sexta-feira, 12 de maio de 2017

Temer: falso e falido

Opinião

Temer: falso e falido

por Maurício Dias — publicado 08/04/2017 00h01, última modificação 07/04/2017 11h42
Protegido pela mídia, o presidente-tampão sobrevive à tormenta. Mas também a sua base política começa a se desfazer

Anderson Riedel
Temer
Temer tem o desafio de desenvolver o Brasil para que em 2018 os tucanos tenham um candidato a altura de Lula
Pesquisas recentes, de âmbitos nacional e estadual, comprovam a falência do governo Michel Temer, tendo como referência o topo da pirâmide social. Explica-se. Ele, como nunca teve votos, agarrou-se aos manifestantes das passeatas dominicais, muitos deles instigados tanto pelo ódio quanto pelo preconceito. Contra Dilma, sempre.
A manobra ganhou um fim televisionado da administração petista. A ilusão criada pelo sucesso do golpe, no entanto, durou pouco.
Sondagens, como a recém-divulgada pelo Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria, mostram o afastamento gradativo desses ex-aliados de Temer espalhados pelos quatro cantos do Brasil.
Nas pesquisas, há duas comprovações visíveis quanto a isso. A apuração do Ibope, de junho de 2016 a março de 2017, desenha a trajetória ladeira abaixo a partir do período da posse oficial de Temer na Presidência até os dias de hoje (gráfico). Ele vem perdendo, paulatinamente, o pouco que tinha. 
Perdeu 11 pontos na “aprovação do governo”; perdeu 10 pontos na “maneira de governar”, e na aprovação de “ótimo e bom” perdeu 3 pontos. Caiu de 13% para 10%, aproximando-se muito dos 9 pontos de Dilma quando o golpe foi consumado.
O tratamento dado à presidenta naquele momento é desigual ao que é dado a um e outro pela mídia, a qual  proteje Temer até  hoje. Gráfico
Os eleitores desgarrados de Temer formam boa parte da classe média brasileira identificada, em geral, pelo poder aquisitivo e o grau de instrução. É cidadão do topo da pirâmide com grau de instrução “Médio” ou “Superior” e com boa “Renda Familiar” (tabela).
A pesquisa CNI/Ibope chega a ser desconcertante. A maioria foge de Temer como o diabo foge da cruz.
Esse grupo não determina a eleição. É pequeno diante de 120 milhões de cidadãos que formam o eleitorado total. Entretanto, por razões diversas, tem força para abalar os eleitos. O acesso aos meios de comunicação facilita.
Um levantamento do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, de Pernambuco, publicada quase simultaneamente com o Ibope, mostra uma situação arrasadora para Temer, o governo dele e a oposição. Os pernambucanos, com cursos médio e superior, desaprovam o governo Temer com 93% e 94% respectivamente.
Um dos compromissos fundamentais de Michel Temer com a cúpula dos tucanos é o de fazer o Brasil voltar aos trilhos do desenvolvimento para que, em 2018, um dos candidatos do PSDB tenha chances de vitória com Lula ou sem Lula, na disputa, ao se apresentar como o salvador do País.
Até agora, no entanto, quase tudo deu errado. Os tucanos já não têm mais candidatos. O que fazer? Prender Lula?

Quem compraria o carro usado de Temer?

Opinião

Quem compraria o carro usado de Temer?

por Mauricio Dias — publicado 06/05/2017 00h01, última modificação 05/05/2017 16h02
Quatro quintos do total de brasileiros não comprariam

Marcello Casal Jr
Temer
Meus amigos e minhas amigas....
Acuado por várias federações sindicais e por inúmeros movimentos sociais, o presidente-tampão Michel Temer gravou, pouco antes da greve geral, algumas palavras sobre o 1º de Maio. Naquele dia, ele ficou frente a frente com o bicho-papão. Ou seja, a condenação do seu governo Brasil afora. A voz de Temer, em busca de apoio às medidas repudiadas pelos trabalhadores e pela maioria da sociedade, foi sufocada pelo barulho das manifestações expressivas em número de participantes. 
A coincidência puniu Temer. Um dia antes foi anunciado o número de desempregados no País. A conta, mais de 14 milhões, formou a moldura das reações das ruas. Além do mais, dava-se o primeiro aniversário do golpe. Será que os golpistas, Temer à frente, se habilitam a entender que botaram o Brasil em ebulição?
Diante disso, podem ser ainda mais perturbadores os resultados sociais, caso sejam aprovadas no Congresso as transformações na legislação trabalhista e na Previdência. Temer pode ser um dos algozes dos benefícios sociais. O outro é Fernando Henrique Cardoso, que chegou a apregoar o fim da Era Vargas. 
Gráfico
Acobertado pela mídia, Michel Temer mesmo assim preferiu se refugiar em um YouTube multiplicado na sequência pelas redes sociais. Nele, o presunçoso presidente da República afirmou a seus “amigos e amigas” que o Dia do Trabalho, neste ano, marca “um momento histórico”. Pode ser. Não pelas razões vendidas por ele, e sim por imprevisíveis resultados do confronto comandado pelo Palácio do Planalto. 
Três das afirmações do discurso: “Vai dar maior segurança jurídica para o empregador e o empregado. Estamos fazendo isso para reformar o Brasil e gerar emprego”. Ainda ele: “Quero ser conhecido como o presidente que melhorou as condições econômicas, que fez as grandes reformas”. E por fim garantiu: “Além de mais empregos, o resultado será mais harmonia na relação de trabalho”.
 Quantos “amigos e amigas” de Temer comprariam “carros usados” vendidos por ele? A resposta, talvez já superada pelo tempo, está em números da pesquisa CNI/Ibope feita no fim de março. Apenas 17% dos brasileiros confiam nele. Uma esmagadora maioria, 79%, não confia. Surpreende, de certa forma, que a maior desconfiança venha das classes mais abastadas, considerando as respostas dos entrevistados do Ensino Superior e da Renda Familiar (tabela).
A desconfiança, nesses casos, ultrapassa a marca dos 80%. Temer e aliados como o PSDB, por exemplo, julgavam que a “dor” do golpe passaria rapidamente porque, enganosamente, ficaria restrito aos gabinetes e corredores do Congresso. Grande engano. Os números abrem um abismo entre a esperança de alguns, no Brasil de cima, e o desespero outros, no Brasil de baixo. 

Chamem o doutor Pinel

Editorial

Chamem o doutor Pinel

por Mino Carta — publicado 08/05/2017 00h01, última modificação 05/05/2017 16h18
Os golpistas nos impõem tempos de total insanidade. Decisiva a colaboração da mídia: com sua desvairada atuação, só conseguiu criar um monstro

Gustavo Miranda/Agência O Globo
Jair Bolsonaro
Frankenstein ficaria muito satisfeito
Francisco Matarazzo, figura dominante da Fiesp nos anos 20 e 30 do século passado, além de dono de um terço do Porto de Santos (a lembrança talvez desperte a inveja de Michel Temer), costumava empregar crianças de 12 e 13 anos. Com gesto piedoso, punha-as diante de máquinas de tamanho menor, adequado às suas estaturas. Quando Getúlio Vargas deu início a uma legislação social que desaguaria na Consolidação das Leis do Trabalho, tratava de acabar de vez com situações como esta.
Na semana passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao se referir à CLT, não deixou de recordar, em tom acusatório, que Vargas se inspirara na Carta del Lavoro, encomendada por Mussolini ao jurista Alfredo Rocco. Pois haveria de saber que leis fascistas representavam para o Brasil de então um enorme avanço. Com a reforma trabalhista pretendida pelo governo ilegítimo, representariam até hoje.
Tenho a certeza de que no caso a fala de Maia não contém apenas a desfaçatez do prepotente, dita-a também uma ciclópica ignorância, fácil de perceber nele e na maioria dos nossos parlamentares. O País vitimado pelo golpe de 2016 teria voltado  a  tempos anteriores ao Estado Novo, aos da República Velha, há quem diga. E se engana. De fato, foram é inaugurados tempos novos de total insanidade.
Aonde pretendem chegar os golpistas do alto dos escombros das instituições implodidas e seus propagandistas e seguidores? Não há nexo na destruição sistemática de princípios, valores, aspirações e ideais em meio ao caos.
Não há lógica na punição do trabalho e na entrega do País ao capital estrangeiro. Não há como justificar a permanência do desgoverno, sustentado por um Congresso que não é a casa do povo, pela omissão de um Supremo covarde, pela propaganda de uma mídia que jamais praticou o jornalismo.
A mídia brasileira vive um fenômeno sem similares na sua própria história. Sempre serviu ao poder, com raras exceções durante a ditadura surgida do golpe de 1964. Já houve tentativas pregressas e corajosas de ater-se à verdade factual, bem como profissionais de ótima lida com o vernáculo.
O esforço dos sabujos dos patrões midiáticos, repórteres, colunistas, editorialistas, para minimizar a greve de 28 de abril, quando não aviltar seus propósitos, seria patético não fosse doentio. As Organizações Globo, em todas as suas manifestações, ganhariam o aplauso dos órgãos da propaganda nazistas. A greve, que na tarde da sexta-feira passada parou São Paulo e inúmeras cidades brasileiras, foi tratada no vídeo global como um problema de trânsito.
Trata-se de convencer a chamada classe média de que Pirandello estava certo: assim é se lhe parece. Que significa classe média? Em países civilizados, representa a maioria da população, estudou, consome livros, conta com jornalismo para todos os gostos e tendências, e sabe que a política inspira sentimentos e movimentos humanos, greves inclusive.
Aqui, nestes tristes trópicos, ela é a minoria, titulares e aspirantes da acumulação, escravos do dinheiro, diria o papa Francisco, exibicionistas, ignorantes e vulgares, treinados pela mídia para a confrontação entre ricos, poucos, e pobres, muitos. Ao cabo, em data imprevisível, não serão aqueles que vão ganhar a refrega.
Por ora, a derrota da mídia nativa é evidente. Até quando pode perpetuar-se o ataque à verdade factual? O êxito da greve geral está nos olhos de todos. Assim como é inescapável o registro da impopularidade crescente do governo fictício de Michel Temer e o crescimento das cotações de Lula como candidato às próximas eleições.
Até mesmo o Datafolha produziu uma pesquisa para confirmar. O revés é, porém, mais amplo e profundo. No esforço insano, os propagandistas apostaram nos seus heróis tucanos e só conseguiram gerar um monstro.
Eis o sinal mais nítido do fracasso, consequência de uma crise antes de mais nada mental. Refletores apontados para Serra, Aécio, Fernando Henrique ainda e sempre, Alckmin como último recurso, ou, quem sabe, Doria. E quem ocupa a ribalta reacionária?
Não são aqueles que tanto se empenharam para servir à casa-grande, quem literalmente os extirpa da cena é Bolsonaro, com todos os seus rancores, recalques e preconceitos, com sua vocação fascistoide e seus rompantes vingativos. Consequência inevitável do desastre em que o golpe nos mergulha à sombra de uma situação digna do estudo do doutor Philippe Pinel. 

Capitalismo? Nem pensar

Opinião

Capitalismo? Nem pensar

por Luiz Gonzaga Belluzzo — publicado 08/05/2017 00h37, última modificação 05/05/2017 09h31
O Brasil é um país que se precipita na decadência sem experimentar a civilização
Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Rodrigo Maia comemora
Depois das políticas "inteligentes" que prometiam tirar o país das armadilhas do capitalismo, restam apostas como a reforma da previdência
Relembrar e reescrever velhos temas é obrigatório no Brasil, país que se precipita na decadência sem experimentar a civilização. O tema é velho, mas não tão velho quanto as traquitanas que os atuais donos do poder pretendem nos impingir.
O leitor de CartaCapital há de perdoar minha insistência nas velharias contemporâneas. Vou bater na tecla da industrialização e no seu contrário, a desmontagem do arranjo institucional que levou o Brasil a transitar do modelo primário-exportador para a etapa industrial. 
Ao longo do período de 1930 a 1980, o Estado constituiu formas superiores de organização capitalista, consubstanciadas: 1. Num sistema financeiro público. 2. Em grandes empresas estatais, replicando o “capitalismo organizado” das industrializações avançadas. O fato de o Estado coordenar e capitanear a industrialização conferiu ao capitalismo brasileiro retardatário a condição da economia mais desenvolvida entre os países da periferia.
éthos do desenvolvimento nasceu da aliança entre as camadas empresariais nascentes, o estamento burocrático-militar, lideranças intelectuais e o proletariado em formação. O projeto era aproximar o País das formas de produção e de convivência que não poderiam ser alcançadas através da simples operação das forças naturais do mercado.
Esse arranjo de classes sofreu as dores da convivência conflitiva com as oligarquias agrárias. A repactuação continuada desse compromisso deu sobrevida às mazelas do colonial-escravismo: a persistência da estrutura agrária; a reprodução e ampliação das desigualdades sociais, transportadas do campo para a cidade; o patrimonialismo e o rentismo que assola o sistema financeiro; a eterna revolta contra o pagamento de impostos por parte dos endinheirados.
O esforço de cinco décadas empenhado na construção da arquitetura econômico-política nacional sucumbiu à desorganização dos anos 1980. O colapso do endividamento externo impulsionou a crise monetária e fiscal que perdurou até o Plano Real. 
No entusiasmo das merecidas celebrações do Plano Real, uma ilustre figura do “Novo Renascimento” chegou a proclamar que os tempos do nacional-desenvolvimentismo foram “40 anos de burrice”. Quando prolatada, essa sentença de condenação do passado projetava o poder e o prestígio do real forte.
Era, então, de mau gosto, para não dizer quase proibido, lembrar que   o prolongado desfile de burrice, afinal, liberou o Brasil e os brasileiros da dependência da exportação de café e de outros produtos agrícolas menos votados – além do bicho-de-pé, da febre amarela e da hemoptise –, forjando a mais importante economia urbano-industrial do então chamado Terceiro Mundo. 
Não por acaso, a febre amarela está de volta. A década perdida dos 1980 revigorou a febre liberal-cosmopolita das camadas dominantes, fazendo caducar os compromissos firmados em torno do objetivo comum do desenvolvimento.    
Desde então, o liberalismo à brasileira retornou às suas origens: autoritário, oferece aos enriquecidos o roteiro para a disseminação das ilusões que vão eternizar as realidades do crescimento meia-boca. No mesmo realejo tocam a ladainha do “populismo”, para enquadrar os recalcitrantes que insistem na garantia dos direitos das classes subalternas. As reformas modernizantes fazem conluio com os ranços e rancores que ora predominam no âmbito político-jurídico.
Nos anos 1990, as políticas “inteligentes” sugeridas pelo consórcio dos ricos, bonitos e cosmopolitas prometiam tirar o País das armadilhas do capitalismo organizado. Depois de 20 anos de privatizações, câmbio valorizado, importações predatórias e submissão aos poderes da finança desregulada, restam as apostas na flexibilização do mercado de trabalho e na reforma da Previdência.
Em sua Santa Cruzada, o liberalismo à brasileira amaldiçoou a sinergia entre o público e o privado nos anos de crescimento acelerado. Exemplo: a privatização das empresas públicas removeu o arranjo que garantia o desenvolvimento da indústria de bens de capital. Isso foi decisivo para impulsionar o processo de desindustrialização.
Sob os auspícios da mídia-empresa, é quase impossível debater os riscos abrigados na desmontagem dos nexos que articulavam o crédito direcionado, as empresas públicas e o setor privado, nacional e estrangeiro. Os “liberais” acham que isso não tem a menor importância: bastam a estabilidade e a previsibilidade macroeconômicas para lançar o País numa trajetória do progresso e do bem-estar geral. É certo que, por esses caminhos, chegaremos, enfim, ao sonhado paraíso da economia de mercado. Capitalismo, que dizem ser formidável, nem pensar. 

Juíza que restringiu atos pró-Lula em Curitiba atacou petista nas redes

Política

Operação Lava Jato

Juíza que restringiu atos pró-Lula em Curitiba atacou petista nas redes

por Redação — publicado 08/05/2017 12h02, última modificação 08/05/2017 12h45
Fã de Moro, Diele Denardin Zydek compartilhou convocação de ato pelo impeachment, disse ter vergonha de senadora do PT e aplaudiu condução coercitiva
A juíza Diele Denardin Zydek, que na sexta-feira 5 restringiu as manifestações favoráveis ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas cercanias da sede da Justiça Federal em Curitiba, usou suas redes sociais para manifestar oposição a Lula, à ex-presidenta Dilma Rousseff, ao PT e à esquerda.
Zydek é magistrada da 5ª Vara da Fazenda Pública do Paraná. Sua decisão foi tomada atendendo pedido do prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), que havia pedido um “Interdito Proibitório” após o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) solicitar um espaço nas proximidades do prédio da Justiça Federal, onde Lula vai depor nesta quarta-feira 10, para montar um acampamento.
O MST promete levar 20 mil pessoas para Curitiba e a prefeitura da capital paranaense vê risco de confusão com apoiadores da Operação Lava Jato, que também prometem se reunir no local. Pela decisão de Zydek, entre as 23 horas desta segunda-feira 8 e às 23 horas de quarta-feira 10, estão proibidas, entre outras medidas, “a montagem de estruturas e acampamentos nas ruas e praças da cidade, sob pena de multa diária de 50 mil reais”. Segundo ela, a prefeitura e o MST devem negociar formas para garantir o protesto e o direito de ir e vir dos moradores do bairro onde fica a Justiça Federal.
Zydek tem um perfil aberto no Facebook, no qual compartilha conteúdos pessoais e políticos. Em 4 de março do ano passado, a magistrada celebrou a condução coercitiva de Lula, ordenada pelo juiz Sergio Moro, que interrogará Lula. "E hoje a casa caiu para o Lula...", escreveu ela, ao lado de ícones de aplausos. Minutos depois, a magistrada compartilhou nota de um site que elogiava Moro pela decisão e chamou o colega de "inspiração" e "ídolo".
Zydek
Em seguida, compartilhou cartaz de apoio à Lava Jato assinado pelo movimento Quero me Defender, que advoga pela redução da maioridade penal e pelo armamento da população civil.
Em 9 de março, Zydek divulgou em sua rede a convocação do Vem Pra Rua para os atos de 13 de março contra Dilma Rousseff, que pediam o impeachment da petista, concretizado semanas depois.
Em 16 de março, a magistrada lamentou o fato de Lula ter aceitado o posto de ministro-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff e chamou o caso de "manobra criminosa".
Zydek
A nomeação de Lula foi um dos últimos movimentos de Dilma para tentar se manter no poder. A estratégia naufragou, no entanto, graças ao vazamento de uma conversa entre ela e Lula, feita ilegalmente pela Polícia Federal e também divulgada ilegalmente por Moro. Ainda assim, o áudio subsidiou decisão de Gilmar Mendes para barrar a nomeação. Posteriormente, o ministro Teori Zavascki confirmou a ilegalidade do áudio.
No mesmo dia, Zydek comentou o áudio e festejou o que seria o medo de Lula diante da "República de Curitiba".
Zydek03

Em outras postagens que indicam seu posicionamento político, Zydek disse em 10 de maio de 2016 se "sentir envergonhada" diante da atuação da senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, e em 12 de maio compartilhou um meme com o que dizia ser "o eterno erro da esquerda".
O meme trazia uma frase a respeito de não se dever "fortalecer o fraco enfraquecendo o forte" e atribuía o dito a Abraham Lincoln, presidente dos EUA no século XIX. A frase nunca foi dita por Lincoln, mas pelo reverendo presbiteriano conservador William John Henry Boetcker, que nasceu quando Lincoln já estava morto.
Segundo a Lei Orgânica da Magistratura Nacional, essas manifestações públicas feitas pela juíza são condenáveis. O exercício de atividade político-partidária, como a participação em atos, pode ser punido com perda de cargo.
Magistrados também são proibidos por lei de "manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério".