segunda-feira, 17 de junho de 2019

'Eu antes era herói': paródia do Zorra Total é mais corrosiva que editorial do JN

Odebrecht faz ‘falência soft’. 230 mil empregados na rua, dirigentes seguem ricos

Odebrecht faz ‘falência soft’. 230 mil empregados na rua, dirigentes seguem ricos

A Odebrecht tinha, em 2014, nada menos que 276 mil  empregados. Hoje tem 48 mil  e é certo que boa parte deles será dispensada como consequência do processo de recuperação judicial que a empresa apresentou hoje à Justiça, para reestruturar pouco mais de 51 milhões em dívidas, além de outros 20 que ficam lastreados nas açoes que possui da Brakem.
Os seus donos, porém, bem como o seleto grupo de 79 executivos que recberam da própria empresa, em média, R$ 15 milhões para fazerem suas – literalmente – delações premiadas seguem todos eles muito bem.
O patriarca da empresa, Emílio, e o filho, Marcelo, tem gordos patrimônios privados. Emílio tem patrimônio pessoal estimado em perto de R$ 2 bilhões. A Istoé, em dezembro, estimava que Marcelo tinha uma retirada mensal de R$ 10 milhões das empresas que possuía, excetuada a Odebrecht.
Quase 230 mil pessoas, porém, perderam os empregos.
O país perdeu uma empresa capaz de competir no exterior e gerar demanda de trabalho, produção e vendas no mercado interno.
A pergunta simples é: por que não se optou por intervir na empresa, preservando-a sem preservar seus dirigentes, e se preferiu destruí-la?
Também é simples a resposta: porque destruir Lula e destruir o Brasil foram e são objetivos que não se separam.

Macri perde quatro novas eleições regionais para kirchneristas

Por Esmael Morais

Macri perde quatro novas eleições regionais para kirchneristas

Publicado em 17/06/2019

O presidente argentino, Mauricio Macri, teve mais quatro novas derrotas eleitorais nas eleições provinciais deste domingo 16), entre elas a significativa vitória do peronismo em Santa Fé, a terceira província mais populosa do país. É a 17ª derrota de Macri nas eleições regionais. Os resultados eleitorais reforçaram o cacife político da ex-presidente cristina Kirchner, que será candidata a vice-presidente na chapa de unidade peronista com Alberto Fernandéz.
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As eleições aconteceram em meio a um apagão que deixou a Argentina e o Uruguai no escuro por várias horas, e cujas causas ainda estão sendo investigadas.
O senador Omar Perotti, da frente peronista Juntos, venceu por 18 pontos de vantagem sobre o candidato de Macri. Em San Luis e em Formosa, o peronismo também venceu e em Tierra del Fuego ganhou um candidato kirchnerista.
Macri tentará a reeleição na disputa eleitoral de 27 de outubro.
Sua chapa, que integra junto com o peronista de direita Miguel Ángel Pichetto, competirá, entre outras, com a de Alberto Fernández e a ex-presidenta Cristina Kirchner (2007-2015) como candidata a vice-presidente.
O governo tem 17 derrotas nas eleições regionais desde que o calendário eleitoral começou em março passado.
A única vitória foi obtida há uma semana na pequena província de Jujuy (norte).~
*Com informações da Agência Reuters

ALVO DA LAVO JATO, ODEBRECHT QUEBRA E DÁ CALOTE NOS BANCOS

Manuela d’Ávila diz que Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade


Manuela d’Ávila diz que Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade

"Nossa vida tem valor, mas tem algo muito mais valoroso do que a nossa vida, que é a nossa liberdade. Além das Forças Armadas, defendo o armamento individual para o nosso povo, para que tentações não passem na cabeça de governantes para assumir o poder de forma absoluta”
Foto: Reprodução

do Vermelho 

Manuela d’Ávila diz que Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade

A declaração foi feita por Jair Bolsonaro no último sábado (15) em evento do Exército em Santa Maria (RS), onde ele foi considerado “Persona non grata” por defender o fechamento do Congresso e a volta da ditadura.
No mesmo dia, no Twitter, a ex-deputada Manuela d’Ávila (PCdoB) diz que Bolsonaro fez uma afirmação gravíssima. “Disse que a população deveria estar armada para se defender de um golpe. Ele incorreu em um crime de responsabilidade”, afirmou.
Em uma sequência de postagens no Twitter, Manuela mostra que Bolsonaro infringe, por exemplo, a Lei n° 1.079/50, que diz que é crime contra a segurança interna do país praticar ou concorrer para que se perpetre qualquer dos crimes contra a segurança interna, definidos na legislação penal, como fazer, em público, propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social.
Ao final dos posts com os pontos da Constituição, a ex-deputada comentou que não é a primeira vez que o presidente comete esse tipo de infração. “O mais importante de tudo isso é percebermos que Bolsonaro é um inimigo da democracia e trama contra ela dia e noite. Faz isso cometendo crimes, como esses de hoje”.

Caso Moro/Intercept: Sobre hackers, jornalistas e a informação fluida, por Carlos Castilho

Caso Moro/Intercept: Sobre hackers, jornalistas e a informação fluida, por Carlos Castilho

O caso Moro/Intercept colocou em evidência a necessidade de incorporarmos ao nosso quotidiano procedimentos como o da leitura crítica como uma forma de minimizar dúvidas e insegurança informativas

do ObjETHOS 

Caso Moro/Intercept: Sobre hackers, jornalistas e a informação fluida

por Carlos Castilho*

A batalha de versões e contra versões  surgida após a publicação de conversas do ministro Sergio Moro no site da organização jornalística Intercept, colocou todos nós dentro de um redemoinho noticioso que é parte de um fenômeno definido como informação fluida. Trata-se de uma situação inédita que gera  uma grande insegurança informativa na maioria das pessoas ao tornar imprecisos os limites entre o que pode ser considerado verdadeiro ou falso no noticiário jornalístico.
O caso Moro/Intercept colocou em evidência a necessidade de  incorporarmos ao nosso quotidiano procedimentos como o da leitura crítica como uma forma de minimizar dúvidas e insegurança informativas provocadas pela multiplicidade de versões contraditórias cada vez mais apoiadas em questões tecnológicas sofisticadas.  Leitura crítica pode ser definida, grosso modo, como a preocupação em questionar o contexto, credibilidade, relevância e exatidão de notícias publicadas na imprensa.
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Sempre houve guerra de informações durante confrontos das mais diversas naturezas e objetivos. Mas o que estamos assistindo hoje não tem precedentes históricos face o volume e diversidade dos dados, fatos e eventos mencionados pelas partes em conflito.  Além disso,  a crescente complexidade dos processos de produção destes mesmos dados, fatos e eventos, aprofunda o fosso cognitivo entre os que manejam  tecnologias de ponta e a esmagadora maioria da população mundial, que recém está entrando na era digital.
O material publicado pelo Intercept  levou os defensores da operação Lava Jato a identificar hackers e jornalistas como parte de uma estratégia para questionar a credibilidade dos dados, fatos e eventos relacionados aos contatos do então juiz federal, Sergio Moro, com procuradores pertencentes ao grupo que ficou conhecido como “República de Curitiba”.
Acontece que um hacker (programador digital ultra especializado)  produz dados a partir de buscas legais ou ilegais na internet, enquanto o jornalista publica material considerado de interesse da sociedade.  São duas atividades diferentes, onde o hacker pode ser questionado legalmente sobre as formas como obteve os dados, enquanto o jornalista está protegido pelo direito legal de não divulgar suas fontes. É claro que o jornalista está condicionado pela obrigação ética e moral de só publicar material de fontes com credibilidade.
A estratégia de buscar o descrédito das revelações que abalaram a popularidade do ministro Sergio Moro, levou os lideres da “República de Curitiba” e alguns veículos de imprensa do eixo Rio/São Paulo/Brasília a classificar o Intercept como um site e não como uma organização jornalística na internet. O objetivo é induzir o público a ver o Intercept como um grupo político, com interesses próprios,  em vez de uma página informativa , apartidária, empenhada em  alimentar o debate público.
São elementos de uma guerra informativa para condicionar formas de ver uma realidade, que é cada vez mais complexa diante do o crescimento espantoso do volume e diversidade de dados, fatos e eventos colocados à  disposição das pessoas por meio das redes sociais na internet.
Quando o governo e os defensores da operação Lava Jato tentam levar a agenda de debates a se concentrar na questão dos hackers, surgem inúmeras questões tecnológicas envolvendo operações digitais de alta complexidade com uma enorme variedade de alternativas possíveis. Um exemplo disto é a preocupação dos seguidores do ministro Moro em levantar a hipótese de edição do conteúdo das conversas por meio da alteração do software do aplicativo Telegram.
Esta alteração é teoricamente possível  mas só um debate técnico muito complexo pode estabelecer se ela ocorreu ou não. Questões como esta são jogadas para uma opinião pública com escassos conhecimentos sobre o mundo cibernético e que ainda não entende a mudança de normas e valores comportamentais e éticos gerados pelas novas tecnologias de informação e comunicação.
As incertezas e a desorientação que afetam um número cada vez maior de pessoas são características de uma situação nova criada pela inadequação dos conceitos tradicionais de verdade e falsidade vigentes até agora em nossa sociedade.  Estamos começando a viver uma realidade onde estamos sendo levados pela tecnologia digital a descobrir que está cada vez mais complicado tomar decisões baseadas apenas em dois polos, como legal ou ilegal, justo ou injusto. Há dezenas e até centenas de percepções intermediárias sobre um mesmo dado, fato ou evento, cuja relevância varia de acordo com cada indivíduo.
É o que já está sendo chamado de “informação fluida”, ou seja, ela muda, evolui, se transforma de acordo com a intensidade e diversidade dos fluxos noticiosos a que uma pessoa, ou grupo de pessoas, tem acesso.  Não é fácil  passar da segurança  de uma visão de mundo baseada apenas na escolha entre certo ou errado para um ambiente onde prevalece a insegurança causada pela existência de várias possibilidades de certezas ou erros.
O caso das conversas do ministro Sergio Moro envolve inúmeras questões e posturas que devem ser analisadas separadamente, mas sem desvinculá-las do contexto geral.  O que foi publicado pelo Intercept está rigorosamente dentro dos princípios jornalísticos ao divulgar conversas que são de extremo interesse social, logo merecem ser discutidas pela população, porque  interferem na forma como o poder político é exercido pelo governo federal.
Cabe aos hackers explicar como e porque eles acessaram conversas entre um juiz e promotores, feitas através do aplicativo Telegram.  Se houver alguma violação de leis, cabe o julgamento dos acusados. É evidente que os personagens cujos segredos e ações foram expostos ao publico vão tratar de enviesar o debate para tentar minimizar o desgaste político provocado pela exposição pública de atos em desacordo com as normas constitucionais.
Mas o grande protagonista em todo este affair  é a população, que tem a sua disposição, graças a um grupo de jornalistas independentes, a possibilidade de avaliar a conduta do ministro Moro e dos procuradores da “República de Curitiba”, visando recolocar o combate à corrupção institucionalizada dentro de adequados parâmetros éticos e legais. O mérito inegável do Intercept é ter tornado isto possível.
*Carlos Castilho é pós-doutorado em Comunicação e Informação, pesquisador associado ao objETHOS