segunda-feira, 12 de julho de 2021

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares


 

 

 


Ele é grosseiro!

O ex-capitão não é apenas insano, ele é grosseiro e podemos ver que nunca teve uma educação no lar, alguém que corrigisse suas grosserias e uso de palavras inconvenientes. Um presidente, um dito “chefe de Estado”, que diz claramente “caguei”, referindo-se ao Congresso Nacional é um demente que, além de tudo, se torna grosseiro a cada derrota política.

Agora, não contente com a vergonha que faz dentro do país, ultrapassa qualquer limite de civilidade e de capacidade em política internacional.

O Brasil assumiu na quinta-feira (08) a presidência rotativa do Mercosul e o insano fez um discurso crítico à liderança anterior, do argentino, Alberto Fernández. “O semestre que se encerrou deixou de corresponder às expectativas e necessidades de modernização do Mercosul. Devíamos ter apresentado resultados concretos nos dois temas que mais mobilizaram nossos esforços recentes: a revisão da tarifa externa comum e a adoção de flexibilidades para as negociações de acordos comerciais com parceiros externos”, disse criticando o argentino.

Não contente com a grosseria, mentiu ao dizer que o país já retomou as atividades de maneira “plena” após a pandemia de covid-19. “Meu governo está empenhado em garantir rápida e plena recuperação da economia neste momento de intensificação da imunização em massa. Os brasileiros voltam a estudar e trabalhar em plena segurança. A viver, enfim, em condições de plena normalidade”, afirmou aos presidentes da Argentina, Paraguai e Uruguai.

Cada vez mais desigual. Desde o golpe contra Dilma Rousseff o Brasil vai mergulhando cada vez mais em um abismo e levando os trabalhadores à pobreza.

Com a indústria brasileira perdendo participação no Produto Interno Brasileiro (PIB) e empregando cada vez menos, está ocorrendo uma nova reconcentração da indústria nos estados do Sul e Sudeste, o que agrava as desigualdades regionais. A afirmação é do diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior. Segundo ele, para agravar a situação, o setor ainda sofre com o aumento dos combustíveis e deve piorar com o aumento da energia elétrica. Dessa forma, o mercado consumidor ficará reduzido.

O técnico do Dieese explica que, as montadoras de automóveis estão optando por abandonar o segmento de carros populares e estão direcionando a produção para os mercados de luxo, com bens mais caros. “Concentração de renda”, diz.

Um exemplo de que o Brasil está cada vez mais desigual e onde a diferença de poder de compra vai definindo nossa estrutura econômica geral é que buscas de voos para Suíça e Caribe, paraísos fiscais, aumentaram até 175% em junho.

Segundo o levantamento, em junho, as buscas dos turistas brasileiros usuários da plataforma para voos com destino a Oranjestad, em Aruba, aumentaram em 175%. Já Zurique e Genebra, ambas na Suíça, tiveram aumento de 146% e 144%, respectivamente. Fechando a lista, Willemstad, em Curaçao, cresceu 124% no mês de junho.

Os preços médios para passagens aéreas para estes destinos a partir do Brasil são: Oranjestad (Aruba): R$ 4.300, Zurique (Suíça): R$ 4.100, Genebra (Suíça): R$ 3.400 e Willemstad (Curaçao): R$ 3.400.

A economia de Paulo Guedes. Há poucas semanas vimos os seguidores do insano “comemorando a subida do PIB” e muitos estranharam isso. Mas é um ganho falso. No Brasil, enquanto a indústria está em declínio, a prosperidade do setor agrícola continua reduzindo ainda mais as perspectivas de diversificação econômica e aumentando as desigualdades.

Em janeiro passado, o grupo Ford anunciou o fechamento definitivo da última linha de montagem ainda em operação, no estado de São Paulo (Brasil). O fechamento da fábrica deixa 2.500 funcionários desempregados. Em 2012, a empresa contava com 14.500 trabalhadores.

Após o fechamento da Mercedes-Benz e a redução da capacidade de produção da Honda e da Nissan, o anúncio do grupo Ford foi mais um duro golpe. Mas não apenas a indústria automotiva está a meio mastro. Com a saída da japonesa Sony, da coreana LG e da cimenteira franco-suíça Lafarge-Holcim, para citar apenas algumas das grandes empresas, o descontentamento atinge setores inteiros da indústria de processamento brasileira. É claro que o país não atrai mais os grandes grupos industriais multinacionais.

Mas há o fator que fez o PIB se salvar. No interior, no estado de Mato Grosso, cenário e ambiente diferentes. Nos 583.000 hectares (55 vezes o tamanho de Paris) do grupo agrícola “Bom Futuro”, ou nos 285.000 hectares da família Maggi, a pulverização aérea de produtos fitossanitários e as colheitadeiras estão em pleno funcionamento.

Entre maio de 2020 e 2021, a produção de soja no Brasil cresceu 9,4%, ultrapassando 133 milhões de toneladas pela primeira vez em sua história. Assim, o país se consolida como o maior produtor mundial dessa matéria-prima, utilizada principalmente na alimentação de gado na China e na Europa.

Mas a situação não é favorável para todos, também há perdedores. O aumento das exportações, ao criar um efeito de exclusão no mercado interno, ocasionou um aumento de 300% nas importações - curioso paradoxo no caso do maior exportador mundial - e um aumento espetacular no preço dos produtos derivados da soja: Óleo comestível, que é a mais utilizada pelas famílias, cresceu 103% em um ano e a carne bovina cresceu 50%.

No Brasil, a imprensa nacional, a influente mídia “ruralista”, representante do agronegócio, e o ex-capitão demente se congratulam por esta situação de “commodities” tão favorável ao país. Mas a população, que ganha 70% do salário mínimo (190 euros mensais) ou menos e que empobreceu durante a crise da saúde, ainda não viu os efeitos do “boom” das matérias-primas.

O mercado de trabalho continua profundamente afetado, com uma taxa oficial de desemprego de 14,8%, à qual se acrescenta a enorme massa de desempregados do setor informal. Nesse ponto, pouco se pode esperar do dinamismo dos setores agrícola e de mineração devido à sua baixa contribuição do emprego, efeito lógico derivado dos investimentos feitos por grandes produtores para a adoção dos padrões de produção da agricultura intensiva (o Brasil é o maior do mundo consumidor de agrotóxicos) com a incorporação das mais modernas tecnologias. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, desde 2012, o setor agropecuário perdeu 17% dos empregos.

Adeus ao que “foi sem ter sido”! Industrial sem indústria, Paulo Skaf, parceiro dos projetos neoliberais no País, deixará a presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Fiesp. Em seu lugar, assumirá Josué Gomes, presidente da Coteminas, Indústria Têxtil.

Além de ser uma fraude, é golpista. Quando terminaria seu mandato, em 2015, Paulo Skaf mudou o estatuto da entidade para manter-se mais tempo na presidência.

Sem qualquer ação efetiva em prol do setor produtivo, manso ante políticas de asfixia à indústria, seu maior feito terá sido os “patos amarelos” da Fiesp, que deram gás ao impeachment da presidenta Dilma.

Pela primeira vez em décadas, a indústria de transformação viu sua participação no PIB ser superada pelo setor agropecuário. Outra herança de Skaf.

E nós nos perguntamos, conversando com nossos botões: como um cara pode ser presidente da Federação das Indústrias se não tem uma única indústria?

Haiti (01). Na madrugada de quarta-feira (07), o primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, informou que o presidente do país Jovenel Moïse foi assassinado à noite em sua casa por um grupo de indivíduos não identificados.

O comunicado diz apenas que um grupo de pessoas não identificadas atacaram a residência privada do presidente do Haiti, que foi baleado mortalmente. A primeira-dama também foi ferida, tendo sido internada.

O primeiro-ministro condenou o ataque “hediondo, desumano e bárbaro” e apelou à calma.

Jovenel Moïse, de 53 anos, era o 42º presidente do Haiti. Tinha tomado posse em 2017. Anteriormente, tinham sido impedidas várias tentativas de ataques ao presidente. A última foi em fevereiro deste ano, quando as forças de segurança do país impediram uma tentativa de golpe de Estado e assassínio do presidente.

Haiti (02). No mesmo dia a Polícia do país anunciou a prisão de dois mercenários que teriam participado do assassinato. As autoridades policiais confirmaram que outras quatro pessoas envolvidas no incidente foram mortas.

O diretor-geral da Polícia Nacional do Haiti, Leon Charles, informou que dois mercenários foram presos. Durante uma declaração transmitida pela televisão, o oficial especificou que outras quatro pessoas também foram mortas na operação em andamento, enquanto prossegue a busca por outras pessoas supostamente envolvidas no incidente.

Por sua vez, o primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, reiterou o apelo a todos os setores do país para que mantenham a calma e garantiu que o Conselho de Ministros tem “a situação sob controle”.

O “detalhe” curioso e pouco divulgado é que Claude Joseph tinha sido demitido do cargo na segunda-feira, antes do atentado, mas assumiu a liderança do país provisoriamente! E não foram informados os possíveis motivos do crime ou o que vai acontecer com o governo.

Haiti (03). Na quinta-feira, pela manhã, a polícia nacional do Haiti afirmou que dois cidadãos dos EUA e 26 colombianos foram responsáveis pelo assassinato, enquanto Taiwan confirmou que 11 pessoas foram detidas em seu complexo diplomático na capital haitiana.

Léon Charles, diretor-geral da Polícia Nacional do Haiti (PNH), anunciou na quinta-feira (08) que “era um comando de 28 atacantes, incluindo 26 colombianos que realizaram a operação para assassinar o presidente”. Ele especificou que dois estadunidenses e 15 colombianos foram presos, três colombianos foram mortos e oito permanecem foragidos.

Por sua vez, Diego Molano Aponte, ministro da Defesa da Colômbia, disse que os suspeitos de assassinato de Moïse são militares colombianos aposentados.

A representação de Taiwan no Haiti anunciou na sexta-feira (09), que 11 implicados no assassinato do presidente Moïse foram presos em seu território. De acordo com a missão diplomática, no dia anterior a polícia haitiana havia pedido autorização para realizar uma operação no recinto da representação para encontrar os supostos atacantes.

Ainda na quinta-feira, Mathias Pierre, ministro das Eleições e das Relações Interpartidárias do Haiti identificou um dos homens capturados pela polícia como sendo James Solages, cidadão dos EUA de ascendência haitiana, dizendo que o segundo homem se acreditava ser um haitiano-americano. O Departamento de Estados dos EUA ainda não confirmou a cidadania de Solages.

Chame o ladrão! Só rindo, mesmo! Os EUA são conhecidos mundialmente por planejar, coordenar e executar golpes de Estado em todo o mundo. Mas o governo do Haiti pediu “ajuda” da Casa Branca para investigar o atentado contra o presidente?

O governo interino do Haiti pediu na sexta-feira (09) o envio de tropas dos EUA para proteger locais estratégicos, como portos e aeroportos, após o assassinato do presidente Jovenel Moïse. E Washington já confirmou o envio de agentes do FBI para ajudar nas investigações.

O Ministério Público já indicou a intenção de convocar para depoimentos diversos empreendedores e políticos, como os empresários Reginald Boulos, Dimitri Vorbe e Jean-Marie Vorbe, o ex-senador Steven Benoît e o ex-líder do partido de direita Haiti em Ação Youri Latortue.

O que acontece agora? Todos os acontecimentos no Haiti são muito recentes e os analistas ainda estão com dúvidas para dar algumas respostas. Mas, do que sabemos é que o assassinato do presidente aconteceu em meio a uma profunda crise política e social.

Os haitianos vivem um momento de alta tensão sociopolítica após o assassinato do Chefe de Estado Jovenel Moïse. Mas, já antes do ocorrido, o país enfrentava problemas de segurança e saúde, além de ter a presença de pelo menos 77 grupos criminosos armados (segundo a Comissão Nacional de Desarmamento, Desmantelamento e Reintegração), também vive uma crise de saúde devido à pandemia de Covid-19.

Em meio ao panorama sombrio, o país agora parece à deriva, os cidadãos permanecem abrigados em suas casas por medo de uma ação militar ou das gangues existentes e de um primeiro-ministro interino que já declarou o estado de sítio.

Sabemos que o atual Primeiro-Ministro de facto, Claude Joseph, se autoproclamou presidente evitando o artigo 149 da Constituição, embora sendo de facto, não poderia exercer o cargo provisório à frente do Estado.

Porém, o concreto é que os haitianos terão que ir às urnas no dia 26 de setembro deste ano, onde elegerão seu próximo presidente e parlamentares. Eleições em que Moïse não pôde participar, apesar de suas tentativas.

Um referendo para aprovar ou desaprovar a nova Constituição do Haiti também está programado para 26 de setembro. A iniciativa foi liderada por Moïse, aludindo que iria reforçar a figura presidencial, embora tenha sido rejeitada pelos opositores, que apontaram que era uma estratégia para perpetuar-se no poder.

Embora as eleições parlamentares estivessem marcadas para 2018, foram várias vezes adiadas e, devido à impossibilidade de representação oficial, o próprio Presidente Moïse dissolveu o Parlamento e governou por decreto até ao dia do seu assassinato.

Além da repressão aos manifestantes e da dissolução do Parlamento, em 2019 estourou um escândalo de corrupção em relação aos recursos do programa Petrocaribe (estimados em 6 milhões de dólares) que levou a grandes manifestações que ainda aconteciam.

Por enquanto, o Haiti continua a ser a nação mais pobre do mundo e, de 1986 até hoje, houve 20 presidentes diferentes, desde generais a ministros interinos.

Uma grande lição vem do Chile. O Chile já tem uma Assembleia Constituinte funcionando. A cerimônia de posse dos 155 representantes eleitos no dia 16 de maio ocorreu no domingo (04) em meio à manifestações no Centro de Santiago, tanto na Praça da Dignidade, tradicional ponto de protestos na capital chilena, quanto no entorno do edifício do Antigo Congresso Nacional, local onde o evento aconteceu – o atual Congresso do país está sediado na cidade de Valparaíso, mas a Assembleia Constituinte vai trabalhar na capital.

A primeira grande decisão da Assembleia foi a eleição da Presidência, e o resultado determinou uma importante novidade para o país, já que a escolhida foi a linguista e acadêmica mapuche Elisa Loncón Antileo, uma mulher eleita pelas comunidades de povos indígenas. Ela teve um total de 96 votos, o que representou quase o triplo dos votos do segundo mais votado, que foi Harry Jürgenssen, representante da direita, que obteve apenas 33 votos.

Após ser eleita, Loncón iniciou oficialmente os trabalhos falando em mapudungun, o idioma oficial do povo mapuche. “Esta vitória é uma vitória dos povos indígenas, das mulheres e da diversidade sexual. Esta Assembleia está feita para criar um Chile plurinacional, um Chile sem discriminação e com respeito à mãe terra. Este sonho nós vamos começar a construir agora, de refundar o país”.

O Chile já tinha feito história ao determinar por lei a igualdade de gênero, o que fará desta a primeira carta magna da história escrita por um número quase igual de homens e mulheres – entre os representantes há 78 homens e 77 mulheres. Agora, terá também uma mulher indígena, representante do povo mapuche, presidindo a Assembleia.

Quem é Elisa Loncón? “Que seja fundado um novo Chile, plural, multilíngue, com as mulheres, com os territórios. Esse é o nosso sonho”, disse em discurso improvisado, iniciado no Mapudungun, após somar 96 votos, superando em 18 os necessários para a obtenção do cargo. Este foi um segundo turno onde recebeu o apoio daqueles que votaram em Isabel Godoy representando outro povo nativo: o colla. Vestida com trajes tradicionais Mapuche e lutando com a máscara, ela conseguiu arrancar lágrimas dos participantes, exceto da direita, que, em todo caso, constitui a minoria neste processo.

Nascida na comunidade Lefweluan, em Traiguén - a cerca de oito horas de Santiago - é uma reconhecida ativista pela causa do seu povo, integrando o Conselho de Todas as Terras e sendo uma das responsáveis ​​pela criação da bandeira Mapuche, em 1992, que desde então tem ganhado destaque em todas as marchas e manifestações, chegando na eclosão a deslocar os partidos políticos e a própria bandeira chilena. Durante a ditadura estudou pedagogia em inglês e participou de um grupo de teatro com peças que questionavam o regime. Atualmente é acadêmica do departamento de Humanidades da Universidade de Santiago do Chile, Loncón tem mestrado em linguística na Universidade Autônoma Metropolitana de Iztapalapa (México), doutorado em Humanidades na U. de Leiden (Holanda) e doutorado em literatura pela Pontificia Universidad Católica de Chile.

Mulher, indígena, descendente dos povos originários do Chile!

Cadeia para Añez! Já está demorando muito! O Procurador-Geral da Bolívia, Juan Lanchipa, confirmou na terça-feira (06) a admissão de um processo contra a ex-presidente de facto, Jeanine Áñez, pelos massacres ocorridos em Senkata e Sacaba em 2019, no âmbito do golpe de estado perpetrado contra Evo Morales.

A ação contra Áñez foi movida por um grupo de famílias de vítimas dos massacres ocorridos em Sacaba e Senkata; o diretor do Serviço de Atendimento à Vítima (Sepdavi), Tito Tornero, confirmou que o pedido foi feito após o apoio de várias pessoas.

“Esta proposta é assinada por mais de 20 pessoas que perderam seus filhos, seus pais, seus irmãos, um membro da família devido a essa repressão virtual que foi endossada, autorizada e coordenada pelo autoproclamado presidente”, disse Tornero.

Segundo o procurador Lanchipa, esta ação seria o quarto pedido acusatório contra o ex-presidente de fato apresentado na Câmara Criminal do Supremo Tribunal de Justiça, “os três requisitos anteriormente apresentados eram para crimes de conduta econômica, resoluções contrárias a da Constituição, crimes relacionados à saúde pública e discriminação”, acrescentou.

Maurício Macri apoiou o golpe! Dois documentos divulgados confirmaram a participação dos ex-presidentes Mauricio Macri e Lenín Moreno no golpe de 2019 na Bolívia.

O Governo boliviano denunciou na quinta-feira (08) a participação do ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, no golpe de 2019 contra o legítimo presidente Evo Morales.

Durante uma coletiva de imprensa, o chanceler Rogelio Mayta mostrou documentos que evidenciavam o envio de munições por Macri e seu homólogo equatoriano Lenín Moreno, que foram usados ​​pelas forças policiais da Bolívia para reprimir protestos populares contra o governo de facto de Jeanine Áñez. E destacou que os fatos ocorridos em 2019 romperam totalmente com a ordem constitucional boliviana e contaram com o apoio conspiratório desses Estados.

“Os dois documentos revelados mostram que Macri e Moreno ajudaram Áñez a consolidar o poder, por meio da repressão e até do uso de armas, fato no qual o general e comandante da Força Aérea boliviana teve uma importante participação., Jorge Gonzalos Terceros Lara”, ele disse.

Em carta desclassificada de 13 de novembro, Lara agradece ao então Embaixador da Argentina, Normando Álvarez García, a colaboração prestada e a entrega de 40.000 cartuchos do tipo AT-12/70, além de vários tipos de granadas de gás e gás lacrimogêneo.

Fernández pede desculpas. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, se desculpou, em nome do povo de seu país, pelo papel desempenhado pelo governo de seu antecessor, Mauricio Macri (2015-2019), no golpe contra o então reeleito presidente boliviano Evo Morales em 2019. Segundo a Bolívia, o então governo argentino chegou a fornecer armamentos aos golpistas.

Fernández considerou que a “colaboração” de Mauricio Macri com as forças militares bolivianas que realizaram o golpe de 2019 acabou dando autoridade a Jeanine Áñez como governante de fato.

O presidente argentino enviou uma carta ao atual presidente boliviano Luis Arce, para lamentar o fato, e expressou sua “dor e vergonha” frente à denúncia de La Paz de que Macri forneceu clandestinamente “material de guerra” ao regime de Áñez para reprimir os protestos sociais que culminaram nos massacres de Sacaba e Senkata.

O presidente argentino anunciou que “esses eventos estão sendo analisados por um Grupo Interdisciplinar de Peritos Independentes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos”.

Em resposta, por meio de um tweet, Luis Arce disse que ratificou os “laços de fraternidade com o povo argentino”, e reconheceu “a solidariedade e o apoio do Irmão Presidente Alberto Fernández ao povo boliviano, bem como seu compromisso com a memória, a verdade e justiça”.

Venezuela é o pesadelo da Casa Branca. Os EUA mantêm inalterados os planos de Donald Trump de derrubar o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou diz um especialista.

Marcos Salgado, analista associado ao Centro Latino-Americano de Análise Estratégica (CLAE, Estrategia.la), garantiu que a Casa Branca “refina seu plano contra a Venezuela”.

Os governos dos EUA e Canadá em conjunto com a União Europeia formalizaram há poucos dias um novo momento da disputa com a Venezuela de Nicolás Maduro.

Tentaram sem dissimulação, primeiro em 23 de fevereiro de 2019, na incursão pela fronteira colombiana, endossada até mesmo por presidentes latino-americanos na área de fronteira; depois com a tentativa de golpe em abril do mesmo ano e depois, em 2020, com o desembarque de mercenários na costa perto de Caracas. Todos esses planos precisavam de um levante militar que nunca aconteceu e não teve o apoio de setores importantes da população, a não ser alguns alinhamentos políticos por trás de Guaidó, que foram desaparecendo gradativamente com o tempo e o acúmulo de fracassos.

Os EUA e seus capachos dentro da Venezuela não exigem mais eleições presidenciais antes das previstas no calendário eleitoral venezuelano, no final de 2024. Na nova estratégia para a Venezuela que inclui a declaração conjunta com a UE e o Canadá está substituindo a meta de derrubada por uma tática de cunho eleitoral e de longo prazo. O documento não fala mais em “governo interino”, a ideia de “poder dual” projetada pelos falcões de Trump.

Entretanto, os dias vão passando e surge no horizonte o dia 24 de novembro, data das eleições regionais e municipais, o que pode ser um ponto de viragem em termos da participação ou não de toda a oposição. Por enquanto, o governo dá sinais, como a eliminação da figura dos protetores nos estados que acabam ficando nas mãos da oposição, mas por outro lado a tensão não diminui, denunciou o presidente Maduro nas últimas horas um plano da CIA para assassiná-lo.

Essa é a disputa de longo prazo, onde aparecem outros atores internacionais, começando, nada mais, nada menos, que por Rússia e China. As duas potências das quais, entre outras coisas, vêm até agora a grande maioria das vacinas que a Venezuela aplica contra a Covid-19.

Os genocidas vigiam o planeta! A organização humanitária Anistia Internacional (AI) e o Laboratório Cidadão Canadense relataram que defensores dos direitos humanos e jornalistas foram monitorados e atacados em 45 países ao redor do mundo graças ao programa Pegasus do grupo de tecnologia israelense NSO.

Danna Ingleton, do braço tecnológico da AI Amnesty Tech, destacou que uma nova plataforma, a Violência Digital “traz à tona as conexões importantes entre o uso de spyware NSO e violações devastadoras dos direitos humanos”, em quatro continentes.

Esta plataforma, do grupo britânico Forensic Architecture, já permitiu mapear a distribuição mundial do Pegasus, programa que o NSO (iniciais dos seus criadores e proprietários) comercializa exclusivamente a governos e só depois de ser autorizado com base na legislação militar.

Pegasus é um malware (programa malicioso) que se instala sub-repticiamente em telefones e permite acesso total a mensagens, e-mails, multimídia, microfone, câmera, chamadas e contatos no dispositivo do usuário.

De acordo com as investigações da AI e do Citizen Lab, um caso latino-americano de vítimas de Pegasus foi espionagem contra defensores dos direitos humanos que participaram das investigações sobre o desaparecimento de 43 alunos da escola normal de Ayotzinapa, no México, um crime massivo ocorrido em 2014.

Grécia: direita contra trabalhadores. “Bem-vindo ao século 19!” Foi assim que Efimerida ton Syntakton (“O jornal dos editores”, jornal que se dirige a um público democrático e de esquerda) comentou a aprovação pelo Parlamento do monstruoso projeto de lei do Ministro do Trabalho Kostis Chatzidakis, apresentado como uma “reforma” de relações industriais que permitirão à Grécia aproveitar as “oportunidades” de crescimento após a crise e a pandemia de 2020.

A nova lei revoga a jornada de trabalho de 8 horas e a semana de 5 dias. O texto elimina a obrigação do empregador de pagar um salário adicional ao solicitar um trabalho adicional, além de 8 horas ou 5 dias por semana. Em vez de um salário suplementar, a nova lei promete que os empregadores fornecerão dias de folga como compensação mais tarde. Provavelmente em períodos de baixa demanda pelos produtos ou serviços que a empresa oferece.

Esta “flexibilização do tempo de trabalho” foi introduzida pela primeira vez no direito do trabalho pelos sociais-democratas, durante o período de degeneração neoliberal dos seus partidos e sindicatos. No início, no início dos anos 90, era aplicado em setores marginais da economia e permaneceria um elemento marginal e secundário das relações industriais na Grécia. Hoje, o governo de Kyriakos Mitsotakis generaliza este “acordo” extremamente liberal, estendendo-o a toda a classe trabalhadora. Com a nova lei, agora é legal para os trabalhadores da indústria (cujo trabalho é árduo e pesado) trabalhar 150 horas a mais por ano, sem qualquer remuneração complementar!

Alto número de mortes por substâncias químicas no trabalho! A Organização Internacional do Trabalho (OIT) denunciou nesta semana que a cada ano um milhão de trabalhadores perdem a vida e outros vários milhões sofrem de doenças crônicas debilitantes devido à exposição a substâncias químicas tóxicas.

Em uma mensagem ao Fórum de Berlim sobre Produtos Químicos e Sustentabilidade, o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder, disse que a cooperação global é necessária para acabar com essas doenças e mortes.

Entre essas doenças, ele citou câncer, doenças respiratórias e cardíacas e diabetes causados ​​por poeiras, vapores e produtos poluentes.

Ele destacou que a produção de substâncias químicas é um dos setores mais globalizados, razão pela qual a cooperação e a coordenação política e o diálogo intersetorial são necessários para garantir um ambiente de trabalho digno e saudável para todos os trabalhadores em escala global.

Fugiram na madrugada, como ratos! As tropas estadunidenses abandonaram a base aérea de Bagram, a principal base dos EUA no Afeganistão, que ocupavam há quase 20 anos. Eles cortaram a energia elétrica e deixaram o local durante a noite, sem qualquer aviso para os militares afegãos que guardavam as imediações.

O novo comandante afegão da base não havia sido notificado da retirada, constatando a partida horas depois, segundo a agência de notícias AP.

Em entrevista à Sputnik, o general Mir Asadullah Kohistani, novo comandante da base aérea de Bagram, afirmou, ainda assim, que o local foi entregue de maneira responsável e tranquila. Ah! Então tá, então!

“A entrega da base aérea ocorreu de maneira responsável e tranquila. Na base, ficaram muitas coisas de uso militar. Há um hospital bem equipado, que pode ser usado pelas forças de segurança nacionais. A população também pode ser tratada no hospital. Quanto à base aérea, ela pode ser usada para fins civis. Tem três pistas. Podem ser realizados voos domésticos e internacionais”, afirmou.

Já de acordo com o tenente-coronel Degarman Sami, os militares afegãos não sabiam a data exata da retirada estadunidense. “Como vocês sabem, a OTAN deixou Bagram. Nós não sabíamos disso. Em apenas uma hora, conseguimos assumir o controle da base aérea, que é uma área bastante grande, e estamos prontos para defendê-la”, declarou.

“Eles deixaram a base sem coordenar a saída com os Ministérios do Interior e da Defesa afegãos. Apesar de os militares informarem que os eles deixariam o país em breve, não deram um prazo exato. Na sexta-feira (2) à noite, pela primeira vez em 20 anos, a energia elétrica foi cortada por uma hora, enquanto a base foi tomada por fumaça. Naquela fumaça estava o avião que retirou os militares estadunidenses do Afeganistão”, contou o correspondente.

Segundo os militares afegãos, 30 tanques, 50 veículos blindados e mais 800 outros veículos permaneceram na base. Entretanto, antes que o Exército afegão pudesse assumir o controle da base, suas instalações foram invadidas por saqueadores, que levaram tudo o que puderam, de acordo com militares afegãos.

Guerra de Pokémon? A saída dos estadunidenses da base de Bagram, além de ter acontecido na escuridão total, revelou outra curiosidade: os militares passavam o tempo jogando Pokémon!

Pikachu e outros monstrinhos fizeram parte dos “inimigos” dos valentes soldados estadunidenses durante a ocupação no Afeganistão. E ninguém estranhou o fato de tão corajosos e bem treinados soldados serem adeptos do joguinho quase infantil.

O curioso assunto foi abordado pelo Stars and Stripes, jornal dedicado a temas das Forças Armadas dos EUA. E a matéria diz que, depois da saída das tropas, foi revelado o descobrimento de tela do jogo mostrando “poképaradas” existentes na base de Bagram e conversou com alguns militares adeptos da brincadeira.

“Poder iniciar uma conversa sobre ‘Pokémon’ com um completo desconhecido no meio da zona de guerra era uma maneira de socializar”, afirmou o empreiteiro Wilbur Landaverde, que jogava à época em que trabalhava no local, em 2020.