sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Parlamento boliviano pede julgamento contra Jeanine Áñez por crime de responsabilidade

 

Parlamento boliviano pede julgamento contra Jeanine Áñez por crime de responsabilidade

O Parlamento da Bolívia pediu nesta quinta-feira um julgamento por crime de responsabilidade contra a presidente golpista Jeanine Áñez, em fim de mandato, e a abertura de processos contra diversos ministros, chefes militares e policiais, por genocídio e outros crimes

Jeanine Añez
Jeanine Añez
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Sputnik Mais de dois terços dos integrantes da Assembleia Plurinacional decidiram adotar a resolução que pede o julgamento da presidente interina, após a aprovação de um extenso relatório elaborado pela comissão parlamentar que investigou, nos últimos sete meses, a morte de pelo menos 26 manifestantes que, em novembro de 2019, pediam a saída de Áñez e o retorno do governo de Evo Morales.

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O Parlamento recomenda à "Procuradoria Geral do Estado […] iniciar um julgamento de responsabilidade contra Jeanine Áñez Chávez, presidente interina do Estado Plurinacional da Bolívia, pelo cometimento de atos ilícitos identificados", diz a resolução aprovada pelo órgão legislativo.

Esta foi a última decisão aprovada pelo Parlamento, que é controlado pelo Movimento ao Socialismo (MAS), que conclui seus trabalhos para dar lugar à nova Assembleia escolhida nas eleições gerais de 18 de outubro, que resultou na vitória do MAS e de seu candidato presidencial Luis Arce, cuja posse está marcada para 8 de novembro. 

Os atos ilícitos investigados são os massacres que ocorreram sob amparo do decreto 4078, firmado por Áñez e seus ministros, dois dias depois de sua chegada ao poder em 12 de novembro do ano passado. O decreto aprovou a participação de militares em operações de repressão para preservar a ordem interna, eximindo os mesmos de responsabilidades penais.

Segundo o relatório da comissão parlamentar, o decreto violou a Constituição e acordos internacionais de direitos humanos, e provocou a morte de 26 manifestantes contrários a Áñez, em semanas de conflito que deixaram um total de 37 mortos, 861 feridos e 1.831 detidos.

"Este é um dia histórico, tomamos a palavra para estabelecer que esses atos não ficarão impunes", disse o deputado Víctor Borda (MAS), presidente da comissão investigadora dos massacres ocorridos em novembro em Sacaba, localidade vizinha a Cochabamba, e Senkata, um bairro de El Alto, nos arredores de La Paz.

O relatório afirma que os manifestantes morreram por disparos de armas de fogo de uso militar e policial, o que contradiz a versão oficial de que as mortes teriam sido causadas por disparos dos próprios civis mobilizados.

A resolução parlamentar também recomenda que sejam processados por genocídio os 11 ministros que firmaram o decreto. Além disso, comandantes militares e policiais figuram na lista de autoridades contra os quais a Procuradoria também deveria abrir processos penais por genocídio e outros crimes.

Se a Procuradoria decidir iniciar o julgamento de responsabilidade contra Áñez, terá que pedir autorização ao novo Parlamento, que assumirá a partir da próxima semana, e apresentar a denúncia à Suprema Corte de Justiça, segundo as leis bolivianas.

Padilha: Por um SUS de qualidade para todos e não um negócio para poucos

 

Padilha: Por um SUS de qualidade para todos e não um negócio para poucos

O deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde no governo Dilma, escreve que "o governo pensa que o atendimento prestado nesses serviços não é um direito ou forma de cuidar, mas sim uma oportunidade de negócios para a privatização da Atenção Primária. Quer vender algo que nem é de responsabilidade dele"

Parlamentares da oposição em luta pela revogação do Decreto 10.530/2020
Parlamentares da oposição em luta pela revogação do Decreto 10.530/2020 (Foto: Reprodução)
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247 - "Com certeza todos já estiveram em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), seja para passar em consulta ou para tomar vacina. Sabe aquela equipe de profissionais de saúde que acompanham as famílias e visitam a casa das pessoas? Elas fazem parte da equipe do programa Estratégia Saúde da Família, que foca no olhar integral e leva atendimento de saúde para mais perto das pessoas. Esse programa é constituído por uma equipe de médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde". 

"Ainda de apoio a essa equipe, também compõe o atendimento nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, farmacêuticos, dentistas. O Brasil conta com cerca de 44 mil UBS que são a porta de entrada para o nosso Sistema Único de Saúde (SUS), esse atendimento está inserido no que chamamos de Atenção Primária em Saúde, que tem os municípios como gestores", escreve o deputado Alexandre Padilha na Revista Fórum

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que 60% da população brasileira é atendida por uma equipe do Estratégia Saúde da Família, mas infelizmente isso vem caindo no governo Bolsonaro. Segundo a pesquisa nacional de saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizada em 2019, 38.4% dos domicílios revelaram ter recebido uma visita mensal de agentes comunitários de saúde ou de algum outro membro da Equipe de Saúde da Família no ano passado. Em 2013, esse número era de 47.2% 

"Estou explicando como funciona este que é o principal atendimento no SUS porque foi assustador o decreto que o governo Bolsonaro anunciou esta semana, que foi revogado horas depois pela repercussão negativa, que autoriza estudos para participação de empresas privadas no SUS, sem o consentimento dos municípios". 

"Junto com outros deputados federais, apresentamos um Projeto de Decreto Legislativo para suspender este decreto, o que se somou às inúmeras manifestações contrárias a medida e que fizeram o governo recuar na proposta".


“Despreparado, inconsequente e boçal”, diz Santos Cruz sobre governo Bolsonaro

 

“Despreparado, inconsequente e boçal”, diz Santos Cruz sobre governo Bolsonaro

"É o desrespeito geral aos cidadãos e às instituições. É desrespeito geral, por despreparo, inconsequência e boçalidade”, disse o general Carlos Alberto Santos Cruz sem citar o nome de Bolsonaro

General Santos Cruz e Jair Bolsonaro
General Santos Cruz e Jair Bolsonaro (Foto: ABr | Reuters)
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247 - O general Carlos Alberto dos Santos Cruz criticou nesta quinta-feira (29) o que classificou como "desrespeito" de Jair Bolsonaro com as Forças Armadas e a população brasileira. 

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“O problema não é o tratamento com militares. Não pode haver diferença de tratamento entre militares e civis. Não pode haver esse tipo de discriminação. Isso aí tem que ser visto no contexto mais amplo. É o desrespeito geral aos cidadãos e às instituições. É desrespeito geral, por despreparo, inconsequência e boçalidade”, disse Santos Cruz sem citar o nome de Bolsonaro, ao site Congresso em Foco.

O general, um dos primeiros a deixar o governo de Bolsonaro, comentou a reunião de 22 de abril, em que Bolsonaro pressiona o então ministro da Justiça para interferir no comando da Polícia Federal. 

“Junta todos os desrespeitos e a reunião de 22 de abril e você vai ter um diagnóstico do padrão de liderança no país e o ambiente criado”, afirmou. 

Nessa terça-feira (27), o ex-porta-voz da Presidência Otávio Rêgo Barros criticou Jair Bolsonaro de maneira indireta por meio de um artigo no jornal Correio Braziliense. Embora não tenha citado o nome de Bolsonaro, ele afirma que o poder “inebria, corrompe e destrói”. 

No texto, Barros também critica os assessores e aliados que se comportam como “seguidores subservientes” pelo fato de o ex-capitão não aceitar críticas contrárias aos seus posicionamentos.