sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Cuba: um modelo de acordo com a Organização Mundial de Saúde

Cuba: um modelo de acordo com a Organização Mundial da Saúde

Salim Lamrani | Paris - 29/07/2014 - 15h07 Opera Mundi
De acordo com o organismo das Nações Unidas, o sistema de saúde de Cuba serve de exemplo para todos os países do mundo
O sistema de saúde cubano é mundialmente reconhecido por sua excelência e eficiência. Apesar de recursos muito limitados e do impacto dramático causado pelas sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos há mais de meio século, Cuba conseguiu universalizar o acesso à saúde para todas as categorias da população e obteve resultados semelhantes aos das nações mais desenvolvidas.
Durante sua visita recente a Havana, Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, elogiou o sistema de saúde cubano e se declarou impressionada com as conquistas nessa área. “Cuba é único país que eu vi que tem um sistema de saúde estreitamente relacionado com a pesquisa e o desenvolvimento em um circuito fechado. Essa é a direção certa porque a saúde humana não pode melhorar se não há inovação”, enfatizou. Destacou “os esforços da administração desse país em colocar a saúde como pilar essencial do desenvolvimento”.[1]
Cuba baseia seu sistema na medicina preventiva e os resultados são excepcionais. Segundo Margaret Chan, o mundo deve seguir o exemplo da ilha nesse campo e substituir o modelo curativo, pouco eficiente e custoso, por um sistema baseado na prevenção. “Desejamos ardentemente que todos os habitantes do planeta possam ter acesso a serviços médicos de qualidade, como em Cuba”, destacou.[2]
Wikimedia Commons

Sede da Escola Latino-americana de Medicina, em Cuba
A OMS lembra que a falta de atenção médica no mundo não é de nenhuma maneira uma fatalidade advinda de falta de recursos. Traduz, em vez disso, a falta de vontade política dos dirigentes de proteger as populações mais vulneráveis. A organização cita o caso da ilha do Caribe como o perfeito exemplo contrário[3]. Por isso, em maio de 2014, Cuba presidiu a 67ª Assembleia Mundial da Saúde, como reconhecimento pela excelência em seu sistema de saúde.[4]
Com uma taxa de mortalidade infantil de 4,2 por mil, Cuba tem o melhor indicador do continente e do Terceiro Mundo, refletindo assim a qualidade de seu sistema e o impacto sobre o bem-estar das crianças e das mulheres grávidas. A taxa de mortalidade de Cuba é inclusive inferior à dos Estados Unidos e se encontra entre as mais baixas do mundo.[5]
Com uma expectativa de vida de 78 anos, Cuba é um dos melhores alunos do continente americano e do Terceiro Mundo, com um indicador semelhante ao das nações mais desenvolvidas. Em 2025, Cuba terá a maior proporção de pessoas de mais de 60 anos da América Latina.[6]
Um sistema de saúde a serviço dos povos do Terceiro Mundo
Cuba também beneficia as populações do Terceiro Mundo em seu sistema de saúde. De fato, desde 1963, Cuba manda médicos e outros funcionários da saúde para os países do Terceiro Mundo para atender aos deserdados. Atualmente, cerca de 30 mil colaboradores médicos trabalham em mais de 60 países do planeta.[7]
O exemplo emblemático dessa solidariedade em relação aos despossuídos é a Operação Milagre, que foi lançada por Fidel Castro e Hugo Chávez em 2004. Essa campanha humanitária, elaborada a nível continental no marco do projeto de integração da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), consiste em operar gratuitamente os latino-americanos pobres que sofrem de cataratas e outras enfermidades oculares.[8]
Em uma década, cerca de 3,5 milhões de pessoas recuperaram a visão graças ao internacionalismo cubano. Esse programa social, criado em um primeiro momento para a Venezuela, se estendeu para todo o continente com o objetivo de operar 6 milhões de pessoas. Além das operações cirúrgicas, a Missão Milagre dá óculos e lentes de contato a pessoas vítimas de problemas de vista.[9]
No total, cerca de 165 instituições cubanas participam da Operação Milagre, que dispõe de uma rede de 49 centros oftalmológicos e 82 centros cirúrgicos em 14 países da América Latina: Bolívia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Granada, Nicarágua, Panamá, Paraguai, São Vicente e Granadinas, Venezuela e Uruguai[10].
A solidariedade médica cubana também se estende até a África. Em 2014, a Labiofarm, empresa de produção química e biotecnológica cubana, lançou uma campanha de vacinação contra a malária na África ocidental, em nada menos que 15 países. [11] Segundo a OMS, esse vírus, que afeta majoritariamente as crianças, custa a vida de nada menos de 630 mil pessoas por ano, “a maioria crianças de menores de cinco anos que vivem na África”. “Isso significa que mil crianças morrem a cada dia de malária”, lembra a Organização.[12]
Da mesma maneira, Cuba forma jovens médicos do mundo inteiro na Escola Latino-americana de Medicina (ELAM). Desde a sua criação, em 1998, a ELAM formou mais de 20 mil médicos de mais de 12 países. Atualmente, 11 mil jovens procedentes de mais de 13 países cursam medicina na instituição cubana. Segundo Ban Ki Moon, secretário-geral das Nações Unidas, a ELAM é a “escola médica mais avançada do mundo”.
Também elogiou os médicos cubanos que trabalham em todo o mundo, e, particularmente, no Haiti. “Chegam sempre primeiro e são os últimos a ir embora, e permanecem depois da crise. Cuba pode mostrar a todo o mundo seu sistema de saúde, um modelo para muitos países”.[13]
Ao citar o exemplo de Cuba, a Organização Mundial da Saúde enfatiza que é possível para um país do Terceiro Mundo com recursos limitados elaborar um sistema de saúde eficiente e oferecer proteção social a todas as populações, se existe vontade política de situar o ser humano no centro do projeto de sociedade.
*Doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos, Salim Lamrani é professor-titular da Universidade de la Reunión e jornalista, especialista nas relações entre Cuba e Estados Unidos. Seu último libro se chama “The Economic War Against Cuba. A Historical and Legal Perspective on the U.S. Blockade”, New York, Monthly Review Press, 2013, com prólogo de Wayne S. Smith e prefácio de Paul Estrade.

[1] Prensa Latina, « Directora de OMS reconoció labor de Cuba en materia de salud », 16 de julho de 2014.
[2] Agencia Cubana de Noticias, « World Health Organization Praises Cuba’s Achievements », 14 de julho de 2014.
[3] Prensa Latina, « Directora de OMS reconoció labor de Cuba en materia de salud », op. cit.
[4] EFE, « Directora general de la OMS está en Cuba para ver avances en investigaciones », 15 de julho de 2014.
[5] EFE, « Cuba cierra 2013 con la tasa de mortalidad infantil más baja de su historia », 2 de janeiro de 2014.
[6] Oscar Alfonso Sosa, « Crece esperanza de vida geriátrica en Cuba”, Cubadebate, 29 de abril de 2014.
[7] Salim Lamrani, Cuba: les médias face au défi de l’impartialité, Paris, Editions Estrella, 2013, p. 49.
[8]Cubadebate, « La Misión Milagro cumple hoy diez años : ha devuelto la vista a 3,4 millones de personas », 8 de julho de 2014.
[9] Ibid.
[10] Ibid.
[11] Agencia Cubana de Noticias, « Cuba’s LABIOFARM Launches Malaria Campaign in Western Africa », 30 de maio de 2014.
[12] Organisation mondiale de la santé, « World Malaria Report 2013 », 2013, p. v. http://www.who.int/malaria/publications/world_malaria_report_2013/report/en/ (site consultado dia 19 de julho de 2014).
[13] Nyliam Vásquez García, « La escuela médica más avanzada del mundo », Juventud Rebelde, 28 de janeiro de 2014.

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares, nº 562

Opus Dei & Santander (2)
(Ernesto Germano Parés – Agosto/2014)
No Brasil, o Opus Dei chegou através de São Paulo, no início da década de 1950. No início, concentrou toda a sua atuação no meio jurídico e conquistou vários magistrados. Basta citar que, em um depoimento, Hélio Bicudo, promotor aposentado, conta que várias vezes foi procurado por membros do Opus Dei que tentavam cooptá-lo para a seita.
E devemos também registrar que o maior expoente do Opus Dei, no período, foi José Geraldo Rodrigues Alckmin, tio do atual governador paulista e nomeado por Ernesto Garrastazu Médice como ministro do STF, em 1972.
O Opus Dei tentou influir mais na década de 1970, mas tinha, entre os católicos, uma concorrência muito forte com a “Tradição, Família e Propriedade” (TFP), que tinha a simpatia entre os católicos da direita no país.
E é exatamente neste ponto que vamos retomar nossa conversa investigativa.
Pelo que sabemos e os documentos agora revelados comprovam, o Vaticano esteve fortemente empenhado em uma “guerra contra o comunismo” no final da Segunda Guerra Mundial. Tão fortemente envolvido nessa “guerra” que não vacilou em firmar vários acordos com sociedades secretas, grupos fascistas, agências de espionagem e grupos extremistas de direita, desde que o fim fosse o combate ao “comunismo ateu”. São muitos os documentos agora desclassificados (vencido o prazo de sigilo) que comprovam tais “alianças” e acordos.
Como não poderia deixar de ser, o Opus Dei seria esse “braço” da Igreja para combater o comunismo, onde estivesse e com as forças que fossem necessárias.
E é nesse cenário que, no período mais grave da América Latina, quando vários países da nossa região estavam sob o jugo de ditaduras militares, que Josemaría Escrivá resolveu fazer sua “peregrinação” na América Latina. Em alguns dos seus textos, Escrivá deixou claro que considerava o continente muito importante para o crescimento de sua seita e também para os avanços das empresas espanholas.
No Chile, em plena ditadura de Pinochet, ele passeava comodamente e declarou seu apoio ao “regime progressista” implantado no país. Um dos principais “assessores” de Pinochet era Jaime Guzmá, membro ativo do Opus Dei. Muitos militares e políticos chilenos pertenciam também à seita e trabalhavam ativamente para espalhar a ideologia no país.
Na Argentina, em plena ditadura, muitos seguidores de Escrivá foram nomeados ministros e secretários, alcançando muito poder político. E o mesmo vai acontecer no Peru onde a Opus Dei apoiou abertamente o corrupto Alberto Fujimore. E vale lembrar todo o trabalho de Escrivá para eleger seu aliado, Miguel de La Madri, presidente. Curiosamente, pouco depois de eleito, ele extinguiu uma antiga lei mexicana que separava o Estado da Igreja Católica.
Emílio Corbiere, escritor argentino e autor do livro “Opus dei: o totalitarismo católico”, demonstra que Escrivá apoiou ativamente também as ditaduras no Paraguai e Uruguai e que financiou o regime de Anastácio Somoza (Nicarágua) até sua derrota.
É na década de 1990, com o avanço neoliberal, que a Opus Dei vai ter seu grande momento e vai encher seus cofres! A “onda” de privatizações ocorrida na América Latina abriu as portas para várias empresas espanholas já vinculadas à seita de Escrivá. Membros da Opus Dei ocupam cargos gerenciais em poderosas empresas como os bancos Santander e Bilbao Biscaia, a Telefônica, a Repsol e outras.
Vale lembrar que a Argentina, na época, entregou as suas estatais de telefonia, petróleo, aviação e energia à Telefônica, Repsol, Ibéria e Endesa, respectivamente. A Ibéria, empresa de aviação espanhola, já havia comprado a chilena LAN e toda a geração de energia do Chile já estava nas mãos da Endesa. Os bancos espanhóis espalham-se no continente depois desse processo de desnacionalização.
Em 2010, o escritor estadunidense Dan Brown (autor de “O Código da Vinci”) dizia que a Opus Dei contava com cerca de 80 milhões de fiéis ocupando importantes cargos em governos, na mídia internacional, em empresas multinacionais, etc. Na mesma época, John Allen, um vaticanista, confirma que a seita de Escrivá tem um patrimônio avaliado em 2,8 bilhões de dólares. A sede em Manhattan está avaliada em 60 milhões de dólares. Em Washington, a Opus Dei mantém a Heights School, escola de qualidade onde estudam os filhos dos principais congressistas estadunidenses, em particular os do Partido Republicano.
O Opus Dei chegou ao Brasil em 1957, na cidade de Marília (SP), fundando dois centros. Em 1961, considerando de grande importância a filial brasileira, a seita enviou um dos seus principais membros, o espanhol Xavier Ayala, segundo na hierarquia da seita. “Doutor Xavier”, como gostava de ser chamado, embora fosse padre, pisou em solo brasileiro com a missão de fortalecer a ala conservadora da Igreja. Às vésperas do Concílio Vaticano II, o clero progressista da América Latina falava de “voltar às origens” do cristianismo e fazer a “opção pelos pobres” (Teologia da Libertação) o que incomodou os setores conservadores da Igreja.
Em um importante artigo escrito para a revista Caros Amigos, a jornalista Marina Amaral diz que “aos poucos, o Opus Dei foi encontrando seus aliados na direita universitária... Entre os primeiros estavam dois jovens promissores: Ives Gandra Martins e Carlos Alberto Di Franco, o primeiro simpático ao monarquismo e candidato derrotado a deputado; o segundo, um secundarista do Colégio Rio Branco, dos rotarianos do Brasil. Ives começou a freqüentar as reuniões do Opus Dei em 1963; Di Franco ‘apitou’ (pediu para entrar) em 1965. Hoje, a organização diz ter no país pouco mais de três mil membros e cerca de quarenta centros, onde moram aproximadamente seiscentos numerários”.
Durante o regime militar brasileiro, o Opus Dei concentrou seus esforços no meio jurídico, o que rende frutos até hoje. O promotor aposentado e ex-deputado Hélio Bicudo revela ter sido assediado duas vezes por juízes fiéis à organização.
Seu crescimento dependeu da benção dos generais golpistas e dos vínculos com poderosas empresas. Ives Gandra e Di Franco viraram os seus “embaixadores”, relacionando-se com donos da mídia, políticos de direita, bispos e empresários. Data desse período a construção da sua estrutura de fachada - Colégio Catamarã (SP), Casa do Moinho (Cotia) e Editora Quadrante. Foi também criada uma ONG para arrecadar fundos: OSUC (Obras Sociais, Universitárias e Culturais). Esta recebe até hoje doações do Itaú, Bradesco, GM e Citigroup. Confrontado com esta denúncia, Lizandro Carmona, da OSUC, implorou à jornalista Marina Amaral: “Pelo amor de Deus, não vá escrever que empresas como o Itaú doam dinheiro ao Opus Dei”.
(Este artigo continua)
Panamá critica novo Canal na região. As autoridades panamenhas anunciaram nesta semana a ampliação do Canal do Panamá e criticaram a construção de um novo canal, na Nicarágua. Segundo “técnicos” do Panamá, o novo canal é inviável e jamais será concluído.
Na verdade, o Canal da Nicarágua é um desafio muito grande, três vezes maior do que atual, incluindo a construção de um aeroporto, dois portos, uma área de zona franca, um centro turístico, estradas e siderúrgicas.
O administrador da Autoridade do Canal do Panamá, Jorge Quijano, confirmou que está em andamento uma ampliação do canal, com construção de um quarto jogo de eclusas. Mas a sua entrevista deixa transparecer a grande preocupação com a construção do canal concorrente.
Muita safadeza! Durante um século, os EUA exploraram o Canal do Panamá, invadiram o país, fizeram experiências com bombas e minas na região, ganharam muito dinheiro e mantiveram o domínio das navegações entre os dois oceanos! Nunca vi um só artigo ou um só movimento em favor do Panamá! Nunca vi um reconhecimento...
Pois bem. Agora que a Nicarágua anunciou a construção do novo Canal, em parceria com a China, o Império tremeu! Vão perder a hegemonia do comércio e já perceberam o tamanho do prejuízo, porque o novo canal será muito mais barato, rápido e prático.
Por que falo tudo isto? Simples... Não sou muito chegado em TV, mas, de vez em quando, coloco no canal History e fico ouvindo alguns documentários enquanto trabalho. Pois é... Para minha surpresa, o History está anunciando uma série sobre o Canal do Panamá. A chamada é dramática dizendo que os panamenhos “dividiram a terra para unir o mundo”... O título da série é “Panamá – o país que uniu o mundo”! É muita “cara de pau”!
Bolívia deportou militar procurado na Argentina. A polícia boliviana prendeu o militar aposentado Jorge Horacio Páez Sinestrari, procurado na Argentina por crimes de lesa humanidade e vinculado com a conhecida “Operação Condor”.
Horacio Páez tem 68 anos e já foi sentenciado na Argentina pelos crimes na época da ditadura militar e era procurado desde 2011. Segundo nota oficial, a Justiça da Argentina o procurava como fugitivo e chegou a oferecer uma recompensa de 100.000 pesos (12.099 dólares) para quem informasse o seu paradeiro. Havia também uma “notificação vermelha” da Interpol em sua busca.
Argentina já negocia exportações para a Rússia. As reuniões já estão agendadas para os dias 19 e 20 de agosto, em Moscou, para definir a relação de produtos que a Argentina poderá fornecer à Rússia. Uma delegação de funcionários governamentais argentinos e representantes de empresários chegará na segunda-feira a Moscou para negociar o aumento das exportações e substituir os produtos normalmente vendidos pelos EUA ou pela União Europeia.
Na delegação estarão representantes da Coordenação das Indústrias de Produtos Alimentícios da Argentina que apresentarão um projeto com as ofertas de vários itens que podem ser negociados com a Rússia. Entre os principais produtos estão vinhos e derivados, azeite de oliva, azeitonas, pastas, produtos lácteos, queijo, manteiga, leite em pó, carne de soja, carnes brancas (aves e pescados), frutas frescas, etc.
Equador está preparando proposta para a Rússia. O governo do Equador está avaliando propostas de comércio a serem oferecidas para a Rússia. O ministro de Comércio Exterior, Francisco Rivadeneira, disse que a ocasião é propícia para a América Latina.
Segundo ele, em reunião com empresários e produtores equatorianos está sendo preparada uma lista dos produtos que podem ser oferecidos, mas já anunciou que seu país não pode vender carne bovina, porque está reestruturando toda a cadeia produtora depois de superarem um problema com a febre aftosa.
União Europeia pressiona América Latina. A União Europeia planeja manter conversações com vários países da América Latina, em particular Brasil e Chile, durante as quais vai tentar dissuadi-los de exportar seus produtos agrícolas para a Rússia. Quem escreve é o Financial Times, citando um alto funcionário da UE.
Segundo a publicação, o Brasil solicitou a cerca de 90 novas fábricas de embalagem de carne começar imediatamente a exportação de carne de frango, bovina e suína para a Rússia. O Chile espera obter um grande benefício do embargo russo em peixes da União Europeia.Tal entusiasmo no setor agrícola desses países “causou preocupação em Bruxelas”, disse o jornal.
“Vamos negociar com os países que potencialmente poderiam substituir as nossas exportações para o mercado russo. Esperamos que eles se abstenham de tirar vantagem injusta da situação atual” - disse o oficial da UE.
Ainda sobre a resposta russa. A situação está ficando cada vez mais difícil para os EUA e seus capachos internacionais. Depois de anunciarem um pacote de “sanções” contra a Rússia, pensando que assim poderiam reverter o quadro depois do golpe na Ucrânia, estão amargando uma resposta que já deixou vários aliados estadunidenses sem dormir.
A Rússia está proibindo, por 12 meses, todas as importações de carne de boi, de porco, frutas e legumes, carne de frango, pescado, queijos e laticínios em geral, da União Europeia, dos EUA, da Austrália, do Canadá e do Reino da Noruega. A Rússia também fechou o espaço aéreo para linhas europeias e estadunidenses que sobrevoem [seu] espaço aéreo para o leste da Ásia, a saber, a Região do Pacífico Asiático, e está considerando mudar os pontos chamados de entrada e saída do espaço aéreo russo, para voos europeus, agendados e charter.
Espanha já se preocupa com as medidas russas. O governo espanhol convocou uma reunião de emergência com exportadores do setor agrícola para analisar as consequências do veto russo às importações de produtos europeus.
Segundo os primeiros cálculos, o prejuízo da União Europeia deverá estar por volta de 5 bilhões e 252 milhões de euros. A Espanha perde 338 milhões de euros com a medida russa. E a principal preocupação espanhola é com o papel do Marrocos, que sempre disputou o mercado de frutas e hortaliças russo com os produtores espanhóis.
Os produtores da Espanha dizem que o fechamento do mercado de bovinos, suínos, verduras, hortaliças, frutas, aves, pescado, queijo, leite e produtos derivados vai abrir um grande mercado para os países da América Latina e causar prejuízos para a Espanha.
Dívida pública espanhola supera 1 bilhão de euros! Pela primeira vez na história, a dívida pública da Espanha superou a casa de 1 bilhão de euros. A maior parte desse déficit cabe ao Estado, com 84% da responsabilidade!
Os números correspondem ao mês de junho, mas só agora foram divulgados pelo Banco da Espanha. Em números exatos, a dívida chegou a 1.007.319 milhões de euros, ou seja, 98,4% do Produto Interno Bruto do país!
Por que não falam mais no assunto do avião abatido? O piloto alemão de longo curso Peter Haisenko afirma, com base numa observação detalhada de fotos disponíveis dos destroços do avião da Malaysian Airlines, acidentado na Ucrânia, que o aparelho foi abatido pelos caças SU 25 que várias fontes detectaram nas imediações antes de o avião desaparecer dos radares.
As fotos examinadas pelo piloto revelam perfurações no cockpit provocadas por balas de calibre de 30 milímetros, que são utilizadas pelos caças SU 25 como os que foram identificados nas imediações do voo MH17.
“Os fatos falam alto e claro, bem para lá de qualquer tentativa de especulação”, escreve Peter Haisenko, num artigo divulgado pelo site Global Research. “O cockpit exibe sinais de bombardeamento. Podem ver-se os orifícios de entrada e saída das balas. As bordas de uma série de orifícios estão dobrados para dentro. Estes são os orifícios pequenos, redondos e limpos, mostrando o pontos de entrada dos mais que prováveis projéteis de calibre de 30 milímetros”, acrescenta o piloto alemão.
A farsa estadunidense, tentando culpar os rebeldes independentistas ucranianos, parece ter ido por terra. Aí a imprensa prefere se calar.
A que ponto chegaram! Para pagar a dívida com o FMI e com a União Europeia, o Estado grego venderá 80 mil imóveis! Com isto, esperam arrecadar 50 bilhões de euros para cancelar a dívida. Entre os imóveis listados para a venda estão: um castelo antigo em Corfú, uma antiga base militar estadunidense em Creta, uma luxuosa mansão construída para Benito Mussolini (que nunca foi habitada) e outros prédios históricos.
A decisão do governo já gerou polêmicas pelo valor histórico e cultural de, pelo menos, 13 desses imóveis. Mas o diretor do Fundo Imobiliário grego, Andreas Teprantzis, rebateu as críticas dizendo que essa é “uma ocasião para dar novamente às propriedades o antigo esplendor”.
Depois de seis anos de recessão profunda e todas as medidas de austeridade ditadas pela “Troika” serem implementadas, a Grécia continua afundando no poço e sua dívida pública, hoje, corresponde a 177% do PIB.
Judeus sobreviventes do Holocausto condenam Israel. Um grupo composto de judeus que sobreviveram ao Holocausto divulgou nesta semana um texto de repúdio aos ataques do Exército israelense à Faixa de Gaza que, em 33 dias de ofensiva, causou a morte de quase dois mil palestinos. Segundo dados da ONU, a maioria das vítimas é composta por civis e, entre eles, mais de 400 eram crianças e 230 mulheres.
Além de sobreviventes diretos do Holocausto, também assinam o documento filhos, netos, bisnetos e outros parentes de vítimas do mesmo período. Os EUA também são criticados no documento por fornecerem meios que permitam que Israel continue o ataque. Outras potências ocidentais são lembradas, sem nomes citados, por usarem “seus pesos políticos” para proteger o Estado israelense de possíveis investigações e condenações em cortes penais internacionais.
O texto é uma resposta a uma publicidade patrocinada pelo escritor e ativista judeu Elie Wiesel, vencedor do prêmio Nobel da Paz. Ela foi publicada nos principais jornais dos EUA e do Reino Unido e responsabiliza o Hamas pelas mortes de crianças palestinas. O grupo busca doações para publicar o texto nas páginas do jornal New York Times.
Herói da Segunda Guerra devolve medalha a Israel. O holandês Henk Zanoli, de 91 anos, havia recebido de Israel a medalha de “Justo entre as Nações” por salvar a vida de uma criança judia durante a ocupação nazista em seu país. Na quinta-feira (14), ele devolveu a medalha e o diploma concedido pelo governo de Israel. E justificou seu ato ao denunciar que 6 familiares seus foram assassinados durante um bombardeios israelense na Faixa de Gaza, em julho passado!
A sobrinha neta de Zanoli, Angelique Eijpe, é diplomata holandesa e ocupa um cargo na missão diplomática em Omã. Seu marido, economista Isma’il Ziadah, nasceu em um acampamento de refugiados no centro de Gaza. O casal tem três filhos. No domingo, 20 de julho, um avião israelense lançou bombas na casa da família de Ziadah e matou a matriarca da família, de 70 anos, três dos seus filhos, a esposa de um os filhos e uma criança de 12 anos!
Israel ataca a ONU por investigar crimes em Gaza. O primeiro ministro de Israel acusou o Conselho de Segurança da ONU dizendo que “dá legitimidade a organizações terroristas”. Benjamín Netanyahu criticou o Conselho de Direitos Humanos da ONU por enviar uma comissão que investigará crimes de guerra na Faixa de Gaza, Síria e Iraque.
O objetivo da comissão é investigar violações do direito humanitário e decidir se Israel cometeu crimes de guerra durante os primeiros 33 dias de sua ofensiva contra Gaza.
“Flotilha da Liberdade” fará nova tentativa. A “Flotilha da Liberdade” vai fazer uma nova tentativa de romper o bloqueio israelense sobre a Faixa de Gaza e, antes do final do ano, voltará a enviar navios à região, anunciaram na terça-feira (12) os delegados da iniciativa em Istambul, na Turquia.
A data de saída da frota ainda não foi determinada, mas será “o mais rápido possível”, afirmou Zohar Chamberlain, delegada da iniciativa espanhola “Rumbo a Gaza”, uma das organizações que integra a Coalizão Flotilha da Liberdade. Essa equipe faz, desde 2008, incursões na região para chamar a atenção da comunidade internacional às dificuldades humanitárias pelas quais passam a população palestina por conta do cerco a Gaza.
Em 2010, o ataque de comandos israelenses à embarcação insígnia Mavi Marmara em águas internacionais causou a morte de 10 passageiros, nove deles turcos, o que afetou gravemente as relações entre Ancara e Tel Aviv. No ano seguinte, um único navio conseguiu se aproximar de Gaza, enquanto outros vários foram retidos pelas autoridades em diferentes portos de saída, entre acusações de sabotagem por parte dos ativistas. A frota era de responsabilidade do movimento Free Gaza, um conjunto de ONGs cuja atuação tem por objetivo romper o bloqueio imposto por Israel e Egito sobre Gaza.
A “Flotilha da Liberdade” conta com agrupamentos da Espanha, Suécia, Noruega, Grécia, Canadá, Austrália e Itália, entre outros.
É a tal polícia tão elogiada por nossa elite. Pouco está sendo dito pela nossa imprensa, mas a situação voltou a se agravar nos EUA depois da morte de um jovem negro nas mãos da polícia. No estado de Missouri, 32 pessoas foram presas no primeiro dia de protestos e muitos outros foram presos nos dias seguintes.
Michael Brown era um adolescente, com 18 anos, e foi morto a tiros em um subúrbio de maioria negra em St. Louis. Segundo os depoimentos, ele recebeu vários tiros depois de ser violentado dentro de um carro da polícia. O chefe da polícia local, Jon Belmar, prometeu investigar de forma independente, mas já foi anunciando que o agente policial havia detido “dois indivíduos” quando foi empurrado pelo jovem Michael Brown. Ou seja, já arrumou uma desculpa para o assassinato.
Até a noite de quinta-feira (14), mais de 90 cidades estadunidenses, em 35 estados, já haviam realizado vigílias, passeatas de protestos e “um minuto de silêncio nacional” em homenagem ao jovem morto.
E há quem elogie a polícia estadunidense. Uma semana depois do assassinato do jovem Michael Brown, autoridades policiais estadunidenses anunciaram oficialmente ter “identificado” o policial que atirou. Não é curioso? Levaram uma semana para identificar um policial que fazia uma batida na área? Mais curioso ainda é que, no mesmo dia do crime, o chefe de polícia local foi dizendo que o policial havia detido “dois indivíduos” e que foi agredido por Michael. Como pode? Ele disse uma coisa no dia do crime e apenas uma semana depois noticiam que o policial foi identificado? Estranho, muito estranho.
Mas, ao fazer o anúncio da identificação do autor dos tiros, o porta-voz da polícia, Thomas Jackson, foi logo dizendo que o policial Darren Wilson tem um respeitável histórico em seus seis anos de corporação e já arrumou outra versão para o caso, dizendo que teria havido um aviso de roubo de cigarros em uma loja de conveniências nas redondezas e a descrição do ladrão coincidia com a de Michael.
O fato concreto é que, além de colocar novamente em questão o problema do racismo nos EUA, o assassinato do jovem negro está despertando um intenso debate sobre a credibilidade da Justiça e da Polícia nos EUA.
Uma pesquisa realizada pela organização YouGov em parceria com o site HuffPost mostrou que 45% dos cidadãos estadunidenses não confiam no sistema Judiciário dos EUA (37% ainda confiam e 19% não souberam responder). Em outra questão, 43% dos entrevistados concordaram que a polícia usa com muita frequência armamentos letais em suas abordagens. Além disso, 53% das pessoas acreditam que a força policial nas grandes cidades é geralmente mais dura com pessoas negras do que brancas.
Perseguição a jornalistas nos EUA. Organizações estadunidenses de defesa da liberdade de imprensa e 20 jornalistas vencedores do Premio Pulitzer, entre outras pessoas, denunciaram na tarde de sexta-feira (15) a perseguição do governo Obama contra profissionais que cobrem assuntos de “segurança nacional” e, em particular, o caso do jornalista James Risen, do “New York Times”, que foi ameaçado de prisão se não revelar suas fontes de informação.
Uma petição com 125 mil assinaturas foi entregue ao Departamento de Justiça dos EUA com o título “Apoiamos James Risen porque apoiamos uma imprensa livre”.
Organizações como o Comitê para a Proteção de Jornalistas, Repórteres sem Fronteiras, Fundação da Liberdade de Imprensa e Comitê de Jornalistas pela Liberdade de Imprensa reiteraram o repúdio aos fiscais federais que continuam ameaçando Risen com altas multas ou prisão se não disser quem são seus informantes.
Em 2008, o Departamento de Justiça dos EUA emitiu uma ordem judicial para obrigar Risen a revelar uma fonte oficial que passou informações sobre uma operação da CIA que não deu certo no Irã. O fato foi descrito longamente pelo jornalista em seu livro “Estado de Guerra”, em 2006. Agora, o governo Obama quer obrigá-lo a dizer quem passou as informações.
Dana Priest, do “Washington Post”, acusa o governo Obama de utilizar esse caso para intimidar tanto as fontes oficiais como outros jornalistas. E destaca que, desde a época de Bush, tornou-se prática comum do governo estadunidense limitar o trabalho dos jornalistas e negar informações críticas ao público.