Não
dá para esperar sentado.
“Louvo quem
espera sabendo / Que pra melhor esperar / Procede bem quem não para / De sempre
mais trabalhar / Que só espera sentado / Quem se acha conformado”.
Gilberto Gil gravou Louvação em seu primeiro LP, em
1967, um ano antes das grandes mobilizações no Brasil e das famosas passeatas
que ocupavam o centro do Rio de Janeiro e reuniam várias categorias de trabalhadores
e profissionais.
O regime militar implantado por um golpe respondeu
endurecendo ainda mais o sistema, mas, no final da década seguinte, retomamos
as ruas, realizamos greves e começamos a mudar o panorama. Nesse período,
ninguém “esperou sentado” e muito foi feito para que as grandes greves
operárias acontecessem.
É, não dá para esperar sentado.
E o
Rio fica sem educação e sem saúde! O
Governo do Estado do Rio de Janeiro ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF)
com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra trechos da Lei
12.858/2013, conhecida como Lei dos Royalties do Petróleo.
A ação, protocolada na terça-feira, é assinada pelo
governador, Wilson Witzel, e pelo procurador-geral do estado, Marcelo Lopes da
Silva, e pede que os recursos advindos dos royalties da exploração do petróleo
não tenham que ser usados exclusivamente para as áreas de saúde e educação,
como foi estabelecido no governo de Dilma Rousseff. A Lei determina que as
receitas de royalties e participações especiais relativas a contratos
celebrados a partir de 3 de dezembro de 2012 sejam destinadas a educação (75%)
e saúde (25%).
Na ação, Witzel alega que o objetivo não é reduzir as
verbas destinadas a educação e saúde, mas ter liberdade para aplicar os
recursos dos royalties em outras áreas, como segurança. Ou seja, vai comprar
mais armas para a polícia continuar matando a população pobre. Gastar com saúde
e educação? Melhor matar todo mundo que reclama.
Vem
aí o “imposto sobre o desemprego”!
Será que existe algo semelhante em algum outro país, em algum outro planeta ou
em alguma outra galáxia? O desempregado ser obrigado a pagar imposto porque perdeu
o emprego?
Pois é. Se o Congresso Nacional aprovar a íntegra da
Medida Provisória (MP) nº 905/2019, do Programa Verde Amarelo, a partir de
março de 2020 o governo do insano poderá cobrar dos milhares de desempregados o
novo imposto que criou sobre o seguro-desemprego. Trata-se de uma “pequena”
taxa de pelo menos 7,5% de contribuição previdenciária.
Em geral, as MPS entram em vigor assim que são
publicadas no Diário Oficial da União (DOU). E a Constituição também proíbe a
cobrança em menos de 90 dias, para evitar que tributos criados no final do ano
surpreendam o contribuinte em pouco tempo. Então, a cobrança de imposto sobre o
seguro-desemprego só entra em vigor em 1º de março do ano que vem.
Atualmente, o seguro-desemprego não é taxado e foi
garantido pela Constituição de 1988 a trabalhadores e trabalhadoras formais, ou
seja, com carteira assinada, tendo como objetivo garantir o sustento do trabalhador
enquanto ele tenta se recolocar no mercado de trabalho.
Em 2019, segundo o IBGE, do total de mais de 12 milhões
de desempregados no país, 3,2 milhões (25,2% do total) procuravam trabalho há
dois anos ou mais e 1,7 milhão (13,6%) entre 1 ano e 2 anos.
Pode
desmatar o quanto quiser! O ex-capitão
reformado não está ligando a mínima para a Amazônia e o negócio dele é cumprir
a promessa de campanha e ampliar a área para os grandes pecuaristas. Vamos
substituir a floresta por bois e a carne vai ser exportada. O povo come ovo.
O índice de desmatamento na Amazônia Legal cresceu 212%
no mês de outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado, indicando
a manutenção da tendência de alta nas taxas de devastação da floresta.
O número está em um relatório divulgado na terça-feira
(03) pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), ONG
sediada em Belém (PA) e que fornece indicadores mensais de desmatamento.
Segundo o Imazon, o Sistema de Alerta de Desmatamento
(SAD), ferramenta de monitoramento baseada em imagens de satélites e criada em
2008, detectou 583 quilômetros quadrados de destruição na Amazônia Legal em
outubro passado.
As taxas de desmatamento medidas pelo Imazon registram
altas seguidas desde julho, mas o crescimento de outubro é o maior do ano até
aqui em termos proporcionais. No acumulado dos 10 primeiros meses de 2019, o
índice de destruição é de 5,6 mil quilômetros quadrados, crescimento de 24% em
relação ao mesmo período de 2018.
Deficientes
físicos que se danem. Em mais um
ataque aos direitos trabalhistas e humanos, a dupla “insano e muito doido” mira
agora a lei que garante vagas para contratação de pessoa com deficiência.
O Projeto de Lei 6.159/19, enviado à Câmara com regime
de urgência constitucional (tranca a pauta após 45 dias), propõe uma série de
alterações que afetam drasticamente a política de inclusão no trabalho das pessoas
com deficiência.
Atualmente, a empresa com 100 ou mais funcionários é
obrigada a preencher de 2% a 5% das vagas com trabalhadores reabilitados ou
portadores de deficiência.
A proposta do ex-militar e seu ministro da economia
traz dispositivo alternativo ao cumprimento da Lei de Cotas. Ao invés de
contratar, a empresa poderá contribuir para um fundo de reabilitação. Outro
ponto crítico: a contratação de pessoa com deficiência grave será considerada
em dobro para o preenchimento das vagas.
“Deixa
que eu tenho um canal direto”! De
todas as insanidades do ex-capitão, essa bateu todos os recordes e provocou a
maior risada já vista.
Na segunda-feira (02), Donald Trump anunciou em sua
conta no Twitter que vai restaurar as tarifas do aço e alumínio brasileiros e
argentinos. A medida é uma reação do Império a desvalorização das moedas locais
desses dois países.
“O Federal Reserve também deve agir para que os países
não tirem mais proveito do nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas
moedas. Isso torna muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportar
seus produtos de maneira justa”, disse Trump na rede social.
No final de agosto, o governo dos EUA flexibilizou as
importações destes produtos quando decidiu que companhias estadunidenses que
negociarem aço do Brasil não precisariam pagar 25% a mais sobre o preço
original desde que provem que há ausência de matéria-prima no mercado interno.
O Brasil está entre os principais fornecedores de aço e ferro para os EUA.
Ao receber a notícia o insano que governa o Brasil
disse aos seus auxiliares: “deixe comigo que eu tenho um canal direto com o
Trump”. É ridículo!
Ah!
Mas para os militares tudo bem. A
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou na
terça-feira (3) o projeto de lei que reestrutura as carreiras e reforma o
sistema previdenciário dos militares. O PL 1.645/2019 segue agora para o
Plenário. Se aprovado sem alterações, segue para sanção presidencial.
A proposta que altera as regras da Previdência das
Forças Armadas, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros nos estados tem
várias vantagens em relação aos trabalhadores e trabalhadoras da iniciativa
privada e servidores públicos, entre elas, não têm obrigatoriedade de cumprir
de idade mínima de 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) para requerer a
aposentadoria.
Quando se aposentarem, os militares receberão o mesmo
valor do último salário (integralidade) e os reajustes serão iguais aos dados
aos ativos.
A contribuição dos militares será de 10,5%.
Trabalhadores e trabalhadoras da iniciativa privada contribuem mensalmente com
percentuais que vão de 7,5% a 11,68% ao INSS. Mas os militares terão direito a
adicionais pela dedicação exclusiva à carreira, que podem variar de 5% no
início da carreira, a 32%, no final. Para os oficiais-generais, o percentual
vai de 35% a 45%. Além disso, os militares terão um reajuste no adicional de
habitação anuais, até 2023, que serão incorporados aos soldos, e nas ajudas de
custo, gratificações de representação e auxílios-transporte.
É pobre, pode
matar! Não é apenas o governador do
Rio de Janeiro que deixa de investir em saúde e educação para armar melhor a
sua polícia. O governador de São Paulo, João Doria, também não se importa com a
violência policial e ainda elogia os soldados que matam adolescentes nas
periferias.
Pouco depois do anúncio da morte de nove jovens que
foram cercados na saída de um baile, ele elogiou a política de segurança do
Estado. “Hoje, São Paulo tem uma polícia preparada, equipada e bem informada”,
afirmou durante a solenidade de filiação do ex-ministro da Secretaria Geral da
Presidência, Gustavo Bebianno ao PSDB do Rio de Janeiro.
O governador também afirmou que aumentou o orçamento da
segurança para o ano que vem e que os melhores indicadores de segurança do País
estão em São Paulo. “Não há hipótese de uma comunidade, uma população, uma
cidade, um estado ou uma grande região ter paz sem ter segurança. Em São Paulo,
isso se faz com seriedade, com planejamento, com estruturação, com inteligência
para permitir a ação preventiva do crime, com respeito aos policiais”,
declarou.
Mas a população denuncia truculência policial com
frequentadores do baile ao longo da dispersão. Vídeos publicados nas redes
sociais mostram o momento que agentes do Estado batem, com cassetetes, em
pessoas nas ruas. Jornalistas chegaram a publicar muito dos relatos de agressão
no Twitter. Em um deles, é possível ver um grupo de pessoas sendo encurralado
pela PM em uma passagem estreita. Os policiais usam os cassetetes para bater
nos que estão à frente do grupo.
Mais imagens mostram um agente chutando uma pessoa
rendida na parede. A rua parece esvaziada, e outros PMs passam com um homem
aparentemente detido pelo local. Um outro vídeo também flagra o momento em que
um policial agride uma pessoa que corria na rua.
Os nove mortos durante uma ação da Polícia Militar no
baile funk da comunidade de Paraisópolis, zona sul da cidade de São Paulo, eram
jovens. Muito jovens. Quatro garotos menores de idade. A idade das vítimas não
ultrapassa os 23 anos. Eram oito homens e uma menina.
Volta
da ditadura? Para a maioria dos
brasileiros, com o governo do ex-capitão o país corre mais riscos de instaurar
novamente uma ditadura militar, como a que governou o Brasil entre os anos de
1964 a 1985, período conhecido como ‘anos de chumbo’ por causa da forte
repressão e violência contra a esquerda e quem ousasse pensar diferente ou
questionar o governo militar. Nesse período, centenas de militantes foram
presos, torturados e assassinados pela polícia política. Muitas famílias nunca
conseguiram enterrar seus entes queridos porque muitos corpos desapareceram.
A informação é da pesquisa da Veja/FSB publicada na
sexta-feira 06), que contatou que para 40% dos brasileiros o país corre riscos
de voltar a ser uma ditadura. Outros 28% acreditam que essa possibilidade é
pequena e apenas 26% dos entrevistados estão razoavelmente tranquilos quanto a
essa possibilidade.
O levantamento mostra ainda que para 77%, a democracia
é sempre, ou na maioria das vezes, o melhor sistema de governo. Enquanto para
10% a ditadura é uma alternativa ideal.
Manda
quem pode! As entrevistas feitas pelo
Portal Eu, Rio com pacientes da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro —
nas quais eles denunciam irregularidades e erros médicos — não são
jornalísticas, pois “não há qualquer conteúdo investigativo na reportagem que
corrobore os abusos relatados pelas entrevistadas”.
Esse foi o argumento usado pelo desembargador Edson
Vasconcelos, do Tribunal de Justiça fluminense, ao determinar na sexta-feira
(29/11) que o portal retirasse as reportagens do ar, sob pena de multa diária
de R$ 1 mil.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) apresentou,
nesta quarta (4/12), pedido para ingressar como amicus curiae no agravo de
instrumento.
Para a ABI, a decisão é “autoritária” e
“inconstitucional”. A entidade cita a ADPF 130, quando o Supremo Tribunal
Federal declarou a inconstitucionalidade da Lei de Imprensa e,
consequentemente, da censura prévia. E voto do ministro do Supremo Tribunal
Federal Celso de Mello de abril (Reclamação 31.117). Na ocasião, ele reafirmou
a impossibilidade de a Justiça exercer o papel de censor através de medidas
cautelares, como ocorreu nesse processo.
OEA
foi parte do golpe na Bolívia.
Reportagem publicada no domingo (01/12) pelo site argentino El Cohete a la Luna
mostra que a OEA divulgou seu relatório preliminar sobre as eleições na Bolívia
de maneira antecipada e mesmo sem a apuração dos técnicos do órgão demonstrar
que tivesse havido fraude na eleição vencida por Evo Morales em outubro.
De acordo com o site, a comparação das atas de apuração
digitais com as atas de papel, em uma amostra aleatória tomada pelos
observadores, não mostrava diferenças significativas. Ou seja, a verificação
apontava que Morales havia efetivamente ganhado no primeiro turno com mais de
10% de diferença em relação ao segundo colocado, o ex-presidente Carlos Mesa.
O órgão difundiu, segundo o Cohete a la Luna, um
relatório preliminar, ocultando os dados da verificação que excluiria a
possibilidade de fraude e, além disso, não demonstrando um padrão de
comportamento nos dados, o que poderia mostrar problemas generalizados. Até
hoje, o relatório definitivo não foi divulgado, apesar do pedido de órgãos como
o Celag (Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica).
Por fim, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro,
antecipou em um dia, de acordo com o site, a divulgação do relatório,
encerrando os trabalhos mesmo com a verificação ainda em curso e sem que os
técnicos soubessem que o informe estava sendo publicado. Eles precisaram ser
retirados em caráter de emergência de La Paz, em meio ao início de episódios de
violência.
Bolívia
sitiada. Evidências de terrorismo
contra a população e violações de direitos humanos perpetrados por forças de
segurança e cidadãos relacionados ao golpe de estado são o que um grupo de
observadores da sociedade civil afirma ter testemunhado em sua viagem ao país
andino.
Além de ter sido recebida no aeroporto de Santa Cruz
sob rigorosa supervisão, rejeição e perseguição, a delegação argentina, em solidariedade
ao povo boliviano, apresentou um relatório preliminar após o retorno do país
vizinho.
Em uma coletiva de imprensa, alguns dos representantes
das diferentes organizações sociais, populares e sindicais que organizaram a
visita disseram que testemunharam centenas de pessoas em um local seguro na
cidade de El Alto, fizeram visitas a casas particulares de algumas vítimas e
hospitais na área.
“Estávamos na paróquia de San Francisco de Assis, um
lugar que era refúgio para os corpos dos mortos no massacre de Senkata, e digo
refúgio porque os corpos que não estavam guardados foram mutilados e desapareceram”,
disse Tito Ferrari, representante da organização da Frente Popular Darío Santillán,
que liderou o grupo.
Ferrari insistiu que o governo de fato da Bolívia é
sustentado graças ao poder de fogo das Forças Armadas e que “instalaram um
aparato terrorista que deixa muitas pessoas com medo de denunciar”.
Novas
eleições na Bolívia. As eleições na
Bolívia já foram marcadas para março de 2020 e todos os partidos legalmente
constituídos podem participar, mas as pessoas reeleitas continuamente em uma
posição de dois períodos consecutivos podem não concorrer à mesma posição.
O ministro da presidência do governo golpista da
Bolívia, Xerxes Justiniano Atalá, informou neste domingo que o primeiro turno
das eleições gerais ocorrerá no mês de março do próximo ano.
A presidente golpista, Jeanine Áñez, promulgou a Lei do
Regime Excepcional e Transitório para a realização de novas eleições gerais,
que deixam sem efeito os resultados das eleições em outubro passado.
Por seu lado, o Movimento ao Socialismo (MAS) denunciou
que, após o golpe de Estado perpetrado contra o presidente Evo Morales, agentes
policiais e militares se mobilizam nas ruas para reprimir manifestantes que exigem
a restauração do fio constitucional e o retorno de Morales ao poder.
Mujica
se encontra com Evo. O ex-presidente e
senador eleito do Uruguai, José Pepe Mujica, foi ao México na segunda-feira
(02) para encontrar Evo Morales, ex-presidente da Bolívia que foi forçado a
renunciar após um golpe de Estado no país.
“Recebi a visita do irmão Pepe Mujica, ex-presidente do
Uruguai e incansável lutador social pela dignidade de nossos povos. Agradeço
sua solidariedade com a nossa querida Bolívia nestes momentos”, publicou Morales
em suas redes sociais.
Antes do encontro, Mujica participou do ato de 1 ano de
governo do presidente Andrés Manuel López Obrador, do México. No comício, o
mexicano falou sobre seus feitos no país e, pela primeira vez, declarou publicamente
que a Bolívia sofreu um golpe. “Evo foi vítima de um golpe de Estado! Do México
para o mundo sustentamos: democracia sim, militarismo não!”, disse Obrador.
O uruguaio ainda participou de uma conferência na
Universidade Iberoamericana da Cidade do México, onde recebeu título de doutor
honoris causa, e vai realizou uma palestra durante o encontro latino-americano
“México ante os extremismos: o valor da cultura ante o ódio”, na terça-feira.
Apesar de ter se dedicado integralmente nos últimos
dias para as eleições presidenciais do Uruguai, que elegeram o direitista Luis
Lacalle Pou à presidência após 15 anos de governos da Frente Ampla, Mujica não
deixou de condenar o processo de derrocada de Morales e ascensão da
autoproclamada Jeanine Añez.
Chile:
o povo segue nas ruas. Muitos chilenos
hoje se perguntam até que ponto Sebastián Piñera poderá aturar os protestos
contra seu plano neoliberal de governo.
Na segunda-feira (02), as pesquisas Pulso Ciudadano, da
consultoria Criteria Research, e Public Square, da Cadem, diferem em pontos em
termos de níveis de desaprovação do presidente, mas concordam que são um
recorde em comparação com a história recente.
Para o Cadem, considerado por analistas complacente com
o governo, na última semana a aprovação para Piñera caiu para 10% e sua
desaprovação chegou a 82%. Isso indica que nos últimos sete dias o apoio do
presidente caiu dois pontos percentuais e o índice de desaprovação aumentou um.
Os resultados do Pulso Ciudadano, que cobre todo o mês
de novembro, são ainda piores, pois refletem apenas 4,6% de aprovação - quase
cinco pontos a menos que os resultados de outubro - enquanto a rejeição da
gestão presidencial aumentou 17 por cento, atingindo 78,1 dos entrevistados.
Os resultados e as duas pesquisas parecem coincidir com
a crescente demanda dos manifestantes exigindo a renúncia do presidente, embora
em entrevistas dadas à imprensa Piñera tenha insistentemente dito que ele não
deixará o cargo.
Acabaram
as bombas! Como resultado do uso
indiscriminado contra o movimento social, desde 18 de outubro, as forças
policiais chilenas hoje praticamente esgotaram as bombas de gás lacrimogêneo e
tiveram que comprar novas quantidades no Brasil.
Segundo o jornal La Tercera, as forças policiais foram
instruídas a usá-las “efetivamente para alcançar o objetivo desejado, que nada
mais é do que dissolver manifestações que não são pacíficas e gradualmente como
um protocolo sobre o uso da força”.
O jornal indica que o corpo de Carabineros fez uma
compra limitada de cartuchos de lançadores da empresa brasileira Condor, que
devem ser usados de acordo com a ordem para otimizar sua eficácia e não desperdiçá-los. O uso de bombas de lágrima também aumentou depois
que o alto comando de Carabineros suspendeu temporariamente o uso de
espingardas, devido aos graves danos causados pelos
projéteis a centenas de pessoas, muitas delas com lesões oculares irreversíveis.
Colômbia:
trabalhadores continuam nas ruas. A
greve geral nacional convocada por centrais sindicais e movimentos populares da
Colômbia na quarta-feira, contra o pacote de medidas trabalhistas e previdenciárias
do governo do presidente Iván Duque, levou milhares de pessoas a ocuparem as
ruas das principais cidades do país e contou com a adesão de diversas
categorias de trabalhadores, estudantes e membros do movimento indígena.
Em Bogotá, capital colombiana, diversas marchas
partiram de diferentes pontos da cidade culminando com uma grande concentração
na praça Bolívar, centro da cidade, onde está localizada a sede do governo
colombiano. Foram registradas apresentações artísticas, danças e panelaços na
região.
Na quinta-feira, o Comitê Nacional de Paralisações
(Comité Nacional del Paro, em espanhol), organização que conta com a
participação de sindicatos de trabalhadores e associações de estudantes, teve a
sua quinta reunião com representantes do governo para tentar chegar a um acordo
e encerrar a onda de manifestações. As duas primeiras conversas foram
infrutíferas. O presidente Iván Duque já afirmou que não dialogará “à base de
ultimato e exigências”.
O principal sindicato que promove protestos contra as
políticas econômicas e sociais do presidente da Colômbia, Iván Duque, rejeitou
a possibilidade de suspender a greve nacional de quarta-feira e insistiu em um
diálogo direto com o governo para buscar um acordo.
A CUT é o principal sindicato da Colômbia, com mais de
500.000 membros e 700 associações de trabalhadores.
França:
greve geral contra reforma da previdência. Uma
greve geral contra a reforma da Previdência proposta pelo presidente Emmanuel
Macron paralisou desde quinta-feira (05) diversos serviços no país, incluindo
trens, aviões, escolas e hospitais. A previsão é que estes sejam os maiores
protestos desde o início da crise dos “coletes amarelos”, há cerca de um ano.
Cerca de 90% dos trens de alta velocidade TGV deixam de
circular nesta quinta, assim como um em cada cinco trens inter-regionais TER.
Onze das 16 linhas do metrô de Paris amanheceram fechadas, enquanto outras três
funcionam com restrições.
A Direção Geral da Aviação Civil (DGAC) previu o
cancelamento de cerca de 20% dos voos com origem ou destino na França. A
paralisação de parte dos controladores de voo obrigou a companhia aérea Air
France a anular 30% de seus voos domésticos e 15% de seus voos europeus. Mas a
empresa afirmou que manterá todos os voos de longa distância. Grande parte das
escolas não abriu as portas.
Foram convocadas oficialmente em todo o país 245
manifestações, das quais a principal aconteceu em Paris, onde o esquema de
segurança mobilizou um efetivo de cerca de 6 mil policiais. As autoridades recomendaram
que lojas no percurso da passeata de protesto na capital fechem suas portas.
A paralisação nacional ganhou, ainda, a adesão de
policiais, coletores de lixo, advogados, aposentados e também dos “coletes
amarelos”, o poderoso movimento social surgido na França em novembro de 2018.
As mobilizações também receberam o apoio de 182 artistas e intelectuais, entre
eles o economista Thomas Piketty, autor do best-seller O Capital no século 21,
além de partidos de esquerda.
O que impulsionou a indignação popular foi a reforma
previdenciária planejada por Macron. Promessa de campanha do presidente, ela
visa simplificar e substituir os atuais 42 regimes especiais por um sistema
único, acabando com privilégios de determinadas categorias profissionais, como
a dos funcionários da estatal ferroviária SNCF e da rede de metrô parisiense.
Jornais
deixam de circular na França. Jornais
franceses como o Liberation e Le Parisien deixaram de circular em suas versões
impressas na quinta-feira (05) por conta da greve geral no país contra a
reforma da previdência proposta pelo presidente Emmanuel Macron. Os sites
continuam funcionando, e as versões digitais dos jornais estão publicadas
online, mas os trabalhares das gráficas e dos serviços de distribuição
paralisaram as atividades.
Além deles, a Radio France suspendeu a emissão de
noticiários por conta da mobilização. Um aviso publicado no site da emissora
diz que “em função do movimento de greve na França, nossos jornais não irão ao
ar nesta quinta-feira, 5 de dezembro”, mas não deixa claro se foi a equipe
técnica ou a de jornalistas, ou mesmo as duas categorias que paralisaram.
A emissora está transmitindo somente músicas, que são
somente interrompidas pelo aviso de que, devido à greve, não é possível
transmitir os noticiários.
O segundo dia de greve contra a reforma da Previdência
perturbou principalmente o setor de transportes na França, na sexta-feira (6).
Nove das 14 linhas do metrô de Paris continuaram completamente paralisadas,
três funcionam parcialmente e apenas as duas linhas automáticas circulam
normalmente. O serviço de ônibus é a alternativa para os parisienses que tentam
ir ao trabalho. Mas várias linhas são afetadas pelo movimento e os ônibus estão
lotados.
Sindicato
fala em 1,5 milhão nas ruas da França.
Sindicatos dos ferroviários, dos trabalhadores autônomos do transporte e do
transporte aéreo afirmaram que continuarão em greve até a próxima segunda-feira
A greve geral contra a reforma da previdência levou
cerca de 1,5 milhão de pessoas às ruas em mais de 70 cidades da França na
quinta-feira (05), segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT) francesa.
De acordo com a central sindical, manifestações foram
registradas nas principais cidades do país como Marselha, Toulouse, Bordéus,
Grenoble e Paris. Os sindicatos dos ferroviários, dos trabalhadores autônomos
do transporte e do transporte aéreo afirmaram que continuarão em greve até a
próxima segunda-feira (09/12). Além da paralisação, à qual aderiram categorias
como policiais, advogados, aposentados, estudantes, professores, garis e
trabalhadores do setor privado, ocorreram mais de 200 manifestações em todo o
país.
Os protestos realizados na quinta-feira contaram com
trabalhadores de vários setores, estudantes, professores e também aposentados.
À rádio RFI, a pensionista Chantal Vignot falou sobre sua insatisfação com o
governo de Emmanuel Macron e disse que o governo está retirando “antigas
conquistas”.
Trump:
“a batata está assando”. A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a
democrata Nancy Pelosi, instruiu na quinta-feira (05) os parlamentares do
Partido Democrata a começarem a elaboração dos artigos do processo de
impeachment contra o presidente Donald Trump.
Em pronunciamento, a democrata ainda afirmou que o
mandatário estadunidense abusou de seus poderes e que “os fatos são
incontestáveis”.
As declarações de Pelosi surgem um dia após o início da
nova fase do inquérito de impeachment de Trump no Comitê Judiciário da Câmara
dos Representantes. Durante a audiência desta quarta-feira, quatro juristas
argumentaram sobre o caso.