terça-feira, 6 de outubro de 2020

Brasil: lutas camponesas e a utopia possível

 Distribuição RSSTwitterFacebookFeedBurnerNetVibes

Pesquisa


Brasil: lutas camponesas e a utopia possível

A violência deve ser vista como sistêmica: é necessária para a expansão dos projetos agroindustriais e extrativistas. A violência é necessária para a expansão do capitalismo. E se há violência, também há resistência.

Quando esta palestra foi proferida como parte da oficina da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Fórum Popular da Natureza ( NDT junho 2020 ), 200 famílias que trabalham e produzem alimentos nas sangrentas terras do massacre de Pau D'Arco poderia ter sido despejado na semana seguinte (Em 2017, nove trabalhadores e um trabalhador foram torturados e assassinados por policiais civis e militares na área da Fazenda Santa Lucia, reclamada pela família Babinski no sul de Pára). O Tribunal [do município de] Redenção concedeu uma liminar de reintegração de posse a ser executada em quarentena total. O juiz do Tribunal Agrário de Marabá suspendeu a decisão enquanto perdurar o perigo de contaminação pelo novo coronavírus.

O massacre de Pau D'Arco é um dos números recolhidos no âmbito do importantíssimo trabalho de documentação dos conflitos no terreno que a CPT realiza desde meados da década de 1980. Todos os anos é publicado um folheto com os dados recolhidos pela agentes localizados em todo o Brasil.

A cada publicação se discute muito como os conflitos se desdobram e como eles se relacionam com o ambiente político: se houve expansão ou redução, em que regiões predominaram, se houve mais ou menos de assassinatos. A questão é: se o governo Bolsonaro contribui para a escalada da violência no campo, como isso acontece na prática?

Além dessas análises, que são fundamentais, os dados indicam que ainda existe violência. Desde que a CPT iniciou este trabalho, não houve período de trégua e paz no campo - a intenção aqui não é aliviar o fardo de ninguém; existem tempos ruins e tempos muito piores, como o que vivemos hoje. Mas é preciso ver a violência como sistêmica: é necessária a expansão do agronegócio e dos projetos extrativistas. A violência é necessária para a expansão do capitalismo. E se há violência, também há resistência.

Agricultura é violenta

No Brasil, desde a invasão portuguesa, a expansão dos campos agrícolas em todos os biomas tem ocorrido em territórios tradicionalmente ocupados ou em terras públicas. No Brasil, a apropriação indevida de terras (o grilo , que é praticado pelos grileiros ) é uma constante. Essa prática foi legitimada ao longo da história por várias anistias. Hoje, há uma forte e importante mobilização para proibir a medida provisória de apropriação de terras, que virou lei 2.633 (Lei de regularização a posteriori de terras invadidas NDT ). No entanto, várias anistias se sucederam ao longo da história, que recompensaram quem roubou terras no Brasil e possibilitaram "passar a esponja".

Não apenas no passado: o agronegócio continua se expandindo para novos territórios com o roubo de terras como método, da Amazônia ao Cerrado (região de savana, que representa 22% do território brasileiro, e que se estende até floresta tropical do sul da Amazônia, extremamente rica em biodiversidade NDT ). E a violência é um instrumento dessa apropriação.

No final de maio deste ano, a Repórter Brasil publicou o dossiê especial Ameaças, milícias e mortes: a nova cara do "Velho Chico" ( Velho Chico  - nome carinhoso do rio São Francisco NDT ) sobre os conflitos às margens do rio São Francisco, no norte de Minas Gerais. Lá, os grileiros estão tentando se apropriar de áreas às margens do rio, pertencentes a comunidades ribeirinhas, que cultivam a terra para sua única subsistência. Eles fazem isso se organizando em um grupo de cerca de 300 agricultores da região para realizar despejos e outras ações, com o apoio da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública. A formação de milícias não é uma peculiaridade de Minas, é uma forma de atuação.

Esse encontro de agricultores é o que chamamos de consórcios. Foram consórcios de fazendeiros que orquestraram o assassinato do padre Josimo e do sindicalista Gringo na década de 1980 na região conhecida como Bico do Papagaio, no extremo norte do Tocantins; foram os consórcios que assassinaram a missionária Dorothy Stang nos anos 2000.

O agronegócio no Brasil não se espalha pelo país sem roubo de terras e violência, resultando na destruição do meio ambiente.

Violência como opção do Estado

Essa violência faz parte da opção do Estado brasileiro pelo "desenvolvimento" do país, com base no agronegócio e projetos extrativistas. O Brasil se transformou em mercadoria (por mercadoria ), a natureza se transformou em mercadoria.

Em outras palavras, o Estado brasileiro optou pela violência da colonização desses territórios, que é patriarcal e racista - o que está em linha com as lutas que acontecem nas cidades do mundo hoje.

É muito marcante ouvir membros de comunidades indígenas e camponesas, bem como comunidades negras nas cidades, quando relatam suas lutas, repetem sempre a frase "nós somos seres humanos" , para justificar o fato de que eles merecem para ser tratada com dignidade. Como as pessoas precisam reafirmar sua humanidade?

Por outro lado: para quem a propriedade é sagrada? Estudos de pesquisadores negros têm mostrado a estreita relação entre propriedade e homem branco, desde a época da colônia portuguesa até hoje. Agro (diminutivo muito usado no Brasil para falar do agronegócio, um anúncio da Globo até trazia o slogan “Agro é pop!” Ed) é branco ”é o título do relatório do Órgão Público que destaca que a propriedade está concentrada nas mãos dos brancos Agricultura é branca Agricultura é racista Agricultura é violenta.

Uma história de violência que também é uma história de resistência

A história do Brasil é a história de conflitos, massacres e violências contra esses povos. Ao mesmo tempo, essa história é também a de resistência nessas comunidades. Não podemos falar da violência do agronegócio e dos projetos extrativistas sem falar de resistência. Se é sobre as terras, águas e florestas desses povos que o agronegócio e o capital avançam para se apropriar deles, são esses povos, com seus corpos, que impedem esse avanço.

Portanto, também bloqueiam a progressão e o aparecimento de novas doenças. Nos debates do Fórum Popular pela Natureza, muito se tem falado sobre a nova pandemia do coronavírus devido à forma como o capitalismo tem atuado no mundo, especialmente a indústria extrativa e o agronegócio - entendido aqui não só como fazendeiros e empresas agrícolas, mas também indústrias de venenos, fertilizantes, sementes, etc.

O uso de transgênicos, pesticidas e outros produtos químicos, agricultura industrial, devastação de florestas e poluição por combustíveis fósseis estão criando desequilíbrios que levarão a mais e mais pandemias e doenças. O que estamos enfrentando é uma “agropandemia”. Rob Wallace, philogéographe (lindo neologismo NDT ) e biólogo evolucionista americano que escreveu em 2015 Pandemias e agronegócios , e a ser lançado em breve no Brasil pelo editor da Elefante, disse no debate Capitalismo, mudanças climáticas, pandemia, florestas são organismos importantes para impedir a propagação de novos vírus.

E as florestas não estão vazias: são ocupadas por pessoas que dependem delas.

Então, e isso não é novidade, comunidades que, com seus corpos, lutam para proteger sua existência, acabam protegendo a humanidade como um todo. Portanto, não é uma luta que está longe dos habitantes das cidades. As causas desta pandemia que vivemos e de outras que teremos que enfrentar nas cidades e no campo nos próximos anos residem na destruição promovida pelo agronegócio e nos projetos extrativistas nos territórios desses povos. .

O Bolsonaro é também um sintoma da crise maior que vivemos. Quando ele assume o poder com um discurso abominável, violento e perverso, nos perguntamos: como chegamos lá? Ainda assim, é importante perceber que sua base foi construída ao longo dos anos, nossa sociedade aceitou e normalizou coisas terríveis. Como aceitar essas mortes impostas como necessárias para o "desenvolvimento"? Como tolerar toda essa violência, no campo e na periferia das cidades? Talvez porque esses corpos não sejam considerados humanos o suficiente?

Mas essa violência se espalha para outros corpos de uma maneira diferente. Como aceitar comer diariamente alimentos contaminados pelo agronegócio, como se fossem necessários e inexoráveis? Como aceitamos diariamente a água potável envenenada pelo agronegócio?

E não são apenas comunidades como a da Serra do Centro, em Campos Lindos, no Tocantins, que há décadas são afetadas pela soja, que consomem água contaminada. O veneno está em nossas torneiras, na maioria das cidades brasileiras, conforme mostra o mapa das águas divulgado no ano passado pela Repórter Brasil e Órgão Público.

Como podemos tolerar sermos envenenados diariamente pelo agronegócio, como se não houvesse alternativa? Todos nós nos envenenamos. E adoecer: mortes cobiçosas farão parte da conta dos assassinatos do agronegócio? E o câncer e outras doenças?

O que acontecia em lugares ditos remotos e na periferia está batendo à porta de mais gente e denunciando a política institucional. O governo Bolsonaro e a pandemia revelaram e aprofundaram a destruição e a violência que já existiam.

Não é uma opção não lutar

A história de mais de 500 anos de resistência mostra que há muita luta. No entanto, essas lutas da esquerda clássica e institucional não são vistas como fundamentais para deter a expansão do capitalismo. Muita gente da esquerda diz que, desde o golpe de estado de 2016 (contra Dilma Rousseff NDT ), o povo não está organizado. Mas havia muita gente organizada e lutando enquanto parte da esquerda ficava perplexa e sem saber o que fazer. Talvez não com a organização centralizada que conhecemos - ou esperamos - tradicionalmente, mas ainda organizada.

Para quem está nas comunidades, cuja existência está ameaçada, não é uma opção não lutar. Não é possível escolher o momento certo para lutar. Ou lutamos ou morremos. Ou você luta ou se encontra na periferia de uma cidade empobrecida e subdesenvolvida, o que para muitas dessas pessoas equivale à morte.

Se traçarmos um paralelo com os primeiros protestos que ocorreram durante a pandemia, muitos não têm como escolher ir ou não para as ruas. Durante as manifestações do domingo, 7 de junho, as pessoas, quando questionadas sobre os riscos de romper o isolamento social, responderam: “Tenho mais medo do racismo do que do vírus”, “É mais fácil morrer a tiros do que morrer. 'um vírus' . Muitas dessas pessoas não conseguem restaurar a contenção. Eles são os que morrem de qualquer maneira, que são assassinados de qualquer maneira. E isso está acontecendo nas periferias das cidades e nos territórios das comunidades camponesas: são espaços de violência, mas também territórios de resistência e luta, muitas vezes invisibilizados e considerados menores pela própria esquerda.

Subverter formas de pensar, sentir e agir

É preciso estar atento ao potencial revolucionário e transformador das lutas das comunidades camponesas e indígenas. Eles são profundamente transformadores porque perturbam nossa lógica de olhar para o mundo. Se abrirmos nossos ouvidos, nossas mentes e nossos corações, essas lutas subvertem nossas próprias subjetividades atravessadas pelo capitalismo, colonização, modernidade. Nós também somos colonizados.

Ao contrário da crença popular, essas lutas não são apenas lutas localizadas por um pedaço de terra ou pela defesa de corpos. São a afirmação do presente e a construção da possibilidade do futuro.

Incluída nessas lutas está a construção de uma teoria política anticapitalista que aponta em outras direções: outro modelo de propriedade da terra; outra relação com o trabalho, diferente de “subalternidade”, exploração, escravidão; experiências de autonomia e autossuficiência, em oposição à dependência a que estamos sujeitos; outros valores que norteiam a organização da vida, pautada no cuidado e na rede de reciprocidade; outros sistemas produtivos que não causem a destruição ou concentração de riquezas e que, pelo contrário, produzam vida; outra relação com a espiritualidade, porque as pessoas buscam os sentidos e isso não deve ser subestimado. E mais :

E não são lutas isoladas: as comunidades se articulam nessa construção. As diferentes articulações das comunidades camponesas existentes em todo o Brasil são espaços educativos nos quais ensinamos e aprendemos a lutar, nos quais refletimos sobre a prática e criamos estratégias, nos quais a luta se transforma.

Quando as comunidades se unem na rede de povos e comunidades tradicionais do estado do Maranhão, por exemplo, tem-se a impressão de que as lutas estão interligadas. Se um porto privado de propriedade chinesa, apoiado pelo governo estadual, despeja a comunidade camponesa de Cajueiro para São Luís, a ferrovia que vai alimentar aquele porto vai despejar outras comunidades, além das plantações ou extrativismo. minério que vai ser escoado por essa ferrovia e por esse porto. A luta de Cajueiro torna-se, portanto, central.

Se há uma cadeia de desterritorialização, há uma cadeia de resistência ao avanço do capital. Existem muitas comunidades no Brasil que resistem há séculos. O campo no Brasil não é um vácuo demográfico e é ele que bloqueia o avanço do capital.

Por muito tempo fomos guiados por ideias distantes e esquecemos de olhar o que está muito próximo de nós, em ação já no presente. Sentimos muito, derrotados, esmagados pela sucessão de notícias que anunciavam o fim do mundo.

Assim, num encontro dessa rede maranhense, por exemplo, quem mais sofre com a violência do capital toca tambores, levanta maracás, dança, canta “na lei ou na luta a gente ganha” . Do Maranhão ao Mato Grosso do Sul, as violentas comunidades guaranianas acreditam na transformação das terras devastadas, na reconstrução do mundo guarani. Essa espiritualidade, essa alegria e essa esperança são políticas. Porque essas comunidades já conhecem outro presente e sabem que outro futuro é possível.

Alguém poderia dizer que tudo isso é apenas uma idealização - sempre há quem aponta nessa direção quando se trata das lutas camponesas. Pode-se perguntar se a idealização não está entre aqueles que dizem isso, por imaginar que para ser possível, deve haver uma perfeição. É importante observar o que é positivo e perceber que as dificuldades e problemas - existentes - são discutidos e enfrentados no processo. A utopia a ser construída é a utopia possível. Porque é impensável e desvinculado da realidade que a viagem seja livre de dificuldades e contradições.

Essas resistências indicam pistas em um momento em que o sistema está entrando em colapso e quando estamos em um impasse civilizador: ou nossa maneira de ser neste mundo se transforma radicalmente, ou seremos aniquilados. A pandemia é um sintoma óbvio disso. Bolsonaro é um sintoma disso. Não as causas. Devemos lutar contra a pandemia e contra o Bolsonaro de forma urgente, ampla e vigorosa. Mas temos que ver as possibilidades além disso.

Carolina Motoki é jornalista, educadora popular e assessora da Campanha de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo da Comissão Pastoral da Terra.

Artigo baseado em palestra proferida em 8 de junho de 2020 durante o workshop “Conflitos no campo no Brasil: o usual e aquele em tempos de pandemia e do Bolsonaro”, no Fórum Popular da Natureza.

Brasil: ONGs e indústria de alimentos unem forças para enviar medidas ao Bolsonaro contra o desmatamento

 Distribuição RSSTwitterFacebookFeedBurnerNetVibes

Pesquisa


Brasil: ONGs e indústria de alimentos unem forças para enviar medidas ao Bolsonaro contra o desmatamento

Uma coalizão de 230 organizações e empresas enviou ao governo federal seis propostas para conter a destruição da Amazônia; as medidas incluem aumento do monitoramento e adoção de critérios socioambientais para a obtenção de recursos.

BRASÍLIA - Uma coalizão de 230 entidades e empresas ligadas ao meio ambiente e às áreas agroalimentares enviou ao governo federal um conjunto de seis propostas para acabar com o desmatamento que está destruindo a Amazônia. O documento, ao qual o jornal Estadão teve acesso exclusivo, foi encaminhado ao presidente Jair Bolsonaro e ao vice-presidente Hamilton Mourão, além dos ministérios da agricultura, meio ambiente, economia e ciência e tecnologia . As propostas chegaram também aos dirigentes e parlamentares da Câmara e do Senado, ao Parlamento Europeu e às embaixadas de países europeus.

A Coalizão Brasileira pelo Clima, Florestas e Agricultura reúne nomes da área ambiental como WWF Brasil, WRI Brasil, TNC, Imazon e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Ao lado de empresas do setor e da indústria alimentícia, estão empresas como JBS, Klabin, Marfrig, Amaggi, Basf, Danone, Natura e Unilever. Como a própria coalizão define, o grupo é "um dos poucos fóruns de diálogo entre o agronegócio e ambientalistas".

A primeira das seis ações propostas para reduzir permanentemente o desmatamento é a retomada e intensificação das fiscalizações, com penalidades para os crimes ambientais identificados. “Para retomar e intensificar as medidas de fiscalização, é necessário apoiar e ampliar o uso da inteligência e expertise do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e Funai (Fundação Nacional do Índio), com responsabilização dos crimes ambientais por meio de punições rápidas, significativas e efetivas dos infratores, neste sentido, é importante o cumprimento integral da legislação em vigor , incluindo a destruição de equipamentos usados ​​por criminosos ambientais ", indica o documento.

Segundo empresas e entidades, as notificações de zona e embargos podem ser feitas de forma simples e quase automática, por meio do cruzamento dos dados de desmatamento com informações de bancos de dados oficiais, como o sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar). ou cadastros (que identificam o proprietário), bem como autorizações de remoção de vegetação (ASV). “Já são mais de 70 mil relatórios que aplicam essa metodologia no sistema de Alerta MapBiomas, desenvolvido em parceria com o Ibama. A retomada da operação de controle remoto do Ibama, implantada com sucesso em 2016 e 2017, deve ser fortemente ponderado ” , afirmam as instituições.

Uma segunda medida prevê a suspensão dos registros do cadastro ambiental rural (CAR) relativos às florestas públicas e à responsabilidade por desmatamento ilegal. Existem no sistema mais de 11 milhões de hectares declarados em florestas públicas que acabam sendo usados ​​para legitimar processos de desmatamento ilegal. O fato de classificar esses arquivos do CAR de florestas públicas como "suspensos" permitirá a todos os atores dos setores público e privado distinguir claramente nesses arquivos aqueles classificados como "pendentes", os quais estariam sujeitos à aprovação ou confirmação por o sistema.

A terceira ação planejada prevê a destinação de 10 milhões de hectares para proteção e uso sustentável, com o objetivo de selecionar, em até 90 dias, no cadastro nacional de florestas públicas, as terras que podem ser ser designada como área protegida de uso restrito e sustentável em áreas sob alta pressão de desmatamento. É o caso, por exemplo, da criação de 24 milhões de hectares de áreas protegidas na região da Terra do Meio, no estado do Pará.

Uma quarta proposta prevê que a oferta de financiamento adote critérios socioambientais. A ideia é que, quando for constatado desmatamento após 2008 nos cadastros do meio rural, as operações de crédito sejam bloqueadas até que o gestor apresente à instituição financeira a autorização emitida pelo órgão responsável pelo local desmatado.

Em uma quinta ação, empresas e associações exigem total transparência e eficiência nas autorizações de supressão de vegetação. Eles pedem aos órgãos ambientais estaduais que tornem públicos os dados relativos às autorizações madeireiras por eles emitidas, por meio do sistema Sinaflor do Ibama.

A sexta e última proposta prevê a suspensão de todos os processos de regularização fundiária em propriedades que sofreram desmatamento após julho de 2008, até que as áreas sejam totalmente recuperadas. “Quem desmata em uma área não regulamentada está cometendo crimes ambientais e não deve se beneficiar da regularização fundiária” , afirmam empresas e entidades.

Segundo o diretor executivo do IPAM, André Guimarães, representante da Coalizão Brasil, são medidas que enfrentam as causas do desmatamento e que podem ser implementadas de imediato, com resultados permanentes.

“O desmatamento descontrolado é um péssimo negócio para o país como um todo. Ele cria instabilidade para o país, para o clima, para o meio ambiente, para os empresários. Quem se beneficia são as pessoas que trabalham ilegalmente”, disse Guimarães . “O que precisamos no Brasil hoje são vozes mais inteligentes e equilibradas, para uma sociedade que está construindo respostas e mudando atitudes do próprio setor privado. Estamos construindo um consenso”. .

Para Marcelo Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), que também faz parte da Coalizão Brasileira, o desmatamento descontrolado da Amazônia se confirma como um dos maiores riscos para a economia brasileira, porque o agronegócio responsável corre o risco de ser prejudicado em suas exportaç

Boletim Carta Maior

 

SEJA PARCEIRO, DOE AGORA!
MANIFESTO DOS DIRETORES BRASILEIROS DO FESTIVAL 'É TUDO VERDADE'
06/10/2020
Manifesto dos diretores brasileiros do Festival 'É Tudo Verdade'
LEIA MAIS
06/10/2020 -Humor
DIÁRIO DO BOLSO, 6 DE OUTUBRO DE 2020

06/10/2020 -Pelo Mundo
FAMÍLIA DE BREONNA TAYLOR PEDE REABERTURA DO CASO

06/10/2020 -Pelo Mundo
EUA: É ESPERADA UMA TERCEIRA ONDA DE COVID-19

06/10/2020 -Cartas do Mundo
CARTA DE BUENOS AIRES:MEDIDAS FAVORECEN A EXPORTADORES CUANDO CRECEN LA POBREZA Y LA DESOCUPACIÓN

06/10/2020 -Pelo Mundo
TRUMP COM COVID: EMPATIA PELA PESSOA MENOS EMPÁTICA DO MUNDO?

06/10/2020 -Política
O NOVO VELHO CONTINENTE E SUAS CONTRADIÇÕES: A CRISE DA EUROPA

06/10/2020 -Clipping Internacional
CLIPPING INTERNACIONAL - 06/10/2020

05/10/2020 -Cinema
VELHOS RESÍDUOS E UM VAGO FUTURO

05/10/2020 -Pelo Mundo
NÃO HÁ DEBATE: TRUMP ENCORAJA SUPREMACISTAS BRANCOS VIOLENTOS

05/10/2020 -Pelo Mundo
CORTAR FUNDOS DA POLÍCIA É UMA QUESTÃO DE REPARAÇÃO

05/10/2020 -Pelo Mundo
ACONTECEU UM EVENTO DE SUPERCONTÁGIO NA CASA BRANCA?

05/10/2020 -Pelo Mundo
BOLIVIANOS NO BRASIL EXIGEM RESPEITO AO VOTO, CONDENAM GOLPISTAS E FRAUDE DA OEA

05/10/2020 -Direitos Humanos
OS INTERROGATÓRIOS DE ASSANGE - DIA 21

05/10/2020 -Direitos Humanos
OS INTERROGATÓRIOS DE ASSANGE - DIA 20

05/10/2020 -Cinema
SEMINÁRIO AMPLIA DISCUSSÃO SOBRE DOCUMENTÁRIOS

05/10/2020 -Cartas do Mundo
CARTA DE MONTEVIDÉU: URUGUAY, RUMBO HACIA LA POLARIZACIÓN POLÍTICA

05/10/2020 -Clipping Internacional
CLIPPING INTERNACIONAL - 05/10/2020

04/10/2020 -Pelo Mundo
POR QUE OS PARAMILITARES DE EXTREMA DIREITA NÃO SÃO APENAS "JUSTICEIROS"

04/10/2020 -Sociedade e Cultura
NOS TORNAMOS INCAPAZES DE DIALOGAR?

Carta Maior, com muito esforço, construiu uma história de 19 anos no campo da comunicação progressista de nosso país. Diante dos atuais obstáculos que a democracia brasileira enfrenta é indispensável a contribuição engajada daqueles que estão comprometidos com a defesa da legalidade democrática.
ESCOLHA COMO PARTICIPAR
R$49,90 ou R$99,00/mêsSomente Cartão de Crédito
TORNE-SE PARCEIRO
R$299,00; ou R$499,00; ou R$999.00/anoEm Cartão de Crédito ou Boleto
TORNE-SE PARCEIRO