sábado, 24 de agosto de 2013

Corrupção tucana

Carta revela envolvimento de tucanos em esquema pesado de corrupção

23/8/2013 10:50
Por Redação - de São Paulo


estudantes da usp
Alckmin enfrenta uma investigação sobre a corrupção no governo tucano paulista
O escândalo que envolve a alta cúpula do governo tucano no Estado de São Paulo ganhou, nesta sexta-feira, mais um ingrediente explosivo. Uma carta, datada de 2008, encaminhada por um funcionário da Siemens à matriz, na Alemanha, revela que a formação de cartel e um pesado esquema de corrupção, com o pagamento de propinas a funcionários públicos da confiança de governadores como José Serra e Geraldo Alckmin, não eram exclusivos da área de transportes. Ocorrem nas demais instâncias da administração. O documento originou apuração sobre ilegalidades nas empresas públicas ligadas ao sistema de trens e metrô paulistas e do Distrito Federal.
Em matéria divulgada na última edição do diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo, os jornalistas Fernando Gallo e Fausto Macedo acrescentam que “a carta que levou a investigações, no Brasil e na Alemanha, sobre irregularidades cometidas pela Siemens em licitações e formação de cartel no sistema metroferroviário cita ‘práticas ilícitas’ não só nos transportes, mas também nos setores de energia e de equipamentos médicos da empresa. Para os investigadores, a rotina denunciada no documento, enviado em junho de 2008 à matriz da multinacional, engloba fraudes em concorrências públicas e pagamento de propinas a agentes públicos brasileiros”.
“A carta com as acusações, que hoje os investigadores sabem ser de um ex-executivo da multinacional, foi enviada ao ombudsman da Siemens na Alemanha e a autoridades brasileiras em junho de 2008. Embora fosse anônima, a riqueza de detalhes que continha em suas cinco páginas, 77 tópicos e seis anexos levou os investigadores a deflagrar uma apuração sem precedentes. Na Siemens, resultou na demissão da cúpula em diversos países – inclusive no Brasil. Em muitos países, resultou também na instauração de procedimentos investigatórios pelos órgãos competentes”, acrescenta.
Segundo a reportagem, o autor da denúncia que colocou a Siemens no centro do grande escândalo mundial não fornece detalhes sobre malfeitos nessas áreas específicas nem cita nomes ou esferas de governo. “No Brasil, a multinacional alemã tem contratos milionários com empresas de diversos governos. No federal, controladas da Eletrobrás como Furnas, Chesf e Eletronorte tem contratos com a empresa. No governo paulista, a Cesp contratou a Siemens em diversas ocasiões. Os investigadores veem o relato do denunciante como verossímil porque outras informações transmitidas na carta agora são confirmadas pelos seis executivos que trabalharam na Siemens e firmaram, em 22 de maio de 2013, acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). São subscritores do pacto o Ministério Público Federal e o Estadual”.
Quatro executivos brasileiros e dois alemães da Siemens, que ocupavam cargos do alto escalão da companhia, revelaram a formação de um cartel no sistema metroferroviário de São Paulo, situação já apontada pelo autor da carta.
“É impressionante observar que, apesar de todos os escândalos e consequências para toda a companhia, a Siemens Brasil continua pagando propinas no Brasil para conseguir contratos lucrativos”, acentuou o denunciante. “Espero que as informações mencionadas possam ajudá-lo em sua difícil função como ombudsman em uma companhia que não aprendeu com as lições do passado.”
Trechos da carta:
“Eu gostaria de trazer para o seu conhecimento alguns fatos e documentos que demonstram práticas ilícitas adotadas pela Siemens no Brasil, nos dias de hoje e no passado, particularmente nos seguintes projetos: CPTM Linha G (Linha 5 do Metrô de São Paulo), CPTM Série 3000 e contrato de manutenção do Metrô-DF.”
“Esse tipo de prática não é privilégio da divisão de transportes. Elas também são comuns nas áreas de transmissão e distribuição de energia, geração de energia e na divisão de sistema de saúde, que trabalham com empresas públicas.”
“Essa carta e os documentos anexados a ela serão distribuídos às autoridades brasileiras que estão investigando o caso de pagamento de propina pela Alstom em diversos projetos do Brasil, dentre os quais a da linha G da CPTM.”
“É surpreendente observar que, apesar dos escândalos e das consequências para toda a companhia, a Siemens Brazil continua a pagar propina no País para ganhar contratos rentáveis.”

Diário revela esquema de corrupção em governos do PSDB

 
 
 
Diário da Siemens detalha suposto conluio entre empresas para aumentar o valor dos contratos de trem e metrô -

 
A multinacional alemã Siemens apresentou às autoridades brasileiras documentos nos quais afirma que o governo de São Paulo soube e deu aval à formação de um cartel para licitações de obras do Metrô no Estado. A negociação com representantes do Estado, segundo a Siemens, está registrada em “diários” apresentados pela empresa ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
 
 
No mês passado, a gigante da engenharia delatou ao órgão a existência de um cartel – do qual fazia parte – para compra de equipamento ferroviário, além de construção e manutenção de linhas de trens e Metrô em São Paulo e no Distrito Federal. Em troca, a empresa assinou um acordo de leniência que pode lhe garantir imunidade caso o cartel seja confirmado e punido.
 
 
A formação do cartel para a Linha 5 do Metrô de São Paulo, de acordo com a Siemens, se deu no ano de 2000, quando o Estado era governado pelo tucano Mário Covas, morto no ano seguinte. Segundo o Cade, o conluio se estendeu ao governo de seu sucessor, Geraldo Alckmin (2001-2006), e ao primeiro ano de José Serra, em 2007.
 
 
Secretário de Transportes no governo Covas, entre 1995 e 2001, Cláudio de Senna Frederico afirmou que não teve conhecimento da formação de cartel, mas não o descartou. “Não me lembro de ter acontecido uma licitação, de fato, competitiva”, disse.
 
 
O governo Alckmin diz que, se confirmado o cartel, pedirá a punição dos envolvidos. Serra não foi localizado. Documento entregue pela Siemens aponta o suposto aval do governo em favor de um acerto entre empresas para a partilha da linha 5, em trecho hoje já em operação.
 
 
Chamado de “grande solução”, o acerto era, segundo os papéis, o desfecho preferida pela “secretaria” [de transportes] por oferecer “tranquilidade na concorrência”.
 
 
Consistia em formar um consórcio único para ganhar a licitação e depois subcontratar empresas perdedoras, o que, de fato, ocorreu.
 
 
No documento, de fevereiro de 2000, os executivos da Siemens descrevem reuniões para a costura do cartel.
 
 
Numa delas, é relatado que “o fornecimento dos carros [trens] é organizado em um consórcio ‘político’. Então, o preço foi muito alto”.
 
 
“Consórcio combinado, então, é muito bom para todos os participantes”, relata um executivo da Siemens.
 
 
A Siemens diz que um acordo permitiu ampliar em 30% o preço pago em outra licitação para manutenção de trens da CPTM.
 
 
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05/08/2013 -
Folha de S.Paulo -
CATIA SEABRA e FLÁVIO FERREIRA -
Diário da Siemens detalha suposto conluio entre empresas
 
 
 
Simulação de consórcios, combinação de preços e até escolha de vencedor de licitação por sorteio. Documentos em poder do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) descrevem o suposto conluio entre empresas para aumentar o valor dos contratos de trem e metrô.
 
 
As práticas foram reveladas graças à colaboração da Siemens. Um diário alimentado por executivos da empresa mostram os expedientes para partilha de contratos e superfaturamentos. A seguir trechos dos documentos.
 
 
 
Linha 5 do metrô de São Paulo: "grande solução"
 
 
Em 2000, empresas criaram um consórcio único para vencer a licitação para trecho da linha 5 do metrô. Segundo relatórios da época, o governo de São Paulo -descrito como "cliente/secretaria"- apoiou o acerto para evitar que disputas judiciais emperrassem a obra.
 
 
A simpatia do governo pelo cartel é expressa em relatório no qual os executivos discutem cenários de atuação, sendo a formação de consórcio único identificada como opção um. "O cliente/secretaria deseja a opção 1. Tranquilidade na concorrência", afirma um dos documentos.
 
 
Concluída a negociação entre empresas, um técnico faz a executivos apresentação sobre o acordo. "O fornecimento dos carros é organizado em um consórcio político. Então, o preço foi muito alto."
 
 
Os documentos ilustram, porém, que a rivalidade entre empresas quase enterrou o acordo. Líder do consórcio, a Alstom resistiu à entrada da CAF no conluio. Segundo o diário, até o "cliente" teve de ser acionado para a pacificação. "[Um executivo da Siemens] já havia contatado o cliente e a direção da Asltom, mas não obteve resultados. Isso significa que Alstom se considera o sr. todo poderoso e não aceita a CAF como consorciada", diz o documento.
 
 
 
Metrô do DF: o sorteio
 
 
As empresas organizaram, segundo os documentos, um sorteio para decidir quem venceria contrato de R$ 82 milhões anuais para prestação de serviços ao Metrô. Reunidos em 2006, empresas fixaram em ata as regras do acordo. Pelo acerto, Alstom e Siemens fariam sorteio para definir quem apresentaria a menor proposta, sendo as duas acima de 94% do preço, para garantir um valor alto.
 
 
Na ata, uma observação: "Os itens serão validados pelo cliente". Vitoriosa, a Siemens subcontratou a Alstom.
 
 
 
Metrô e CPTM de São Paulo: curso perfeito
 
 
Em 2005, representantes de cinco empresas fecharam acordo, para quatro licitações, para o projeto Boa Viagem. No "curso perfeito de concorrência", segundo o grupo, não havia lugar para novas empresas. Um executivo sugere aos outros que alimentem as esperanças de outra empresa para neutralizar a concorrência.
 
 
"O nosso grupo já está fechado, não estou sugerindo cooperação. Mas seria interessante mantê-los entretidos mais um pouco, para que não tenham tempo de se alinhem [sic] com outra empresa."
 
 
 
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Editoria de arte/Folhapress
Diário da Siemens detalha suposto conluio entre empresas para aumentar o valor dos contratos de trem e metrô -

 
A multinacional alemã Siemens apresentou às autoridades brasileiras documentos nos quais afirma que o governo de São Paulo soube e deu aval à formação de um cartel para licitações de obras do Metrô no Estado. A negociação com representantes do Estado, segundo a Siemens, está registrada em “diários” apresentados pela empresa ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
 
 
No mês passado, a gigante da engenharia delatou ao órgão a existência de um cartel – do qual fazia parte – para compra de equipamento ferroviário, além de construção e manutenção de linhas de trens e Metrô em São Paulo e no Distrito Federal. Em troca, a empresa assinou um acordo de leniência que pode lhe garantir imunidade caso o cartel seja confirmado e punido.
 
 
A formação do cartel para a Linha 5 do Metrô de São Paulo, de acordo com a Siemens, se deu no ano de 2000, quando o Estado era governado pelo tucano Mário Covas, morto no ano seguinte. Segundo o Cade, o conluio se estendeu ao governo de seu sucessor, Geraldo Alckmin (2001-2006), e ao primeiro ano de José Serra, em 2007.
 
 
Secretário de Transportes no governo Covas, entre 1995 e 2001, Cláudio de Senna Frederico afirmou que não teve conhecimento da formação de cartel, mas não o descartou. “Não me lembro de ter acontecido uma licitação, de fato, competitiva”, disse.
 
 
O governo Alckmin diz que, se confirmado o cartel, pedirá a punição dos envolvidos. Serra não foi localizado. Documento entregue pela Siemens aponta o suposto aval do governo em favor de um acerto entre empresas para a partilha da linha 5, em trecho hoje já em operação.
 
 
Chamado de “grande solução”, o acerto era, segundo os papéis, o desfecho preferida pela “secretaria” [de transportes] por oferecer “tranquilidade na concorrência”.
 
 
Consistia em formar um consórcio único para ganhar a licitação e depois subcontratar empresas perdedoras, o que, de fato, ocorreu.
 
 
No documento, de fevereiro de 2000, os executivos da Siemens descrevem reuniões para a costura do cartel.
 
 
Numa delas, é relatado que “o fornecimento dos carros [trens] é organizado em um consórcio ‘político’. Então, o preço foi muito alto”.
 
 
“Consórcio combinado, então, é muito bom para todos os participantes”, relata um executivo da Siemens.
 
 
A Siemens diz que um acordo permitiu ampliar em 30% o preço pago em outra licitação para manutenção de trens da CPTM.
 
 
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05/08/2013 -
Folha de S.Paulo -
CATIA SEABRA e FLÁVIO FERREIRA -
Diário da Siemens detalha suposto conluio entre empresas
 
 
 
Simulação de consórcios, combinação de preços e até escolha de vencedor de licitação por sorteio. Documentos em poder do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) descrevem o suposto conluio entre empresas para aumentar o valor dos contratos de trem e metrô.
 
 
As práticas foram reveladas graças à colaboração da Siemens. Um diário alimentado por executivos da empresa mostram os expedientes para partilha de contratos e superfaturamentos. A seguir trechos dos documentos.
 
 
 
Linha 5 do metrô de São Paulo: "grande solução"
 
 
Em 2000, empresas criaram um consórcio único para vencer a licitação para trecho da linha 5 do metrô. Segundo relatórios da época, o governo de São Paulo -descrito como "cliente/secretaria"- apoiou o acerto para evitar que disputas judiciais emperrassem a obra.
 
 
A simpatia do governo pelo cartel é expressa em relatório no qual os executivos discutem cenários de atuação, sendo a formação de consórcio único identificada como opção um. "O cliente/secretaria deseja a opção 1. Tranquilidade na concorrência", afirma um dos documentos.
 
 
Concluída a negociação entre empresas, um técnico faz a executivos apresentação sobre o acordo. "O fornecimento dos carros é organizado em um consórcio político. Então, o preço foi muito alto."
 
 
Os documentos ilustram, porém, que a rivalidade entre empresas quase enterrou o acordo. Líder do consórcio, a Alstom resistiu à entrada da CAF no conluio. Segundo o diário, até o "cliente" teve de ser acionado para a pacificação. "[Um executivo da Siemens] já havia contatado o cliente e a direção da Asltom, mas não obteve resultados. Isso significa que Alstom se considera o sr. todo poderoso e não aceita a CAF como consorciada", diz o documento.
 
 
 
Metrô do DF: o sorteio
 
 
As empresas organizaram, segundo os documentos, um sorteio para decidir quem venceria contrato de R$ 82 milhões anuais para prestação de serviços ao Metrô. Reunidos em 2006, empresas fixaram em ata as regras do acordo. Pelo acerto, Alstom e Siemens fariam sorteio para definir quem apresentaria a menor proposta, sendo as duas acima de 94% do preço, para garantir um valor alto.
 
 
Na ata, uma observação: "Os itens serão validados pelo cliente". Vitoriosa, a Siemens subcontratou a Alstom.
 
 
 
Metrô e CPTM de São Paulo: curso perfeito
 
 
Em 2005, representantes de cinco empresas fecharam acordo, para quatro licitações, para o projeto Boa Viagem. No "curso perfeito de concorrência", segundo o grupo, não havia lugar para novas empresas. Um executivo sugere aos outros que alimentem as esperanças de outra empresa para neutralizar a concorrência.
 
 
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Evo Morales. É assim que se fala.

Eis aí uma amostra da America Latina rebelde, da América Latina insurrecta, da América Latina antiimperialista e anti-colonialista que surge sob os escombros da velha América Latina, extremamente subserviente aos seus antigos amos. Muitos da esquerda mais radical e da direita mais intelectualizada fazem sinal de desdém quanto analisam tais fatos – mas esquecem que quando realizados regularmente minam a moral dos dominadores e criam as condições para a grande virada que inevitavelmente virá. E agora podemos entender por que alguns países europeus aceitaram se sujeitar às ordens da potencia hegemônica mundial e vetaram a passagem do avião do presidente Evo Morales da Bolívia sobre seus territórios. Vetaram por raiva, quando constataram que os povos nativos das Américas podem falar e agir de igual para igual. Jacob David Blinder    
 
GENIAL discurso de Evo Morales sobre a verdadeira dívida externa...
 
Exposição do Presidente Evo Morales ante a reunião de Chefes de Estado da Comunidade Européia
 
Fonte: Geopoliticablog  Publicada: 16/07/2013
 
Com linguagem simples, que era transmitida em tradução simultânea a mais de uma centena de Chefes de Estado e dignatários da Comunidade Européia, o Presidente Evo Morales conseguiu inquietar sua audiência quando disse:

Aqui eu, Evo Morales, vim encontrar aqueles que participam da reunião.

Aqui eu, descendente dos que povoaram a América há quarenta mil anos, vim encontrar os que a encontraram há somente quinhentos anos.
Aqui pois, nos encontramos todos. Sabemos o que somos, e é o bastante. Nunca pretendemos outra coisa.

O irmão
aduaneiro europeu me pede papel escrito com visto para poder descobrir aos que me descobriram. O irmão usurário europeu me pede o pagamento de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei a vender-me.

O irmão rábula europeu me explica que toda dívida se paga com bens ainda que seja vendendo seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu os vou descobrindo. Também posso reclamar
pagamentos e também posso reclamar juros. Consta no Archivo de Indias, papel sobre papel, recibo sobre recibo e assinatura sobre assinatura, que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a San Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Saque? Não acredito! Porque seria pensar que os irmãos cristãos pecaram em seu Sétimo Mandamento.

Expoliação? Guarde-me Tanatzin de que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue de seu irmão!

Genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomé de las Casas, que qualificam o encontro como de destruição das Indias, ou a radicais como Arturo Uslar Pietri, que afirma que o avanço do capitalismo e da atual civilização européia se deve à inundação de metais preciosos!
 
Não! Esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata devem ser considerados como o primeiro de muitos outros empréstimos amigáveis da América, destinado ao desenvolvimento da Europa. O contrário seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito não só de exigir a devolução imediata, mas também a indenização pelas destruições e prejuízos. Não
 
Eu, Evo Morales, prefiro pensar na menos ofensiva destas hipóteses.

Tão fabulosa exportação de capitais não foram mais que o início de um plano 'MARSHALLTESUMA', para garantir a reconstrução da bárbara Europa, arruinada por suas deploráveis guerras contra os cultos muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho cotidiano e outras conquistas da civilização.
 
Por isso, ao celebrar o Quinto Centenário do Empréstimo, poderemos perguntar-nos: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo dos fundos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indoamericano Internacional?
 
Lastimamos dizer que não. Estrategicamente, o delapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem outro destino que terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como no Panamá, mas sem canal. Financeiramente, tem sido incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de cancelar o capital e seus fundos, quanto de tornarem-se independentes das rendas líquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo. Este deplorável quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e os juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus as vis e sanguinárias taxas de 20 e até 30 por cento de juros, que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos adiantados, mais o módico juros fixo de 10 por cento, acumulado somente durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça.
 
Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que nos devem, como primeiro pagamento de sua dívida, uma massa de 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambos valores elevados à potência de 300. Isto é, um número para cuja expressão total, seriam necessários mais de 300 algarismos, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra.

Muito pesados são esses blocos de ouro e prata. Quanto pesariam, calculados em sangue?

Alegar que a Europa, em meio milênio, não pode gerar riquezas suficientes para cancelar esse módico juro, seria tanto como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demencial irracionalidade das bases do capitalismo.

Tais questões metafísicas, desde logo, não inquietam os indoamericanos. Mas exigimos sim a assinatura de uma Carta de Intenção que discipline os povos devedores do Velho Continente, e que os obrigue a cumprir seus compromissos mediante uma privatização ou reconversão da Europa, que permita que a nos entregue inteira, como primeiro pagamento da dívida histórica