domingo, 29 de julho de 2018

Chico e Gil definem país da Lava Jato ao denunciar vinho tinto de sangue

Faixa de Gaza Adolescente ícone da resistência palestina deixa a prisão

Faixa de Gaza

Adolescente ícone da resistência palestina deixa a prisão

por Radio France Internationale — publicado 29/07/2018 08h51
Ahed Tamimi, de 17 anos, ficou oito meses presa após enfrentar dois soldados israelenses. O vídeo do episódio correu o planeta
Wikimedia
Adolescente ícone da resistência palestina deixa a prisão
A jovem foi recebida como uma heroína
A adolescente Ahed Tamimi, de 17 anos, ícone da resistência palestina contra a ocupação israelense, foi libertada na manhã deste domingo 29 depois de passar quase oito meses presa em Israel. A garota foi detida em dezembro de 2017, após enfrentar soldados israelenses no pátio de sua casa, na Cisjordânia - imagens que viralizaram no mundo inteiro.
A mãe de Ahed, também detida ao se envolver no confronto, deixou a prisão Sharon, em Israel, neste domingo. Elas encontraram familiares na cidade de Nabi Saleh, Cisjordânia, onde vivem.
Emocionada, ao chegar ao local, Ahed abraçou integrantes de sua família e foi seguida no caminho até sua casa por uma multidão. "Queremos viver livres", gritavam manifestantes.
A garota agradeceu o apoio e, diante de um mar de câmeras, conversou com jornalistas. "A resistência continua até que a ocupação termine", declarou. 
A jovem também encontrou amigos que perderam familiares no confronto com soldados israelenses. Em seguida, se dirigiu à cidade de Ramallah, onde colocou flores no túmulo do ex-presidente palestino Yasser Arafat. Na sede da Autoridade Palestina, foi recebida pelo presidente Mahmoud Abbas.
Confronto que viralizou
Ahed Tamimi ficou conhecida mundialmente depois de que um vídeo em que ela e a prima, Nour, enfrentam dois soldados israelenses. As imagens fizeram a volta do planeta e a Ahed, com apenas 16 anos na época, foi presa dias depois. Nour foi libertada em março.
Para os palestinos, a jovem é considerada o símbolo da luta contra a ocupação israelense em territórios palestinos. Para muitos israelenses, a garota foi, no entanto, instrumentalizada por sua família e já havia se envolvido em outros incidentes violentos com soldados.
Assista ao vídeo de Ahed Tamimi que viralizou:
Para os defensores dos direitos humanos, o caso de Ahed Tamimi ajudou a destacar irregularidades dos tribunais militares israelenses, que praticamente só condena palestinos.
"Prendendo uma criança durante oito meses - por convocar protestos e dar tapas em um soldado - reflete uma discriminação endêmica, a ausência de um procedimento oficial e um tratamento doentio às crianças. Ahed Tamimi está livre, mas centenas de crianças palestinas continuam presas com pouca atenção a seus casos", tuitou Omar Shakir, diretor da ONG Human Rigts Watch em Israe

Povo do semiárido começa caravana de 4 mil quilômetros contra a volta da fome

CHEGA DE RETROCESSOS

Povo do semiárido começa caravana de 4 mil quilômetros contra a volta da fome

Ativistas vão percorrer o país para denunciar o crescimento da miséria no país. Ato cultural pediu o retorno de políticas públicas inclusivas
por Redação RBA publicado 27/07/2018 18h35, última modificação 27/07/2018 18h42
REPRODUÇÃO/BRASIL DE FATO
caravana caetes.jpg
Cerca de 5 mil pessoas compareceram ao ato que marcou o início da caravana
São Paulo – A cidade de Caetés (PE) deu início nesta sexta-feira (27) à Caravana do Semiárido Contra a Fome. O objetivo é atravessar o país com três ônibus para denunciar o crescimento da miséria no Brasilapós o golpe de 2016, que depôs a presidenta eleita Dilma Rousseff. “Em 2014, eram 5 milhões de brasileiros em situação de extrema pobreza. Hoje, esse número aumentou para 12 milhões”, disse a presidenta da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco, Cícera Nunes da Cruz. O percurso total deve ser de aproximadamente 4,3 mil quilômetros.
caravana, liderada pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e outras entidades reunidas na Frente Brasil Popular, deve seguir para Feira de Santana (BA), Belo Horizonte, Guararema (SP), Curitiba e, por fim, Brasília. Os manifestantes temem que o Brasil volte para o Mapa da Fome da ONU, de onde havia saído durante o governo Lula. “A maioria dos que passam fome é negra, nordestina. Crianças, estão nas periferias. A classe trabalhadora, onde o Lula nasceu e lutou, está aqui para lembrar que ele foi o melhor presidente desse país”, disse Cícera.
“Vamos dizer que precisamos da ajuda de Lula urgente. Ele precisa voltar às ruas. A direita e a extrema-direita o colocaram na cadeia, mataram a Marielle Franco, mataram muitos lutadores, mas não matam a vontade do povo brasileiro. Não vão conseguir tirar nossa vontade de ter um país democrático e justo”, completou. O ato seguiu com fala de lideranças de movimentos sociais e de lideranças locais, como o prefeito Armando Duarte (PTB). Foram mais de 5 mil pessoas presentes, segundo organizadores.
O jovem cearense Antônio Hemerson estuda agricultura em uma Escola de Família Agrícola (EFA), em Pires Ferreira. Ele segue com a caravana e disse que luta “por um Estado democrático de direito, na luta por políticas públicas e por mais direitos”. Já Gilberto Ferreira é primo de Lula, que nasceu em Caetés. Ele conta que conviveu com o ex-presidente na infância. “Ele saiu daqui no ano de 1952. Foi pra São Paulo e destinou a vida dele. Foi deputado federal e duas vezes presidente. Nossa vida melhorou muito depois dos governos de Lula e Dilma, mas melhorou como a de todas as pessoas humildes do país.”
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Veras dos Santos, falou após apresentações culturais que também marcaram o ato. “O lugar de Lula é nas ruas, conversando com a gente, ajudando a resolver os problemas dos mais pobres. Todos os dias em Curitiba, damos bom dia, boa tarde e boa noite para o presidente Lula. Eu já estive lá. E vamos todos nós agora também fazer o mesmo. É de arrepiar, estamos nessa corrente bonita”, disse, sobre a Vigília Lula Livre.
“No dia 4, estaremos em Brasília depois dessa caminhada para tratar de política. Vamos dizer para o Brasil e para o mundo que não queremos que a fome volte para o país, estamos caminhando para voltar ao Mapa da Fome", alertou. "Esta é nossa via da denúncia. Estávamos caminhando em passos largos para frente, com inclusão, emprego e renda. Descobrimos o pré-sal e estávamos investindo em saúde e educação. Agora, eles entregaram de graça para os capitalistas norte-americanos. O Congresso votou tudo que é ruim para o povo, o Supremo Tribunal Federal foi omisso quando depuseram uma presidenta honesta e está sendo covarde outra vez deixando Lula preso sem prova e sem crime. Mas nós vamos continuar na luta”, completou.
Com informações do Brasil de Fato

NO RIO Chico Buarque e Gilberto Gil encerram Festival Lula Livre com 'aquele abraço'


NO RIO

Chico Buarque e Gilberto Gil encerram Festival Lula Livre com 'aquele abraço'

Foram cerca de 10 horas de programação cultural que reuniu milhares nos Arcos da Lapa ao logo do sábado para cantarem contra a injustiça
por Tiago Pereira, enviado ao Rio de Janeiro publicado 29/07/2018 10h12
RICARDO STUCKERT
Chico e Gil
Chico e Gil também cantaram juntos a canção Cálice, que lembra os tempos da censura durante a ditadura
Rio de Janeiro – Os cantores Chico Buarque e Gilberto Gil encerraram, na noite do sábado (28) o Festival Lula Livre, no centro do Rio, com o clássico da música brasileira Aquele Abraço, que tornou-se uma homenagem às belezas da capital fluminense. Segundo os organizadores, o evento ocorrido nos Arcos da Lapa reuniu cerca de 80 mil pessoas que a defenderam o restabelecimento da normalidade democrática no país, com a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu direito de participar das eleições de outubro como candidato.
Chico e Gil também cantaram juntos a canção Cálice, que lembra os tempos da censura durante a ditadura civil-militar. Antes de Chico, que abriu a apresentação pedindo "Lula Livre", foi a vez da sambista Beth Carvalho, que pediu a união da esquerda na disputa eleitoral. "O povo sabe, o povo quer, o povo diz, nós queremos Lula andado livre no país", clamou a cantora, que também animou a público com o maior sucesso de sua carreira, Vou Festejar.
No último bloco do festival, que contou com inúmeras atrações culturais desde o início da tarde, Jards Macalé cantou que "o sol há de brilhar novamente", versos de Juízo Final, de Nelson Cavaquinho. O cantor e compositor Chico César emocionou quando misturou seu sucesso Mama África com versos de Pra Não Dizer que Não Falei das Flores, de Geraldo Vandré, que também marcou a luta contra a ditadura. 
Mais cedo, os grupos Heavy Baile, as cantoras Dani Negra e Craca, MC Carol e o rapper Renegado trouxeram o funk e as ritmos da periferia. Mais uma vez, foi lembrado o crime que tirou a vida da vereadora Marielle Franco (Psol), que após 136 dias continua sem solução. A banda Gotam Cru destacou que Lula é preso político, vítima do "grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo", e também criticaram o governo Michel Temer e seus retrocessos "a galope".
Outro ponto alto da noite foi quando o músico Odair José cantou Eu vou Tirar Você Desse Lugar, em referência indireta ao ex-presidente Lula, mantido preso em Curitiba. O cantor Daniel Téo, levou para a Lapa a canção You’re not alone, que presta homenagem a LulaNelson Mandela, Dalai Lama, Desmond Tutu, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, John Lennon, Rosa Parks e outros ícones globais da luta pela paz, justiça e igualdade. 

Globo ignora, mas Festival Lula Livre ganha as redes e a mídia internacional


DEMOCRATA

Globo ignora, mas Festival Lula Livre ganha as redes e a mídia internacional

Jornal Nacional destaca, em nota curta, apreensão de faixas e bandeiras do PT e tenta reduzir anseio popular pela candidatura do ex-presidente. Transmissão do festival pela TVT fica entre vídeos mais acessados entre internautas
por Redação RBA publicado 29/07/2018 14h21
RICARDO STUCKERT / INSTITUTO LULA
festival lula livre
Rede Globo lidera mídia tradicional na tentativa de ignorar liderança e preferência por Lula nas eleições, mas atos como o festival deste sábado mostram que apoio popular ao ex-presidente segue em crescimento
São Paulo – Apesar de ignorado pela Rede Globo e por veículos da mídia tradicional, o Festival Lula Livre terminou o sábado (28) em primeiro lugar nos assuntos mais comentados noTwitter no Brasil – e, em alguns momentos, em terceiro no mundo – e foi tema de reportagens de agências internacionais de notícias, reproduzidas por jornais de todo o mundo.
Com o título de "Celebridades brasileiras realizam show 'Lula Livre' no Rio", a Associated Press afirma que, apesar de preso, Lula segue sendo o mais popular político brasileiro e lidera com folga as pesquisas eleitorais do país. A reportagem foi reproduzida em jornais como New York Times, Washington Post, Herald & Tribune e outros.
A repercussão do festival nas redes sociais dos veículos da mídia progressista confirma que a omissão do jornalismo da Rede Globo não foi suficiente para diminuir o alcance e a importância do ato histórico em defesa da democracia, da liberdade de Lula e do seu direito a disputar as eleições como candidato à Presidência da República.
A TVT, que transmitiu o festival direto do Arcos da Lapa, no centro do Rio, está desde a manhã deste domingo (29) entre os dez vídeos mais assistidos do Youtube e, até as 14h, registrava 72 mil visualizações. No Facebook, a transmissão tinha 122 mil visualizações e 3,6 mil compartilhamentos até o mesmo horário.
Apesar, porém, de desde a tarde do sábado as evidências de que o Festival Lula Livre seria um sucesso, a edição do Jornal Nacional dedicou apenas 40 segundos segundos ao evento. Em uma nota coberta por imagens, o maior tempo foi dedicado ao confisco de algumas bandeiras e faixas do PT, numa operação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), alegando campanha eleitoral antecipada. A emissora afirmou que se tratava de "um festival com artistas famosos" e que Lula estava preso por uma condenação em segunda instância, numa tentativa de o tamanho da liderança do ex-presidente e do anseio popular pela sua candidatura, como demonstram todas as pesquisas eleitorais.

Por Lula livre, um festival de imagens


https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/07/por-lula-livre-um-festival-de-imagens

Só há milagres quando há fé no povo




Só há milagres quando há fé no povo

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Não há um só da minha geração – gente que anda chegando ou se despedindo dos 60 – que não tenha sentido uma profunda emoção, ontem, ao ver o dueto Chico Buarque/Gilberto Gil cantar “Cálice” (ou Cale-se) no Festival Lula Livre.
Súbita consciência do tempo, da fugacidade da vida, mas também da perenidade dos sentimentos e de amores feito o do Jacó de Camões, que outros sete anos serviria, se a vida não fora tão curta para tanto amor. Sei lá…
Tristeza de ver a música fazer sentido como da última vez que os dois a cantaram juntos, em 1973, mas força ao sentir o olhar disciplinado de Gilberto Gil ao bater os dedos nas cordas do violão, um imaginário fuzil de balas floridas e as mãos de Chico crispadas como a carregar  o cadáver miúdo, um “anjinho”, da nossa liberdade moribunda.
Claro. Desanima ter de voltar, como Sísifo, a empurrar morro acima a pedra que trabalhosamente rolamos morro acima quando jovens. Há músculos piores, stents, diabetes, filhos criados mas ainda “batendo cabeça” e netos, quem sabe,  a olharem perplexos para os “vôs” e a nos disputarem com as causas que nos tinham por inteiro…
Mas, que diabo! Os dois ali estavam e nos mostravam que a voz não cala enquanto não se morre e que, portanto, a gente vive enquanto  se afastam o cálice e o cale-se.
Então a gente se lembra que, em 1974, um ano depois, apenas, daquele “Cálice”, alguém falou e falou nas urnas.
Inesperado, imprevisível.
Para os que acham que nada muda, conto que a ditadura parecia se legitimar com as eleições capengas, sem liberdade.
Gente jovem, muito jovem, perdeu a esperança e jogou, literalmente, a própria vida na causa improvável. Alguns só estão vivos por terem nascido quatro ou cinco anos após os da idade fatal da juventude sacrificada.
Em 70, o partido da ditadura, a Arena, elegeu 41 de 46 senadores e, na Câmara, 223 das 310 cadeiras, deixando apenas 87 para a “geléia geral” do MDB, metade deles pró-regime.
Do nada, porém (e do tudo, para alguns), o mundo vira de ponta cabeça. Das 22 cadeiras do Senado, a Arena faz apenas seis. Da Câmara, aumentada com cadeiras criadas para sustentar o governismo, o MDB dobra sua bancada.
Havia acabado a ditadura que só seria sepultada formalmente dez anos depois.
Agora, ela nos ressurge como um zumbi.
Mas um zumbi é um morto, um morto que como aquela ditadura finada em 1974, apenas se recusa a deixar-se sepultar.
A  verdade, a humanidade, a fraternidade, a liberdade, os sentimentos limpos e luminosos, estes são a nossa  causa e a nossa vida, a nossa vela, a nos empurrar.
Vela que as vozes, como as milhares de ontem,  enfunam e empurram numa nova viagem, que não há de terminar nunca, senão quando este país for livre e seu povo, feliz.
Se perdermos a fé no povo brasileiro, perderemos o Norte e o rumo…
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