lisboa entre 1976 e 1990. Seu principal impulsionador é Miguel Urbano Rodrigues, histórico jornalista e militante comunista português, que foi o diretor de redação da versão impressa de O Diário até 1985.

Crise no sistema penitenciário: releia 13 matérias sobre prisões no Brasil e no mundo


Crise no sistema penitenciário: releia 13 matérias sobre prisões no Brasil e no mundo


Matérias de Opera Mundi e Revista Samuel publicadas nos últimos seis anos ajudam a ampliar debate sobre alternativas ao atual modelo de encarceramento brasileiro
Pelo mundo
Sem tempo para sonhar: EUA têm mais negros na prisão hoje do que escravos no século XIX
Em 28 de agosto de 2013, o repórter Dodô Calixto publicou essa reportagem, tema que recentemente foi objeto do documentário "A 13ª Emenda” (disponível no Netflix).
Penitenciárias privadas batem recorde de lucro com política do encarceramento em massa
Reportagem de Dodô Calixto feita em 2013 mostra que o sistema penitenciário norte-americano e a lógica do encarceramento em massa são altamente lucrativos, criando pressões para que a prisão de jovens, especialmente negros, não seja revertida.
Programa nos EUA leva universitários para assistir aulas com detentos dentro de prisões
Reportagem publicada pela Revista Samuel em 2015 mostra que desde 1997, o 'Inside-Out' coloca internos e universitários lado a lado em cursos realizados dentro de instituições prisionais; embora tema das aulas varie, acabar com o preconceito contra presidiários é ponto central da iniciativa
EUA: menores punidos com prisão perpétua são negros, pobres e vítimas de violência
Matéria feita por Felipe Amorim para a Revista Samuel em 2013 traz dados segundo os quais a maioria dos 2,5 mil jovens encarcerados sem possibilidade de liberdade condicional teve passado difícil
'Encarceramento é caro, não recupera e não educa': Uruguai debate medidas alternativas para adolescentes infratores
Enquanto Brasil cogita reduzir maioridade penal, país vizinho examina alternativas ao encarceramento juvenil: 'Se damos violência em vez de reabilitação, quando um jovem sai é muito mais provável que ele vá recorrer à violência e reincidir', de acordo com reportagem publicada pela Revista Samuel em 2015
Palestinos presos em cadeias israelenses desenvolvem curso de formação política
Conteúdo reproduzido pela Revista Samuel em 2014 mostra que detidos por supostamente atentarem contra a segurança de Israel, palestinos estabelecem sistema educacional auto-organizado dentro de prisões com leituras e aulas ministradas pelos próprios presos
Conheça a prisão-clube que está mexendo com o sistema penal europeu
Afrouxando as algemas, o presídio de baixa-segurança da ilha de Bastoy, na Noruega, conseguiu alcançar a menor taxa de reincidência criminal do mundo, como escreveu o repórter Felipe Amorim para a Revista Samuel em 2013
Lutar contra prisões em massa e pena de morte é lutar contra escravidão dos tempos modernos, diz Angela Davis
Em entrevista concedida junto com a irmã, Fania Davis - uma das principais expoentes da justiça restaurativa nos EUA, ressalta a necessidade de se criar um processo para 'curar os traumas raciais que continuam sendo reencenados' em reportagem reproduzida pela Revista Samuel em 2016
Pixabay

Venezuela: líder governista entra com recurso no TSJ contra deputados que aprovaram 'abandono de cargo' de Maduro

Melhoria das relações entre Rússia e EUA terá impacto positivo sobre crise síria, diz Assad

FARC rejeitam 'falsas acusações' de ligação com facção envolvida no massacre em presídio de Manaus

 
Brasil
Na primeira penitenciária privada do Brasil, quanto mais presos, maior o lucro
Reportagem premiada da Agência Pública em 2014 e reproduzida pela Revista Samuel mostra que o perigo do modelo de prisão em MG é o encarceramento em massa: "para quem investe em determinado produto, no caso o produto humano, será interessante ter cada vez mais presos"
Abolicionismo penal é viável, possível e urgente, diz especialista
'Sistema penal está voltado, prioritariamente, para punir o chamado indivíduo perigoso, relacionado às classes populares, moradores de periferias, enfim, pobres e miseráveis. Para os estratos superiores criou-se a delação premiada', diz Passetti em entrevista reproduzida pela Revista Samuel em 2016
Contradição brasileira: práticas positivas e violações de direitos marcam vida de presidiárias
Reportagem veiculada pela Revista Samuel em 2014 mostra projetos de profissionalização e estreitamento dos laços entre mães e filhos convivem com reprodução de desigualdades de gênero dentro dos presídios do país
Wikileaks: Secretário de SP disse a Washington que presídios paulistas 'parecem campos de concentração'
Entre os documentos vazados por Julian Assange, um telegrama que mostra como o poder executivo paulista tem plena noção do terror das penitenciárias paulistas, como revela esta matéria de 2011
Prisões de SP são administradas em articulação do Estado com o mundo do crime, diz pesquisador
Para Felipe Athayde Lins de Melo, autor do livro ‘As prisões de São Paulo’, criminosos organizam cotidiano no interior das unidades prisionais; texto publicado em 2014

Morre aos 91 anos o filósofo polonês Zygmunt Bauman


Morre aos 91 anos o filósofo polonês Zygmunt Bauman


Sua principal teoria, a 'liquidez' das relações sociais na modernidade e pós-modernidade, abriu um vasto campo de estudos para as mais diferentes áreas, com foco no individualismo e na efemeridade das relações
Morreu aos 91 anos, em Leeds, na Inglaterra, o filósofo e sociólogo contemporâneo polonês Zygmunt Bauman, informou a mídia polonesa nesta segunda-feira (09/01). A causa da morte não foi informada.

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Nascido em 19 de novembro de 1925, em Poznan, Bauman serviu na Segunda Guerra Mundial e tem uma extensa biografia com reflexões sobre a sociedade e as mudanças do mundo atual.

Sua principal teoria, a "liquidez" das relações sociais na modernidade e pós-modernidade, abriu um vasto campo de estudos para as mais diferentes áreas, como a filosofia, a cultura, o relacionamento humano - com muito foco no individualismo e a efemeridade das relações - e até mesmo a revolução que as mídias digitais trouxeram para a sociedade moderna.

M. Oliva Soto / Flickr CC

O filósofo Zygmunt Bauman, em foto de 2011, morreu em Leeds, no Reino Unido, nesta segunda-feira (09/01)


1928: Mickey Mouse aprendia a falar

O Fidel que conheci, por Ignacio Ramonet

Morre, aos 95 anos, Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo


Ativo, mesmo aos 91 anos, Bauman não parava de trabalhar em livros e teorias, sendo um dos maiores filósofos e sociólogos do fim do século 20 e início do século 21. Grande parte das obras de Bauman foram traduzidas para o português e, o último livro lançado traduzido no Brasil, foi "A riqueza de poucos beneficia todos nós?".

Casado com Janine Lewinson-Bauman desde a época do pós-guerra, Bauman deixa três filhas. 

“Carta Aberta – correspondências na prisão”

“Carta Aberta – correspondências na prisão”

Núcleo MemóriaO Memorial da Resistência, instituição da Secretaria da Cultura gerida pela Associação Pinacoteca Arte e Cultura – APAC, apresenta a exposição “Carta Aberta – correspondências na prisão”, composta de aproximadamente 70 cartas – de dentro e fora da prisão – trocadas entre presos políticos e seus familiares e amigos entre os anos de 1969 a 1974. Também integram a mostra fotografias, cartões comemorativos e de solidariedade, artesanatos produzidos na prisão e uma obra “Carta a Sérgio Ferro” (1973) do artista e ex-preso político Alípio Freire. Conta, ainda, com o testemunho de ex-presa política sobre a importância das correspondências naquele contexto. Outros testemunhos deverão ser coletados durante o período da exposição. Com curadoria de Kátia Felipini e Luiza Giandalia e comunicação visual da Zol Design
A exposição “Carta Aberta – correspondências na prisão” foi realizada com o intuito de contar um pouco sobre um momento crucial na vida de pessoas que lutaram pelos ideais de liberdade e democracia, usurpados pela Ditadura Civil-Militar entre os anos de 1964 e 1985 no Brasil. São cartas que foram mantidas sob os cuidados dos próprios ex-presos e familiares por mais de 4 décadas, e que agora voltam a ganhar vida ao serem abertas. Seus conteúdos articulam elementos fundamentais da vida humana sob a drástica condição imposta pelo confinamento.
A mostra apresenta uma antologia dessas cartas, selecionadas a partir da definição de temas marcantes, como o da chegada na prisão; os cuidados para informar sem causar demasiada preocupação; as inúmeras descobertas e superações individuais e coletivas; a angústia constantemente sentida durante as transferências, e os processos de julgamento, que precedem a tão almejada liberdade.
Elas testemunham as vivências de ambos os lados – o de dentro e o de fora. Revelam experiências íntimas e profundas, bem como a necessidade de informar e ser informado e os mútuos esforços na incansável tentativa de promover um pouco de conforto para aquele que está distante.
A estrutura da exposição foi pensada a partir da proposta de um roteiro, que pode ser seguido pela numeração dos painéis, ou por meio de visita independente, permitindo outros trajetos de leitura, uma vez que os assuntos tratados perpassam todas as cartas.
A realização dessa exposição só foi possível graças à colaboração e a confiança de ex-presos políticos e familiares convidados que, ao entregarem suas cartas, permitiram que fossem abertas, lidas e expostas ao público. Em virtude do tempo de produção e espaço restritos, não foi possível contatar a todos(as) que por ventura ainda possam preservar suas cartas.
A mostra ficará aberta ao público de 10 de dezembro de 2016 a 20 de março de 2017, inaugurando o novo espaço de exposições temporárias do Memorial da Resistência de São Paulo, no 3º andar deste edifício.
Serviço:
Onde: Memorial da Resistência de São Paulo
Sala 2 – 3º andar
Largo General Osório, 66 – Luz
Quando: de 10 de dezembro de 2016 a 20 de março de 2017
Aberto de quarta a segunda-feira, das 10h às 18h
Entrada gratuita
Classificação livre

Moniz Bandeira: Um país que politiza a Justiça, acabou

Moniz Bandeira: Um país que politiza a Justiça, acabou

“Para o mundo, o Brasil está na lata do lixo. Um Executivo desmoralizado, composto por políticos altamente corruptos, um Legislativo quase todo vendido e um Judiciário que politiza suas decisões. E ninguém mais tem ideologia”, resumiu Luiz Alberto Moniz Bandeira em entrevista ao GGN; para o cientista político, autor de mais de 20 obras, entre elas “A Segunda Guerra Fria – Geopolítica e dimensão estratégica dos Estados Unidos” (ed. Civilização Brasileira), o “Brasil hoje já não existe para os estrangeiros”
Do Jornal CGM
moro-janot-e-moniz-bandeira“Para o mundo, o Brasil está na lata do lixo. Um Executivo desmoralizado, composto por políticos altamente corruptos, um Legislativo quase todo vendido e um Judiciário que politiza suas decisões. E ninguém mais tem ideologia”, resumiu Luiz Alberto Moniz Bandeira em entrevista ao GGN.
Para o cientista político, autor de mais de 20 obras, entre elas “A Segunda Guerra Fria – Geopolítica e dimensão estratégica dos Estados Unidos” (ed. Civilização Brasileira), o “Brasil hoje já não existe para os estrangeiros”.
Na crise das instituições, Moniz Bandeira destaca o Judiciário. Aos 81 anos de idade, afirma que nunca viu em sua vida um Supremo Tribunal Federal (STF) tão desmoralizado, “em que cada ministro atua como quer, toda hora falam à imprensa, adiantam suas decisões, politizam os julgamentos”.
“É claro que há gente boa, mas de modo geral, os que estão estraçalham a imagem do Brasil. O STF sempre foi a Instituição mais respeitada. Nunca vi uma coisa dessa na vida. Um país que politiza a Justiça, acabou.”
Além do Supremo, Moniz Bandeira lembrou da atuação da Justiça de primeira instância na Operação Lava Jato. Para ele, além de politizar os julgamentos, os investigadores e o juiz federal Sérgio Moro estão colaborando para a derrubada da economia brasileira.
“Eu creio que as cooperações, tanto do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e de Dallagnol [coordenador da força-tarefa], estão prestando serviço ao estrangeiro, a uma nação estrangeira e arrebentando as empresas nacionais de construção, as maiores, as que estão encarregadas de projetos importantes”, ressaltou.
Para ele, o objetivo dos EUA é manter o Brasil sob controle, de forma a não ameaçar a soberania norte-americana. Com isso, às custas de figuras do Judiciário que se alimentam da imagem e da auto-promoção, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos consegue o apoio de procuradores, como se os mesmos fossem agentes da polícia americana.
“É uma forma de controlar o outro país, de espionar. E esses que estão nessa campanha da Lava Jato atuam como se fossem agentes. Mesmo não remunerados, o fato é que, objetivamente, estão a favorecer uma nação estrangeira contra o Brasil. Estão a trabalhar contra os interesses nacionais”, disse.
As consequências disso, alerta o cientista político, são os prejuízos causados à economia nacional, “muito maiores do que toda a corrupção que tem”. “O Brasil e as construtoras tem obras espalhadas em diversos países da América Latina e da África paralisadas num valor de mais de 6 bilhões de dólares”, lembrou.
Por outro lado, a imagem criada de corrupção sobre as empresas brasileiras aqui, tanto pela imprensa, quanto pela campanha massiva do Judiciário, difere muito dos conceitos que os próprios norte-americanos têm de proteção de seu mercado. “Porque os financiamentos do BNDES, os Estados Unidos também fazem e outras nações, favorecendo as suas empresas nacionais. Não é verdade que financiou Cuba, financiou as empresas brasileiras, as indústrias nacionais, para que elas possam produzir e exportar”, lembrou.
“Tem muitos [procuradores e investigadores] que são manipulados. Muitos não tem consciência disso não. Esses procuradores, Rodrigo Janot e outros, também estão por exibição, para auto promoção, estão querendo assumir o governo do país. Estamos todos agora no país deles”, concluiu.
Sobre o acordo recente fechado pela Odebrecht, sob intermediação dos investigadores da Operação Lava Jato, com o Departamento de Justiça norte-americano, Moniz Bandeira ressaltou que se trata de um projeto que visa atingir a segurança brasileira.
“Os anos como pretendem, porque a Odebrecht está encarregada de várias projetos em defesa da soberania: a construção do submarino nuclear com tecnologia da França. Isto, a fiscalização dos Estados Unidos, é espionagem. A Odebrecht está encarregada de outros projetos, como a defesa da costa, também de segurança nacional, e outros. É um absurdo”, manifestou.

Michel Temer forneceu informações aos EUA em troca de apoio político, diz Julian Assange

Michel Temer forneceu informações aos EUA em troca de apoio político, diz Julian Assange


Em entrevista ao escritor Fernando Morais, fundador da Wikileaks afirmou que Michel Temer teve reuniões privadas na embaixada dos EUA; Presidência nega
Atualizada às 19h40
Em entrevista exclusiva ao escritor Fernando Morais, editor do blog Nocaute, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, afirmou que Michel Temer forneceu informações estratégicas sobre o Brasil à embaixada norte-americana, em troca de apoio dos Estados Unidos ao golpe parlamentar de 2016.
Consultada por Opera Mundi, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República afirmou que "sobre a questão levantada, a Secretaria de Imprensa informa que isso jamais aconteceu. Temer não compareceu a nenhuma embaixada para tratar desses assuntos".
“Michel Temer teve reuniões privadas na embaixada dos Estados Unidos e forneceu informações políticas às quais muitos não tinham acesso. Não digo que ele tenha sido um espião pago. Falo de outra coisa: de trocar informação por apoio político”, afirma.
A administração de Barack Obama, que tem John Kerry como secretário de Estado, apoiou três golpes recentes na América Latina: os de Honduras, Paraguai e Brasil. Isso explica por que Temer e seu chanceler, José Serra torceram, tanto por Hillary Clinton na disputa eleitoral norte-americana em 2016.
A íntegra da entrevista com Assange será publicada nesta semana pelo Nocaute.
Beto Barata / Palácio do Planalto

Michel Temer, José Serra e John Kerry, secretário de Estado dos EUA, durante recepção a chefes de governo e representantes estrangeiros por ocasião dos Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro
*Nota publicada originalmente no Portal Fórum

A devastação do trabalho na contrarrevolução de Temer

'Gente boa também mata': a fascista campanha de educação no trânsito do governo federal

Após massacres em presídios, OAB vai acionar Corte Interamericana de Direitos Humanos contra Estado brasileiro