terça-feira, 19 de abril de 2022

Presidente do STM menospreza áudios da ditadura: “Simplesmente ignoramos”

 

Presidente do STM menospreza áudios da ditadura: “Simplesmente ignoramos”

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Luis Carlos Gomes Mattos, presidente do Superior Tribunal Militar, afirmou que Corte ignorou áudios da ditadura (Foto: Reprodução)
Luis Carlos Gomes Mattos, presidente do Superior Tribunal Militar, afirmou que Corte ignorou áudios da ditadura (Foto: Reprodução)

Resumo da notícia

  • Presidente do STM afirmou que revelação de áudios da ditadura foi ignorado pela Corte

  • Luis Carlos Gomes Mattos declarou que áudios foram divulgados para minar imagem dos militares

  • Gravações mostram que STM sabia de torturas na ditadura

O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Luis Carlos Gomes Mattos, declarou que a Corte “simplesmente ignorou” a revelação de áudios do tribunal da época da ditadura militar. As gravações mostravam que o STM sabia das torturas praticadas contra opositores do regime e, em algumas ocasiões, chegaram a fazer piadas com a situação.

Mattos afirmou ainda que a revelação dos áudios faria parte de uma tentativa de descredibilizar as Forças Armadas e os militares.

“Tivemos aí alguns comentários contra o nosso tribunal e contra a Justiça Militar de maneira geral. O coronel Campos, que é o nosso ascom (assessor de comunicação), me passou tudo que aconteceu e somos absolutamente transparentes no nosso julgamento. A gente já sabe os motivos do porque isso vem acontecendo agora, nesses últimos dias, seguidamente por várias direções, querendo atingir Forças Armadas, o Exército, a Marinha, a Aeronáutica, nós, que somos quem cuida da disciplina, hierarquia, que são nossos pilares”, declarou.

O historiador e pesquisador Carlos Fico foi o responsável por apresentar os áudios para a jornalista Miriam Leitão, que publicou as gravações no jornal O Globo. O pesquisador conseguiu os áudios por meio de uma decisão do Supremo Tribunal Federal e decidiu repassa-los para a jornalista após Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizar a tortura sofrida por Miriam Leitão durante a ditadura militar.

Segundo Luis Carlos Gomes Mattos, a revelação dos áudios “não estragou a Páscoa” dos membros do Superior Tribunal Militar.

“Não tenho resposta nenhuma, simplesmente ignoramos uma notícia tendenciosa daquelas – e que nós sabemos o motivo. Aconteceu durante a Páscoa, garanto que não estragou a Páscoa de ninguém. A gente apenas fica incomodado que vira e mexe tem... Não tem nada pra buscar, agora vão rebuscar o passado. Só varrem um lado, não varrem o outro. Deixam pra lá”, afirmou o presidente do STM.

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares, n° 961


 

 

 


“Ele” não gosta de nós!

Todos os nossos leitores já sabem que estamos falando do demente que governa o Brasil, não gosta do povo e tem medo mortal dos movimentos sociais.

Pois é! A proposta do demente ao Congresso para atualização da Lei Antiterrorismo abre brecha para criminalizar os movimentos sociais. Trata-se do PL (Projeto de Lei) 732/22, já em tramitação na Câmara dos Deputados, onde aguarda despacho da presidência da Casa.

Gustavo Badaró, advogado e professor de direito processual penal da USP, destaca o fato de o texto sugerido não esclarecer se as “ações violentas” são contra pessoas ou bens.

Para Alexandre Conceição, integrante da coordenação nacional do MST, a proposta do ex-capitão para a Lei Antiterrorismo mira os movimentos sociais.

“Propostas como essa aprofundam esse processo de criminalização dos movimentos [sociais]. Elas [Essas] nos preocupam, mas não nos acovarda”, disse Conceição.

O líder dos sem-terra elencou outras frentes de atuação do governo com esse alegado propósito. Lembrou, por exemplo, das recorrentes declarações do mandatário sobre a ampliação do porte de armas para proprietários rurais.

Formulado em ano eleitoral, o pacote legislativo acena para a base política do presidente da República. E há, entre as sugestões do governo, proposta para aliviar punições a policiais. Esse conteúdo está no PL 733/22.

Ou seja, os movimentos sociais são criminosos, mas policiais que abusam do poder são “santos”!

O que “ele” quer esconder? Desde o dia 28 de março, Milton Ribeiro não é mais o ministro da Educação, envolto em denúncias de desvio de verbas para pastores evangélicos “amigos” do presidente. Com denúncia no jornal O Estado de S. Paulo e vazamento de áudios no jornal Folha de S. Paulo, a situação do ex-ministro ficou insustentável.

Principalmente porque no desgoverno do insano, a educação tem sofrido cortes constantes de verbas e as escolas públicas do ensino básico se veem em situação de muita precariedade. Somente sobre a denúncia de corrupção envolvendo pastores e a formação de um gabinete paralelo no MEC, trata-se de R$ 9,7 milhões.

E falta dinheiro para a estruturação das escolas, para os salários dos profissionais da educação, para as universidades, para a pesquisa e a ciência. Não há dinheiro para a compra de absorventes para meninas e mulheres carentes (felizmente o Congresso derrubou esse veto desumano à compra dos absorventes), mas sobra dinheiro para os amigos e para as Forças Armadas comprarem Viagra e remédio contra a calvície, tão fundamentais para a defesa da nação. É de pasmar.

Estranhamente, a mídia patronal e conservadora parece ter esquecido a corrupção no Ministério da Educação (MEC). Mas nós não esquecemos e jamais esqueceremos. Porque esse desgoverno somente reajustou o Piso Nacional Salarial dos Professores sob intensa pressão dos sindicatos representantes da categoria no país inteiro.

Enquanto isso... Primeiro apareceram das denúncias, comprovadas com notas fiscais, da compra de picanha e cerveja para as Forças Armadas do país. Depois foi a vez da matéria sobre a compra de milhares de latas de leite moça para as mesmas “forças armadas”. Agora estamos diante de um quadro mais dantesco mantido por um governo completamente incompetente e doente.

O valor anual de verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) que o governo repassou para o Ministério da Defesa, responsável pela atuação das Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica - bateu o recorde da série histórica, de 2013 a 2021.

De acordo com informações que constam em documento divulgado pela Comissão de Orçamento e Financiamento do Conselho Nacional de Saúde (CNS) em fevereiro deste ano, o governo Bolsonaro repassou, em média, R$ 325 milhões por ano ao Ministério da Defesa, relata reportagem do BdF.

Em 2019, o valor anual de verbas do SUS direcionadas à saúde dos militares foi a R$ 350 milhões, diz o texto, que completa: Dois ano depois, em 2021, a cifra chegou a R$ 355 milhões, quebrando novamente o recorde da série histórica, de 2013 a 2021.

Mas, através das redes sociais, descobrimos que nossas “Forças Armadas” gastaram esse dinheiro comprando Viagra, próteses penianas e lubrificantes íntimos, além de remédio para calvície.

A nós cabe perguntar: por que nossas Forças Armadas não contam com munição suficiente para sustentar 15 minutos de guerra, segundo declarações de almirantes e generais, mas pode gastar com Viagra e próteses penianas?

São dois projetos muito distintos. No dia 2 de outubro, o Brasil enfrentará uma das disputas eleitorais mais importantes de sua história recente. Do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, ao grande repúdio do povo brasileiro ao demente que governa o país muita água passou debaixo da ponte, e pelo caminho, rios de pobreza derramada.

No dia 2 de outubro teremos que escolher entre dois caminhos: a manutenção da atual política econômica e social ou voltar a crescer aos ritmos de antes.

O subimperialismo brasileiro com o qual se identifica ideologicamente o bolsonarismo, cujo representante é Ruy Marina, assenta no fundamento de que as relações entre o capitalismo dominante e a economia dependente implicam uma transferência de valor desta para a primeira, levando às burguesias de subcentros como o Brasil rumo à prosperidade. Essa corrente teórica com a qual o bolsonarismo se identifica expressa a subordinação do gigante sul-americano aos interesses do Pentágono e do Departamento de Estado dos EUA.

Pelo que estamos vendo, até agora, são três projetos distintos disputando esse poder e espalhando notícias que interessas e abafando outras.

1) Se vence o demente que está no poder: com base em pesquisas e eventos recentes, esse cenário é menos provável que o anterior. A fraqueza política e a crescente impopularidade do insano, bem como a falta de força de seus aliados internacionais - neoconservadores e libertários - não lhe dariam uma estrutura para se sustentar lançando um golpe de estado institucional, como Fujimori no Peru. 1992. Se a diferença de votos não for tão muito expressiva, é provável que as milícias do insano realizem uma série de acusações de fraude, acionando suas milícias digitais muito poderosas, com as ruas vencidas por forças parapoliciais e igrejas neopentecostais. Para isso, é preciso levar em conta o pano de fundo que culminou na tomada do Capitólio nos EUA pelo trumpismo, bem como as mobilizações promovidas pelo Bolsonaro no dia 7 de setembro, durante as comemorações dos 199 anos da emancipação de Cuba. português, com fortes palavras de ordem contra o Supremo Tribunal do país e com uma evidente cumplicidade militar na mobilização.

2) Se o vencedor for Lula da Silva, com a aliança com Alckmin, Lula consegue arrastar atrás de si a Grande Burguesia Paulista, articulada na Federação dos Industriais do Estado de São Paulo-FIESP, ao mesmo tempo em que consegue alinhar atrás de si setores de esquerda como PSOL e ao Partido Comunista Brasileiro-PCB, e a movimentos sociais como o MST (camponeses) e o MTST (sem teto).

O ex-sindicalista metalúrgico e suas próprias forças devem ter capacidade de responder às ruas e aproveitar o palco, abertamente, para recolocar o gigante latino-americano no caminho da construção de um Brasil com justiça social, protagonista da economia e integração política regional.

3) Se o “centro” vencer... Nem vamos colocar fatos neste número do Informativo. Talvez, até outubro, nem exista uma candidatura de “centro” uma vez que o grande ícone desse segmento, o ex-ministro Sérgio Moro, não consegue decolar e pode até ter sua candidatura suspensa por falcatruas econômicas.

Outra oportunidade para Nossa América? Se, em outubro deste ano, teremos eleições no Brasil com a clara possibilidade de enterrar de vez o insano e suas propostas contra o povo, em maio (primeiro turno) ou junho (segundo turno) teremos a oportunidade de ver a derrota da direita na Colômbia, país que é o “braço armado” dos EUA em nossa região.

Os setores mais progressistas da Colômbia e a esquerda conseguiram um acordo muito importante ao formar uma chapa que tem grandes possibilidades de vencer as eleições. A nova sigla ficou conhecida como “Pacto Histórico”.

As candidaturas para as eleições de maio são compostas pelos seguintes candidatos: Ingrid Betancourt do partido Oxigênio Verde com seu slogan Cheque Corrupção; Enrique Gómez do Movimento de Salvação Nacional com o slogan “Salve a Colômbia”; Gustavo Petro do Pacto Histórico com seu lema “Colômbia: potência mundial da vida”; Luis Pérez do movimento Think Big; John Milton Rodríguez da Colômbia Justa Libre com o lema “For Colombia Goes”; Federico Gutiérrez de We Believe Colombia com seu lema “O Presidente do Povo”; Sergio Fajardo do Centro Democrático com o lema “Este é o momento” e; Rodolfo Hernández ex-prefeito de Bucaramanga com seu movimento de Lógica, Ética e Estética e seu lema “Minha única coalizão é com os colombianos”.

Um dos maiores rivais do favorito Gustavo Petro é o social-democrata, professor, ex-governador de Antioquia e ex-prefeito de Medellín, Sergio Fajardo, acusado formalmente dos crimes de peculato por apropriação e contrato sem cumprimento da exigência, gerando um patrimônio prejuízo no governo de Antioquia entre os anos de 2012-2015, quando atuou como o mais alto presidente departamental.

Mentiroso! Enquanto na Colômbia a violência cresce nas regiões com atos execráveis ​​como o massacre de indígenas e camponeses em Puerto Leguízamo, o assassinato de ex-combatentes das FARC e lideranças sociais e ambientais, o senhor Ivan Duque, presidente do país, acaba de comparecer perante o Conselho de Segurança da ONU apresentará relatório sobre suas supostas conquistas em relação aos avanços na implementação do Acordo de Paz firmado entre o Estado colombiano e as FARC.

É uma versão mentirosa da paz que os fatos negam onde quer que você olhe. Duque e o uribismo chegaram ao governo em 2018 para rasgar os acordos de paz, para sabotar seus desdobramentos para impedir sua materialização nos diversos campos incluídos nos textos dos pactos assinados no segundo semestre de 2016.

A Colômbia, de fato, segue sendo o país onde mais opositores e jornalistas são assassinados.

A Argentina avança internacionalmente. O memorando de entendimento assinado entre China e Argentina em 4 de fevereiro em Pequim, capital do país asiático, foi finalizado na segunda-feira, de modo que Buenos Aires formalizou sua adesão à iniciativa Novas Rotas da Seda.

O documento, composto por seis artigos, foi assinado no marco da primeira visita oficial do presidente argentino Alberto Fernández a terras chinesas e foi publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial do Ministério das Relações Exteriores do país latino-americano.

Os principais pontos do pacto concentram-se no trabalho conjunto da iniciativa Cinturão e Rota com o objetivo de promover o comércio entre as duas nações em bens, serviços, saúde, investimentos nos setores produtivos e tecnológicos, além de incentivar um processo de transição energética equilibrado.

Da mesma forma, espera-se o intercâmbio de projetos de rotas, como ferrovias, pontes, aviação civil, portos, energia e telecomunicações, temas que fortalecerão o sistema comercial baseado no direito internacional cujo eixo central é a Organização Mundial do Comércio.

Da mesma forma, o texto detalha que as empresas serão incentivadas a construir em áreas de cooperação econômica industrial e comercial de acordo com a legislação nacional vigente.

Sob o nome oficial de Memorando de Entendimento sobre Cooperação no Quadro da Iniciativa do Cinturão Econômico da Rota da Seda e da Rota da Seda Marítima do Século XXI, o acordo terá um prazo de três anos e será renovado automaticamente por períodos iguais de três anos, a menos que uma das partes comunique o seu abandono pelo menos três meses antes.

López Obrador vence etapa, no México. O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, permanecerá no cargo até 2024 depois de vencer de forma convincente a consulta de revogação de mandato realizada neste domingo, a primeira a ser realizada na história do país latino-americano.

O Instituto Nacional Eleitoral (INE) informou na noite de domingo que, com base nos resultados de uma contagem rápida, entre 90,3 e 91,9 por cento dos participantes do referendo inédito votaram pela permanência de López Obrador na presidência mexicana.

Isso representa cerca de 15.700.000 votos a favor do atual chefe de Estado mexicano.

Enquanto entre 6,4 e 7,8 por cento se manifestaram pela revogação do mandato devido à perda de confiança. Os votos nulos são estimados entre 1,6 e 2,1 por cento.

O órgão eleitoral mexicano indicou que, de acordo com a contagem rápida, estima-se que a participação na consulta alcançou entre 17 e 18,2 por cento dos cadernos eleitorais.

De acordo com as leis, para que o processo seja vinculante, é necessária a participação de 40% das pessoas inscritas na lista nominal de eleitores.

Em uma mensagem de vídeo transmitida em suas redes sociais na noite de domingo, o presidente mexicano agradeceu “porque mais de 90% votaram em mim para terminar meu mandato (...) mais de 15 milhões de mexicanos estão felizes e querem que eu continue meu mandato até setembro de 2024”.

“Eu nunca vou trair o povo do México, vou ficar e vamos continuar com a transformação do nosso país”, disse López Obrador.

Uma aliança muito importante. Bolívia, Argentina, Chile e México, países participantes do fórum “Perspectivas do Lítio da América Latina”, realizado nos dias 13 e 14 de abril, concordaram em levar o diálogo sobre esse mineral a um congresso internacional de presidentes a ser realizado este ano, anunciou o Ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Franklin Molina.

Segundo o responsável, estes países estão conscientes dos enormes desafios impostos hoje pela nova agenda de transição energética para as energias renováveis ​​e a eletromobilidade, mas também do papel preponderante que esta transição energética ocupa nas disputas geopolíticas que hoje dominam as relações internacionais.

“Diante das diferentes experiências históricas em cada um dos países detentores de importantes reservas litorâneas, podemos nos perguntar no futuro se é possível desenhar hoje novos esquemas extrativistas e produtivos sustentáveis, visando suprir nossos próprios planos de transição. e em que condições sociais e econômicas, políticas e geopolíticas, tecnológicas e socioambientais”, disse o ministro.

A diretora da Divisão de Recursos Naturais da CEPAL, Jeannette Sánchez Zurita, abriu a rodada de apresentações do fórum para destacar que a transição energética e a crescente produção de eletromobilidade demandarão mais lítio.

Cuba e Venezuela contra o Império! O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, e a vice-presidente executiva da Venezuela, Delcy Rodríguez, rejeitaram na terça-feira durante uma reunião em Havana as medidas coercitivas unilaterais impostas pelo Governo dos EUA aos povos de ambos nações.

O encontro entre o chefe de Estado cubano e o líder bolivariano faz parte da agenda de trabalho de Delcy Rodríguez em Havana, para onde viajou para revisar os atuais acordos intergovernamentais.

Díaz-Canel confirmou ao alto funcionário venezuelano a vontade da liderança cubana de continuar apoiando incondicionalmente a Revolução Bolivariana e continuar trabalhando em programas de colaboração bilateral.

Ambos os líderes trocaram pontos de vista sobre questões de interesse comum.

Díaz-Canel enviou saudações ao presidente Nicolás Maduro e agradeceu o envio de doações em meio à pandemia de Covid-19 e à intensificação da guerra econômica imposta a Cuba pelo governo dos EUA.

Sobre a agressividade da Casa Branca, ele assegurou que ela está crescendo e atualmente se expressa através de campanhas midiáticas montadas em plataformas de intoxicação dirigidas contra Venezuela, Nicarágua e Cuba.

Ele pediu esforços conjuntos com a esquerda latino-americana “para enfrentar de forma inteligente a intensa agressão da mídia, sabendo que eles têm uma vantagem sobre nós na questão tecnológica e que temos que buscar caminhos dinâmicos e revolucionários”.

Por sua vez, Delcy Rodríguez agradeceu a recepção do presidente cubano, reiterou o apoio incondicional da Venezuela a Cuba e denunciou que Washington também intensificou sua guerra econômica e financeira contra Caracas para tentar romper a resistência dos patriotas venezuelanos.

Recorde de inflação, na Espanha. O aumento descontrolado dos preços da energia (resultado da crise entre Rússia e Ucrânia) é um dos fatores que fez o índice de inflação disparar na Espanha.

O número está mais de dois pontos acima do registrado no mês anterior (7,6%), quando as consequências econômicas do início do conflito na Ucrânia ainda não tiveram impacto total nos preços.

De fato, a maior parte dessa alta é explicada pela recuperação do grupo habitação (0,9 ponto), principalmente pelo aumento da energia elétrica, que atingiu novo recorde em março; e transportes (0,7 ponto), devido ao aumento dos preços dos combustíveis, que se aproximaram do equivalente a 2,17 dólares por litro em média.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revela ainda que este aumento homólogo de 9,8 por cento tem em conta a redução do imposto especial sobre a eletricidade e as variações de outros impostos lançados pelo Governo de Pedro Sánchez desde o ano passado para conter preços da energia.

Sem levar em conta esses descontos, a alíquota subiria para 10,7%, nove décimos a mais que a alíquota geral, conforme refletido no IPC a impostos constantes.

Em relação ao núcleo de inflação, que não considera alimentos não processados ​​ou produtos energéticos, aumentou no terceiro mês do ano quatro décimos, para 3,4 por cento. Esta é a taxa mais alta desde setembro de 2008, durante a crise da bolha das hipotecas, e está mais de seis pontos abaixo da taxa geral do IPC.

Dessa forma, o IPC deu continuidade em março à trajetória ascendente iniciada no ano passado e encadeou sua décima quinta taxa positiva consecutiva. Como o IPC estava em 0 por cento há um ano, a evolução do indicador reflete como a inflação descontrolou: de 1,3 por cento em março, passou de 3,3 por cento em agosto, de 6,5 por cento em dezembro de 2021, para 7,6 por cento em fevereiro passado.

Partido Popular cresce. De acordo com o levantamento de abril do Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS), que dá ao PSOE uma votação estimada de 30,2% nas eleições e ao PP 27,3%.

Em março, a primeira e a segunda forças na Espanha estavam a uma distância de 7,7 pontos.

A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 9 de abril, quando já se sabia que Feijóo seria o novo presidente dos conservadores após a crise interna que provocou a saída do líder anterior, Pablo Casado.

Segundo o levantamento, Pedro Sánchez continuaria a ganhar as eleições, mas diminuiria a distância do primeiro partido da oposição, depois de cair mais de um ponto em relação ao barómetro anterior.

Em terceiro lugar estaria a extrema direita do Vox, que caiu na intenção de voto para 14,4% em função da ascensão do PP, seu principal concorrente eleitoral.

O parceiro do PSOE na coalizão governamental de esquerda, United We Can, também perderia força em uma eleição, caindo para 10,7% do apoio.

Finalmente, os liberais de Ciudadanos estenderam sua queda para 2% no barômetro.

A última pesquisa da CEI também inclui o impacto econômico da Ucrânia, bem como a mudança de posição de Sánchez ao aceitar a proposta de Marrocos para a autonomia do Saara Ocidental.

Nas últimas eleições gerais na Espanha, em 10 de novembro de 2019, o PSOE obteve 28% dos votos, seguido pelo PP (20,9%), VOX (15,1) e United We Can (12,8).

Segundo a CEI, Sánchez continuaria a emergir mais forte se as eleições fossem realizadas agora, obtendo dois pontos a mais do que na eleição anterior.

E aquele “país genocida e terrorista”? As forças de ocupação israelenses tiveram confrontos na sexta-feira 15) com fiéis palestinos nas proximidades da mesquita de Al-Aqsa, na área religiosa do Monte do Templo em Jerusalém, que deixou pelo menos 152 feridos.

Após o ataque, cerca de 59 feridos foram hospitalizados, disse o Crescente Vermelho. A organização indicou que as forças de segurança israelenses dificultaram o trabalho das ambulâncias. A mídia local informa que o número de feridos pode continuar a crescer.

Imagens de mídia social mostram palestinos jogando pedras em soldados, enquanto oficiais disparam gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral. Em meio ao tumulto, muitos religiosos se refugiaram na mesquita.

De acordo com a mídia local, a Polícia de Israel informou que por volta das 04:00 da manhã, uma dúzia de jovens começou a marchar em direção à área com bandeiras do movimento Hamas e da Autoridade Nacional Palestina.

França: entre a frigideira e o fogo! O povo francês está com uma grande “loteria” nas mãos: reeleger um presidente fraco e que não cumpriu com suas promessas nas eleições passadas ou levar ao poder uma conhecida representante da extrema direita europeia e francesa.

Os franceses foram às urnas no domingo (10) para decidir quem ocupará o Palácio do Eliseu pelos próximos cinco anos. E os números apurados confirmaram que o atual presidente, Emmanuel Macron, vai disputar o segundo turno no próximo dia 24 de abril com a extremista de direita Marine Le Pen.

Na quarta-feira (13), Marine Le Pen, membro do partido francês Reagrupamento Nacional, afirmou que o país deixará a OTAN se vencer no segundo turno das eleições presidenciais.

Marine Le Pen, candidata à presidência da França, disse na quarta-feira (13) que retiraria o país do Comando Militar da OTAN se for eleita.

“Não estamos falando de deixar o bloco, mas de deixar sua estrutura de comando", explicou ela.

A membro do partido Reagrupamento Nacional (Rassemblement National, em francês) já instou a retirada da França do comando integrado da OTAN, declarando que a estrutura "perpetua a lógica anacrônica e agressiva dos blocos da Guerra Fria".

Barbas de molho (01). Um artigo de análise publicado no 'Financial Times' avaliou o impacto das sanções anti-Rússia e os riscos de transformar o dólar em uma arma dos EUA que pode acabar minando a moeda e dividindo o sistema financeiro internacional.

As sanções com as quais os EUA conseguiram congelar as reservas cambiais da Rússia criaram um incentivo para muitos países decidirem evitar o dólar, explicam os analistas consultados pela mídia.

“Ao armar abertamente o dólar dessa maneira, os EUA e seus aliados correm o risco de provocar uma reação que pode minar a moeda americana e dividir o sistema financeiro internacional em blocos concorrentes, o que pode piorar as coisas para todas as partes.”

Sublinham também que as sanções anti-Rússia não foram apoiadas pela China, Brasil, África do Sul e México, o que mostra que existe apenas um bloco ocidental contra Moscovo e a ausência de uma coligação mundial que condene a operação especial da Rússia na Ucrânia. Na opinião dos autores, isso pode ter consequências importantes para o futuro das finanças internacionais.

Barbas de molho (02). Os Estados membros da União Europeia (UE) não concordaram com uma abordagem unificada para a questão de um potencial bloqueio imediato às importações de petróleo da Rússia e não discutirão esse tópico na reunião entre ministros das Relações Exteriores na segunda-feira (11), informa o jornal Financial Times.

A medida potencial pode ser levantada informalmente para ampla discussão, mas os políticos da UE estão tomando cuidado em meio ao aumento dos preços da energia, disse o jornal no domingo (10), citando autoridades da UE.

Um diplomata alegou que cortar o petróleo russo era “uma questão técnica e politicamente complicada” para alguns países com alta dependência do insumo.

O bloco europeu pode cogitar a imposição de tarifas sobre o petróleo russo em vez de uma proibição direta, disseram oficiais ao jornal.

Barbas de molho (03). Atuais e futuras sanções antirrussas poderiam causar um dos piores choques de oferta de petróleo da história, avisou o secretário-geral da OPEP, Mohammed Barkindo, os altos funcionários da UE, acrescentado que seria impossível substituir o volume de óleo perdido em tal situação.

Conforme afirmou Barkindo na segunda-feira (11), cerca de sete milhões de barris de petróleo russo estão abandonando diariamente o mercado global em resultado das sanções e outras restrições sobre o comércio do país.

Ele disse ainda que a volatilidade atual no mercado se deve a "fatores não fundamentais" e fora do controle da OPEP, sendo responsabilidade da União Europeia promover uma abordagem "realista" quanto à transação energética.

O petróleo e o gás não são as únicas mercadorias cujo suprimento está acabando em meio ao conflito na Ucrânia. A Rússia e a Ucrânia juntas produzem cerca de um terço das exportações mundiais de trigo, e ambos os países também são grandes exportadores de óleo de girassol e fertilizantes. Como resultado, os preços dos alimentos atingiram máximos históricos, e muitos países e ONGs estão alertando para a escassez de alimentos no futuro próximo.

Barbas de molho (04). A Airbus pede à Europa a não aplicar sanções contra o titânio russo, pois isso causaria danos menores a Moscou, mas significaria danos abismais ao resto do continente na indústria aeroespacial.

“Não acreditamos que as sanções de importação sejam apropriadas”, disse o presidente-executivo da empresa, Guillaume Faury. Embora a gigante da aviação tenha estocado titânio por muitos anos, dando-lhe alguma margem de manobra no curto e médio prazo, as sanções contra esse metal essencial para a indústria seriam catastróficas, segundo a Reuters.

A Airbus detalhou que depende da Rússia para metade de suas necessidades de titânio. E, no setor aeroespacial, eles acreditam que a Airbus está parcialmente preocupada com a dependência da Rússia de fornecedores como a francesa Safran, que usa titânio para fabricar peças para motores a jato e trem de pouso.

Barbas de molho (05). De acordo com o economista da empresa estadunidense S&P Global, Paul Gruenwald, citado pela emissora CNBC, uma possível ruptura comercial entre a Alemanha e a Rússia poderia causar um “choque” financeiro a nível mundial.

Segundo o especialista, ao ver o desenrolar da situação em torno da Ucrânia, estima-se um cenário pouco animador. Uma ruptura comercial poderia ser um desastre.

Isso afetaria o complexo energético, os preços das matérias-primas, os insumos industriais importados pela Europa, como níquel, titânio e outros, resultando em um forte impacto na indústria alemã, além de reduzir o PIB do país, gerar desemprego e diminuir a confiança na Alemanha, explicou.

Gruenwald ressaltou que as sanções impostas pelos países europeus, seguindo os passos dos EUA, causaram uma retaliação russa, que por sua vez, exigiu que os países que impuseram as sanções pagassem o fornecimento de gás natural em rublos.

Barbas de molho (06). Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia não chegaram a um acordo sobre sanções contra o petróleo e o gás da Rússia, disse o alto representante da UE para Relações Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell, nesta segunda-feira.

Dirigindo-se à mídia após uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE em Luxemburgo, Borrell disse que, embora nenhuma decisão tenha sido tomada, “nada está fora da mesa, incluindo sanções sobre petróleo e gás”. No ano passado, a conta do petróleo foi quatro vezes maior do que a do gás, “por isso é importante começar pelo petróleo”, afirmou, segundo a agência de notícias Xinhua.

Enquanto a Europa discute o boicote proposto pelos EUA e que prejudicaria os europeus, a Índia supostamente comprou ao menos 13 milhões de barris de petróleo bruto da Rússia desde 24 de fevereiro, em comparação com quase 16 milhões de barris em todo o ano de 2021.

A Índia é o terceiro maior consumidor de petróleo do mundo e importa mais de 80% dele de outros países para atender às suas necessidades. No ano passado, a maior parte do fornecimento de petróleo da Índia veio do Oriente Médio, seguido por Estados Unidos e Nigéria. Em 2021, a Rússia representou apenas cerca de 2% das importações totais de petróleo da Índia.

O comércio internacional balança. O conflito em curso entre a Rússia e a Ucrânia deu um duro golpe na economia global, reduzindo o crescimento do comércio global em 2022 dos 4,7% previstos em outubro passado para entre 2,4% e 3%. A projeção, baseada em um modelo de simulação econômica global, foi feita pela Secretaria da Organização Mundial do Comércio (OMC) em nota divulgada nesta segunda-feira.

A crise pode reduzir o crescimento do PIB global em 0,7-1,3 pontos percentuais, levando-o para algo entre 3,1% e 3,7% em 2022. O conflito elevou os preços dos alimentos e da energia e reduziu a disponibilidade de bens exportados pela Rússia e pela Ucrânia, disse a nota da Secretaria.

Rússia e Ucrânia são importantes fornecedores de produtos essenciais, principalmente alimentos e energia, segundo a nota. Os dois países forneceram cerca de 25% do trigo, 15% da cevada e 45% das exportações de produtos de girassol globalmente em 2019. Somente a Rússia respondeu por 9,4% do comércio mundial de combustíveis, incluindo 20% das exportações de gás natural.

A Rússia é um dos principais fornecedores mundiais de paládio e ródio, elementos cruciais na produção de catalisadores para automóveis. Enquanto isso, a produção de semicondutores depende em grande parte do neon fornecido pela Ucrânia. Interrupções no fornecimento desses materiais podem atingir os fabricantes de automóveis em um momento em que a indústria está apenas se recuperando da escassez de semicondutores, destacou a OMC.

Uma questão de dólare$$$$$$. Como dissemos no número anterior do Informativo, Biden não quer que seja negociada uma paz porque está dependendo disso para fortalecer a economia interna e alimentar a ganância do complexo industrial militar.

Autoridades da Finlândia e Suécia afirmam que podem abandonar a neutralidade e aderir à OTAN até meados deste ano. Para especialista, escandinavos têm pouco a ganhar com essa medida e EUA são quem sairia mais beneficiado.

Nesta quinta-feira (14), o vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, disse que a eventual entrada da Finlândia e da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) colocaria sob risco a manutenção do Báltico como zona livre de armas nucleares.

De acordo com o professor e pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Fred Leite Siqueira Campos, Suécia e Finlândia arriscam desestruturar seu modelo econômico de sucesso ao abandonar a neutralidade.

“Ao abandonar a neutralidade, esses países vão ter que arcar com gastos militares, reorientando os seus orçamentos nas áreas de desenvolvimento social, saúde e educação”, notou Siqueira Campos, que coordena o grupo de estudos e pesquisa sobre Rússia da UFSC.

Membros da aliança militar do Atlântico Norte se comprometem a gastar 2% do seu Produto Interno Bruto em armas e equipamentos de defesa. Apesar da Suécia ter uma base industrial de defesa, boa parte destes recursos acabam sendo gastos em importação de armamentos de grandes produtores, como os EUA.

A dimensão correta do conflito. A operação especial da Rússia na Ucrânia visa acabar com o histórico e inescrupuloso de domínio total dos EUA no mundo, declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

“Nossa operação militar especial visa pôr fim à expansão temerária e ao curso temerário da dominação total dos Estados Unidos e, sob ela, do resto dos países ocidentais na arena internacional. Uma dominação que se constrói em flagrante violação do internacional certo, de acordo com regras que só agora estão se repetindo e se desenvolvendo em tempo hábil”, disse Lavrov em entrevista à Rússia 24.

O chanceler russo também condenou as declarações do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, de que não há alternativa a uma solução militar para o conflito na Ucrânia.

“Quando o chefe da diplomacia de um país, ou de uma organização, como Josep Borrell neste caso, que representa a diplomacia da UE, diz que um conflito específico só pode ser resolvido por meios militares, significa que é uma reação pessoal acumulada, ou um lapso ou que ele tornou público algo que ninguém o instruiu a divulgar. Mas é uma declaração inédita, é claro”, acrescentou o ministro das Relações Exteriores russo.

Inflação recorde nos EUA! O dólar se valorizou no final do pregão de terça-feira (12), com dados mostrando que a inflação nos EUA em março teve a maior alta em quatro décadas. O índice do dólar, que mede a moeda estadunidense em relação aos seis principais pares, subiu 0,36%. No final do pregão de Nova York, o euro caiu para US$ 1,0834, e a libra esterlina caiu para US$ 1,3007.

O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao consumidor do País saltou 8,5% em relação a março de 2021, o maior aumento em 12 meses desde o período encerrado em dezembro de 1981. A variação em relação a fevereiro de 2022 foi de 1,2%.

O relatório observou que os aumentos nos índices de gasolina, moradia e alimentação foram os que mais contribuíram para o aumento. A gasolina subiu 18,3% em março e foi responsável por mais da metade do aumento mensal de todos os itens. O índice de alimentos subiu 1%.

Mas a violência é a mesma! A indignação tomou conta das redes sociais e das ruas estadunidenses após a divulgação de um vídeo em que um policial atirou na cabeça de um afrodescendente em Michigan.

A discriminação racial é uma das feridas históricas mais profundas nos Estados Unidos. A ferida foi revivida pelas imagens que lembram os acontecimentos ocorridos em 4 de abril, quando um policial subjugou um homem chamado Patrick Lyoya, 26, na cidade de Grand Rapids.

Na gravação de vídeo divulgada pela própria Polícia de Michigan, observa-se como o policial abre fogo contra o nuca da vítima.

Segundo a versão das autoridades e algumas testemunhas, tudo começou com uma fiscalização de trânsito que saiu do controle. Aparentemente, Patrick Lyoya e o oficial discutiram a ponto de uma perseguição a pé e uma briga por um taser.

E tem mais violência. Frank James foi preso no bairro de East Village, em Nova York. A polícia chegou até o suposto atirador após encontrar uma série de pertences deixados para trás, como uma pistola Glock 9 mm e um cartão de crédito com seu nome.

Um homem que a polícia disse ser suspeito do tiroteio no metrô do Brooklyn, Frank R. James, foi levado sob custódia na quarta-feira (13). O prefeito de Nova York, Eric Adams, confirmou em uma entrevista coletiva nesta tarde que James foi preso, segundo o The New York Times.

De acordo com o jornal, o suposto responsável pelo ataque tinha um histórico criminal significativo, incluindo nove prisões anteriores em Nova York, principalmente por contravenções, e três prisões em Nova Jersey.

Na manhã de terça-feira (12), um homem usando máscara de gás fez 33 disparos no metrô da Sunset Station, no Brooklyn. Ao todo, dez pessoas foram baleadas e cerca de 16 ficaram feridas, segundo a polícia local.


Agência Pública: Seria este homem o Queiroz de Arthur Lira?

 

Seria este homem o Queiroz de Arthur Lira? 
por Alice Maciel

Em novembro do ano passado, recebi uma denúncia de que acontecia a prática da rachadinha no gabinete do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) em Maceió. Ou seja, suspeitava-se que alguns dos funcionários do presidente da Câmara dos Deputados tinham que devolver parte de seus salários. “Não tem esse negócio de rachadinha que falam do Bolsonaro? No escritório do Arthur Lira é a mesma coisa. Já tem uma lista das pessoas que, no dia seguinte que recebem o salário, entregam uma parte para o Djair”, ouvi de uma fonte. 

Djair Marcelino da Silva é o chefe de gabinete do escritório de Arthur Lira em Maceió desde maio de 2020, e também foi chefe de gabinete quando Lira era deputado estadual na Assembleia Legislativa de Alagoas de 2001 a 2010. Djair é amigo do deputado desde o final da década de 1980 e “seu braço direito”, conforme me contaram pessoas próximas a eles: “Ele é o homem de confiança do Arthur”; “Ele faz tudo para o Lira, até reunião de escola ele ia quando os filhos do deputado eram pequenos”; “Ele cuida das finanças no escritório do deputado”; “O Djair sabe da vida do Arthur Lira mais do que o próprio Arthur Lira”, foram algumas das frases que ouvi. 

Em 2018, Djair Silva foi apontado pelo Ministério Público Federal como operador de um esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa de Alagoas, que teria sido liderado por Lira quando ele ainda era deputado estadual, segundo a denúncia dos procuradores. Os investigadores identificaram que parte dos recursos que teriam sido desviados de 2001 a 2007 saía do salário de funcionários fantasmas e que, supostamente, Djair seria o responsável por retirar o dinheiro na boca do caixa. Lira e Djair negam as acusações. 

A informação que chegou até mim em novembro passado foi a de que os dois estariam repetindo a prática na Câmara dos Deputados desde 2011 – quando o político assumiu seu primeiro mandato em Brasília – e que os servidores envolvidos estariam lotados no escritório do parlamentar na capital alagoana. 

De mochila nas costas, papel e caneta nas mãos, desembarquei em Maceió pela primeira vez em dezembro. Procurei algumas pessoas que trabalham e trabalharam para Arthur Lira, mas ninguém confirmou a prática da rachadinha, alguns se negaram a falar, e outros se recusaram a me atender. Nessa viagem, no entanto, descobri que alguns parentes de Djair haviam passado pelo gabinete do deputado federal ao longo de seus três mandatos na Câmara.

Levantei a lista de todos os funcionários e ex-funcionários contratados por Arthur Lira na Câmara dos Deputados, e, a partir daí, descobri que o político empregou sete parentes do amigo Djair Silva entre 2011 e 2021: dois filhos, três sobrinhos, a ex-mulher e uma prima. Na hora, a descoberta me remeteu ao caso da família Bolsonaro. Por coincidência, o ex-assessor Fabrício Queiroz também emplacou sete parentes nos gabinetes de Carlos, Flávio e Jair Bolsonaro, conforme revelado pelo jornal O Globo

Investigando mais um pouco, descobrimos indícios de que um dos sobrinhos do Djair possivelmente é funcionário fantasma, assim como as denúncias envolvendo os familiares de Fabrício Queiroz. Luciano Lessa está lotado no gabinete de Arthur Lira em Maceió desde 2011, mas também é dono de uma gráfica na cidade desde 2010. Eu e a repórter Aliny Gama estivemos diversas vezes em sua loja, sempre aberta em horário comercial.
 
Aliny conversou com Luciano em fevereiro e ele disse que “cuida da comunicação visual” do gabinete de Lira, que seu negócio é ficar “correndo atrás de gráfica” e “fazer a ponte entre o que a agência de publicidade manda de layout e as gráficas”. Acontece que, nos últimos quatro anos, não há nenhum gasto com material impresso ou gráficas na prestação de contas do gabinete do presidente da Câmara. 

Em nota, o deputado ainda contradisse o que seu funcionário falou para a Pública. Segundo Lira, Luciano “exerce o trabalho de base junto à comunidade, com acompanhamento e monitoramento da mídia local” – nada disso foi mencionado pelo servidor na entrevista que fizemos com ele. Em relação aos outros parentes de Djair, Arthur Lira afirmou que “alguns foram servidores, em cargo de confiança, em épocas distintas e já totalmente desligados” e que Djair “trabalha no gabinete local do deputado em Maceió prestando funções relacionadas ao cargo que ocupa”. 

Afinal, “todo político tem que ter as pessoas que ele possa confiar”, me disse o próprio Djair numa manhã de sexta-feira, 25 de março, no escritório de Arthur Lira localizado na orla da capital alagoana. 

O líder do Centrão atualmente é apontado por muitos analistas políticos como o homem mais poderoso da República. Além de ocupar a presidência da Câmara dos Deputados, estão em suas mãos bilhões do Orçamento da União e o destino de Jair Bolsonaro – foi Lira quem segurou ao longo dos últimos anos os 143 pedidos de impeachment contra o presidente. Em ano eleitoral, mais do que nunca é preciso estar de olho nos passos de Arthur Lira. Já revelamos os seus “fantasmas” e que verbas do orçamento secreto do MEC vão parar na empresa do pai de um vereador de Maceió que é amigo e aliado do parlamentar. Fiquem ligados que em breve traremos mais informações.

 
Alice Maciel é repórter da Agência Pública em Brasília

Rolou na Pública
 

Em família. A empresa do pai do vereador de Maceió João Catunda (PP/AL) — aliado político e amigo de Arthur Lira (PP/AL) — recebeu verba do orçamento secreto do MEC, como revelamos nesta investigação exclusiva. A reportagem foi republicada no UOL e no Brasil de Fato, e repercutida na Folha de S. Paulo. A história foi capa da Folha de Alagoas

De olho no ATL. Indígenas de todo o Brasil ocupam Brasília em defesa de seus direitos e territórios no 18º Acampamento Terra Livre (ATL). A repórter Laura Scofield conversou com lideranças e relatou como tem sido a mobilização desde o primeiro dia, com registros da fotojornalista Andressa Anholete. O ensaio fotográfico foi republicado na Revista Galileu, no Cimi, no Brasil de Fato e em Amazônia.org

iFood investigado. A investigação sobre a máquina oculta de propaganda do iFood, publicada na semana passada, teve grande repercussão. O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) contra o iFood e agências de publicidade contratadas pela empresa. A vereadora Luana Alves (PSOL), da Câmara Municipal de São Paulo, pediu convocação das agências de publicidade na CPI dos Aplicativos. Ontem, a CPI fez diligência na sede do iFood para acompanhar o caso. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) comunicou que abriu processo investigatório para apurar se o iFood infringiu o código brasileiro de publicidade. Nesta semana, a reportagem foi repercutida na Folha de S. Paulo, no O Globo, no Extra e no Valor Econômico.

Flávio Dino: governo Bolsonaro é o mais corrupto da história brasileira

 

Flávio Dino: governo Bolsonaro é o mais corrupto da história brasileira

Ex-governador do Maranhão defendeu uma CPI para investigar a corrupção no MEC e disse que não se pode naturalizar os diversos escândalos do governo Bolsonaro. Assista na TV 247

www.brasil247.com - Flávio Dino e Jair Bolsonaro
Flávio Dino e Jair Bolsonaro (Foto: GOVMA | Marcos Corrêa/PR)
 

247 - O ex-governador do Maranhão e pré-candidato ao Senado pelo PSB, Flávio Dino, defendeu em entrevista à TV 247 a instauração de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o escândalo dos pastores lobistas no Ministério da Educação. 

Segundo Dino, o governo Bolsonaro é o mais corrupto da história brasileira, tendo protagonizado diversos escândalos. Ele também comentou a sequência de denúncias envolvendo as Forças Armadas.

"É um dever cívico do Congresso Nacional e do Ministério Público a CPI do MEC. Temos uma realidade sendo revelada todos os dias em que o suposto combate à corrupção resultou no governo mais corrupto da história brasileira. O governo Bolsonaro é o governo mais corrupto da história brasileira. Todos os dias isto é provado, com orçamento secreto, rachadinha, com o escândalo infelizmente envolvendo as Forças Armadas, uma parte dela, e agora no MEC", disse Dino. 

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"Espero que o Ministério Público aja, porque não se pode naturalizar essa profusão de denúncias que todo dia saem", disse.