quarta-feira, 12 de maio de 2021

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terça-feira, 11 de maio de 2021

Marighella: um filme necessário

 


CINEMA NACIONAL

Artigo | Marighella: um filme necessário

O filme se faz necessário, sobretudo em nossos tempos. Mas mais necessária ainda é sua exibição

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
 
Marighella - o revolucionário em si, mas também o filme - incendeia corações e mentes, é mística, é memória viva - Reprodução

Era uma tarde de sábado frio e cinza em São Paulo. Em diversos grupos de whatsapp, um mesmo link foi compartilhado. Quase um ano e meio após a data inicial prevista para lançamento nos cinemas, Marighella - O Filme chegou de forma inusitada, chegou surpreendendo, assim como a mensagem que ecoou na Rádio Nacional em 1969. 

A data prevista para o lançamento do longa era o dia 20 de novembro de 2019, Dia da Consciência Negra e mês em que se completaram 50 anos do assassinato do “Preto”, como era chamado Marighella pelos companheiros. 

Porém, com justificativas de problemas entre a Ancine (Agência Nacional do Cinema) e a produtora O2 Filmes, ele nunca foi lançado no Brasil. Em contrapartida, foi lançado na gringa e premiado em festivais internacionais de cinema. Não à toa, o filme brasileiro que chegou via rede social neste sábado tinha legendas em inglês. 

 

Para o diretor Wagner Moura, o fato que realmente justifica a não estreia de Marighella no país foi censura. 

Para o diretor Wagner Moura, o fato que realmente justifica a não estreia de Marighella no país foi censura. E sim, essa narrativa faz sentido, sobretudo se olharmos para o filme, em contraposição ao projeto político ultraneoliberal e as ideias militares do Planalto. 

Leia mais: Marighella tem estreia marcada para 14 de maio nos cinemas brasileiros

Protagonizado por Seu Jorge, o filme - que foi baseado na biografia homônima escrita por Mário Magalhães - conta os últimos anos da vida em luta de Carlos Marighella, já na clandestinidade imposta pelo golpe civil-militar de 1964. O longa conta também com a participação especial de Maria Marighella, neta do revolucionário, que ao final do longa diz que “este homem amou o Brasil”. 

Wagner recriou muito bem as cenas de ação. Quem assiste se sente imerso, sente a respiração, o suor, o movimento, a intensidade daqueles momentos vividos. E quando, ao som de Chico Science, ainda na primeira cena, o Grupo Tático Armado da Ação Libertadora Nacional assalta um trem para obter armas, tudo parece fazer ainda mais sentido. É o Brasil de forma visceral. É, sem dúvidas, “banditismo por uma questão de classe”. 

Em 2019 tive a oportunidade de conhecer de perto, conversar e reviver memórias juntamente com ex-guerrilheiras e ex-guerrilheiros da Ação Libertadora Nacional (ALN). E ao assistir o filme, senti como se este processo estivesse ganhando um corpo em imagens muito condizentes com as narrativas. 

A forma como Wagner Moura constrói os personagens secundários, permite que se identifique quem são, ao mesmo tempo em que, em alguns casos, não deixa isso explícito. As histórias também se misturam, dando uma ideia de que um único personagem representa, ao mesmo tempo, diversos personagens históricos da resistência à ditadura. Ao passo que, também, um personagem histórico pode estar sendo representado por mais de um ator, como é o caso de Zilda Xavier. 

As cenas de violência vão crescendo progressivamente durante o longa, tendo seu ápice na reprodução do assassinato de Virgílio Gomes da Silva, pelas forças da repressão. Virgílio, no filme, é representado pelo personagem Danilo, que, antes de morrer grita aos algozes “vocês estão matando um brasileiro!”. 

 

O filme é um abraço companheiro em tempos de isolamento

 

Marighella - o revolucionário em si, mas também o filme - incendeia corações e mentes, é mística, é memória viva. O filme é um abraço companheiro em tempos de isolamento, sobretudo para aquelas e aqueles que resistem ao genocídio cotidiano, conscientes do nosso papel social coletivo. 

O filme se faz necessário, sobretudo em nossos tempos. Mas mais necessária ainda é sua exibição. Para que o povo possa conhecer quem foi Carlos Marighella, suas ideias, e sobretudo suas ações. E para que jamais nos esqueçamos que é da força genuína de nossa classe trabalhadora que levanta a resistência contra toda tirania imposta.  

Viva Marighella, viva o povo brasileiro, viva a democracia, viva o cinema nacional.

 

*Mariana Fontoura Lemos é estudante de Educomunicação na ECA-USP e militante do Levante Popular da Juventude.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Rebeca Cavalcante

CPI DA COVID Senadores do Nordeste questionam Barra Torres sobre veto da Anvisa à Sputnik V

 


CPI DA COVID

Senadores do Nordeste questionam Barra Torres sobre veto da Anvisa à Sputnik V

“Não quero crer que a discriminação odiosa contra estados do Nordeste (por Bolsonaro) continue”, disse Otto Alencar. “A proteção à vida é o grande objeto da Anvisa”, afirmou Rogério Carvalho

Agência Senado
Senadores Otto Alencar (esq) e Rogério Carvalho quiseram saber sobre motivos que levaram agência a aprovar AstraZeneca e não Sputnik V

São Paulo – No depoimento do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres na CPI da Covid, nesta terça-feira (11), os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE), ambos médicos, foram incisivos nos questionamentos sobre os porquês de a importação da vacina russa Sputnik V não ter sido aprovada pelo órgão. O parlamentar baiano lembrou que a própria Anvisa divulgou hoje uma recomendação pedindo a paralisação da vacinação contra a covid-19 de mulheres gestantes com AstraZeneca/Fiocruz, após a morte de uma gestante no Rio de Janeiro. “Então tem risco”, disse o senador.

Sendo assim, ele quis saber por que a vacina russa foi vetada e a britânica, não. “O senhor sabe que uma trombo-embolia mata”, continuou o parlamentar, em referência à reação adversa associada à AstraZeneca. “Ah, sim”, concordou Barra Torres. “Mas a vacina foi aprovada pela Anvisa. A agência insiste em afirmar a presença de adenovírus replicantes em índices não seguros apenas na Sputnik V, mas não na outra com a mesma tecnologia”, questionou. Ele perguntou, então, por que não houve “tratamento similar” pela Anvisa aos dois imunizantes, se as informações sobre ambos foram fornecidas pelos respectivos fabricantes.  

Segundo o presidente da Anvisa, “as informações têm de estar atreladas à metodologia do raciocínio” para se chegar a conclusões. “Isso estava presente na aprovação da AstraZeneca, mas não estava na da Sputnik V, pelo menos até aqui”, explicou. De acordo com Barra Torres, novos documentos foram juntados ao processo e estão em análise. Como disse em coletiva realizada para refutar as alegações da fabricante russa, que disse que a Anvisa “mente”, “não tem nenhuma porta fechada” ao imunizante, que “tem condições” de ser aprovado.

Consórcio do Nordeste

Rogério Carvalho mencionou o virologista Amilcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em nota na semana passada, o Consórcio Nordeste citou um parecer do especialista, segundo o qual a Sputnik V tem um perfil de segurança e eficácia comprovadas por testes clínicos e em avaliação de campo, após vacinação em vários países.

De acordo com o virologista, à época do licenciamento da vacina na Rússia foi aprovado um limite de 100 RCA (adenovírus replicantes) por dose vacinal, que seria 30 vezes maior do que permitido pela Food and Drug Administration (agência reguladora dos Estados Unidos). Mas, durante a fase de desenvolvimento da vacina e na sua industrialização, os testes de RCA deram não-detectáveis nas doses vacinais amostradas, segundo Tanuri. Além dessas informações, Carvalho citou dados sobre eficácia de 91,6% do imunizante.

Segundo Barra Torres, houve “lacunas de informação” na documentação do Instituto Gemaleya, fabricante da Sputnik V, e faltaram “informações sobre agentes adventícios: qualquer fragmento de cultura que não deveria estar ali”, segundo ele. “O desenvolvedor tem que mostrar qual elemento de controle usou. Isso não veio”. Houve ainda ausência de validação de processo, que é “repetir o processo ad nauseam e chegar ao mesmo resultado”. De acordo com o gestor, “é preciso que todo o processo seja demonstrado”, para a análise dos técnicos. Ele acrescentou que também faltaram dados sobre eventuais interferências da vacina no sistema reprodutivo humano.

Discriminação de Bolsonaro

Otto Alencar falou ainda sobre o longo tempo (cinco meses) que a Anvisa demorou para analisar a vacina russa e lembrou a discriminação que os estados de Nordeste vêm sofrendo por parte do governo de Jair Bolsonaro. Ele sugeriu que os problemas com a Sputnik V poderiam estar associados a isso. “Não quero crer que a discriminação odiosa contra estados do Nordeste (por Bolsonaro) continue no governo, sobretudo que tenha contaminado a Anvisa”, disse. Carvalho acrescentou que a urgência das dezenas de milhões de doses da vacina russa, que o Nordeste quer trazer, supera em muito os alegados riscos da vacina. “A proteção a vida é o grande objeto da Anvisa”, afirmou o petista.

Em março, os governadores Flávio Dino (Maranhão) e Rui Costa (Bahia) protocolaram uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro, entre outros motivos devido a uma publicação do presidente no Twitter, na qual ele distorce informações sobre verbas repassadas aos estados em 2020 e soma valores gerais com os específicos para combate à pandemia.


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PASSANDO A BOIADA

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“O projeto que eles querem aprovar é um não-licenciamento. Com eleição de Arthur Lira, é o pior momento das últimas décadas para o tema”, diz deputado da oposição

Divulgação/Ibama
Se aprovado, texto permitirá que os próprios interessados na devastação definam o "licenciamento"

São Paulo – A Câmara dos Deputados pode votar a qualquer momento o Projeto de Lei (PL) 3729/2004, chamado “novo marco legal para o licenciamento ambiental”, que nunca foi debatido publicamente. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), é o principal aliado do governo de Jair Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para aprovar a proposta. O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), membro titular da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, diz que a pressão dos lobbies é para votar o texto ainda nesta terça-feira (11), mas é mais provável, no momento, que seja amanhã.

A briga da oposição é para o PL sair de pauta, mas isso é muito difícil. Não há pressão apenas da Frente Parlamentar da Agropecuária e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), mas também da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que tem interesse em flexibilizar a legislação. “Eles têm voto para passar o projeto do jeito que querem”, diz Tatto. O relator do projeto, Neri Geller (PP-MT), é um componente “orgânico” da bancada ruralista.

Projeto de “não-licenciamento

Na prática, o PL 3729/2004 permite aos próprios donos de terras o título de licenciamento, sem que algum órgão ambiental do Estado analise a atividade a ser realizada. “A lei precisa ser atualizada. Mas tinha que atualizar na perspectiva de garantir direitos de populações e também o meio ambiente”, afirma o petista. “O projeto que eles querem aprovar é um não-licenciamento. Dependendo da obra, o empresário faz uma declaração, um autolicenciamento. Depois, fica a cargo do poder público ir fiscalizar ou não. Se acontecer alguma desgraça, já aconteceu.”

Segundo Tatto, esse é o pior relatório desde que existe esse debate. “Mas estamos na conjuntura de votação remota, com a rearticulação da base, e, com a eleição do (Arthur) Lira (PP-AL), é o pior momento talvez das últimas décadas que a gente tem.”

Entidades como Coordenação de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), e outras 24 redes e organizações, divulgaram uma nota em que condenam o projeto ruralista e bolsonarista. “Sem a participação dos povos e comunidades impactados, o projeto constituirá em frontal violação aos direitos constitucionais dos povos indígenas, especialmente de seus direitos territoriais”, diz o documento. O objetivo “é impor severos impactos às terras indígenas, assim como aos territórios quilombolas, unidades de conservação e áreas de proteção, bem como ao patrimônio histórico e cultural.”

Os destaques da noite no 247

 

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