sábado, 26 de maio de 2018

Renúncia já e diretas já


Renúncia já e diretas já

Estamos diante de uma das situações mais difíceis que o país já viu. Evidentemente continuamos sendo desestabilizados. Como avaliar e agir?
Bem, minha opinião vai aqui.
1) Caminhoneiro é trabalhador explorado, o lugar da esquerda é do lado de qualquer trabalhador explorado. Temos que apoiar essa categoria que sofre no lombo com as estradas privatizadas e a Petrobrás servindo aos acionistas (eu sou acionista). Se tem imbecil achando que o combustível está alto por causa do "roubo dos políticos" a culpa é nossa que continuamos menosprezando as redes perdendo a narrativa.
2) A greve começou como locaute, então todos os patrões que promoveram isso no início devem ser presos provisoriamente, investigados e processados, pois locaute é crime e esse tipo de atentado a estabilidade econômica por categorias de empresários deve ser coibida.
3) O Exército não quer servir a Temer nem confrontar trabalhador. O risco de em breve assistirmos uma insubordinação é muito grande.
4) A extrema-direita que está organizada em células pequenas e virtuais joga no caos social já entrou no movimento e tenta dar a cara dele. Não acho que a esquerda deva fazer o mesmo porque é oportunismo e a categoria não é de idiotas, não pega bem. Mas devemos apoiá-los.
5) A situação de fato se encaminha para o colapso. E caos é a matéria prima da extrema-direita.
6) Ao vilanizar os caminhoneiros e pedir exército a Globo pode estar jogando no aprofundamento do golpe. Não é minha primeira hipótese, mas não se pode descartar que essa alta frenética de preços nos últimos meses e a inflexibilidade de Parente sejam propositais para criar o ambiente de golpe.
7) A agenda reformista-liberal liderada pelos maiores corruptos e salafrários do Brasil parece enterrada eleitoralmente pela greve e colapso da política de Parente, que não tem mais como ficar na Petrobrás. Se isso não foi parte de uma agenda para se livrar das eleições, isso coloca essa possibilidade na mesa diante do desespero da direita entreguista e globalista, os maiores motores do golpe.
8) Os petroleiros vão entrar em greve, mas não deveriam esperar condescendência da população. São uma categoria organizada, portanto, vão sofrer as mesmas difamações da mídia e classe média de sempre. Vão ter alguém de esquerda para vilanizar, mas mesmo com o risco acho que devemos disputar a narrativa do momento. 
9) É claro que a democracia está em risco. Desde junho de 2013. Só piora a cada ano, mês, dia. Se a greve não for furada em dois ou três dias ninguém sabe o que pode acontecer. Se o comandante militar não fosse o Villas-Boas já estaríamos com botas pisando o congresso e o palácio do planalto.
10) Se a NSA e a CIA manipularam os eventos de 2013 na rede, evidentemente tem muito mais poder para fazê-lo numa categoria limitada em tamanho. O objetivo dos EUA tem sido desde 2013, e em vários países do mundo, a dissolução nacional de países não alinhados. É claro que eles podem ter provocado isso ou se aproveitado para entrar nas redes dos caminhoneiros direcionando seu tráfego e narrativa, vídeos, monitoramento, etc. Quem ri dessa possibilidade não conhece o mundo em que vive e não é de hoje não, mas há vinte anos.
11) A renúncia de Temer é muito provável como desfecho desse debacle. E no momento, desejável. Ele não tem qualquer legitimidade capaz de dar estabilidade ao país.
12) A esquerda deveria se centrar logo na defesa do que restou de nossas liberdades democráticas no Brasil e denunciar isso para o mundo. 
13) Não podemos ficar contra a população no momento em que ela se levanta contra o governo mais ilegítimo, corrupto e entreguista de nossa história. Não pedimos isso há quatro meses das eleições, mas a realidade está aí. Não temos opção moral senão pedir, como o velho Brizola ensinou, não um "fora Temer" que pode vir contra a normalidade democrática, mas um RENÚNCIA JÁ junto de um DIRETAS JÁ, em outubro. Vamos pedir RENÚNCIA e DIRETAS para neutralizar o pedido de Intervenção Militar que circula pelos fascistas de sempre e entrou no movimento.
14) Não adianta ter medo. O que às vezes adianta é lutar. A vida quer é coragem, e a gente tem visto desde 2015 a tragédia que se abate sobre nós quando ela falta.

SETE GOVERNADORES ENCARAM TEMER E DIZEM NÃO A PEDRO PARENTE

AEPET alerta Instituto de Engenharia de SP sobre homenagem a Parente

AEPET alerta Instituto de Engenharia de SP sobre homenagem a Parente

AEPET alerta Instituto de Engenharia de SP sobre homenagem a Parente

27 NovembroLido 4978 vezes
No último dia 21 de novembro, o presidente da AEPET, Felipe Coutinho, enviou carta ao engenheiro Eduardo Ferreira Lafraia,
presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, alertando para as consequencias da gestão da atual diretoria da Petrobras.

A advertência foi motivada pela iniciativa daquele Instituto, que resolveu conceder título de Eminente Engenheiro ao presidente da Petrobras, Pedro Parente, que coordena uma diretoria empenhada em privatizar, de forma fatiada, a maior empresa brasileira, que já foi responsável direta por mais de 10% dos investimentos produtivos no País.

Entre os prejuízos causados à Petrobras na gestão de Parente, a AEPET destacou o impacto negativo no balanço da empresa devido à desvalorização de ativos, além da venda da malha de gasodutos do sudeste (NTS), entre outras ações lesivas.

Leia abaixo a íntegra da carta:
Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2017
Ao 
Engenheiro Eduardo Ferreira Lafraia 
Presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo
Av. Dr. Dante Pazzanese, 120 - Vila Mariana, 
São Paulo – SP

Assunto: Concessão do título de Eminente Engenheiro do Ano de 2017 a
Pedro Parente

Prezado Presidente,
Encaminhamos para seu conhecimento, consequências resultantes da gestão da atual Diretoria da Petrobrás, presidida pelo engenheiro Pedro Parente, indicado para o título de Eminente Engenheiro do Ano de 2017 pelo Instituto de Engenharia.
1. Transformou lucros em prejuízos com a desvalorização de seus ativos, preparando o caminho para as privatizações e desintegração da companhia;
2. No caso da venda da malha de gasodutos do sudeste (NTS), de acordo com o Relatório ao Mercado Financeiro do segundo trimestre de 2017, foram apurados ganhos de apenas R$ 6,279 bilhões com a venda da NTS, e o valor gasto com o aluguel do mesmo ativo foi de R$ 1,010 bilhões apenas no segundo trimestre de 2017. (Petrobras, 2017)
Com base nisso, perguntamos: que tipo de investidor acredita que a venda de um ativo para obter caixa suficiente para alugá-lo por apenas 18 meses é um bom negócio?
3. Interrompeu uma série histórica de 22 anos de reposição de reservas (aumento de reservas superior à produção);
4. Entregou o mercado de combustíveis aos concorrentes, aumentando as importações em 41% em um ano, onerando as contas do país e operando nossas refinarias a 77% da capacidade, contra 98% em 2013.
Os documentos anexados documentam exaustivamente os itens citados, assim como outros aspectos relevantes para sua consideração.
Atenciosamente,

Felipe Coutinho
Presidente da AEPET

Anexos:

O agente Moro cumpriu sua missão


O agente Moro cumpriu sua missão

25 MaioEscrito por  Pedro PinhoLido 388 vezes
pedro-pinho Cabe, então, deixar clara a missão.
Aula de semântica, compreensão e interpretação de texto. A professora escreve no quadro: o agente Moro cumpriu sua missão. Volta-se para turma e pergunta: esta frase está completa?

Murmúrios e silêncios. Houve-se uma voz: Não.

Correto, diz a professora. O que está faltando?

Saber qual a missão.

Muito bem. Alguma outra informação para que a sentença faça inteiro sentido?

Novos murmúrios e silêncio prolongado.

Sendo ele um agente, o é de alguém ou de alguma instituição. Logo, falta explicitar de quem Moro é agente.
Vamos então descrever o ambiente que ajudará à compreensão integral à frase.

O Brasil é um país de reconhecidas desigualdades econômicas e sociais. Estas desigualdades levam o país à desigualdade na representação política. A grande maioria, quase a totalidade, de sua população não tem representantes no Congresso e nas Assembleias estaduais.

Em 2015, ano anterior ao golpe que destituiu a Presidente Dilma Rousseff, o Brasil distribuía suas classes, de acordo com a renda, em cinco grupos: A, com menos de 1% da população; B, com cerca de 11%, C, com 54%, D, com 25% e E, com 10%. Note-se que neste ano havia 8% de desempregados e 25% dos habitantes recebia um salário mínimo. (Luis Migual Luzio dos Santos, Classes Sociais no Brasil: o país dos 12%, in Baixo Clero, 14/01/2016).

Dos 513 deputados federais eleitos em 2014, de acordo com o DIAP, 190 se declaravam “empresários”, 139 “ruralistas”, 82 “evangélicos”, 46 “sindicalistas” e 20 “policiais”; 411 (80%) tinham curso superior completo. 

Mesmo se todos os sindicalistas defendessem os interesses dos trabalhadores, das classes menos favorecidas, o que sabemos não ser verdade, ainda seriam 9,5% congressistas representando 89% da população.

Como no título do trabalho citado, o Brasil é dirigido por representantes de menos de 12% dos brasileiros. 

Trata-se portanto de uma oligarquia que dirige o País, em seu único proveito. Veremos que esta oligarquia também representa interesses estrangeiros, em oposição a interesses nacionais.

Tomemos agora a votação pelo impeachment da Presidenta Eleita, em 2016. Os partidos PSDB, DEM, PRB, PMB, PSC, PPS, SD, PSL e PV, por unanimidade, votaram a favor do impeachment, e, igualmente, com 70% ou mais de seus deputados, o PTB (70%), PR, PSB, PHS, PSD, PMDB e o PP (90%).

Vejamos a composição da Assembleia Legislativa do Paraná (ALP), local da principal atuação do agente Moro. Os dois maiores partidos PMDB e PP votaram majoritariamente pelo impeachment. Outros partidos que votaram pela saída da Presidente Dilma, com representação na ALP são PSDB, PPS, PSC, PSD, SD, PV, PTB, PHS, PR e PSB. Embora haja sempre posições pessoais não alinhadas a decisões majoritárias dos partidos, em princípio a ALP tem 77% de seus componentes favoráveis à subversão dos princípios constitucionais que regeram o Brasil até maio de 2016.

Saltemos para a descoberta de petróleo pela Petrobrás em 2006 e a questão do petróleo na geopolítica do século XXI.

Como é evidente, a cada descoberta de um campo de petróleo fica mais difícil, com as tecnologias disponíveis, descobrir outro campo. Esta relação, que não é divulgada pelas empresas de petróleo, estabelece o número de “poços secos” (os perfurados sem êxito para descoberta de petróleo) para um descobridor. O pré-sal é uma descoberta na fronteira exploratória, ou seja, no limite do conhecimento e da disponibilidade de recursos materiais para sua exploração e produção. A Petrobrás dispõe de tecnologia e capacidade para este empreendimento como demonstra a produção de mais de 50% do petróleo brasileiro em 11 anos a partir da descoberta.

Acresce que o pré-sal é a maior província petrolífera descoberta no último meio século. Houve a descoberta dos folhelhos de óleo e gás no Canadá e nos Estados Unidos da América (EUA), mas há inúmeras restrições, além do custo, para manutenção daquelas produções.

Os olhos do mundo petroleiro convergiram para o Brasil, num momento em que os tradicionais produtores do Oriente Médio e do norte da África sofrem com as guerras e o esgotamento de suas reservas. A maior reserva de petróleo, atualmente, se encontra na Venezuela; e bem sabemos a pressão dos EUA e do sistema financeiro internacional (banca) contra aquele país.

Vamos conhecer um pouco do agente Moro.

“Em julho de 2016, a filósofa Marilena Chauí afirmou que o juiz de primeira instância Sérgio Moro havia sido “treinado pelo FBI” para atender aos interesses estadunidenses na condução da operação Lava Jato” e “Para aqueles que acreditam em uma relação estratégica entre Moro e os Estados Unidos, a hipótese levantada por Marilena Chauí encontra respaldo em um documento vazado pelo WikiLeaks em 30 de outubro de 2009”, lemos na matéria de Daniel Giovanaz, em 5 de Junho de 2017, no Brasil de Fato (Agente da CIA? Treinado pelo FBI? Um raio-x da relação Moro-EUA).

Sem dúvida, o agente Moro, com outros magistrados, promotores e policiais, participou do Projeto Pontes. E o que pretendia este projeto? Na verdade dar o suporte dos EUA para que seus treinados violassem as legislações do Brasil e de outros países latino-americanos a pretexto do combate ao crime financeiro.

Do blog Pragmatismo Político (05/07/2016): “O WikiLeaks revelou um documento do governo dos EUA que mostra como a Lava Jato e os trabalhos do juiz federal Sergio Moro sofreram influência de agentes daquele País, que capacitam profissionais para o combate a “crimes financeiros e terrorismo”. O informe diz que os agentes norte-americanos influenciariam brasileiros a criar uma força-tarefa para trabalhar em um caso factual, que receberia assessoria externa em “tempo real”.

Segundo o comunicado, após o sucesso de um seminário sobre “crimes financeiros ilícitos” promovido pelo “Projeto Pontes” (bancado com recursos dos EUA), cursos de formação em São Paulo e Curitiba foram solicitados por juízes, promotores e policiais brasileiros interessados em aprofundar o conhecimento sobre como, por exemplo, arrancar, de maneira prática, revelações de acusados de lavagem de dinheiro e outras testemunhas”.

Hoje já sabemos que a Petrobrás, o principal alvo da Operação Lava Jato, é espionada desde o Governo do General Figueiredo. E tudo que poderia ser usado para a destruição da maior empresa brasileira e das grandes empresas nacionais de engenharia foi entregue ao agente Moro. Ele precisava apenas, com prisões, torturas e ameaças, obter “confissões” que pudessem constar de um processo judicial, o que não era possível para documentos da espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA.

Pertencendo a categoria dos 12%, com apoio político interno e de agências estadunidenses no exterior, não é de surpreender que o agente Moro enfrentasse o sistema judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF) e as leis do Brasil para atender a sua missão.

Cabe, então, deixar clara a missão.

O Brasil voltou a crescer depois da devastação provocada pelo período tucano com Fernando Henrique Cardoso. As Políticas Públicas de acesso a vida e a instrução (ainda que na pedagogia colonial) dos governos petistas trouxeram ao mundo do consumo milhões de brasileiros, movimentando a economia e incentivando investimentos. Em algumas áreas, como da engenharia de construção e montagem, de engenharia naval, da engenharia civil, as empresas de controle nacional ganhavam licitações em todo mundo, inclusive nos EUA.

E não se tratava de subornos, como as agências estrangeiras e seus papeis carbono brasileiros divulga sistematicamente. No mundo dos negócios internacionais prevalecem as comissões, a compra de políticos e administradores públicos com poder de decisão. Ilude-se quem pensa que é um vício brasileiro. É uma consequência do sistema capitalista, seja o industrial ou, muito mais ainda, o financeiro.

Com a descoberta do pré-sal, o país não só se tornou autossuficiente em petróleo como de um petróleo da qualidade do árabe leve, da Arábia Saudita. Isto fazia prever um período de consistente progresso, de investimentos em educação e saúde, em pesquisas científicas e tecnológicas, o que é inaceitável para as potências coloniais e, em especial, para os atuais “donos do mundo”, o sistema financeiro internacional, a banca.

Usando o surrado, mas ainda eficaz, pretexto da corrupção – o que está por ser demonstrado por fatos e valores, exceto para os 12% que sempre dirigiram o Brasil – parcela da classe média, com os corrompidos atores do judiciário e do legislativo, com a mídia sempre oposta aos interesses brasileiros e com o silêncio das forças armadas (FA), deram o golpe que colocou os parceiro do agente Moro no governo.

E assim, a Petrobrás está sendo estilhaçada, distribuída por empresas estrangeiras, o pré-sal entregue às petroleiras controladas pela banca, as empresas de engenharia, que tanto pavor causavam às concorrentes estrangeiras, fecham suas portas ou se submetem a papéis secundários nas concorrências, e o Brasil, em dois anos, retroage tanto econômica quanto socialmente ao fim do século XIX, início do século XX.

A união do agente Moro com os doleiros no Brasil foi, também, importante estratégia de incriminação e prisão dos que nada fizeram de errado, que não fosse, aos olhos colonizadores, lutar pela Pátria Livre, pelo Brasil Soberano, independente e socialmente justo. Diga-se, por oportuno, que “socialmente justo” para a mídia golpista sempre foi chamado de “comunismo”.

Agora a sentença – “o agente Moro cumpriu sua missão” – pode ser entendida na sintaxe e na semântica; no contexto social brasileiro, na situação econômica e financeira internacional e pelo recente golpe que trouxe o retrocesso à Nação.

A transcrição da aula só foi possível com as informações colhidas nas fontes citadas e nos artigos e informações dos blogs e portais: Pátria Latina, Brasil 247, Dinâmica Global, GGN Jornal de todos os brasis, e nos jornais impressos Monitor Mercantil (RJ e SP), Alternativa (Nova Friburgo, RJ), Brasil Popular (Brasília) e no Pravda ru, em português.

Pelo resumo.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

Mauro Lopes: mais um dia de caos criado por Pedro Parente

https://www.youtube.com/watch?v=AFd-fxOxowk

Editorial: Esclarecendo o "Petrobrás esclarece"

Editorial: Esclarecendo o "Petrobrás esclarece"

Editorial: Esclarecendo o "Petrobrás esclarece"

18 MaioLido 18116 vezes
Todo este “circo” foi montado baseado na mentira de que a Petrobrás passava (e passa) por problemas financeiros
Nesta quarta-feira (16/05), depois da AEPET ter publicado o Editorial: “Parente e o balanço, autoengano ou encenação”, a administração da empresa encaminhou mensagem, via correio eletrônico, aos petroleiros, segundo eles “com o objetivo de não deixar que informações imprecisas se transformem em fatos que prejudiquem a reputação e a imagem de nossa empresa”. 
Em primeiro lugar queremos deixar bem claro que o que pretendemos é discutir quais os melhores planos para a Petrobrás, como empresa estatal que é, para o atendimento das necessidades da população brasileira e o desenvolvimento da Nação. O resultado de uma empresa estatal não se mede apenas pelo lucro ou prejuízo registrado no seu balanço, mas sim pelo desenvolvimento que ela promove para o país e a forma como contribui para distribuir a renda petroleira em favor dos seus verdadeiros donos: os brasileiros.

Infelizmente hoje a discussão se limita a comparar resultados contábeis entre um período e outro, verificar o desempenho das ações na bolsa de valores, informar quais os ativos vão ser entregues para terceiros para antecipar a redução de uma dívida que já foi chamada de “impagável”, redução da força de trabalho e dos benefícios dos empregados e imposição de pesados e injustos encargos aos participantes do plano de aposentadoria, ao mesmo tempo em que são aprovadas regras para antecipar dividendos aos acionistas e pagar indenização bilionária aos especuladores estrangeiros. 

O que a AEPET sempre fez, em toda a sua história, foi defender a reputação e a imagem da Petrobrás. Quem criou a imagem de que a empresa estava quebrada? Quem inventou que a dívida era impagável? Quem gasta páginas do relatório anual para falar em Lava Jato, mas não dispende uma linha para falar das riquezas do pré-sal descoberto? Quem disse que endeusaram o pré-sal, em tom de menosprezo?

Todo este “circo” foi montado baseado na mentira de que a Petrobrás passava (e passa) por problemas financeiros. Por isso precisa vender ativos altamente rentáveis e entregar o pré-sal para as petroleiras estrangeiras. 

Já falamos muitas vezes sobre isto, mas não custa repetir. O que mostra se uma empresa tem ou não problemas financeiros são os seus registros contábeis. 

Muitos consideram que o principal indicador financeiro de uma empresa é a sua Geração Operacional de Caixa. É o caixa disponível depois de cobertos todos os custos e despesas. É o caixa apto para pagamento da dívida, fazer investimentos e pagar dividendos. 

No caso da Petrobrás os números são os seguintes:
Geração Operacional de Caixa US$ bilhões
2011
  2012
  2013
  2014
  2015
  2016
  2017
  33,03
   27,04
   26,30
   26,60
   25,90
  26,10
   27,11

Vejam que a Geração Operacional de Caixa da Petrobrás é inabalável. 

Onde está o efeito da corrupção que muitos disseram que quebrou a Petrobrás? 

Onde está o efeito dos subsídios concedidos (2010/2014) que muitos calculavam em bilhões e bilhões?

Onde está o efeito dos “impairments” (2014/2016) que causaram os prejuízos econômicos astronômicos?

Onde está a dependência do preço do petróleo no mercado internacional em relação à sua capacidade de gerar valor?

Onde está a empresa quebrada? 

Se compararmos a Geração Operacional de Caixa da Petrobrás com outras grandes petroleiras temos o seguinte:
Geração Operacional de Caixa US$ bilhões
 
2012
 2013
 2014
 2015
 2016
 2017
Petrobrás
  27,04
  26,30
  26,60
  25,90
26,10
27,11
Chevron
  38,80
  35,01
  31,50
  19,50
12,90
20,52
Exxon
  56,20
  44,90
  45,10
  30,30
22,10
30,12
Shell
  45,14
  40,44
  45,04
  29,81
20,62
35,65


Importante lembrar que estas petroleiras (principalmente Exxon e Shell ) tem receitas 3 vezes superior à da Petrobrás. 

A tabela mostra claramente o efeito da variação do preço do barril na geração operacional das petroleiras estrangeiras. Efeito que não se vê na Petrobrás. 

Mas a atual política de preços não tem o objetivo de seguir a cotação internacional do barril?

Então por que de 2016 para 2017 todas as grandes petroleiras tiveram expressivo aumento de geração operacional enquanto na Petrobrás o número permanece estável? 

Venda de ativos rentáveis? Perda de participação no mercado? Ociosidade das refinarias?

Outro importante indicador financeiro é a Liquidez Corrente. Ela indica a capacidade da empresa de cumprir com seus compromissos de curto prazo. É resultado da divisão do Ativo Corrente pelo Passivo Corrente. A tabela a seguir mostra os números:
Liquidez Corrente
 
2012
 2013
 2014
 2015
 2016
2017
Petrobrás
  1,7
  1,5
  1,6
  1,5
  1,8
  1,9
Chevron
  1,6
  1,5
  1,3
  1,3
  0,9
  1,0
Exxon
  1,0
  0,8
  0,8
  0,8
  0,9
  0,8

Vejam que a liquidez corrente da Petrobrás se mantem sempre superior a 1,5. Significa dizer que para cada R$ 1 que a empresa precisa pagar ela dispõe de R$ 1,5 ou mais. 

Notem que a situação da Petrobrás é muito mais confortável do que a das maiores petroleiras americanas. 
Bom lembrar que as petroleiras americanas tem classificação de risco AAA ( nível máximo ) enquanto a Petrobrás fica 12 níveis abaixo B+. 

A liquidez corrente mostra que a Petrobrás não tem nem nunca teve problemas financeiros.
Interessante de se verificar também o volume de recursos mantidos em caixa pela empresa. Vejam a tabela a seguir:
Saldo de caixa US$ bilhões
 
2012
2013
2014
2015
2016
2017
Petrobrás
13,52
15,87
16,66
25,06
21,20
22,52
Chevron
20,94
16,25
12,29
11,02
6,99
4,81
Exxon
 9,58
 4,65
 4,62
 3,71
3,65
 3,20
Reparem que as grandes petroleiras americanas vêm reduzindo sistematicamente o caixa desde 2012 enquanto a Petrobrás mantém caixa elevadíssimo a partir de 2015. 

A Exxon que tem uma receita 3 vezes maior que a da Petrobrás, mantem um caixa muito menor. 

A única explicação é que o caixa é mantido elevado para permitir a venda de ativos. Se fosse utilizado o caixa não haveria necessidade de venda de ativos. Pasmem...
Isto fica muito claro quando vemos os quadros de Usos e Fontes dos Planos de Negócio e Gestão-PNG feitos pela atual administração.
Usos e Fontes do PNG 2017/2021
imagem
Este plano mostra uma geração operacional de caixa de US$ 158 bilhões (já pagos os dividendos, não informado o montante), uma utilização de US$ 2 bilhões do caixa e a venda de US$ 19 bilhões de ativos. Como no final de 2016 havia mais de US$ 20 bilhões em caixa, os ativos estão sendo vendidos para manter o caixa elevado. Além disso a empresa vendeu US$ 13,6 bilhões de ativos em 2016 e só recebeu US$ 2 bilhões. Restavam US$ 11 bilhões a receber. Mais ainda a Petrobrás já tinha um crédito com a Eletrobrás de US$ 6 bilhões.

O grande absurdo vem à tona quando olhamos o Usos e Fontes do PNG 2018/2022.
Usos e Fontes do PNG 2018/2022
imagem2
Estranhamente a geração operacional cai para US$ 142 bilhões (já pagos os dividendos), uma queda de US$ 16 bilhões em relação ao plano anterior (US$ 158 bilhões). 

A geração operacional deveria ter aumentado e não caído. Qual é a causa? Nâo é dada nenhuma explicação. 

A venda de ativos rentáveis fez cair a geração? Ou está previsto pagamento de dividendos muito elevados? Não existe clareza. 
Consta a venda de US$ 21 bilhões de ativos, ao mesmo tempo em que o caixa é aumentado em US$ 8,1 bilhões. O que é isto? Estão vendendo ativos para aumentar o caixa? Mas o caixa já tem mais de US$ 20 bilhões. Das vendas de ativos feitas em 2016 ainda resta receber US$ 8 bilhões e o crédito com a Eletrobrás de US$ 6 bilhões continua. 

Simplesmente ridículo. 

Bem, voltemos ao “Petrobrás esclarece” que afirma : “Para não deixar dúvidas a única vez que registramos resultado em torno de R$ 7 bilhões foi em 2013, quando tivemos um lucro de R$ 7,7 bilhões e o barril do petróleo estava em torno de US$ 100. Agora conseguimos resultado semelhante com a cotação a US$ 67 o barril. Ou seja é o nosso esforço para recuperar a empresa usando todas as ferramentas do plano de negócios que explica o bom desempenho da companhia” 

Porque falam em torno de US$ 100 o barril? É só olhar o relatório do 1º trimestre de 2013, o preço médio do barril era de US$ 94. Mas em 2013 o governo subsidiava o consumo no mercado interno, mantendo os preços internos abaixo dos preços internacionais. Portanto este preço de US$ 94 não serve como parâmetro. Esqueceram? 

Por outro lado não apenas o preço do barril deve ser avaliado, o câmbio é outro fator tão importante quanto. 
No 1º trimestre de 2013 o dólar custava em média R$ 2,00 enquanto que no 1º trimestre de 2018 passou para R$ 3,24. Vão querer continuar enganando? 

E continuam mesmo “A Petrobrás tem um programa de parcerias e desinvestimentos desde 2012 muito antes da posse da atual administração. Não se pode, assim, atribuir a este programa qualquer motivação partidária ou ideológica “ Parece que aqui eles vestiram a carapuça. E continua “ Em dois anos entre 2012 e 2014 a empresa se desfez de US$ 10,8 bilhões de ativos no exterior, campos de produção e áreas exploratórias. Esta portanto é uma ferramenta de gestão usada em diversos momentos e por diversas e distintas administrações da empresa para ajudar a reduzir seu endividamento”. 

Entre 2012 e 2014 são três anos e não dois o que dá uma média de US$ 3,6 bilhões/ano. É normal na atividade da empresa comprar e vender ativos. Mas nunca se falou em venda de ativos como NTS, Liquigás e BR Distribuidora. Por outro lado a venda de ativos não era feita para reduzir dividas, pois naquele momento é que a empresa mais investiu e se endividou.

Quanto se privatizou entre 2012 e 2014 em comparação com US$ 35 bilhões planejados pela atual administração? Onde estavam e quais ativos foram privatizados nos dois períodos?

Agora tentam esconder a verdade “Neste trimestre a entrada em caixa com parcerias e desinvestimentos teve impacto de R$ 2.2 bilhões no lucro líquido, impacto reduzido quando comparado ao lucro de R$ 7 bilhões” 

No relatório aparecem ganhos de R$ 3,2 bilhões com a venda de Lapa, Iara e Carcará. Mas pode ser que exista algum ajuste para chegar no efeito no lucro líquido. De qualquer forma o lucro à ser comparado é de no máximo R$ 4,7 bilhões (6,9-2.2)
No 1º trimestre de 2015 o lucro líquido foi de R$ 5,3 bilhões. Então que estória é esta de melhor resultado dos últimos 5 anos?
Terminamos esta Nota de forma similar em que a atual direção da Petrobrás iniciou o seu “Petrobras esclarece”

Você está recebendo mais esta Nota da AEPET com o objetivo de não deixar que informações imprecisas se transformem em fatos que prejudiquem a reputação e a imagem da nossa empresa.
AEPET
P.S. Comentários são bem-vindos, infelizmente não é possível comentar o boletim eletrônico “Petrobras esclarece”