quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Ao vivo, o ato pró-Lula no Rio

Ao vivo, o ato pró-Lula no Rio

Pedindo perdão por não conseguir digitar no celular, apenas reproduzo a transmissão ao vivo do ato de solidaridade a Lula no Teatro Casa Grande, no Rio.
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A anestesia do golpe está acabando, diz Lula em ato com artistas e intelectuais no Rio

A anestesia do golpe está acabando, diz Lula em ato com artistas e intelectuais no Rio

Ex-presidente afirmou que inventaram "uma doença chamada PT e Dilma", anestesiaram a sociedade para fazer uma cirurgia que iria concertar o Brasil e colocaram Temer no poder. "Somente agora está acabando o efeito da anestesia", disse.





17/01/2018 16:05
Ricardo Stuckert - Fotos Públicas
Artistas e intelectuais realizaram o ato “Em defesa da democracia e de Lula” que lotou o Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro (RJ) na noite desta terça-feira (16). Em discurso de quase uma hora, Lula comparou o golpe sofrido por Dilma Rousseff a uma operação médica mal sucedida. “A anestesia está acabando e nós estamos percebendo que o Brasil está pior do que estava no tempo em que a gente governava”, diagnosticou.

Lula afirmou que mentiras e ódio disseminados pelos meios de comunicação entorpeceram a sociedade. Porém, aos poucos, percebe-se que “a terra prometida depois do fim da doença não existia”, mas sim um desmonte dos direitos e do Estado brasileiro. “Qual é o problema deles agora? A sociedade sabe que a mídia mente, que a Globo mente quando tenta inventar um crime que não existiu”, disparou.

O ex-presidente também denunciou a perseguição judicial que varreu sua vida, de familiares e pessoas próximas, que faz o seu processo tramitar em tempo recorde e que é não apresenta uma prova que o incrimine. "Acho estranho o presidente de um tribunal não ler a sentença e dizer que ela é irretocável. Só se for uma leitura dinâmica. Esse cidadão é bisneto do general que invadiu Canudos e matou Antonio Conselheiro”, destacou, em referência ao presidente do  Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz.

Líder nas pesquisas de intenção de voto para eleição presidencial de 2018, o ex-presidente declarou que não queria ser candidato, mas viu-se obrigado a disputar para defender sua inocência. Entre as propostas de campanha, Lula listou a regulação dos meios de comunicação, a federalização do ensino médio e o resgate do protagonismo do BNDES e da Petrobras.

Apoio da sociedadeEntre os artistas, estavam presentes no ato Dira Paes, Elisa Lucinda, Mônica Martelli, Herson Capri, Chico Dias, Osmar Prado, Bemvindo Sequeira, Tonico Pereira, Gregório Duvivier, Silvio Tendler, Noca da Portela, Beth Carvalho, Otto, Aderbal Freire Filho e as MCs Martina e Brenda Lima. Outros nomes como Yamandu Costa, Aldir Blanc e Wagner Tiso enviaram mensagens de apoio.

Os intelectuais e lideranças políticas foram representados por nomes como Conceição Evaristo, Marcia Tiburi, Guilherme Boulos, Roberto Amaral, Celso Amorim, Saturnino Braga, Emir Sader, Eric Nepomuceno, Franklin Martins, Luiz Pinguelli Rosa, Gleisi Hoffmann, Benedita da Silva (PT-RJ) e Lindberg Farias.

O sambista Noca da Portela presenteou Lula com seu novo CD, que possui uma faixa composta em homenagem ao ex-presidente, e relembrou, junto com Beth Carvalho, a sua música “Virada”, um dos hinos das Diretas Já . “Vamos botar lenha nesse fogo,vamos virar esse jogo que é jogo de carta marcada. O nosso time não está no degredo vamos à luta sem medo que é hora do tudo ou nada”, cantaram.

A escritora Conceição Evaristo ressaltou a importância da práxis quilombola para o atual momento. “ Conhecer a corrupção da justiça, saber que a justiça escolhe seus eleitos, conhecer a fome, a miséria, nós conhecemos desde sempre. Mas, também conhecemos desde sempre a resistência e é ela que nos permitiu chegar até aqui”, discursou.

O ator Gregório Duvivier classificou Lula como a “metonímia de um país” e ressaltou que, ainda sem saber se irá votar nele, defender o seu direito de ser candidato é lutar pelo Brasil inteiro.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e possível candidato à presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, denunciou a falta de provas contra Lula e seguiu a mesma linha de Duvivier. “Para defender o presidente Lula não é preciso defender o seu programa integralmente, não é preciso estar 100% afinado com seu partido. Para defender basta defender a Constituição e a democracia brasileira”, afirmou.

O ator Osmar Prado destacou a importância da classe artística se posicionar neste momento e, usando uma metáfora futebolística, pediu serenidade e solidariedade aos atores políticos. “É preciso que novas lideranças sejam bem vindas, mas é preciso tocar a bola pra quem tem chance de fazer gol”, ponderou.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, enfatizou que nenhuma voz jurídica relevante levantou-se para defender a sentença do juiz Sergio Moro, enquanto inúmeros juristas, como o argentino Raul Zaffaroni, já vieram a público denunciá-lo como fraude. “Que seja feito um julgamento jurídico. Porque o julgamento político quem faz é o povo brasileiro”, defendeu.

O chanceler do Brasil durante os governos Lula, Celso Amorim, salientou que a proibição de Lula ser candidato afeta não só o Brasil, mas será um sinal negativo para todo o mundo, em especial para a democracia latino americana. Amorim destacou que um abaixo-assinado em defesa do líder petista já ultrapassou a marca de 185 mil assinaturas, das quais cerca de 10% vem de países da região. Traduzido para o inglês, espanhol, francês, italiano, russo e mandarim, o abaixo-assinado conta com as firmas dos ex-presidentes do Uruguai, Pepe Mujica; da Argentina; Cristina Kirchner; do Equador, Rafael Correa; da Colômbia, Ernesto Samper; além do ex-premier italiano Massimo D’Alema.




Créditos da foto: Ricardo Stuckert - Fotos Públicas

ESPECIAL | ELEIÇÃO SEM LULA É FRAUDE


ESPECIAL | ELEIÇÃO SEM LULA É FRAUDE

Confira reportagens e análises em texto, vídeo e áudio
O Brasil se vê diante de mais uma etapa do golpe contra a democracia, iniciado com a retirada da ex-presidenta Dilma Rousseff do cargo em 2016. O plano, conduzido pela mídia - em especial a Rede Globo - e setores do Judiciário e Ministério Público, é tirar Lula da corrida eleitoral e condená-lo em um processo sem provas.
Neste especial do Brasil de Fato, acompanhe todas as notícias e análises referentes ao assunto, que ganha novo capítulo no julgamento do ex-presidente, no caso do tríplex, que será realizado no dia 24 de janeiro em Porto Alegre (RS).
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Resposta ao Estadão: em defesa da EBC e da comunicação pública É URGENTE UMA LEI REGULADORA DA MÍDIA


Resposta ao Estadão: em defesa da EBC e da comunicação pública

A "boa intenção" inicial do jornal paulista apenas utilizou de simplórios argumentos para o ataque ao governo de Lula

Brasil de Fato
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EBC é a primeira experiência de construção de um campo público de comunicação no país. / Arquivo / EBC
Em editorial publicado no último dia 10 de janeiro, o jornal Estado de S. Paulo disse querer discutir o futuro da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – gestora dos veículos públicos TV Brasil, Rádios Nacional e MEC e Agência Brasil - tendo como foco o “interesse público”. Esse texto foi enviado no dia 12 como resposta e propondo uma ampliação do debate sobre o assunto no jornal. Mas após questionamentos diários da publicação, somente nesta terça (16) o Estadão retornou negando a publicação.
A "boa intenção" inicial do jornal paulista apenas utilizou de simplórios argumentos para o ataque ao governo de Lula que foi de quem partiu a iniciativa de criação do sistema público de comunicação previsto na Constituição Federal de 1988.
O Estadão tenta de todas as formas associar a criação da empresa pública a uma estratégia do então presidente Lula de atacar a grande imprensa tupiniquim. O jornal ignora que desde o processo constituinte, entidades da sociedade civil e representações de jornalistas e radialistas lutam pela constituição de uma comunicação social independente de interesses do mercado e dos governos de plantão. E esse movimento da sociedade que inclusive alavancou a criação da EBC em 2007, com apoio de diversos segmentos culturais e sociais em fóruns abertos e públicos.
Para justiça histórica, entre 2007 e 2014, só governo comandado pelo PT destinou cerca de 50% de mais recursos para o Grupo Globo do que para EBC (R$3,8 bilhões para Globo x R$2,5 bilhões para EBC). Se comparado a todos os outros veículos de mídia, os investimentos na EBC foram insignificantes “como concorrente da imprensa comercial”.
Os Mesquitas ignoram no editorial publicado os ataques cometidos pelo governo de Michel Temer à EBC, com a destruição do Conselho Curador da EBC, órgão que zelava pela autonomia da empresa pública, através de Medida Provisória, levando a asfixia financeira que a comunicação pública federal vive hoje. Quase 50% dos recursos de investimento da empresa pública foram contingenciados por Temer em 2017. Mesmo tendo ao menos R$ 2 bilhões previstos em lei para EBC sendo alvo de disputa judicial e outros R$ 1,5 bilhões contingenciados pelo governo.
Temer e seus asseclas, incluindo Larte Rimoli, atual presidente da estatal e aliado de primeira hora de Aécio Neves e Eduardo Cunha e investigado por racismo, diariamente buscam destruir o que restou de público na EBC, com perseguição aos jornalistas e radialistas que buscam diariamente cumprir a missão definida em lei para a EBC e total descompromisso em manter a estrutura da empresa.
O jornal reforça a visão que a EBC se resume a TV Brasil, que ainda cumpre um pequeno papel complementar frente ao monopólio privado que existe no sistema de TV do país. Omite inclusive que o próprio Estadão utiliza do próprio conteúdo da Agência Brasil, que é replicado por todos os veículos do país, a partir do seu material gratuito e de qualidade. Esquece que na atual gestão de Rimoli a histórica Rádio Nacional da Amazônia ficou quase um ano fora do ar e hoje chega a região mais isolada do país através de remendos técnicos. 
Como afirmado pelo Estadão, a população brasileira sofre pela não existência de um sistema público forte e consolidado, ainda vivendo à mercê do coronelismo eletrônico que controla grande parte da mídia nacional, incluindo o próprio jornal da família Mesquita.
Mesmo sem recursos e impedida de cumprir sua missão pública por Temer, a EBC ainda sobrevive de forma relevante para seus milhões de ouvintes, telespectadores e internautas. O que ela precisa é seus recursos previstos em lei seja justamente destinados a informação pública. Além de fortalecer os instrumentos de participação social, como a reinstalação de seu conselho curador, ainda mais empoderado, garantindo que não ocorra nenhum desvio de sua função pública.
Gésio Passos é jornalista do quadro efetivo da EBC, mestre em Comunicação pela UnB e coordenador geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal.
Edição: Brasil de Fato