terça-feira, 6 de agosto de 2019

MPF barra nome indicado por Bolsonaro para comissão de desaparecidos

Por Esmael Morais

MPF barra nome indicado por Bolsonaro para comissão de desaparecidos

Publicado em 06/08/2019
Bolsonaro-DitaduraO Conselho Superior do Ministério Público Federal (MPF) rejeitou, em sessão realizada nesta terça-feira (6), o nome do procurador Ailton Benedito para integrar a Comissão Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos na ditadura .
Notório por suas posições de extrema-direita, ele havia sido indicado pelo presidente Jair Bolsonaro numa tentativa de mudar a cara do órgão, considerado pelo governo de viés contrário ao período da ditadura militar.
Ele ocuparia o lugar do procurador Ivan Marx, mas o seu nome foi rejeitado por 6 votos a 4, inclusive com o voto contrário da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que havia defendido anteriormente a sua indicação.
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Ativo nas redes sociais, Benedito ficou conhecido por atacar o PT, os perseguidos pela ditadura, as políticas de direitos humanos e de gênero e por dizer que o nazismo que era um movimento ideológico de esquerda, tese que é rechaçada até pelo Museu do Holocausto, em Israel.
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Logo após sua indicação ter recebido críticas de lideranças políticas, como a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), militantes e entidades de direitos humanos, Benedito postou no Twitter: “Só a militância político-midiática esquerdista e a, agora, ex-presidente fingem se surpreender com as mudanças na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. A bem da verdade, o governo demorou muito para executar tais mudanças absolutamente previsíveis”, escreveu.

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Publicado em 6 agosto, 2019 10:11 pm

Acabou a mamata? Bolsonaro já utilizou mais de R$ 6 milhões no cartão corporativo em apenas 7 meses de governo, estando boa parte sob sigilo! Esse é o valor da velha política disfarçada de nova. Quem paga essa conta?
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O nascimento de um novo líder

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"Depois de mostrar firmeza para encarar Jair Bolsonaro num duelo moral sobre o desaparecimento de seu pai, o desempenho de Felipe Santa Cruz no Roda Viva mostrou que é capaz de dizer a coisa certa na hora certa", escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia.
O lugar comum diz que uma nova liderança é a pessoa certa na hora certa. 
Em entrevista ao Roda Viva, nesta segunda feira, Felipe Santa Cruz mostrou que reúne todas as condições para ter um papel relevante nas lutas democráticas que aguardam a sociedade brasileira no próximo período. 
Sabemos como este capítulo da história começou. A condição de filho de um desaparecido político colocou Felipe Santa Cruz no caminho de Jair Bolsonaro, que na primeira oportunidade tentou produzir uma cena humilhante, torpe, vil. 
Atraído involuntariamente para um duelo moral,  Santa Cruz silenciou o oponente com a lucidez de quem não tem nada a temer e carrega verdades tão evidentes que nem precisa elevar a voz para ser ouvido. Bastaram-lhe fatos e argumentos. 
Já que o presidente da República disse que sabia a verdade sobre um pai desaparecido em 1974 nos porões da ditadura, Santa Cruz pediu que a revelasse. Simples e direto. 
Desde então os 210 milhões de brasileiros e brasileiras aguardam pelo dia em que Jair Bolsonaro terá coragem de revelar  um dos mais terríveis segredos da ditadura, que matou Fernando  Santa Cruz e ocultou seu corpo por quase meio século, enchendo de tristeza vida da mãe, dona Elzita, avó de Felipe, que viveu 105 anos e nunca perdeu a esperança de receber ao menos uma informação verdadeira sobre o filho executado. 
Dizem até que o corpo de Fernando foi incinerado, mas nem todos na família acreditam nisso. Acham que pode ser mais um despiste, só para aumentar um sofrimento que nunca terá fim mas ao menos poderá ser um pouco aliviado no dia em que surgir alguém com dignidade para revelar fatos comprovadamente verdadeiros.   
 Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, a mais legítima das entidades da luta democrática,  que recentemente andou omissa demais,  Felipe Santa Cruz já mostrou que tem senso das coisas, a começar do momento que o país atravessa. 
Convocado a enfrentar uma bem treinada matilha de repórteres, disposta a exibir uma hostilidade agressiva sem perder as boas maneiras, não pronunciou uma frase fora de contexto, nenhuma palavra fora do tom. Mostrou lucidez e firmeza nas respostas, nas réplicas e tréplicas, exibindo a razão de quem não teme a verdade e há muito tempo entendeu a importância de luta por ela, apenas ela. 
Alguma dúvida?