terça-feira, 2 de agosto de 2016

Processo de impeachment 'fez mal' à imagem do Brasil, diz ex-presidente uruguaio Pepe Mujica


Processo de impeachment 'fez mal' à imagem do Brasil, diz ex-presidente uruguaio Pepe Mujica


Ex-mandatário do Uruguai, que participou de evento em Curitiba, disse que país 'não merecia' repercussão causada pela votação do processo no Congresso
O ex-presidente e atual senador pelo Uruguai José Pepe Mujica afirmou, nesta quarta-feira (27/07), durante visita ao Brasil, que o processo de impeachment que levou ao afastamento temporário de Dilma Rousseff “fez mal" para a imagem do Brasil.
Em entrevista coletiva à imprensa após participar de um seminário em Curitiba, o ex-mandatário disse que o Brasil “não merecia” a repercussão causada pela votação do processo no Congresso. “A repercussão internacional da discussão [do impeachment] no Parlamento no momento da votação fez mal ao país. O Brasil é um país formidável, não merecia isso”, declarou.
Mídia Ninja

Ex-presidente uruguaio esteve no Brasil para participar de seminário da Universidade Federal do Paraná
Para o ex-mandatário, “do ponto de vista prático, a impressão é de que é uma discussão política, acima de qualquer outra consideração”.
Segundo Mujica, “fala-se publicamente como se essa decisão [afastamento definitivo de Dilma] já tivesse sido tomada, e esse gesto antecipa a decisão do Senado brasileiro".
Durante a entrevista, Mujica falou também sobre a redução da pobreza no Brasil nos últimos anos e afirmou que a saída de mais de 40 milhões da condição de extrema pobreza foi “um passo gigante”.
Sobre o crescimento de governos de direita na América Latina, Mujica disse acreditar que grande parte das conquistas da esquerda deverá permanecer. "Há contradições e disputas, mas isso é da vida. Talvez algumas conquistas se percam, mas outras serão afirmadas. Os que lutaram pela jornada de 8 horas de trabalho, os que lutaram pelo voto da mulher. Todos os avanços sociais tiveram gente na vanguarda", declarou.

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Ele criticou também a presença do discurso de ódio nos debates políticos e afirmou ser necessário “conviver com a diferença”. “Não creio que o ódio possa construir nada. Sempre vai haver diferenças entre os brasileiros. Não se pode achar que não vai haver diferenças entre 200 milhões de pessoas. Mas é preciso aprender a conviver com a diferença. Tolerar-se. Aceitar-se. E digo mais, amar-se", declarou.
Mujica esteve no Brasil para participar do seminário "Democracia na América Latina", promovido pelo Laboratório de Cultura Digital da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Durante sua palestra, ele disse que a conjuntura atual, com o avanço de governos conservadores no continente, não pode ser vista com desânimo. “Nós aprendemos muito mais com as derrotas do que com as vitórias. É preciso levantar e começar de novo”, disse o ex-presidente, para quem a democracia "é uma luta permanente".
Segundo os organizadores, 7.000 pessoas se inscreveram para a palestra de Mujica, e, por isso, foi preciso transferir o evento para outro local, já que o anterior tinha capacidade para 500 participantes.

“JUÍZES NÃO PODEM SER ACUSADORES”

“JUÍZES NÃO PODEM SER ACUSADORES”

Ricardo Stuckert
Um dos maiores especialistas mundiais em direitos humanos, o advogado Geoffrey Robertson, que representou o ex-presidente Lula no recurso apresentado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU contra abuso de poder do juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, explicou os motivos da petição em um depoimento gravado em vídeo ao lado de Cristiano Zanin Martins, que representa Lula no Brasil.

Para Robertson, Moro perdeu a imparcialidade para julgar o ex-presidente, entre outras razões, porque atua como verdadeiro acusador, ao lado dos promotores, o que contraria princípios universais do direito. Segundo ele, "Lula trouxe seu caso para a ONU porque não é possível haver justiça no Brasil dentro de um sistema como esse".

O advogado detalhou: "Telefones grampeados, como de sua família e advogados, e áudios vazados para deleite de uma mídia politicamente hostil. O mesmo juiz que invade sua privacidade pode prendê-lo a qualquer momento e daí automaticamente se torna quem irá julgá-lo, decidindo se ele é culpado ou inocente sem um júri. Nenhum juiz na Inglaterra ou na Europa poderia agir dessa forma, ao mesmo tempo como promotor e juiz. Esta é uma grave falha do sistema penal brasileiro."

Robertson também aponta o problema das detenções feitas sem julgamento e critica a forma como vem sendo feitos acordos de delação premiada no Brasil. "O juiz tem o poder de deter o suspeito indefinidamente até obter uma confissão e uma delação premiada. Claro que isso leva a condenações equivocadas baseadas nas confissões que o suspeito tem que fazer porque quer sair da prisão."

A petição foi apresentada nesta quinta-feira, 28, na sede do Comitê da ONU, em Genebra (Suíça), pelos advogados Geoffrey Robertson e Cristiano Zanin.


A PESQUISA MENTIROSA DA FOLHA

A pesquisa mentirosa da Folha

Sebastião Costa*

A Perícia Técnica do Senado inocentou Dilma das pedaladas fiscais e a avaliação do Ministério Público não permite dúvidas: a presidente não praticou crime de responsabilidade. Ponha nessa panela as conversas gravadas dos xerifes peemedebistas e vamos ter um golpe escancarado e descarado. Isso, para as pessoas normais, sensatas, racionais e que visitam a imprensa alternativa. Na mídia tradicional a conversa é outra. Lá só se fala em impeachment e a galera que bateu muita panela, mesmo recolhida, ainda vai no embalo.

Um pouquinho mais de atenção e fica fácil detectar as manobras da imprensa hegemônica para consolidar o golpe no Senado.

As malandragens vão desde uma matéria de capa da Veja, às pancadas no PT do JN; uma manchete vigorosa no Estadão ou um 'cientista político' na Globo News culpando Dilma pela crise econômica

Mas, sejamos justos, ninguém conseguiu superar o jornal mais importante do país no quesito malandragem, na tentativa de influenciar a população e o senado na confirmação do 'impeachment'

"Jornalismo de guerra" foi uma expressão utilizada por um colunista do Clarín para definir o massacre que seu jornal impôs ao governo de Cristina Kirchner para desapeá-la do poder. A Folha transitou por essa trilha ao distorcer deliberadamente dados de seu próprio Instituto, o Datafolha e publicou uma pesquisa eivada de deslizes, erros e mentiras grosseiras.

A manchete de primeira página do jornal: "para 50% dos brasileiros, Temer deve ficar" e segue vomitando o absurdo de que apenas 3% dos entrevistados querem novas eleições.

O jornalista americano Glenn Greenwald do respeitado site Intercept achou muito esquisito que um governo cheio de turbulências e repleto de corrupções pudesse em pouco tempo sair de 8% para 50% de aceitação.

Uma investigação mais atenta e estava lá nos arquivos do Datafolha, textualmente: "62% são favoráveis a novas eleições". A Folha simplesmente transformou 62% em 3%. E os 50% que queriam Temer despenca para 19% nos números do instituto.
Percebam que estamos falando de uma empresa do próprio grupo Folha.

Vejamos o que extraiu dos brasileiros, o Instituto Paraná, do empresário Murilo Hidalgo com rabo preso no PSDB paranaense: 67% querem eleições ainda esse ano, enquanto o presidente interino é rejeitado por 68% dos entrevistados.

Nessa mesma linha, o Valor Econômico divulgou enquete do Instituto IPSOS que sepulta a conversa fiada da Folha de São Paulo. A rejeição ao presidente em exercício crava 68% e 52% dos brasileiros preferem eleições já.
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Enquanto Elio Gaspari, serrista de largo costado e 'colunista de guerra' da Folha fala em Temer se afirmando, a Ombudsman do jornal, Paula Cesarino Costa contratada para falar a verdade, mete o dedo na pereba e afirma sem rodeios que o diário errou e persistiu no erro. Acrescenta ainda que "a reação pouco transparente, lenta e de quase desprezo às falhas e omissões apontadas maculou a imagem da Folha e de seu instituto de pesquisas.

A nobre jornalista 'esqueceu' no entanto, de falar a mais pura e cristalina verdade: A Folha de Otavinho é tão golpista quanto a Folha do pai, Otávio Frias, que cedeu carros da redação para transportar presos políticos nos tempos obtusos da ditadura militar.

* Médico pneumologista


LULA RECORRE À ONU CONTRA ABUSO DE PODER DE MORO

Lula recorre à ONU contra abuso de poder de Moro


Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou uma petição na Organização das Nações Unidas, argumentando violação dos direitos humanos na condução da Operação Lava Jato. Lula recorreu ao advogado especializado em direitos humanos Geoffrey Robertson, que ficou conhecido por defender Julian Assange, fundador do Wikileaks. Robertson acusa o juiz Sérgio Moro de abuso de poder e diz que o caso vai expor o problema da prisão preventiva e das condenações "injustas" no Brasil, que são feitas baseadas em confissões de suspeitos que só querem sair da prisão. "Este sistema viola os direitos humanos fundamentais e já foi condenado por órgãos da ONU", diz o advogado.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou com uma petição na ONU (Organização das Nações Unidas) em que alega violação dos direitos humanos na condução da Operação Lava Jato, que tem ele como um dos alvos. De acordo com informações do jornal The Telegraph, Lula recorreu ao advogado especializado em direitos humanos Geoffrey Robertson, que ficou conhecido por defender Julian Assange, fundador do Wikileaks, o ex-boxeador Mike Tyson e o autor indiano Salman Rushdie. O jornal afirma que Lula pode ser preso e ofuscar os Jogos Olímpicos Rio-2016.

O advogado alega abuso de poder pelo juiz federal Sergio Moro, que é responsável pelas investigações na Operação Lava-Jato. Robertson destaca que os telefones do ex-presidente, os de sua família e de advogados foram grampeados. "As transcrições, bem como o áudio das conversas, estão sendo liberados para uma imprensa hostil. O juiz está invadindo sua privacidade e pode prendê-lo a qualquer momento e, em seguida, pode ser julgado sem um júri", disse ele.

Segundo o advogado, na Inglaterra, "nenhum magistrado poderia agir dessa maneira. O juiz ainda tem o poder de deter os suspeitos infindamente na prisão até que confessem. Há uma barganha. Este sistema viola os direitos humanos fundamentais e já foi condenado por órgãos da ONU".

De acordo com Robertson, o caso vai expor o problema da prisão preventiva e das condenações "injustas" no Brasil, que são feitas baseadas em confissões de suspeitos que só querem sair da prisão. Para ele, as investigações são essencialmente importantes para o combate à corrupção, apenas se ocorrer de forma justa. O Telegraph ressalta que Lula, que presidiu o Brasil entre 2003 e 2010, foi alvo de condução coercitiva em março de 2016, na fase Aletheia da Lava-Jato.

Cabe lembrar que, na semana passada, o Ministério Público Federal do Distrito Federal apresentou à Justiça de Brasília denúncia contra Lula, o ex-senador Delcídio do Amaral, o pecuarista José Carlos Costa Bumlai, André Esteves (ex-controlador do banco BTG Pactual) e mais 3 pessoas. Eles são acusados de agirem irregularmente... para atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato.

Os demais acusados são: Diogo Ferreira Rodriguez (ex-chefe de gabinete de Delcídio), Edson Siqueira Ribeiro Filho (ex-advogado de Nestor Cerveró) e Maurício Barros Bumlai (filho de José Carlos Bumlai). O caso já havia sido denunciado pelo Procurador Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, em dezembro do ano passado, mas, em decorrência da perda de foro privilegiado de Delcídio do Amaral, e também pelo fato de o crime ter ocorrido em Brasília, a denúncia foi enviada à Justiça Federal do DF.


O FASCISMO E A SUA IMBECILIDADE ILÓGICA

O fascismo e a sua imbecilidade ilógica

Mauro Santayana

Célebre por seus estudos sobre a França de Vichy, Robert Paxton dizia que o fascismo se caracteriza por uma sucessão de cinco momentos históricos: a criação de seus movimentos; o aparelhamento do setor público; a conquista do poder legal; a conquista do Estado; e, finalmente, a radicalização dos fins e dos meios - incluída a violência política - por intermédio da guerra.   

O fascismo de hoje se disfarça de “liberalismo” no plano político e de neoliberalismo no plano econômico.

Seu discurso e suas “guerras” podem ser dirigidos contra inimigos externos ou internos.    

E sua verdadeira natureza não pode ser escondida por muito tempo quando multidões uniformizadas, quase sempre com cores e bandeiras nacionais, descobrem "líderes" dispostos a defender o racismo, a ditadura, o genocídio e a tortura.   

Que, quase sempre, são falsa e artificialmente elevados à condição de deuses vingadores.   

E passam a ter seus rostos exibidos em camisetas, faixas, cartazes, por uma turba tão cheirosa quanto ignara, irascível e intolerante, que os exalta com os mesmos slogans, em todos os lugares.   

Repetindo sempre os mesmos mantras anticomunistas toscos, "reformistas" e "moralistas", contra a política e seus representantes - o “perigo vermelho”, a “corrupção” e os “maus costumes”.

Uma diatribe que lembra as mesmas velhas promessas e “doutrina” de apoio a outros "salvadores da pátria” do passado - que curiosamente costumam aparecer em momentos de "crise" aumentados intencionalmente pela mídia, ou até mesmo, a priori, fabricados - como Hitler, Mussolini, Salazar e Pinochet, entre muitos outros.

Não importa que as “bandeiras”, como a do combate à corrupção - curiosamente sempre presente no discurso de todos eles - sejam artificialmente exageradas.   

Não importa que, hipocritamente, em outras nações, o que em alguns países se condena, seja institucionalizado, como nos EUA, por meio da regulamentação do lobby e do financiamento indireto, e bilionário, de políticos e partidos por grandes empresas.   

Nem importa, afinal, que a Democracia, contraditoriamente, embora imperfeita, aparentemente - por espelhar os defeitos próprios a cada sociedade - ainda seja, para os liberais clássicos, o melhor regime para conduzir o destino das nações e o da Humanidade.

Como ensina Paxton, na maioria das vezes os grupos fascistas iniciais sobrevivem para uma segunda fase, quando, como movimentos ou ainda como mera tendência, discurso ou doutrina - muitas vezes ainda não oficialmente elaborada - passam a se infiltrar e impregnar setores do Estado.

Esse é o caso, por exemplo, de “nichos” nas forças de segurança, no Judiciário e no Ministério Público, que passam então,  também, a prestar dedicada "colaboração" ao mesmo objetivo de "limpeza" e "purificação" da Pátria.

Com o decisivo apoio de uma imprensa - normalmente dominada por três ou quatro famílias conservadoras, milionárias, retrógradas, entreguistas - que atua como instrumento de "costura" e "unificação" do "todo", por meio da pregação constante dos objetivos a serem alcançados e da permanente glorificação, direta ou indireta, do "líder" maior do processo.

Não por acaso, Mussolini e Hitler foram capa da Revista Time, o primeiro em 1923, o segundo em 1938, e de muitas outras publicações, em seus respectivos países, quando ainda estavam em ascensão.     Não por acaso, nas capas de jornais e revistas, principalmente as locais, eles foram precedidos por manchetes sensacionalistas e apocalípticos alertas  sobre o caos, a destruição moral e o fracasso econômico.   

Mesmo que em alguns países, por exemplo, a dívida pública (líquida e bruta) tenham diminuído desde 2002; a economia tenha avançado da décima-quarta para a oitava posição do mundo; a safra agrícola tenha duplicado; o PIB tenha saído de 504 bilhões para mais de 2 trilhões de dólares; e, apesar disso, tenha sido reunida, entre dinheiro pago em dívidas e aplicações em títulos externos, a quantia de 414 bilhões de dólares em reservas internacionais em pouco mais de 12 anos.      

Da fabricação do consentimento que leva ao fascismo, e às terríveis consequências de sua imbecilidade ilógica e destrutiva, não faz parte apenas a exageração da perspectiva de crise.   

É preciso atacar e sabotar grandes obras e meios de produção, aumentando o desemprego e a quebra de grandes e pequenas empresas, para criar, por meio do assassinato das expectativas,  um clima de terror econômico que permita tatuar a marca da incompetência na testa daqueles que se quer derrubar e substituir no poder, no futuro.   

Criando, no mesmo processo, “novas” e “inéditas” lideranças, mesmo que, do ponto de vista ideológico, o seu odor lembre o de carniça e o de naftalina.

Como se elas estivessem surgindo espontaneamente, do “coração do povo”,  ou dos “homens de bem”, para livrar a nação da “crise” - muitas vezes por eles mesmos fabricada e “vitaminada” - e salvar o país.   

Afinal, é sempre com a velha conversa de que irá “consertar” tudo, corrigindo a desagregação dos costumes e os erros da democracia, que sempre apresenta como irremediavelmente, amplamente, podre e corrompida até a raiz - como Hitler fez com a República de Weimar - que o fascismo justifica e executa seu projeto de conquista e de chegada ao poder.   

É com a desculpa de purificar a pátria que o fascismo promulga e muda leis - muitas vezes ainda antes de se instalar plenamente no topo - distorcendo a legislação, deslocando o poder político do parlamento para outros setores do Estado e para “lideres” a princípio sem voto.   

É por meio de iniciativas aparentemente “populares”, que ele desafia a Constituição e aumenta o poder jurídico-policial do Estado no sentido de eliminar, impedir, sufocar, o surgimento de qualquer tipo de oposição à sua vontade.   

Para manter-se depois, de forma cada vez mais absoluta, no controle, por meio de amplo e implacável aparato repressivo  dirigido contra qualquer um que a ele venha a oferecer resistência.   

Aprimorando um discurso hipócrita e mentiroso que irá justificar a construção, durante alguns anos, de um nefasto castelo de cartas, do qual, no final do processo, sobrarão quase sempre apenas miséria, desgraça, destruição e morte.   

É aí que está a imbecilidade ilógica do fascismo.   

Tudo que eventualmente constrói, ele mesmo destrói.   

Não houve sociedade fascista que tenha sobrevivido à manipulação, ao ódio e ao fanatismo de seus povos, ou ao ego, ambição, cegueira, loucura e profunda vaidade e distorção da realidade de “líderes” cujos sonhos de poder costumam transformar-se – infelizmente, depois de muito sangue derramado - no pó tóxico e envenenado que sobra das bombas, das granadas e das balas.


Frente Brasil Popular


Frente Brasil Popular
Frente Brasil Popular fará jornada Fora Temer durante as Olimpíadas
A Frente Brasil Popular, articulação que reúne mais de 60 entidades do movimento social e sindical, conclama os movimentos para construção da jornada Fora Temer que contará com atos e atividades durante o período da Olimpíadas.
No centro do cenário político e esportivo, o Rio de Janeiro receberá um acampamento da democracia e pelo Fora Temer, além de uma grande manifestação pára denunciar o golpe em curso para todo o mundo, a ser realizada no dia 5 de Agosto, abertura dos Jogos Olímpicos.
Além dessas atividades, há previsão de atividades até o final de agosto, data da votação final do impedimento da presidenta Dilma Rousseff.
Dia 1/08 - Vigília Inter-Religiosa no Rio, tendo como eixo a exclusão social nas Olimpíadas. 
Início de Agosto – Greve dos Petroleiros contra o desmonte da Petrobrás. 
Dia 5/08 - Marcha nacional contra o Golpe na abertura das Olimpíadas, no centro do Rio de Janeiro. 
Dia 8/08 – Circo da Democracia em Curitiba-PR com a presença da Presidenta Dilma Rousseff 
Dia 9/08 – Atos Fora Temer em todas as capitais e demais cidades
Dias 11 a 15/08 – Jornada de lutas UNE – Fora Temer, Fora Mendonça, Contra Lei da Mordaça. 
De 24 a 29 de agosto - Votação no Senado e Mobilização Nacional em Brasília
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A moderna economia brasileira!


quarta-feira, 27 de julho de 2016

A moderna economia brasileira!

Os economistas sonham, em seus cálculos, uma produção voltada para custo zero. Tentam a todo custo controlar o Estado e suas leis para conseguirem produtos e mão-de-obra com custos mais baixos. Claro que falam isso dizendo que se trata de modernizar a economia e para tanto tentam fazer com que a carga horária seja o maior possível, retirada de direitos trabalhistas e com o salário menor possível para produzir um lucro cada vez maior.

Atualmente, os economistas argumentam que para melhorar a economia é necessário aumentar a carga horária de trabalho (isso visando aumentar o lucro das empresas), retirar direitos trabalhistas alegando que irá criar condições para contratar mais pessoas. Segundo notícias na grande imprensa, aumentando o lucro e retirando custos trabalhistas a empresas irá ter mais lucro e poderá contratar mais.

As contradições começam logo com a história do aumento de carga horária de trabalho! Com o aumento da carga horária de trabalho irá precisar de menos mão de obra e isso deixa evidente que a preocupação é aumentar somente os lucros e retirar direito trabalhistas, alegando que irá facilitar contratar mais pessoas, é apenas mais uma maneira de aumentar os lucros baixando os custos de produção. Retirando direitos trabalhistas os trabalhadores terão menos dinheiro para consumo e o consumo caindo o comércio será obrigado a diminuir o número de empregados e isso provocará um efeito cascata que irá gerar maior desemprego.

Olhando para o passado, na época da colonização e do império, tivemos essa tal economia moderna atual em duas situações: no período da escravidão e logo depois sendo substituído pela mão de obra das imigrações italianas, alemãs e japonesas.

A mão de obra escrava

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Escravos americanos do sul
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Escravo africano
No período da escravidão, os trabalhadores (maioria esmagadora de escravos) não existiam a preocupação de salários com os índios e negros, já que eram considerados
mercadoria, mas existia o problema de se criar cativeiros, alimentação e toda uma equipe de capitães do mato para garantir que esses trabalhadores não fugissem e fossem obrigados a trabalhar. Em outras palavras, ainda existia certo custo de produção que foi diminuído com a chegada dos imigrantes.

A mão de obra imigrante

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Imigrantes alemães
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Imigrantes italianos
Os imigrantes europeus vieram para trabalhar na agriculta e receberam promessas e mais promessas e chegando aqui foi que descobriram que foram enganados (já chegaram devendo as despesas de viagem). Trabalhavam em condições análogas a escravidão e eram bem mais lucrativos, para os patrões, por que a mão de obra escrava tinha um custo maior. Isso ocorreu devido os imigrantes serem pessoas livres e tinham de se preocuparem em ter sua própria habitação, cuidar da própira alimentação, da própria vestimenta e isso correspondia a custo menor que os escravos. Até mesmo na questão do controle dessa mão de obra ainda existia a questão dos homens da repressão (capitães do mato) para garantir que esses imigrantes trabalhassem. Grande parte desses imigrantes se tornaram devedores dos patrões, nunca conseguia pagar, se tornavam escravos por dívidas e só poderiam deixar de trabalhar quando pagassem a dívida. Essa dívida era adquirida por ocasião das despesas da viagem e aumentava sempre quando eles compravam o que precisavam nos armazéns dos próprios patrões. A segurança éra para eles não fugirem sem pagarem as “dívidas” que garantia o trabalho escrava de maneira disfarçada.

A atual economia moderna

Esta se propondo colocar carga de trabalho semanal de 80 horas (nem o descanso semanal, feito aos domingos, irá existir), retirarem direitos trabalhistas (férias, décimo terceiro, esticar a aposentadoria), terceirizar a mão de obra, retirar direitos sociais e até mesmo a aposentadoria rural está sendo extinta.

No quadro social políticos criaram leias draconianas onde as pessoas que contestarem esse quadro poderá responder a algumas leis coercitivas, tais como: Escola sem partido, meios de comunicação sob controle do patronato e até se aprovou uma lei antiterrorismo onde qualquer cidadão pode ser preso sem direito a defesa.

Chegamos ao fim do Estado quase democrático e voltamos a moderna época da monarquia, onde nossa moderna economia não tinha leis trabalhistas e direitos sociais para a massa da população. Tais medidas dizem reduzir o tamanho do Estado, mas na realidade visa controlar o Estado em benefício das classes sociais que já detém os meios econômicos e agora políticos. O problema é que o estado organizado do jeito que está sendo irá quebrar o comércio que praticamente não existia no passado quando de tais medidas modernas.

Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia (UFS)